quarta-feira, 26 de maio de 2021

Repetição Espaçada … memorizar e aprender mais rápido


 Um aprendizado ativo com repetições espaçadas reduz o esquecimento e aumenta a velocidade da aprendizagem!

Curva do Esquecimento

Como o aprendizado é afetado pelo conhecimento e compreensão anteriores?
Em 1885 o filósofo Hermann Ebbinghaus buscava responder essa pergunta …

·       A resposta a essa pergunta resultou na famosa Curva do Esquecimento que mostra como as informações são perdidas ao longo do tempo quando não há tentativa de retê-las na memória de longo prazo.

·       A maior parte do esquecimento se produz nos primeiros momentos logo após o processo de aprendizagem … a decadência é significativa durante a primeira hora … após 20 minutos retemos 58% das informações (o declínio mais acentuado!) … em 1 hora a retenção cai para 44% … em 24 h para 33% … após 24 h a curva fica nivelada … caso não haja uma revisão, após 1 mês, restará apenas 20% de informação retida.

·       A velocidade do esquecimento depende de vários fatores, tais como, dificuldade, significância do assunto, forma de representação, fatores fisiológicos, como estresse e sono … esse esquecimento não é por falta de qualidade da leitura … ele é normal! … se não reutilizamos as informações, o nosso cérebro “deleta” ou “perde o acesso”.

·       A repetição no aprendizado aumenta o intervalo ideal antes da próxima repetição ser necessária … retenções quase perfeitas podem exigir repetições iniciais diárias, mas depois podem ser feitas depois de anos. 

·       aprendizado mais ativo inteligente reduz o esquecimento …leitura ativa, anotaçõesresumosmnemônicosmapas mentaismapas conceituais e prática deliberada 

Qual a vantagem do Esquecimento?

O esquecimento fisiológico da memória a faz mais adaptativa, eficiente, econômica, gerenciável, organizada e segura.

·       Pesquisas revelam que apagar informações irrelevantes ajuda o cérebro a se concentrar em aspectos mais importantes e que possam ajudar na tomada de decisões do dia a dia. 

·       Lembrar e Esquecer são os dois lados de uma mesma moeda … lembrar é como avisamos para o nosso cérebro o que é importante e esquecer é a maneira como nosso cérebro seleciona as memórias mais importantes.

·       Se lembrássemos de tudo o que já ouvimos ou vimos, nossa memória seria um grande emaranhado de informações inúteis e dispensáveis, atrapalhando a atividade cognitiva.

·       O fato de esquecermos determinados eventos, em especial aqueles de menor relevância, proporciona uma grande economia cognitiva.

·       O esquecimento denota que o nosso sistema de memória é adaptativo … retém apenas as informações mais relevantes para agir sobre o meio.   

A memória diz respeito a retenção e recordação, a retenção é como escrever e a recordação é como reler o que foi escrito. 

 Repetições Espaçadas para reduzir o Esquecimento

De uma forma geral existem 2 categorias de métodos para aumentar a memorização: melhor representação na memória (mnemônicos ) e  repetição espaçada.

·       Distribuir a aprendizagem ao longo de vários dias, de forma espaçada.

·       A revisão e repetição do aprendizado é fundamental já que reduz o esquecimento das informações 

·       Não se pode deixar passar muito tempo para recordar, caso contrário a informação será apagada da memória de longo prazo e você terá que recomeçar do zero.

·       A releitura é um método adequado para fazer exercícios de “ repetição espaçada” quando se passou um tempo significativo após a leitura de um bloco de informação.

·       Continuar o estudo quando você já entendeu bem o material é chamado de sobre aprendizagem … você precisa cuidar para não exagerar na repetição da sobre aprendizagem para não desperdiçar o seu tempo.

 Repetição Espaçada

Para transferirmos informações da memória de curto prazo para a memória de longo prazo e recuperá-las quando necessário, é necessário tempo e prática … uma forma de fazer isso é usar a técnica de “repetição espaçada” … repetir o que você deseja reter (palavra, problemaconceito, etc) de forma espaçada, por alguns dias.

·       Entender e compreender não são suficientes para criar blocos na memória de longo prazo, é necessário praticar.

·       Quando você se dedica a entender um determinado assunto, são criadas conexões entre traços de memória, ainda fracas.

·       Quando você pratica e vê o bloco de informação em mais contextos ele fica mais forte na sua mente.

·       Quanto mais você pratica você “enraíza” o bloco, torna-lo sólido e inserido na memória de longo prazo.

·       Diante disso é importante na fase inicial do aprendizado, reforçar o padrão de aprendizado para que ele não desapareça da sua memória de longo prazo.

·       A repetição espaçada é um método recomendado para fazer isso.

 O desafio de repetir e praticar é que isso pode ser enfadonho. No entanto não é possível aprender sem repetição.

 Porque a repetição grava o aprendizado na memória de longo prazo?

A “Repetição Espaçada” constrói estruturas neurais mais fortes ao repeti-las ao longo de vários dias. Prolongar a prática de repetir o que você deseja reter por alguns dias faz a diferença.

·       Experiências demonstram que a prática de repetição espaçada por alguns dias é muito mais efetiva do que se você repetir várias vezes durante um único dia – você pode constatar isso quando deixa para estudar apenas na véspera das provas e poucos dias depois já esquecemos tudo.

 

Repetição Espaçada.

A Repetição Espaçada é a técnica de repetir o que você deseja reter (palavra, problemaconceito, etc) de forma espaçada, por alguns dias … trabalhar o “objeto do aprendizado” diversas vezes em diferentes perspectivas, para que possa ser tratado de forma mais profunda em diferentes momentos … isso exige saber reconhecer e aplicar a melhor técnica cognitiva para as diferentes situações.

·       O nosso cérebro esquece rápido e uma de suas características fundamentais é a plasticidade, que é a capacidade de se renovar e gerar novos neurônios … jogar fora o que não está em uso e criar novas conexões.

·       Diante disso, para não esquecermos uma informação, precisamos repeti-la até que ela seja gravada na nossa memória de longo prazo.

·       Um aprendizado ativo que passa por um processo de repetições espaçadas reduz o esquecimento e aumenta a velocidade e qualidade da aprendizagem.

·       repetições espaçadas constroem estruturas neurais mais fortes ao repeti-las ao longo de vários ciclos e dias. 

·       O desafio de repetir e praticar é que isso pode ser enfadonho … no entanto não é possível aprender sem repetição.

·       Uma boa prática é saber configurar repetições espaçadas usando diferentes ferramentas de aprendizagem, apropriadas para as diferentes situações da jornada de aprendizagem.

 Reler x Relembrar

A releitura é um método adequado para fazer exercícios de “ repetição espaçada” quando se passou um tempo significativo após a leitura de um bloco de informação.

·       Recordar é uma das ferramentas mais eficientes para o aprendizado; é muito mais eficaz do que reler; demanda muito mais concentração da atenção.

·       A simples leitura pode dar a ilusão de competência.

·       O melhor tipo de auto teste é recordar, “fechar o livro” e tentar se lembrar do que leu; quando recordamos exigimos concentração do cérebro

·       Praticar problemas e conceitos em uma variedade de situações ajuda a construir blocos enraizados e com riqueza conceitual;

 

Dopamina: o que é e para que serve?

Dopamina: o que é

A dopamina é um neurotransmissor do sistema nervoso central que desempenha várias funções nas pessoas e em outros animais. Se tratar de uma molécula diminuta que é composta por 22 átomos, sendo produzida por menos de 1% dos neurônios. Quando à localização desse neurotransmissor, se encontra na substância negra do mesencéfalo e na área pré-frontal do mesmo. A área pré-frontal do cérebro se encarrega de levar quase todos os cálculos executivos, assim como de controlar os impulsos. Se afirma que, quando existem poucas moléculas e se vão degradando na substância negra do cérebro, é quando podem surgir doenças como mal de Parkinson e que, quando uma quantidade inadequada de dopamina na área pré-frontal, isso pode contribuir para a aparição de esquizofrenia e psicose. Ao longo do tempo, a dopamina foi considerada como o centro de prazer, uma vez que se encarrega de regular a motivação e o desejo, assim como induzir a vontade de repetir condutas que foram positivas e beneficiosas para a pessoa.
 

Dopamina: para que serve

Entre as funções principais relacionadas com a dopamina, se encontram as seguintes:
·     Regula a memória. Os níveis adequados de dopamina no córtex pré-frontal aumentam a capacidade de memória a curto prazo. Tanto se aumentam de forma exponencial como se diminuem os níveis de dopamina, a memória é afetada de forma direta e, por isso, piorará. 
·     Regula o movimento. Uns níveis adequados de dopamina no cérebro regulam e controlam os movimentos do corpo. Quando existe uma deficiência de dopamina, os movimentos que a pessoa leva a cabo são descoordenados e mais lentos. Quando existe um excesso nos níveis de dopamina, o corpo tende a realizar movimentos desnecessários, sendo por isso que costumam aparecer os tiques de forma repetitiva. Daí a relação importante com o mal de Parkinson.
·     Sistema de recompensa e prazer. Se encarrega de regular o prazer no cérebro através do sistema límbico. Quando se experienciam situações agradáveis, a secreção de dopamina aumenta, pelo que se busca cada vez mais o que é prazeroso e agradável. 
·     Regula a atenção. Um nível ótimo de dopamina no cérebro ajuda a melhorar consideravelmente a atenção e concentração. Contudo, um nível baixo desse neurotransmissor no cérebro pode influir no aparecimento de um transtorno como o de Défice de Atenção (TDA). 
·     Regula o sonho. Foi descoberto que a dopamina tem uma função na glândula pineal, a qual se encarrega de regular o ritmo circadiano. Os receptores desse neurotransmissor atuam inibindo a ação da noradrenalina, regulando a melatonina. 
·     Cognição. A dopamina se encarrega de controlar o fluxo de informação nos lóbulos frontais do cérebro. Quando existe um mau equilíbrio nos níveis de dopamina nessa zona so cérebro, as funções cognitivas pioram. 
·     Estado de humor. A dopamina está relacionada com o bem-estar emocional das pessoas. Um desequilíbrio nos níveis da substância pode dar lugar à aparição de alguns transtornos como depressão, transtorno bipolar, entre outros.
 

Como elevar os níveis de dopamina

O nosso estilo de vida influencia de forma direta a quantidade de dopamina que o nosso corpo produz. Quando vivemos demasiado estressados, abusamos de algumas substâncias tóxicas e temos pouca atividade física e mental, os nossos níveis de dopamina diminuem de forma drástica. Em seguida, te indicamos alguns conselhos para que você possa elevar os seus níveis de dopamina de forma natural. 
·     Fazer exercício. Como sabemos, a atividade física é muito importante para o bem-estar, não só físico como também emocional, uma vez que contribui para a produção de novas células. 
·     Desintoxicar o corpo. É necessário deixar o consumo de substâncias tóxicas como o tabaco, o álcool e o consumo de açúcar em excesso, já que reduzem consideravelmente os níveis de dopamina. Se recomenda o consumo de mais frutas e verduras, assim como uma diminuição da ingestão de estimulantes como o café. 
·     Meditação. Praticar meditação tem muitos benefícios, não só ajuda a acalmar a mente e a reduzir os níveis de estresse e ansiedade, como também regula os níveis de dopamina no nosso cérebro. 
·     Escutar música. Foi provado que escutar música agradável ajuda a ativar os centros de prazer e faz com que o nosso cérebro libere mais dopamina, produzindo assim uma maior sensação de prazer e bem-estar emocional. 
·     Explore a sua criatividade. Atrever-se a fazer coisas novas e creativas aumenta a nossa sensação de prazer e bem-estar, uma vez que nos faz sentir satisfeitos com nós mesmos e mais motivados.
 

Bibliografia

·     Mandal, A. M. (2018, 23 agosto). Las funciones de la dopamina. Acessado em 22 de fevereiro, 2019. Disponível em: https://www.news-medical.net/health/Dopamine-Functions-(Spanish).aspx
·     Vargas-Barahona, L. M. (2007). Enfermedad de Parkinson y la Dopamina. BUN Synapsis, 2(2), 11-15.
·     Bahena-Trujillo, R., Flores, G., & Arias-Montaño, J. A. (2000). Dopamina: síntesis, liberación y receptores en el Sistema Nervioso Central. Revista Biomédica, 11(1), 39-60.
 

Memória


 memória é o que permite a aprendizagem pois é através da memória que os conhecimentos se consolidam. E só o que aprendemos com a memória, nos possibilita aprender coisas novas (aumentando assim o nosso conhecimento).

Podemos definir memória como o processo cognitivo que inclui, consolida e recupera, toda a informação que aprendemos.

A memória é a função mental que permite reter a informação, ou seja, aprender;

É um sistema de armazenamento que permite reter a informação aprendida e permite evocar essa mesma informação, isto é, permite lembrar de informação retida anteriormente, mas a sua representação na memória não é uma reprodução fiel.

Sem memória como já disse é impossível aprender. 

Acima de tudo a memória é extremamente importante pois é o que nos dá a continuidade do presente e que nos permite manter uma conversa e dar continuidade ao presente.

No nosso dia-a-dia, somos bombardeados com milhões de informações que se traduz em estímulos. Segundo M. Gazzaniga, cerca de 99% da informação que entra no cérebro é posta de parte. Imagine o que seria se você se lembrasse de todas as sensações que recebeu durante o dia… (sensações como as provocadas pelas peças de roupa, comida, etc.). Cabe ao nosso cérebro selecionar a informação importante, para garantir a própria sobrevivência do indivíduo e da espécie, chama-se a este processo processamento de informação.

O processamento da informação dá-se em três fases: codificação, armazenamento e recuperação.

codificação é a primeira fase da memória que prepara as informações sensoriais para serem posteriormente armazenadas no cérebro. Baseia-se na tradução de dados num código, que pode ser acústico, visual ou semântico. 

Por exemplo: A afirmação «O mar é azul.», pode-se codificar o seu conteúdo como:

Uma imagem de sinais que são letras (código visual);

Uma sequência de sons (código acústico);

Tomar consciência do significado da afirmação e o que ela representa (código semântico)

A codificação reporta-se à aprendizagem deliberada, ou seja, a aprendizagem que exige esforço e no qual o objetivo é memorizar a informação. Neste caso, temos de dedicar mais atenção às informações que desejamos memorizar o que leva a uma codificação mais profunda.

Depois de codificada a informação, a mesma vai ser armazenada. O armazenamento de informação consiste no registo de informação sobre algo como por exemplo a última passagem de ano que celebramos. Ao relembrares essa última passagem de ano, lembraste das pessoas com quem a celebraste, o que comeste, etc. Parece que tudo está guardado num lugar do cérebro, como que num DVD, mas não é isso o que acontece, novas tecnologias que permitem ver o nosso cérebro em ação, provam que quando nos lembramos de algo (como por exemplo a passagem de ano) várias áreas do cérebro são utilizadas. Cada informação, cada engrama, produz modificações nas redes neuronais, que mantendo-se, permitem que você se recorde do que memorizou, sempre que queira, a isto chama-se recuperação.

Na recuperação, recupera-se uma informação, ou seja, lembramo-nos, evocamos, recordamos uma informação. A recuperação pode ser automática (lembras-te de quando nasceste) ou pode requerer uma maior complexidade para recuperares algo (como por exemplo uma lei da física). O segundo tipo de recuperação, já não é tão automático, requer dois momentos: o reconhecimento e a evocação. O reconhecimento é quando tentas lembrar-te se aprendeste a tal lei da física recorrendo ao ano de escolaridade e só depois é que vais procurar o conteúdo dessa lei, processo chamado de evocação. Para te lembrares da lei da física tiveste de seguir estes processos/pistas.

Tipos de memória

 



Existem três tipos de memória: sensorial, a curto prazo e a longo prazo.

Memória sensorial: a memória sensorial é um tipo de memória que tem origem nos órgãos sensitivos. As informações obtidas pelos sentidos são armazenadas por um curtíssimo espaço de tempo (0,1 a 2 segundos). Se a informação armazenada não for processada perde-se se for passa para a memória a curto prazo.

Memória a curto prazo: este tipo de memória retém informação durante um período limitado de tempo, podendo ser esquecida ou passar para a memória de longo prazo. Na memória a curto prazo pode-se distinguir duas memórias: memória imediata e memória de trabalho.
Memória imediata: a informação recebida fica retida durante um curto período de tempo (cerca de 30 segundos). Investigações efetuadas vieram mostrar que podemos conservar sete elementos (letras, palavras, algarismos, etc), variando entre cinco e nove unidades.
Memória de trabalho: neste tipo de memória mantemos a informação enquanto ela nos e útil. A memória de trabalho reporta-se as atividades mentais em que o objetivo não é a sua memorização, mas que, não obstante disso, implicam uma certa memorização para se poderem aplicar de modo eficaz. Este tipo de memória é utilizada por exemplo quando o patrão pede que no dia seguinte cheguemos uma hora mais cedo, manterás na memória esta informação, que irá ser esquecida depois de a teres cumprido o pedido, ou seja, depois de teres chegado uma hora mais cedo. Chama-se memória de trabalho à atividade de armazenamento e de utilização de informação ligada especificamente à realização de uma tarefa: refere-se, portanto, a um tipo de memória que trabalha. 

Qualquer informação que tenha estado na memória a curto prazo e que se perca, estará perdida para sempre, só se mantendo se passar para a memória de longo prazo.

Tipos de Memória a Longo Prazo: 

·      Memória declarativa e 
·      Memória não-declarativa

Memória declarativa também pode ser designada por explícita ou memória com registo, (implica a consciência do passado, levando a reportarmo-nos a acontecimentos, fatos e pessoas que conhecemos/ aconteceram no passado). É devido a este tipo de memória que consegues descrever as funções das áreas pré-frontais: os heterónimos de Fernando Pessoa, o nome dos teus amigos, o aniversário da tua mãe. Este tipo de memória reúne tudo o que podemos evocar/declarar por meio de palavras (daí o termo declarativa). Distinguem-se, neste tipo de memória, dois subsistemas: a memória episódica e a memória semântica;
 
Episódica- quando envolve eventos datados, recordações (rosto de amigos pessoas famosas, músicas, fatos e experiências pessoais) ou seja relacionados com o tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque terrorista em 11 de Setembro ou o primeiro dia de escola. A memória semântica é, portanto, uma memória pessoal na qual que se manifesta uma relação íntima ente quem recorda e o que se recorda.
 
Semântica- Abrange a memória do significado das palavras. Este tipo de memória refere-se ao conhecimento geral sobre o mundo (fórmulas matemáticas, regras gramaticais, leis da química, fatos históricos, etc. Neste tipo de memória não há localização no tempo (ao contrário da memória episódica), não está associada a nenhum conhecimento, ação ou fato especifico do passado. Por exemplo: 1+1 = 2 é um conhecimento em que usas a memória semântica, mas se associar-se a este raciocínio que quem me ensinou a fazer contas foi a minha professora da primária este dado leva-me a usar a memória episódica. A memória semântica é a coparticipação do significado de uma palavra que possibilita às pessoas manterem conversas com significado. A memória semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais.
Memória não-declarativa – Difere-se da memória declarativa porque esta não precisa ser declarada (enunciada). É uma memória automática. É a memória usada para procedimentos e habilidades, como por exemplo: andar de bicicleta, jogar bola, atar os cordões, lavar os dentes, ler um livro, etc.  A memória não declarativa também pode ser designada por memória implícita ou sem registo. 

 E o esquecimento?

Normalmente, associa-se o esquecimento a uma falha mental ou até uma patologia, mas sem o esquecimento é ser-nos-ia impossível continuar memorizar informação. Portanto, neste caso, o esquecimento serve como que um filtro daquilo que ainda nos é importante, a este processo designa-se por função seletiva e adaptativa. A própria memória também tem um caráter adaptativo pois ela não memoriza tudo a que estamos expostos no dia-a-dia (a informação é transformada). Habitualmente falamos de esquecimento ligado apenas à memória de longo prazo pois como já disse a memória a curto prazo apaga-se para dar lugar a novas informações ou então passa à memória de longo prazo.
Mas o esquecimento pode ser também mau quando é um esquecimento regressivo, ou seja, quando surgem dificuldades em reter novos materiais e em recordar conhecimento, nomes ou fatos aprendidos recentemente. Este tipo de esquecimento pode ser devido à degenerescência dos tecidos cerebrais e ataca sobretudo pessoas de certa idade. E existe três tipos de esquecimento: por interferência de aprendizagem (como que uma reciclagem de informação), regressivo, e motivado utilizado quando se quer esquecer algo negativo na nossa vida.
Exemplo: andar de bicicleta, jogar bola, atar os cordões, lavar os dentes, ler um livro, etc.  A memória não declarativa também pode ser designada por memória implícita ou sem registo. 

 

terça-feira, 25 de maio de 2021

Resenha do livro: Como aprendemos


 Como aprendemos?

Uma onda de livros best-sellers mais recentes anunciou um segredo supostamente surpreendente para o sucesso, tanto na escola como na vida. É chamado de trabalho árduo. Em “Outliers”, um frequentador recorrente das listas de best-sellers desde que foi publicado em 2008, Malcolm Gladwell nos assegurou que o talento e a inteligência importam pouco, mas que 10.000 horas de prática no tema escolhido é tudo para se tornar um grande mestre de xadrez, Bill Gates ou uma estrela do rock tão bem-sucedida quanto os Beatles. Mas Como Aprendemos começou a mudar isso.

Tomar essa mensagem de poder para um nível de intensidade histérica de Jillian Michaels foi o “Hino de Batalha da Mãe do Tigre” de Amy Chua (2011). Uma abordagem similar, mais suave, veio de Paul Tough, em “How Children Succeed” (2012), que descreveu os benefícios da garra e do caráter – a capacidade de superar e aprender com o fracasso. Em 2013, Amanda Ripley falou em “The Smartest Kids in the World”, mostrando o porquê estudantes em países como a Coréia do Sul se apresentam tão bem: porque estudam muito.

Agora vem o contra-ataque inevitável contra esses fornecedores da escola do trabalho duro. Em “Como aprendemos”, Benedict Carey nos diz para pegar leve, dar uma pausa, dormir uma boa noite de sono e parar o martírio. Em vez de bater nossos cérebros em submissão por meio de 10.000 horas de trabalho árduo, precisamos estudar de maneira mais inteligente, não mais pesada.

Quem é Benedict Carey?

Carey, um repórter de ciência do New York Times, começa seu livro com uma confissão: ele já foi um trabalhador árduo. Como aqueles alunos do ensino médio na Coréia do Sul, ele era “o garoto que suava os detalhes, que faziam cartões e palavras chave. “Então, depois de ser rejeitado por todas, exceto uma das faculdades a que ele havia se inscrito, e largando o curso após um ano. “Eu perdi meu controle “, ele escreve. “Eu parei de correr”.

A abordagem mais suave, a que ele se refere com brincadeira, funcionou bem o suficiente para que ele eventualmente obtivesse graduação em matemática e jornalismo antes de entrar no The Times em 2004. Agora ele se dedicou ​​para descobrir o a base científica sobre como a aprendizagem realmente ocorre, e como podemos aproveitar ao máximo as tendências naturais do nosso cérebro: uma soneca não é apenas uma hora ou duas do tempo de estudo perdido; o sono realmente aumenta a aprendizagem.

Sonhar acordado e se distrair são boas maneiras de gerar soluções criativas para problemas difíceis. A quebra dos tempos de estudo ao longo dos dias e semanas supera os limites, mesmo quando o tempo total de estudo é o mesmo. E misturar o seu ambiente, tentando um novo café ou música nova em seus fones de ouvido, funciona melhor do que estudar numa mesa de uma biblioteca qualquer.

Como é o livro “Como Aprendemos”?

Tudo isso faz com que a leitura seja atrativa. Depois de uma introdução promissora, Carey justifica a maioria dos seus pontos. Infelizmente, narrativas fortes, cenários, personalidades e observações detalhadas são as bases em que os dados e estudos estatísticos caminham nos melhores livros científicos.

Algumas dessas ideias, além disso, já são bem conhecidas e amplamente aplicadas. Realmente precisamos de estudos randomizados e controlados por placebo para nos dizer que tirar pausas, dormir bem e deixar as ideias fluírem são melhores que se torturar durante 48 horas direto nas asas de Provigil (remédio para ficar mais tempo acordado) ?

Quais são as pílulas de sabedoria do livro?

§  A ciência do aprendizado é, no seu núcleo, um estudo do músculo mental que faz o trabalho de como gerenciar as visões, os sons e os aromas da vida diária.

§  A teoria de que a memória estava uniformemente distribuída estava errada. O cérebro tinha áreas específicas que tratavam diferentes tipos de formação de memória.

§  O cérebro não armazena fatos, ideias e experiências como o faz um computador. Incorpora-os em redes de percepções, fatos e pensamentos, combinações ligeiramente diferentes.

§  Apenas a memória recuperada não substitui a anterior, mas se entrelaça e se sobrepõe com ela. Nada está completamente perdido, mas o rastreamento da memória está alterado e para sempre.

§  Usar nossa memória, a muda.

§  Se aprender é construir habilidades e conhecimentos, o esquecimento é perder algo que foi adquirido. Parece ser o inimigo de aprender, mas há muitas coisas para esquecer também.

§  Esquecer é o filtro de spam mais sofisticado da natureza. É o que permite que o cérebro se concentre, permitindo que os fatos mais procurados venham à mente. Isso funciona para bloquear informações de distração e para limpar a desordem inútil.

§  “Se nós lembrássemos de tudo, na maioria das vezes estaríamos tão doentes como se não nos lembrássemos de nada.” – William James, psicólogo americano do século XIX

§  Com um pouco de esquecimento, você obtém benefícios de estudos adicionais que fortalecem a aprendizagem, como um músculo exercitado.

§  Toda memória tem dois pontos fortes: a força de armazenamento e a força de recuperação.

§  A força de armazenamento é a medida de quão bem aprendido o assunto foi. Ele cresce constantemente com o estudo, e mais acentuadamente com o uso.

§  Por outro lado, a força de recuperação é uma medida de quão facilmente um pedaço de informação vem à mente. Isso também aumenta com o estudo e uso. No entanto, ele cai rapidamente sem reforço, e sua capacidade é relativamente pequena.

§  O cérebro desenvolveu este sistema por uma boa razão. Em sua juventude nômade, o cérebro estava continuamente atualizando seu mapa mental para se adaptar à mudança de clima, terreno e predadores. A força de recuperação evoluiu para atualizar informações rapidamente, mantendo os detalhes mais relevantes a mão. Enquanto a força de armazenamento evoluiu para que truques antigos pudessem ser reutilizados rapidamente, se necessário.

§  Dificuldade desejável: quanto mais difícil seu cérebro tiver que trabalhar para recuperar uma memória, maior o aumento da aprendizagem.

§  O ambiente que praticamos torna-se o gatilho quando estamos realizando. Aprender – praticar e estudar – no mesmo ambiente é mais fácil ao longo do tempo, enquanto aprender em um ambiente e contexto diferentes nos expõe a uma gama mais ampla de gatilhos mentais.

§  Como não podemos prever o contexto em que temos que realizar, melhoramos as circunstâncias em que nos preparamos.

§  Espalhar e variar o contexto melhora drasticamente nossa aprendizagem.

§  O teste não é igual ao estudo. Na verdade, o teste é maior que o estudo.

§  O autoexame é mais efetivo do que a aprendizagem direta, porque quando recuperamos um fato com sucesso, então o re-armazenamos de maneira diferente do que antes. Não só o nível de armazenamento aumentou, a própria memória possui conexões novas e diferentes.

§  O ato de adivinhar envolveu sua mente de forma diferente e mais exigente do que a memorização direta, aprofundando a impressão das respostas corretas.

§  Afastar-se de um problema não resolvido para um cérebro não significa que o cérebro desistiu, mas o colocou no modo de incubação para resolver o problema com a mente subconsciente.

§  Existem duas operações mentais que ajudam a incubação, pegar pistas do meio ambiente e quebrar suposições fixas.

§  Ter um objetivo em primeiro lugar sintoniza nossas percepções para cumpri-lo, e o ajuste do som determina, até certo ponto, onde olhamos e o que observamos.

§  Comece a trabalhar no grande projeto o mais rápido possível e pare quando ficar preso, isso não é desistir, mas digerir.

§  Todos precisamos de uma certa quantidade de prática repetitiva, mas a repetição cria uma ilusão poderosa. Em vez disso, misture sua aprendizagem para criar a intercalação. Intercalar é, essencialmente, preparar o cérebro para o inesperado.

§  A prática mista não apenas cria destreza geral e pronta discriminação de ação. Isso ajuda a nos preparar para as curvas da vida, literais e figurativas.

§  O aprendizado perceptivo é ativo e automático, não é necessário reforço externo ou ajuda. Nós, é claro, devemos prestar atenção, mas não precisamos ativá-la ou sintonizá-la. É autocorrigido e funciona para encontrar as assinaturas perceptivas mais críticas e filtrar o resto.

§  O sono desempenha um papel crítico ao marcar e armazenar memórias importantes, intelectuais e físicas.

§  Estágios do sono: o estágio 1 é consolidar memórias (frequentemente atadas com períodos semelhantes a REM); REM é um estágio que ajuda a incorporação e a interpretação de memórias carregadas emocionalmente; O estágio 2 é o estágio mais crítico para o aprendizado motor; Os estágios 3 e 4 geralmente agrupados como sono lento ou profundo são importantes para consolidação de memória declarativa.

 

 

BUSCA PERSONALIZADA

Busca personalizada