Veduca - Portal abriga quase cinco mil vídeo-aulas das melhores
universidades do mundo; grande parte traduzida para o português
No Brasil, Tábata Amaral, uma estudante de 18 anos
(veja aqui),
foi destaque recentemente na mídia após ser aprovada em cinco universidades
americanas, entre elas Harvard, uma das mais bem conceituadas do mundo.
Ainda que frequentar aulas presenciais nestas instituições de ensino seja um
privilégio para poucos, quem não teve a mesma sorte ou empenho de Tábata conta
agora com um portal brasileiro que reúne aulas das maiores universidades do
mundo, em um só local e com legendas em português.
No ar há dois ano, o portal Veduca abriga conteúdos de Stanford, MIT
(Massachusetts Institute of Technology), NYU (New York University), Columbia,
Michigan, Harvard, UCLA (Universidade da California, Los Angeles), Yale,
Princeton, Berkeley e a australiana, UNSW, (University of New South Wales), grande parte traduzida para o português
Outra novidade oferecida é a correlação entre notícias
atuais e as vídeo-aulas. No portal, é possível ler matérias de importantes
jornais e, em seguida, assistir aulas sobre o mesmo tema, que possam esclarecer
e contextualizar a informação. Além disso, um campo de busca ajuda o usuário a
achar temas específicos. Ao digitar, por exemplo, “Freud”, o portal remete a
todas as vídeo-aulas que falam sobre o psicanalista, no momento exato em que
ele é citado.
A ideia é que, mais da metade das
vídeo-aulas esteja traduzida ao português e que, todos elas sejam
legendadas. O portal conta com a ajuda de voluntários, que fazem a legendagem
dos vídeos de forma colaborativa, por meio de uma ferramenta disponível no
site. As legendas são revisadas por especialista antes de serem publicadas.
Embora o Youtube disponha de canais voltados à educação,
como o Youtube Education,
“todas as palestras e cursos são soltos e sem tradução para o português, o que
dificulta o acesso”, explica o engenheiro Carlos Souza, um dos fundadores do
Veduca. Segundo ele, “a educação mundial está sofrendo uma revolução.”
Embora haja a facilidade de encontrar qualquer tema na internet, a enorme
quantidade de conteúdos e, boa parte em inglês, faz com que esse seja um campo
inexplorado pelos brasileiros. “Por conta da língua, a grande massa é incapaz
de compreender esses conteúdos, pois apenas 2% dos brasileiros falam inglês”.
Potencial
Segundo um estudo realizado pelo CETIC.br (Centro de Estudos
sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação), o Brasil teve em 2012, 80 milhões
de acessos mensais à internet, 66% dos quais buscam educação e treinamento.
Nos Estados Unidos, o MIT (Massachusetts Institute of
Technology) foi o pioneiro em disponibilizar aulas on-line, em 2002, o que deu
início ao Open Course, um
movimento que oferece conteúdos e materiais didáticos de graça pela
internet.
O Veduca tem a ambição de incentivar universidades
brasileiras a aderirem ao Open Course. “A Unicamp e USP estão no páreo.
Mas é preciso criar a discussão de um modelo de negócio que nos permita custear
os gastos, que não são baratos”, diz o fundador. A expectativa é que, para o
segundo semestre, sejam realizados pilotos em algumas universidades.
Lia Pierson, professora de Psicologia Jurídica da
Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, conheceu o
portal por meio das redes sociais. Para ela, o Veduca é uma oportunidade
de acesso amplo ao conhecimento. “Tenho recomendado o site aos meus alunos e
divulgado o Veduca nas redes sociais. Acredito que o acesso livre e
gratuito às diversas aulas e cursos deve ser um exemplo a ser seguido pelas
universidades brasileiras. A divulgação de aulas estruturadas, com a
chancela de instituições de ensino e critérios acadêmicos na escolha é o
exemplo que devemos pensar em seguir.”
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