quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A loja do futuro


Durante todo o processo, o cliente está conectado à Internet, falando com seus amigos e compartilhando sua experiência de compra.

No começo do ano assisti uma apresentação que me impactou fortemente. Nadia Shouraboura, CEO da Hointer, mostrou sua cadeia de lojas que usam o topo da tecnologia para re-inventar a experiência do consumidor.
Nadia era Vice-Presidente de Operação Mundial da Amazon e acreditava que o varejo precisava ser re-inventado. Ela tentou convencer vários varejistas, mas eles não se sensibilizaram em mudar. Então, ela resolveu sair da Amazon e abrir sua própria loja usando conceitos altamente inovadores.
Para começar separou a loja em dois espaços físicos: uma parte para fazer o papel de um mini centro de distribuição e outra parte para atendimentos aos clientes. O mini centro de distribuição atende a loja e, também, distribui os produtos comprados via comércio eletrônico para os endereços da região. Quando falta produto em um dos centros de distribuição o sistema busca e realoca a do centro mais próximo.
O cliente entra na loja e, antes de mais nada, se conecta usando o seu celular ou tablet. Se quiser poderá usar um dos tablets da loja que ficam à disposição de clientes. A loja tem apenas um item de cada produto. O cliente pega o produto e “lê” o código de barras com seu celular ou tablet. Na hora aparecem as informações detalhadas do produto, preço, cores e tamanhos disponíveis no estoque da loja e das lojas próximas. Se o cliente já esteva na loja, então, o sistema conhece todas as medidas do cliente e oferecerá apenas itens e produtos na medida correta do cliente.
O cliente clica no botão “quero experimentar o produto” e continua olhando e escolhendo os produtos. Quando o cliente está pronto para experimentar os produtos, ele clica em “quero ir ao provador”. O sistema avisa qual o número do provador que está disponível para ele. Chegando lá, ele vê todos os produtos que ele tinha selecionado, na cor e tamanho desejados. O provador tem um “escorregador” ligado ao mini centro de distribuição, que pega os produtos selecionados pelo cliente e manda para o provador. O cliente prova e joga a roupa que não serviu (ou que ele não quer) em outro escorregador que volta para o mini centro de distribuição. As roupas não devolvidas ficarão na lista de compras do cliente. Assim que ele terminar as escolhas, o cliente simplesmente clica em “pagar”, pega suas roupas e vai embora.
O vendedor não participa das tarefas operacionais como levar ou buscar produtos no provador, nem sequer do pagamento. O vendedor passa a ter o papel fundamental de CONSULTOR, ajudando o cliente na escolha dos melhores produtos.
Durante todo o processo, o cliente está conectado à Internet, falando com seus amigos e compartilhando sua experiência de compra. Como diz Nadia: Be social, Be open (transparente) and Be captivating.
Fico imaginando o novo processo de compras do consumidor. O consumidor vê uma propaganda na TV, o celular “ouve” o anúncio ou programação trazendo o produto, o consumidor lê sobre o produto e coloca na “lista de desejos”, o consumidor vai até a loja física, “brinca” com um kiosk que o identificou assim que ele se aproximou e mostrou produtos e promoções especiais para ele. Então, o consumidor “brinca” com os produtos e é extremamente bem atendido pelo vendedor (que tem um tablet com acesso ao perfil do cliente e recomendações de atendimento e de produto para ele). O consumidor decide, de dentro da loja física, comprar o produto através do e-commerce no seu celular.
Este tipo de tecnologia e da aplicação da tecnologia irá revolucionar o varejo eletrônico e o varejo tradicional, trazendo grande eficiência operacional e aumento dos lucros. Ah, e mais importante ainda, esta tecnologia trará uma nova experiência ao consumidor, com muito mais qualidade e diversão.

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