segunda-feira, 28 de junho de 2021

Estilos de líder: Dissonante e Ressonante

 

Quando funcionários ficam inquietos, desatentos e desmotivados, acabam trabalhando com insegurança e, consequentemente, isso acarreta mal desempenho nas suas atividades de trabalho.

Muitas vezes, acontece quando os líderes criam dissonância, ou seja, não constroem empatia com sua equipe. Não conseguem aplicar e nem tentam corrigir ou acompanhar as emoções e os sentimentos em seus liderados. Daí nasce uma espécie de ansiedade ou aflição, a qual afeta a equipe, transformando-a num ponto alvo de inquietação que repercute na alteração da atenção. 

Dessa forma, cria-se uma força desagradável de fuga por parte da equipe, no sentido de evitar o líder. Esse afastamento conduz os liderados a realizar suas atividades com o mínimo de esforço possível. Fazem apenas o necessário. Trabalham o mínimo para que possam permanecer em suas funções.

Esse comportamento só tende a impactar negativamente a equipe, o que certamente afetará a imagem da empresa.

Afirma Goleman (2018) que a dissonância, em seu sentido musical original, transmite um som desagradável e áspero, tanto em termos humanos quanto musicais. A dissonância é a falta de harmonia. O líder dissonante produz na equipe a discrepância emocional, cujos membros têm a sensação de estar o tempo todo fora de tom.

Os líderes dissonantes possuem estilos: constrangedores, coagedores, irritadores, autoritários, e até mesmo são mal-humorados. O que denota algo doloroso, mesmo sem ter essa intenção. 

Esses líderes têm o poder de influenciar na desmotivação dos liderados, tornando-os emocionalmente com sintomas negativos, estressados, impacientes e amedrontados. 

Por outro lado, se o líder alimenta seu grupo de liderados com energia de otimismo e sempre demonstra fatores de climas agradáveis nas atividades de trabalho, automaticamente, cria-se a liderança de ressonância. 

Nesse sentido, no ambiente corporativo, o líder ressonante, preocupa-se em expandir relacionamentos positivos, inspirar e construir maneiras de apoiar a equipe para conquistar metas de engajamento. Com certeza, isso trará ótimos resultados, que impressionarão o comportamento emocional de seus seguidores.

As lideranças ressonantes são as que transformam o ambiente de trabalho num clima de interação, mobilizando seus liderados para aspectos de eficácia do sistema e de cumprimento de seus objetivos. 

Na realidade, esse estilo de líder é apaixonado pelo que faz. É entusiasta. Aplica sua inspiração e forte energia no grupo de trabalho, ressoando com segurança o tempo todo. Isso cria um sincronismo, ou seja, a equipe e o líder são unidos numa mesma ação.

Devido aos laços dos vínculos emocionais que são estabelecidos, líder e liderados se sentem no mesmo patamar de conforto recíproco. Porque suas ideias podem ser compartilhadas. Há interações e isso facilita a tomada de decisões. Essa conexão construída com solidez conduz o trabalho a ser bem mais agradável e perfeito.

O líder manifesta seus desejos e sentimentos com convicção, produzindo ressonância emocional, que são autênticos e que estão entrelaçados com seus valores pessoais. 

O líder ressonante desenvolve estímulos de influência positiva. Dirige sua equipe de forma mais confiante, transformando as pessoas propensas às novas mudanças e dispostas a se tornarem mais criativas. Assim, há o aumento do foco em suas atividades e, consequentemente, no desempenho no trabalho. Todos ganham com esse tipo de convivência. Melhoram sua qualidade de vida e se tornam mais felizes. 

 

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Água faz bem para o cérebro?


 Uma pesquisa publicada no periódico Sage concluiu que os ambientes aquáticos podem ajudar as pessoas a reduzir o estresse e melhorar o nível de felicidade. Segundo o European Centre for Environment and Human Health (ECEHH), quem vive ao longo da costa tende a ser mais feliz e saudável.

Além do benefício direto de uma redução na frequência cardíaca, experiências com ambientes de água aumentam o interesse, motivação e autopercepção positiva do humor.
Do ponto de vista neuroquímico, alguns estudos sugerem que simplesmente estar perto da água pode aumentar os níveis de neurotransmissores "agradáveis" (como a dopamina) e diminuir os níveis de hormônios do estresse (como o cortisol). A chamada "terapia oceânica" e o tempo gasto na prática de esportes como o surf podem desempenhar um papel positivo na redução dos sintomas do Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT).
Por fim, uma revisão sistemática de 50 estudos com metanálise avaliou os efeitos dos "ambientes azuis" na prática de atividade física, restauração físico-mental e interação social. Viver mais próximo desses espaços azuis se associou a níveis de atividade física significativamente mais elevados. E quanto maior o espaço azul dentro de uma determinada área geográfica, mais altos os níveis de restauração e atividade física praticados.

Referências: 
[1] Cracknell, D., White, M. P., Pahl, S., Nichols, W. J., & Depledge, M. H. (2016). Marine biota and psychological well-being: a preliminary examination of dose–response effects in an aquarium setting. Environment and behavior, 48(10), 1242-1269, 
[2] Georgiou, M., Morison, G., Smith, N., Tieges, Z., & Chastin, S. (2021). Mechanisms of Impact of Blue Spaces on Human Health: A Systematic Literature Review and Meta-Analysis. International journal of environmental research and public health, 18(5), 2486 e 
[3] White, M. P., Alcock, I., Wheeler, B. W., & Depledge, M. H. (2013). Coastal proximity, health and well-being: results from a longitudinal panel survey. Health & place, 23, 97-103.

Desmaio - baixa oxigenação do cérebro.


 Você já desmaiou alguma vez? Já perdeu a consciência? Ou, ao menos, teve a sensação iminente de desfalecimento, que tudo iria se apagar e desabaria no chão? Já viu alguém desmaiar na sua frente? Quem já passou pela sensação, sabe o medo que dá. Vulnerabilidade, perigo de se machucar seriamente, de não saber como agir ou até do pior.

Muita gente confunde, mas o desmaio dito verdadeiro se caracteriza por perda de consciência. Como se o cérebro realmente "desligasse". Vale aqui observar que o termo é apenas uma força de expressão e que o cérebro não desliga de fato. Ele pode diminuir sua atividade, ter algumas de suas regiões irreversivelmente danificadas mas, ao desmaiar, o cérebro continua funcionando, ao menos em parte.

Quando associamos os desmaios às lipotimias e pré-síncopes (escurecimento visual e mal-estar subjetivo sem necessariamente haver perda de consciência), os episódios podem atingir até um terço da população. Segundo especialistas, quanto maior a idade da pessoa que sofre o desmaio, mais necessária é a investigação médica. Especialmente a avaliação do coração.
Na grande maioria das vezes, a perda súbita de consciência está relacionada com uma baixa oxigenação do cérebro, que pode ser desencadeada por vários motivos, como emoções fortes e/ou distúrbios da atuação do sistema nervoso autônomo.

Referências: 
[1] Hatoum, T., & Sheldon, R. S. (2021). A Rational Evaluation of the Syncope Patient: Optimizing the Emergency Department Visit. Medicina, 57(6), 514, 
[2] Brignole, M., Moya, A., de Lange, F. J., Deharo, J. C., Elliott, P. M., Fanciulli, A., ... & van Dijk, J. G. (2018). 2018 ESC Guidelines for the diagnosis and management of syncope. European heart journal, 39(21), 1883-1948, 
[3] Van Dijk, J. G., Thijs, R. D., Benditt, D. G., & Wieling, W. (2009). A guide to disorders causing transient loss of consciousness: focus on syncope. Nature Reviews Neurology e 
[4] Brignole, M., & Benditt, D. G. (2020). Syncope. Springer International Publishing 

terça-feira, 22 de junho de 2021

Mensa - O clube de superdotados que reúne as cabeças mais brilhantes do mundo.


 Roland Berrill, um advogado australiano, e Lancelot Ware, um cientista inglês, fundaram a sociedade Mensa, em 1946. O objetivo deles era apenas reunir pessoas com mentes brilhantes e a única condição de ingresso no grupo era possuir um Quociente de Inteligência (QI) altíssimo. Ainda hoje o grupo existe e tornou-se internacional, totalizando 134 mil membros, espalhados por 100 países. No Brasil, existem mais de 1.400 integrantes, de acordo com o site da instituição. Quem deseja entrar para este seleto grupo deve provar que faz parte dos 2% da população superdotada no QI e, por isso, passa por um teste muito criterioso. 

A maior pontuação até hoje foi de 230, do matemático Terence Tao, que conquistou seu doutorado aos 21 anos. 

sexta-feira, 18 de junho de 2021

MBA em Gestão de Pessoas - turma 13 da Faculdade Pitágoras

13a. turma do curso de pós da Faculdade Pitágoras 

17junho2021 - Homenagem que recebi da turma do curso de pós da Faculdade Pitágoras. Um evento que os acadêmicos executaram com extrema maestria cuidando dos mínimos detalhes, contando com a presença de minha família e depoimentos dos grandes amigos.

Faço questão de agradecer nominalmente todos os envolvidos e em especial à amiga e prof. Moana Garcia pela emocionante homenagem.

Super obrigado, Delaine Vilela, Diego Armando, Diego Fernandes, Eduardo Souza, Elon Sobrinho, Isabela Machado, Juliano Martins, Karine do Carmo, Maria Clara Lopes, Monnylly Negreiros, Raíssa Gomes.



terça-feira, 15 de junho de 2021

O que é Inteligência Emocional?


 De acordo com a psicologia, inteligência emocional é a capacidade de identificar e lidar com as emoções e sentimentos pessoais e de outros indivíduos.

Um exemplo é a pessoa que consegue terminar suas tarefas e atingir suas metas, mesmo sentindo-se triste e ansiosa ao longo de um dia de trabalho.

Ou seja, é uma habilidade que permite que as pessoas gerenciem melhor seus sentimentos e a forma que agirão com base neles.

O que é ser uma pessoa inteligente?

Por anos, a medida da inteligência era dada exclusivamente pelo Quociente de Inteligência (QI) de uma pessoa.

No conceito de QI está, em linhas gerais, a habilidade de raciocinar, pensar problemas de forma abstrata, gerar soluções para assuntos complexos e aprender rapidamente.

Tudo isso se relaciona com o desenvolvimento cognitivo dos indivíduos.

Contudo, muitos estudiosos passaram a questionar essa teoria da inteligência única.

Em contraposição a essa corrente, Howard Gardner, elaborou a teoria das múltiplas inteligências na década de 80.

De acordo com o novo estudo, tanto Pelé como Einstein são exemplos de pessoas muito inteligentes.

Pelé se destaca na inteligência corporal-cinestésica, enquanto Einstein leva “nota 10” na inteligência lógica-matemática.

De acordo com Gardner, existem oito tipos de inteligência. São eles:

  1. Linguística: comunicação oral e escrita, lidar com palavras. Políticos, poetas e jornalistas costumam ser referência
  2. Musical: produz e diferencia sons, ritmos e timbres
  3. Lógica/Matemática: resolução de cálculos e problemas. Cientistas, acadêmicos e engenheiros são os destaques
  4. Visual/Espacial: visão do todo, 3D, reconhecimento especial. Pintores, fotógrafos e designers são exemplos de profissionais com essa inteligência bem desenvolvida
  5. Corporal/Cinestésica: não só os atletas a utilizam, mas também profissões como cirurgiões e artistas plásticos, pois devem fazer um uso racional de seu corpo ao exercer a profissão
  6. Interpessoal: auxilia na interpretação dos gestos e palavras na esfera social. Permite a empatia
  7. Intrapessoal: possibilita que possamos nos compreender e nos controlar internamente
  8. Naturalista: detecta e relaciona questões da natureza. Está ligada à sobrevivência do ser humano.

A inteligência emocional, da forma abordada por Daniel Goleman, que é considerado o pai desse conceito, está relacionada aos itens 6 e 7 da teoria de Gardner.

O que significa ter domínio de sua inteligência emocional?

Dominar sua inteligência emocional significa ser capaz de perceber suas emoções, saber nomeá-las, entendendo seus gatilhos, para, então, desenvolver formas de lidar com elas.

E elas são muitas.

Felicidade, raiva, angústia, medo, alívio, tédio… alguns estudos falam em 27 emoções, enquanto outros abrem esse leque para quase 50.

O grande desafio é que temos gerações de pessoas que cresceram sendo ensinadas a nomear tudo como tristeza, alegria, medo e raiva.

Assim, se a angústia decorrente de uma situação de conflito e contradição for taxada como tristeza, será difícil de dominar, pois o sentimento por trás é mais complexo. Pode até envolver a tristeza, mas não se limita a ela.

Ter a consciência das emoções existentes que se pode experimentar permite que você entenda também quais são os gatilhos de cada uma.

E, a partir disso, será possível desenvolver formas de lidar com elas.

Com o tempo, você percebe que está com mais jogo de cintura, que se tornou uma pessoa mais leve, otimista e que resolver problemas não é mais um fardo.

A partir desse momento, você terá domínio de sua inteligência emocional.

Principais características de pessoas com Inteligência Emocional

Daniel Goleman, ao atribuir 80% do sucesso das pessoas aos fatores relacionados à inteligência emocional, identificou cinco características principais entre aquelas que apresentam a habilidade.

São elas:

Autoconsciência

Pessoas que se conhecem.

Significa ter consciência de suas fortalezas, fraquezas e limitações.

Essas pessoas aprendem a explorar suas potencialidades e respeitam seus limites.

Automotivação

É algo interno.

Permite colocar os sentimentos a serviço de suas metas pessoais.

Perseverança, resiliência e iniciativa são características de pessoas automotivadas.

Reconhecimento das emoções em outras pessoas

Sentir o outro em um ambiente social, perceber suas dores e necessidades, ter empatia.

Isso requer habilidade e muito treino.

Controle emocional

Capacidade de lidar com situações adversas mantendo o controle e a segurança, de forma positiva e menos estressante.

Pessoas que conseguem barrar seus impulsos têm maiores chances de manter um controle emocional frequente.

Relacionamentos interpessoais

Interagir em ambiente social.

Estar emocionalmente disponível, ser persuasivo, influente e saber administrar conflitos.

Com quais dessas características você se identificou e quais acredita que precisa trabalhar mais a fundo?

Uma coisa é certa: todos podem evoluir e desenvolver a inteligência emocional.

Por que é importante desenvolver a inteligência emocional?

Se você ainda não se convenceu da importância do desenvolvimento da inteligência emocional, preste atenção neste tópico.

Ao pensar em liderança, muitos descrevem diversas características cognitivas (visão estratégica, raciocínio rápido, entre outras) e sempre acrescentam a palavra liderança inspiradora.

Para inspirar, um líder precisa mexer com as emoções. E isso pode ser um problema, tanto para si, como para sua equipe.

A grande questão é: como direcionar a sua emoção e as de outras pessoas habilmente para que todos possam ter uma performance superior?

Vamos mudar o contexto para chegarmos a um entendimento melhor.

Pense na educação de uma criança. Os pais são os líderes inspiradores, certo?

Da mesma forma, se você não souber lidar com suas emoções como pai/mãe, como conseguirá ensinar seus filhos a lidar com as emoções deles, para que se tornem adultos inteligentes emocionalmente?

Essas questões demonstram a importância de desenvolvermos a inteligência emocional diariamente, pois, como seres humanos, experimentamos diferentes emoções o tempo inteiro.

E, pior ainda, nossas emoções podem levar a um efeito em cadeia ao nosso redor.

Basta lembrar quando alguém que chega no escritório esbanjando raiva. Cada palavra e gesto refletem sua emoção, certo?

De repente, o clima no departamento fica ruim. Todos começam a tratar uns aos outros de forma raivosa, mas sem motivo aparente.

Lembre-se: sentimentos são contagiosos, para o bem e para o mal.

Portanto, a forma como reagimos a cada uma dessas emoções nos ajuda a alcançar nossos objetivos pessoais e profissionais.

E isso também permite que sejamos melhores líderes, desenvolvendo relacionamentos saudáveis, com uma vida mais equilibrada e feliz.

 

Inteligência Emocional no trabalho

Considere a seguinte situação: você vai apresentar um importante projeto de sua divisão de negócios para o vice-presidente global em uma hora.

Tecnicamente, está tudo impecável. Você revisou cada ponto com o time envolvido e estão todos de acordo e confiantes que o projeto será aprovado.

Você está muito satisfeito com o trabalho.

Então, resolve fazer uma pausa para um saborear um cafezinho. Ao chegar lá, encontra um grupo de colegas.

No meio da conversa, alguém faz uma brincadeira com você. Todos riem e seguem a conversa.

Contudo, algo naquela brincadeira mexeu com seu emocional. Você não consegue identificar o que aconteceu, mas isso o desestabiliza.

Sua confiança para apresentação vai embora e uma ansiedade sem fim toma conta de você.

A apresentação que parecia que estar perfeita, agora parece estar cheia de defeitos.

Você se torna o pânico em pessoa. E o cenário continua se deteriorando.

Na hora “H”, perante o VP global, você se enrola, não defende seu ponto de vista, não sustenta seus argumentos, nem sua construção lógica.

Até seu inglês impecável o deixa na mão. Tudo vai por água abaixo e seu projeto não é aprovado.

O que será que aconteceu? Qual gatilho emocional aquela brincadeira disparou? Quais emoções foram despertadas?

Uma pessoa com inteligência emocional saberia identificar a emoção que a brincadeira despertou.

E, ao perceber, usaria alguma técnica para contê-la naquele momento e poder continuar desempenhando seu papel na apresentação.

Existem diversas técnicas de PNL (Programação Neurolinguística), como a âncora, na qual a pessoa recorre a uma imagem positiva, que permite com ela restabeleça o controle emocional rapidamente.

Contudo, esse não foi o caso. E sua carreira pode ser prejudicada por episódios como esse.

Esse é um exemplo do ambiente profissional, mas, na vida pessoal, existem diversas outras situações similares que poderíamos contornar melhor com inteligência emocional.

7 dicas para você desenvolver a sua inteligência emocional.

Para lidar melhor com seu lado emocional e evitar ter sua carreira prejudicada por situações como a descrita no tópico anterior, tente praticar algumas das dicas a seguir.

Elas podem representar o ponto de partida para desenvolver a sua inteligência emocional.

1. Crie consciência sobre seu comportamento e suas reações

A melhor forma de criar consciência sobre si é se auto-observar. Esse é um exercício que deve ser diário.

Comece elencando os momentos de seu dia a dia que mais mexem com suas emoções.

A rotina diária para quem tem filhos pode ser desestabilizadora: frustração, raiva, sentimento de impotência, pouca valorização, esgotamento, enfim.

Reuniões semanais de equipe também podem causar impactos em você: sentimento de improdutividade, ciúmes entre membros, competição, entre outros.

Com essa lista pronta, entenda o que cada situação desperta e como você se sente antes e depois de cada evento.

É provável que perceba uma tendência a postergar cada vez mais aquilo que mexe negativamente com suas emoções, mesmo que sejam tarefas importantes para atingimento de suas metas.

E, paralelamente, irá perceber que costuma realizar mais rapidamente tudo o que é mais agradável emocionalmente.

Aos poucos, leve essa consciência para situações que fogem de sua rotina.

Isso é ainda mais desafiador, contudo, fundamental. Pare, observe e entenda como você reage e se comporta com as adversidades não rotineiras.

Esse exercício contínuo permitirá que você saia do automático e compreenda melhor como trabalhar sua inteligência emocional.

2. Domine suas emoções

Existem inúmeras técnicas.

Caberá a você colecioná-las em sua caixa de ferramentas pessoal e recorrer a elas nos momentos em que necessitar.

Uma forma de sair do automático e entender sua emoção naquele momento é dar um tempo para respirar profundamente.

Não é à toa que a respiração faz parte de processos de meditação e yoga.

Use o inspirar e expirar para se acalmar, voltar ao seu estado normal, tirar as emoções excessivas, permitindo que você retome sua capacidade de analisar a situação.

A raiva, por exemplo, é considerada uma emoção que produz reações físicas.

Ter uma bolinha para apertar nesses momentos pode ajudar a dominar esse sentimento.

Se tiver a possibilidade de se levantar e sair para dar uma volta pela empresa, pode ser uma alternativa.

Ao caminhar, você respira, deixa o corpo trabalhar as emoções físicas e pode, aos poucos, tentar entender seus sentimentos e como equilibrá-los.

O mindfulness (atenção plena) também é uma forma de lidar com suas emoções.

Essa técnica permite que você perceba, por meio da atenção plena, seu corpo e mente, em situações desafiadoras, permitindo regular suas emoções, criando um espaço mental.

3. Melhore a comunicação ao seu redor

Muitas vezes, as emoções vêm à tona simplesmente por interpretações erradas de uma situação.

Aprender a se expressar significa não só falar e gesticular bem, mas também perceber se seu interlocutor compreendeu o que foi falado.

Diversas equipes vivem em estresse emocional simplesmente porque a comunicação é truncada.

Uma dica valiosa para melhorar essa habilidade é colocar sentimento em sua fala: “Eu me senti desvalorizado quando você optou em apresentar o meu trabalho na reunião ao invés de permitir que eu mesmo apresentasse.”

4. Treine seu cérebro para pensar em respostas ao invés de reagir no automático

Quando você é agredido verbalmente por uma pessoa, seu impulso é rebater na mesma moeda?

Se sim, você está deixando seu inconsciente emocional e impulsivo tomar conta de suas ações.

Daniel Goleman classifica isso como o cérebro emocional, em contraposição ao cérebro pensante.

Com treino constante, você deve tentar controlar o impulso do cérebro emocional para permitir que o pensante entre em cena.

No contexto das empresas, uma dica de ouro é a seguinte: nunca responda um e-mail que desperte emoções logo após fazer sua leitura.

Espere alguns minutos, respire profundamente ou vá dar uma volta (olha a caixinha de ferramentas barrando o cérebro emocional) e só depois formule uma resposta.

Ao reagir no automático, nos colocamos em uma posição contrária à inteligência emocional.

5. Conheça suas forças, fraquezas e limites

Ao elencar suas forças, fraquezas e limites pessoais, você avançará em sua jornada de autoconhecimento.

Suas forças irão ajudar a não só equilibrar suas fraquezas, mas também a explorar oportunidades.

Reconhecer suas fraquezas permite que você aprenda a pedir ajuda, valorize o trabalho dos outros e enxergue como cada um complementa o outro em uma equipe.

Por fim, os limites vão sinalizar quais são seus pilares e valores inegociáveis.

Devem ser conhecidos e respeitados para evitar uma dissonância cognitiva.

Lembre-se: respeitar a si próprio é uma das principais formas de demonstrar inteligência emocional.

6. Exerça a empatia

Como a inteligência emocional se refere ao reconhecimento não só das nossas emoções, mas também dos outros, desenvolver empatia é fundamental.

Tentar compreender como o outro se sente e suas emoções desperta em cada pessoa a vontade de agir melhor.

Ser empático significa olhar menos para seus problemas e olhar para fora, enxergar quem está ao seu redor, com intuito de poder ajudar de verdade.

A empatia, quando bem trabalhada, gera conexão entre as pessoas.

Isso torna os ambientes de trabalho mais produtivos e as relações pessoais verdadeiras.

7. Torne-se resiliente

Problemas sempre existirão. Somos humanos e não vivemos em um mundo perfeito.

A boa notícia é que podemos lidar com eles, superar obstáculos e seguir em frente.

A resiliência irá lhe ajudar a lidar melhor com o estresse e as tensões do ambiente de trabalho.

A frase famosa de Bill Gates: é bom comemorar o sucesso, mas é mais importante prestar atenção às lições do fracasso”, ilustra bem a questão da importância da resiliência em nosso desenvolvimento pessoal.

Ao se tornar resiliente, as lições aprendidas em momentos difíceis irão propiciar que você ganhe musculatura emocional.

Conclusão

A inteligência emocional é, sem dúvida, determinante para o sucesso profissional e pessoal das pessoas.

No âmbito profissional, essa habilidade permite que você coloque a sua parte cognitiva para funcionar, estabeleça parcerias, crie um ambiente de trabalho positivo e uma mentalidade de crescimento coletivo.

No âmbito pessoal, você terá relacionamentos mais saudáveis, criará uma atmosfera de segurança emocional entre as pessoas queridas e educará seus filhos para serem adultos conscientes de si.

E o primeiro passo para ter acesso a tudo isso é entender que ela pode ser desenvolvida.

É uma jornada intensa, que durará sua vida inteira, mas que, com certeza, será recompensadora.

Ao se autoconhecer, você terá a possibilidade de viver uma vida mais leve, sem estresse e com melhores resultados.

 

Caso tenha gostado do tema e queira se aprofundar, conheça alguns livros de Daniel Goleman:

Vale conferir ainda obras de outros autores:

·       Inteligência Emocional: um guia prático – David Walton

·       Inteligência emocional com coaching: Um guia para uma vida abundante, com sucesso em todas as áreas – Joabe Machado

·       103 Pílulas de Inteligência Emocional: Um livro para lhe ajudar a desenvolver inteligência emocional em doses práticas – Clara Emilie Boeckmann Vieira

 

terça-feira, 8 de junho de 2021

O que o filme “Divertidamente” ensina sobre inteligência emocional


 Você já se perguntou o que passa na cabeça de uma pessoa para ter determinado comportamento? A mente humana sempre foi fonte de muita curiosidade e, para os leigos, ela é ainda mais misteriosa. Foi pensando em explorar conceitos científicos e psicológicos que a Pixar criou o filme Divertida Mente.

O longa, dirigido por Pete Docter, chegou às telonas em 2015, e conquistou o coração e a cabeça de muita gente. Vencedor do Oscar de Melhor Animação, Divertida Mente é um filme para crianças e adultos mergulharem no universo das emoções.

A história se passa dentro da cabeça da garotinha Riley, de onze anos, e também fora dela, com todas as questões que circundam sua vida e de sua família. Os personagens de Divertida Mente que ocupam a Sala de Comando da sua mente são as emoções Alegria, Tristeza, Medo, Nojinho e Raiva.

As emoções guiam Riley desde o seu nascimento, mas as coisas começam a ficar mais complexas quando a família se muda para uma nova cidade. É a partir dessa grande transformação que as emoções são colocadas à prova. 

A característica de cada emoção

Alegria

Alegria, em Divertida Mente, é o centro de todas as emoções. Ela sempre quer ver o lado positivo das situações e foi protagonista das principais memórias e traços de personalidade de Riley. Após o nascimento da menina, a Tristeza e o Medo aparecem.

Tristeza

Tristeza é descrita, desde o início, de maneira negativa e tomamos o partido da Alegria logo de cara. A Tristeza está sempre “arruinando” os momentos felizes de Riley e a Alegria tenta, a todo o custo, se livrar dela. A metáfora é poderosa e só descobrimos o real papel da Tristeza mais para o final do filme. Mas falaremos disso depois.

Medo

O terceiro a chegar na Sala de Comando foi o Medo. O papel dele é ser cauteloso e ficar sempre alerta para as situações que podem colocar Riley em perigo. O medo é essencial para a manutenção da vida.

Raiva

A personificação dessa emoção no filme é a de uma criaturinha vermelha que veste roupas sociais. Ele está sempre estressado e tenta lutar contra as injustiças do mundo, expelindo fogo pela cabeça quando alguma situação o tira do sério.

Nojo

Essa emoção não suporta brócolis e nem outro alimento ou situação que cause o mínimo de repulsa. A Nojinho, em Divertida Mente, envia sinais de alerta para que Riley se mantenha sempre saudável e integrada à sociedade.

As emoções e as memórias

O que significa “emoção” na psicologia

A Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional define “emoção” como a “responsável por gerar respostas e comportamentos que garantam a sobrevivência de uma pessoa diante de um estímulo externo, de modo proteger ou impulsionar o indivíduo para a realização de algo, as emoções fazem parte da vida humana.”

Na Sala de Controle, as 5 emoções tomam conta dessas respostas aos estímulos externos que Riley recebe. Essas repostas geradas pelas emoções criam memórias e são representadas no filme por pequenas esferas coloridas, onde cada cor representa a emoção que a criou.

Ou seja, todas as memórias que possuímos têm uma cor, uma emoção mãe que a gerou e, quando lembradas, podem gerar emoções diferentes. Por exemplo, Riley vivia em Minessotta e sempre se lembrava de seu primeiro gol praticando hockey com muita alegria. Ao se mudar para a nova cidade e ter perdido o contato com o esporte, a garota agora se recordava daquele momento com tristeza. As emoções consolidam as memórias, mas podem mudar de tom dependendo do contexto que nos encontramos no presente.

As emoções na criação da personalidade

Algumas memórias são mais importantes do que outras pois constroem muito mais do que lembranças, elas são a base de nossa personalidade. No filme, essas lembranças poderosas que constroem a personalidade são chamadas de “memórias-base”. A cada momento especial e importante para a criação de um traço específico de personalidade, uma nova “ilha” era criada na mente de Riley.

No filme, a garota de 11 anos construiu a Ilha da Família, a Ilha da Honestidade, a Ilha da Amizade, e assim por diante. A cada nova memória, uma nova ilha era criada ou alimentada pelas emoções que fazia surgir.  O hipocampo é a estrutura cerebral que converte memórias de curto em longo prazo, e é ela que realiza a função representada pelas “memórias-base” em “Divertida Mente”.

Terra da Imaginação

Essa é uma das ilhas mais fascinantes da mente de Riley e o lar de seu amigo imaginário Bing Bong, uma espécie de elefante em Divertida Mente, que se mistura a traços de golfinho, gato e outras características interessantes. A ilha tem castelos de princesas, casas em forma de nuvem, batatas-fritas gigantes e mais um monte de outros objetos e personagens criados pela mente da garota. É a partir desse mundo que, quando criança, Riley era convencida de que um chão de lava estava sob os seus pés quando, na verdade, era apenas um chão normal.

O filtro da imaginação é mais forte nas crianças. No decorrer do filme, acompanhamos Riley passando por situações diferentes e ingressando na puberdade. Por esse motivo, a Ilha da Imaginação começa a desmoronar e muitos de seus moradores vão para o esquecimento. 

O esquecimento

Algumas memórias precisam ser esquecidas com o passar dos anos. No filme, as memórias que não têm mais utilidade para o presente são jogadas num lixão. 

Pode parecer trágico, mas pense numa situação traumática ou banal que aconteceu há alguns anos. A função do cérebro é tentar apagá-las para que novas memórias sejam criadas a fim de processar outras emoções, informações e memórias-base.

Os sonhos e o sono

Os sonhos são controlados pelas memórias, emoções e o subconsciente de Riley. A criação dos sonhos é mostrada no filme como um estúdio de gravações onde eles são criados a partir das situações que o consciente captou quando Riley estava acordada, e também pelo que o subconsciente guarda.

Em seu estado consciente, a mente absorve informações e episódios reais que se fundem ao imaginário, fixando-as na memória. Neurocientistas explicam que, uma vez que consolida as lembranças, a mente desenha ligações entre diferentes eventos para construir a uma história. Disso, informações são cruzadas e misturadas a ponto de criarem os sonhos mais loucos.

Sigmund Freud, considerado o pai da psicanálise, afirma que a censura, nos sonhos, opera nos sistemas inconsciente e pré-consciente, ou seja, um fragmento não é distorcido ao acaso.

Também podemos fazer uma conexão entre o Trem do Pensamento e a insônia. Quando a Alegria e a Tristeza tentam acordar Riley através de um pesadelo e obtém sucesso, logo o Trem do Pensamento é acionado e a garota sai do estado de sono para o trabalho contínuo de seus pensamentos. É assim que a insônia aparece.

O papel da tristeza

A Alegria passa o filme todo tentando ignorar a Tristeza e reduzir cada vez mais o seu papel na vida de Riley. Mas o que a alegria não havia entendido ainda é que a Tristeza é necessária para compor a nossa memória, cognição, personalidade e experiências. 

Existe uma crítica profunda na relação entre a Alegria e a Tristeza, fundamentalmente relacionada à premissa imposta pela sociedade de que temos de ser felizes o tempo todo. Atualmente, as redes sociais refletem essa obrigação e compartilhamos apenas o lado bonito de nossas vidas.

Mas a vida não é feita somente de alegria. Sem a tristeza, não conseguimos enxergar a alegria. A tristeza nos ajuda a moldar quem somos e como reagimos às situações. Ela nos permite extravasar quando algo não está certo e é crucial no desenvolvimento da maturidade.

No fim, a Alegria entende que Riley não pode ser feliz o tempo todo e nem ter apenas memórias-base felizes construindo o seu eu. É aí que as duas emoções começam a trabalhar juntas, afinal, você também não se lembra de momentos felizes do seu passado com um pouquinho de melancolia? Isso acontece porque nada na vida é para sempre e tudo está em constante transformação.

Riley não mora mais em Minessotta e os momentos felizes que lá passou, hoje são lembrados com um misto de felicidade pelo que viveu, e tristeza por não poder mais viver aquele momento no seu dia a dia. Essa mistura é saudável pois ensina a recordar com felicidade e a compreender que mudanças são necessárias, mesmo que o presente pareça momentaneamente menos feliz que outrora.

Assistir Divertida Mente é confrontar as nossas próprias emoções. É entender que nada passa despercebido pelo nosso cérebro e que precisamos cultivar as emoções como se fossem grandes amigos. Quando essa relação acontece, o convívio com o nosso eu e com o mundo lá fora fica bem mais divertido.

 

sábado, 5 de junho de 2021

Envelhecimento cerebral

O envelhecimento normal é um fenômeno que pode ser facilmente, porém subjetivamente, "medido" pela idade cronológica, pela visualização de rugas na pele, cabelos brancos entre outras características à inspeção visual.
No entanto, quando falamos de envelhecimento cerebral, a neurociência já conseguiu determinar algumas ocorrências mais frequentes que podem sinalizar mais objetivamente um cérebro com "mais idade". Confira a seguir alguns desses achados.
1. Alargamento dos ventrículos cerebrais
2. Afinamento do córtex cerebral
3. Diminuição do peso global do cérebro (post-mortem)
4. Acúmulo de hiperintensidades na substância branca
5. Redução do número de células da glia
6. Degeneração da árvore dendrítica (poda sináptica)
7. Perda axonal de aproximadamente 30%
8. Alterações do funcionamento mitocondrial
9. Diminuição do metabolismo neuronal de glicose
10. Alterações da sinalização de cálcio e comprometimento da neurotransmissão
11. Redução das defesas antioxidantes e aumento das espécies reativas do oxigênio
12. Acúmulo de proteínas β-amiloide e tau
13. Declínio cognitivo, afetando principalmente o processamento de informações, memória, raciocínio e funções executivas
14. Desregulação emocional e redução do humor
Meu cérebro
Referências: 
[1] Cole, J. H., Marioni, R. E., Harris, S. E., & Deary, I. J. (2019). Brain age and other bodily ‘ages’: implications for neuropsychiatry. Molecular psychiatry, 24(2), 266-281, 
[2] Castelli, V., Benedetti, E., Antonosante, A., Catanesi, M., Pitari, G., Ippoliti, R., ... & d’Angelo, M. (2019). Neuronal cells rearrangement during aging and neurodegenerative disease: metabolism, oxidative stress and organelles dynamic. Frontiers in molecular neuroscience, 12, 132 e 
[3] Marner, L., Nyengaard, J. R., Tang, Y., & Pakkenberg, B. (2003). Marked loss of myelinated nerve fibers in the human brain with age. Journal of comparative neurology, 462(2), 144-152.

 

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