sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Resenha do Livro: Cirque du Soleil: A Reinvenção do Espetáculo


Lyn Heward é ex-presidente de conteúdo do Cirque du Soleil, que encanta platéias de todo o mundo há mais de vinte anos. No livro: Cirque du Soleil: A Reinvenção do Espetáculo, de Lyn Heward e Jonh U. Bancon,Editora Campus / Elsevier - 2006 ( 132 páginas), ele mergulha nesse universo repleto de magia, criatividade e inovação do Cirque para contar a história de Frank Castle, um agente esportivo que, cansado da monotonia de seu trabalho e buscando novos desafios em sua vida, descobre no Cirque um lugar mágico, onde ele pode exercitar toda a sua criatividade.
Através dessa viagem, Lyn e o escritor Jonh U. Bancon mostram o processo de criação e os bastidores do Cirque du Soleil, além de contar histórias de alguns dos profissionais que fazem parte deste império de entretenimento.
O livro, porém, vai mais longe ao provar que todos podemos ser criativos e que não existe receita certa para isso. No desenrolar da história, os personagens enumeram a diversidade de fatores que despertam a criatividade de cada um. Cirque du Soleil -A Reinvenção do Espetáculo, nos mostra como o processo criativo pode estar presente em tudo o que fizermos.
O Cirque du Soleil revolucionou a arte dos picadeiros, por isso é hoje um dos estudos de caso mais interessantes e discutidos no mundo, foco de pesquisas inclusive da Harvard Business School, por principalmente surpreender o espectador em todo o processo de seus espetáculos exuberantes. Na tenda principal não há serragens, mas piso de madeira; não há arquibancada de ripas, mas cadeiras de plástico; não há picadeiro, mas tablado que lembra uma semi-arena de teatro; não há trailer, mas contêiners.
Abandonou a estrutura convencional dos circos, tirando os animais de cena (eliminando assim uma das maiores despesas de um circo e também a mais controversa), mudou o foco para o público adulto (o que antes era uma diversão para crianças, se tornou uma paixão para os adultos) e baseou seus espetáculos na linguagem corporal, na sofisticação intelectual do teatro e do balé e na utilização de tecnologia. Ao fazer isso, o Cirque reinventou o modelo de preços das entradas, trabalhando o valor das mesmas.
Além disso, possui uma estrutura profissional e empresarial muito eficiente (um negócio que se transformou em uma grande corporação). Para se ter uma idéia, conta com engenheiros e calculistas que chegam ao exagero de conseguir uma inclinação de 1% no asfalto para melhorar a visão do palco. Trabalha com plano de carreira para artistas recrutados em dezenas de países. E estabelece parcerias com mega-empresas como a MGM Hotels e a Disney, para o financiamento de seus grandes espetáculos.
Com Cirque de Soleil o que mais se aprende é saber trabalhar bem em equipe, principalmente em um ambiente onde se lida com variáveis aparentemente antagônicas como: arte, estratégia, criatividade, disciplina e diversidade. Mesmo com a grande diversidade de pessoas mostra que é possível, através de uma perfeita sincronia, atingir seus objetivos e superar os desafios do dia-a-dia. Lá todos os artistas são atores principais em seus números, mas atuam como coadjuvantes importantes nos números dos colegas.
E duas grandes lições sobre a empregabilidade que se pode tirar da performance dos artistas deste grande circo são que: todo profissional deve encontrar uma razão do seu trabalho existir, pois só assim sentirá orgulho do que faz... e é preciso sempre ter comprometimento em reinventar a si mesmo sem ter medo de quebrar o pescoço, pois a inovação é o que mais encanta o seu público.

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