terça-feira, 29 de julho de 2014

Psicologia da Gestalt


Gestalt é um substantivo de origem alemã, pelo que se deve sempre escrever com maiúscula. Embora se possa traduzir por forma ou configuração, é hábito manter-se o termo original pelo fato de a língua portuguesa não ter um equivalente exato.
A psicologia da Gestalt é uma corrente da psicologia moderna, que surgiu em meados do século XX na Alemanha pela mão de teóricos como Max Wertheimer, Wolfgang Köhler, Kurt Koffka e Kurt Lewin.
Esta doutrina sustenta que a mente configura, através de diversas leis, os elementos que chegam a ela mediante a percepção ou a memória (a inteligência). A psicologia da Gestalt afirma que o todo é mais do que a soma das suas partes.
Entre as principais leis anunciadas pela corrente Gestalt, destacam-se a lei da pregnância (a tendência da experiência perceptiva em adaptar as formas mais simples possíveis), a lei do fechamento (a mente acrescenta os elementos em falta para completar uma figura), a lei da semelhança (a mente agrupa os elementos similares numa só entidade), a lei da proximidade (o agrupamento parcial ou sequencial de elementos, com base na distância), a lei da segregação ou simetria (ao longe, as imagens simétricas são captadas como sendo um único elemento) e a lei da continuidade (os detalhes que mantêm um padrão ou uma direção tendem a ser reunidos, como fazendo parte de um modelo).
Convém fazer a distinção entre a psicologia da Gestalt e a Terapia Gestalt, que pertence à psicologia humanista e que se caracteriza pela sua intenção de desenvolver o potencial humano.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Como ativar sua criatividade


A criatividade é elemento essencial para a vida, não só para quem trabalha diretamente com o exercício criativo, mas também para gerar novas ideias, colocar nossos planos em ação, lidar melhor com os desafios. É ou não é?
Uma das qualidades mais desejadas na atualidade, a criatividade acabou ganhando ares de mistério como se fosse um dom para poucos gênios, mas é simples, muito simples. Ela é a capacidade de criar, de trazer algo novo ao mundo: novas formas, soluções, inspirações, cores, novos caminhos e jeitos de ver. Pode estar presente em grandes trabalhos ou num modo diferente que você organiza as coisas, numa grande descoberta ou nas pequenas mudanças que conseguimos inventar. A criatividade é elemento essencial para a vida, não só para quem trabalha diretamente com o exercício criativo, mas também para gerar novas ideias, colocar nossos planos em ação, lidar melhor com os desafios. É ou não é?
Então, aqui vão algumas dicas para alimentar a sua criatividade no dia-a-dia:

1. Saia do lugar comum
O que a criatividade mais ama? Realizar o incomum! Para criar algo novo, é preciso sair da zona de conforto. Permita-se conhecer novos lugares, novas pessoas, outros olhares. Beba em outras fontes: visite blogs que tratem de assuntos diferentes do que você costuma ler, participe de eventos culturais, tente outras formas de fazer as mesmas coisas. Experimente!2. Relaxe a mente

2. Relaxe a mente
Tem horas em que ficar martelando na mesma ideia nos rouba mesmo a inspiração para criar. Faça pausas e seu cérebro agradecerá! Tome um chá, folheie uma revista, converse. Deixe a mente respirar um pouco, depois você vai retornar com muito mais energia.

3. O bom e velho caderninho
Tenha um caderninho sempre à mão e registre o que quer que passe pela sua cabeça. Trechos de poemas, uma música, o título de um livro, um lembrete. Mais adiante, esse caderno pode ser um tesouro de referências para você consultar quando der um branco.

4. Não copie, inspire-se
Não tem coisa mais frustrante para a criatividade do que você sair copiando o que já foi feito por aí. Tudo bem, num mundo com tanta variedade e tanta informação é difícil “inventar a roda” todos os dias, porém… Copiar, além de desrespeitar a obra alheia, abafa o seu processo criativo. Inspirar-se? Sim. Para construir algo novo a partir disso. Topa o desafio?

5. Crie por meios diversos
Coloque a criatividade para trabalhar em mais campos de sua vida e em atividades diferentes daquilo que já é rotineiro para você. Escreva, dance, pinte, cozinhe, cante, enfim. Envolva sua vida num clima de exercício criativo, assim você não vai enferrujar!

6. Olhar de criança
Sabe aquela curiosidade das crianças? Observe desconhecidos, pergunte mais, imagine como seria se você fizesse de outro jeito. Com esse olhar é que a gente abre espaço para o novo entrar.
Comece a exercitar agora mesmo e mantenha a luz da criatividade acesa! Não deixe para depois, comece hoje. Prontidão é um dos principais combustíveis para a energia criativa.
E você, que dicas tem para dar? O que alimenta e ativa a sua criatividade? Conta pra mim! Quero ver você nos comentários aqui embaixo.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Você já "pleonasmou" hoje?


 Autor: "Anônimo Desconhecido"
(Já  vai o  primeiro  pleonasmo)

Atire a primeira pedra quem nunca "pleonasmou"...

Todos os portugueses (ou quase todos) sofrem de “pleonasmite”, uma doença congênita para a qual não se conhecem nem vacinas nem antibióticos. Não tem cura, mas também não mata. Mas, quando não é controlada, chateia (e bastante) quem convive com o paciente.
O sintoma desta doença é a verbalização de pleonasmos (ou redundâncias) que, com o objetivo de reforçar uma ideia, acabam por lhe conferir um sentido quase sempre patético.
Definição confusa? Aqui vão quatro exemplos óbvios: “Subir para cima”, “descer para baixo”, “entrar para dentro” e “sair para fora”.
Já se reconhece como paciente de pleonasmite? Ou ainda está em fase de negação? Olhe que há muita gente que leva uma vida a pleonasmar sem se aperceber que pleonasma a toda a hora.
Vai dizer-me que nunca “recordou o passado”? Ou que nunca está atento aos “pequenos detalhes”? E que nunca partiu uma laranja em“metades iguais”? Ou que nunca deu os “sentidos pêsames” à “viúva do falecido”?
Atenção que o que estou dizendo não é apenas a minha “opinião pessoal”. Baseio-me em “fatos reais” para lhe dar este “aviso prévio” de que esta “doença má” atinge “todos sem exceção”.
O contágio da pleonasmite ocorre em qualquer lado. Na rua, há lojas que o aliciam com “ofertas gratuitas”. E agências de viagens que anunciam férias em “cidades do mundo”. No local de trabalho, o seu chefe pede-lhe um “acabamento final” naquele projeto. Tudo para evitar “surpresas inesperadas” por parte do cliente. E quando tem uma discussão mais acesa com a sua cara metade, diga lá que às vezes não tem vontade de “gritar alto”: “Cala a boca!”?
O que vale é que depois fazem as pazes e vão ao cinema ver aquele filme que “estreia pela primeira vez”.
E se pensa que por estar fechado em casa ficará a salvo da pleonasmite, tenho más notícias para você. Porque a televisão é, de “certeza absoluta”, a“principal protagonista” da propagação desse vírus.
Logo à noite, experimente ligar o telejornal e “verá com os seus próprios olhos” a pleonasmite em direto no pequeno ecrã. Um jornalista vai dizer que a floresta “arde em chamas”. Um treinador de futebol queixar-se-á dos “elos de ligação” entre a defesa e o ataque. Um governante dirá que gere bem o “erário público”. Um ministro anunciará o reforço das “relações bilaterais entre dois países”. E um qualquer “político da nação” vai pedir um “consenso geral” para sairmos juntos desta crise.
E por falar em crise! Quer apostar que a próxima manifestação vai juntar uma “multidão de pessoas”?

Ao contrário de outras doenças, a pleonasmite não causa “dores desconfortáveis” nem “hemorragias de sangue”. E por isso podemos“viver a vida” com um “sorriso nos lábios”. Porque um Angolano a pleonasmar, está nas suas sete quintas. Ou, em termos mais técnicos, no seu “habitat natural”.
Mas como lhe disse no início, o descontrole da pleonasmite pode ser chato para os que o rodeiam e nocivo para a sua reputação. Os outros podem vê-lo como um redundante que só diz banalidades. Por isso, tente cortar aqui e ali um e outro pleonasmo. Vai ver que não custa nada. E “já agora” siga o meu conselho: não “adie para depois” e comece ainda hoje a “encarar de frente” a pleonasmite!
Ou então esqueça este texto. Porque afinal de contas eu posso estar só“maluco da cabeça”....

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Barão de Itararé


  “Não é triste mudar de ideias, triste é não ter ideias para mudar.”

Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly
Uma das frases antológicas de Barão de Itararé, criador do jornal “A Manha”, o Barão ridicularizava ricos, classe média e pobres. Não perdoava ninguém, sobretudo políticos, donos de jornal e intelectuais.  
Ele não era barão, é claro. Mas deu-se o título de nobre e nobre se tornou.
O primeiro nobre do humor no Brasil. Debochava de tudo e de todos e costumava dizer que, “quando pobre come frango, um dos dois
está doente”.
Ele é um dos inventores do contra-politicamente correto. 
Há muito que o gaúcho Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé (1895-1971) merecia uma biografia mais detida.
Em 2003, o filósofo Leandro Konder lançou  “Barão de Itararé — O Humorista da Democracia” (Brasiliense, 72 páginas).
O texto de Konder é muito bom, mas, como é uma biografia reduzida, não dá conta inteiramente do personagem, uma espécie de Karl Kraus menos filosófico, mas igualmente cáustico. 
Quatro anos depois, o jornalista Mouzar Benedito lançou o
Opúsculo “Barão de Itararé— Herói de Três Séculos (Expressão Popular, 104 páginas).
É ótimo, como o livrinho de Konder, mas lacunar.
No final,  há uma coletânea das melhores máximas do humorista, que dizia:

O que se leva desta vida é a vida que a gente leva.

O uísque é uma cachaça metida a besta.

A criança diz o que faz, o velho diz o que fez e o idiota o que vai fazer.

Os homens nascem iguais, mas no dia seguinte já são diferentes.

Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.

A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.

Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.

Mantenha a cabeça fria, se quiser ideias frescas.

O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro.

Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.

Neurastenia é doença de gente rica.  Pobre neurastênico é malcriado.

De onde menos se espera, daí é que não sai nada.

Quem empresta, adeus.

Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.

O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro. 

Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.

A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.

Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.

Precisa-se de uma boa datilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser datilógrafa.

O fígado faz muito mal à bebida.

O casamento é uma tragédia em dois atos: um civil e um religioso. 

A alma humana, é como os bolsos da batina de padre, tem mistérios
insondáveis.

Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam. Não é bonito, nem rima, mas é profundo…

Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está.

Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria,  procure em outra!

Devo tanto que, se eu chamar alguém de “meu bem”, o banco toma!

Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta…

Tempo é dinheiro. Paguemos, portanto, as nossas dívidas com o tempo.

As duas cobras que estão no anel do médico significam que o médico cobra duas vezes, isto é, se cura, cobra, e se mata, cobra.

O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato. 

Em todas as famílias há sempre um imbecil. É horrível, portanto, a situação do filho único.

Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados.  

Quem não muda de caminho é trem.

A moral dos políticos é como elevador:  sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele.

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