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segunda-feira, 11 de março de 2024

Neuroaprendizagem


Neuroaprendizagem é a aprendizagem captada pelo cérebro. Ou seja, são todos os conhecimentos adquiridos de forma cognitiva, como a linguagem, memória, foco atencional, abstração, planejamento, flexibilidade mental, tomada de decisão, entre outros.

Como funciona o processo de aprendizagem no cérebro?

As informações estocadas em diversas áreas do cérebro são acessadas através das inúmeras conexões neurais que temos, de forma conjunta. Um exemplo legal é fazer uma comparação com uma orquestra.

O aprendizado é sempre mental e corporal, e são desenvolvidos através do movimento, ciclos de atenção, alimentação e plasticidade cerebral, que é a capacidade de mudança e estrutura de acordo com experiências vividas.

Você já ouviu falar sobre Lifelong Learning?
Então, temos várias fases ao longo da vida, porém, geralmente, o estudo é mais incentivado quando criança e início da vida adulta. E estudos comprovam que a continuidade no processo de aprendizagem é muito saudável para nossa saúde mental.

O termo Lifelong Learning significa aprendizagem ao longo da vida e representa a necessidade de aprender e estimula o aprendizado de forma voluntária, proativa e permanente, seja no desenvolvimento pessoal, quanto no profissional. E isso está totalmente relacionado a Neuroaprendizagem.
Então, vamos entrar mais afundo neste assunto!

A Neuroaprendizagem possui três principais aspectos:

Intenção
Quais são as razões que me motivam a investir tempo e energia para aprender algo?
Quando vamos aprender sobre algo, primeiro devemos nos perguntar: “Estou aprendendo porque preciso ou porque quero?”
Quanto mais entendemos a importância de tal estudo, aumentamos o nosso interesse e, consequentemente, a nossa aplicação. Por isso, fica a dica quando for aprender algo novo, pense no principal benefício deste novo aprendizado.

Atenção
Minha atenção está dedicada durante o contato com o novo conhecimento?
Nesta etapa, é muito importante que se tenha foco atencional. A atenção a várias tarefas ao mesmo tempo, faz com que o cérebro receba muitos estímulos e isto prejudica a retenção e processamento da nova informação que está chegando. Uma dica bacana é identificar tudo aquilo que pode tirar a sua atenção e tomar algumas medidas para que isso não aconteça. Por exemplo, deixar o celular mais afastado, caso ele seja um fator de distração.

Memória
Será que conseguirei guardar os novos conhecimentos e relembrá-los depois?
Quando recebemos uma informação e colocamos atenção sobre ela, ela passa automaticamente para nossa memória.
Ao ler isto, você pode pensar: “Nossa, mas eu prestei tanta atenção e não consigo lembrar de nada!”. Talvez o seu “hd” esteja cheio. Sim, a nossa capacidade de memória é finita e pode ser comparada a uma capacidade de memória de um smartphone. Por isso, uma boa noite de sono é importante no processo de memorização. É o momento em que as lembranças são consolidadas.

Como aplicar no dia a dia.

Para estudos:
Para conseguir memorizar mais facilmente um conteúdo, é necessário passar a informação da memória de curto prazo para a de longo prazo. Para isso, você pode utilizar a técnica da repetição que, basicamente, é repetir o estudo várias vezes. Mas não é apenas repetir o conteúdo, você tem que estudá-lo e digerir as informações detalhadamente. Após isso e também fazer uma revisão final, você pode utilizar uma técnica muito interessante: a técnica do questionamento elaborativo, que consiste em você mesmo simular perguntas (e responder) sobre o tema estudado.

Para ensinar:

A forma mais eficaz de passar um conteúdo de forma relevante para quem for aprender é utilizando a conexão. Pessoas que se identificam com exemplos, analogias e até mesmo façam conexões emocionais, são as que mais guardam as informações.  Esses eventos provocam mudanças significativas no cérebro e isso gera mais possibilidades de aprender.
 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Aprendizagem e Memória



O cérebro é um órgão extremamente adaptável. E a capacidade de se adaptar aos mais diversos estímulos é na verdade um espectro de algumas de suas habilidades mais importantes: aprender e memorizar.

Baseado na avaliação dos riscos e recompensas, o cérebro dirige sua atenção, toma decisões e gera seus arquivos mentais. Com isso, o comportamento vai ficando cada vez mais lapidado em um determinado meio.
Portanto, aprendizagem e memória estão ligadas ao futuro da nossa relação com o ambiente que nos cerca. Cuidar do cérebro e dessas habilidades cognitivas garante não só a sobrevivência, mas o futuro que tanto desejamos.

Referência: Arias-Carrión, O., Stamelou, M., Murillo-Rodríguez, E., Menéndez-González, M., & Pöppel, E. (2010). Dopaminergic reward system: a short integrative review. International Archives of Medicine, 3(1), 24.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Repetição Espaçada … memorizar e aprender mais rápido


 Um aprendizado ativo com repetições espaçadas reduz o esquecimento e aumenta a velocidade da aprendizagem!

Curva do Esquecimento

Como o aprendizado é afetado pelo conhecimento e compreensão anteriores?
Em 1885 o filósofo Hermann Ebbinghaus buscava responder essa pergunta …

·       A resposta a essa pergunta resultou na famosa Curva do Esquecimento que mostra como as informações são perdidas ao longo do tempo quando não há tentativa de retê-las na memória de longo prazo.

·       A maior parte do esquecimento se produz nos primeiros momentos logo após o processo de aprendizagem … a decadência é significativa durante a primeira hora … após 20 minutos retemos 58% das informações (o declínio mais acentuado!) … em 1 hora a retenção cai para 44% … em 24 h para 33% … após 24 h a curva fica nivelada … caso não haja uma revisão, após 1 mês, restará apenas 20% de informação retida.

·       A velocidade do esquecimento depende de vários fatores, tais como, dificuldade, significância do assunto, forma de representação, fatores fisiológicos, como estresse e sono … esse esquecimento não é por falta de qualidade da leitura … ele é normal! … se não reutilizamos as informações, o nosso cérebro “deleta” ou “perde o acesso”.

·       A repetição no aprendizado aumenta o intervalo ideal antes da próxima repetição ser necessária … retenções quase perfeitas podem exigir repetições iniciais diárias, mas depois podem ser feitas depois de anos. 

·       aprendizado mais ativo inteligente reduz o esquecimento …leitura ativa, anotaçõesresumosmnemônicosmapas mentaismapas conceituais e prática deliberada 

Qual a vantagem do Esquecimento?

O esquecimento fisiológico da memória a faz mais adaptativa, eficiente, econômica, gerenciável, organizada e segura.

·       Pesquisas revelam que apagar informações irrelevantes ajuda o cérebro a se concentrar em aspectos mais importantes e que possam ajudar na tomada de decisões do dia a dia. 

·       Lembrar e Esquecer são os dois lados de uma mesma moeda … lembrar é como avisamos para o nosso cérebro o que é importante e esquecer é a maneira como nosso cérebro seleciona as memórias mais importantes.

·       Se lembrássemos de tudo o que já ouvimos ou vimos, nossa memória seria um grande emaranhado de informações inúteis e dispensáveis, atrapalhando a atividade cognitiva.

·       O fato de esquecermos determinados eventos, em especial aqueles de menor relevância, proporciona uma grande economia cognitiva.

·       O esquecimento denota que o nosso sistema de memória é adaptativo … retém apenas as informações mais relevantes para agir sobre o meio.   

A memória diz respeito a retenção e recordação, a retenção é como escrever e a recordação é como reler o que foi escrito. 

 Repetições Espaçadas para reduzir o Esquecimento

De uma forma geral existem 2 categorias de métodos para aumentar a memorização: melhor representação na memória (mnemônicos ) e  repetição espaçada.

·       Distribuir a aprendizagem ao longo de vários dias, de forma espaçada.

·       A revisão e repetição do aprendizado é fundamental já que reduz o esquecimento das informações 

·       Não se pode deixar passar muito tempo para recordar, caso contrário a informação será apagada da memória de longo prazo e você terá que recomeçar do zero.

·       A releitura é um método adequado para fazer exercícios de “ repetição espaçada” quando se passou um tempo significativo após a leitura de um bloco de informação.

·       Continuar o estudo quando você já entendeu bem o material é chamado de sobre aprendizagem … você precisa cuidar para não exagerar na repetição da sobre aprendizagem para não desperdiçar o seu tempo.

 Repetição Espaçada

Para transferirmos informações da memória de curto prazo para a memória de longo prazo e recuperá-las quando necessário, é necessário tempo e prática … uma forma de fazer isso é usar a técnica de “repetição espaçada” … repetir o que você deseja reter (palavra, problemaconceito, etc) de forma espaçada, por alguns dias.

·       Entender e compreender não são suficientes para criar blocos na memória de longo prazo, é necessário praticar.

·       Quando você se dedica a entender um determinado assunto, são criadas conexões entre traços de memória, ainda fracas.

·       Quando você pratica e vê o bloco de informação em mais contextos ele fica mais forte na sua mente.

·       Quanto mais você pratica você “enraíza” o bloco, torna-lo sólido e inserido na memória de longo prazo.

·       Diante disso é importante na fase inicial do aprendizado, reforçar o padrão de aprendizado para que ele não desapareça da sua memória de longo prazo.

·       A repetição espaçada é um método recomendado para fazer isso.

 O desafio de repetir e praticar é que isso pode ser enfadonho. No entanto não é possível aprender sem repetição.

 Porque a repetição grava o aprendizado na memória de longo prazo?

A “Repetição Espaçada” constrói estruturas neurais mais fortes ao repeti-las ao longo de vários dias. Prolongar a prática de repetir o que você deseja reter por alguns dias faz a diferença.

·       Experiências demonstram que a prática de repetição espaçada por alguns dias é muito mais efetiva do que se você repetir várias vezes durante um único dia – você pode constatar isso quando deixa para estudar apenas na véspera das provas e poucos dias depois já esquecemos tudo.

 

Repetição Espaçada.

A Repetição Espaçada é a técnica de repetir o que você deseja reter (palavra, problemaconceito, etc) de forma espaçada, por alguns dias … trabalhar o “objeto do aprendizado” diversas vezes em diferentes perspectivas, para que possa ser tratado de forma mais profunda em diferentes momentos … isso exige saber reconhecer e aplicar a melhor técnica cognitiva para as diferentes situações.

·       O nosso cérebro esquece rápido e uma de suas características fundamentais é a plasticidade, que é a capacidade de se renovar e gerar novos neurônios … jogar fora o que não está em uso e criar novas conexões.

·       Diante disso, para não esquecermos uma informação, precisamos repeti-la até que ela seja gravada na nossa memória de longo prazo.

·       Um aprendizado ativo que passa por um processo de repetições espaçadas reduz o esquecimento e aumenta a velocidade e qualidade da aprendizagem.

·       repetições espaçadas constroem estruturas neurais mais fortes ao repeti-las ao longo de vários ciclos e dias. 

·       O desafio de repetir e praticar é que isso pode ser enfadonho … no entanto não é possível aprender sem repetição.

·       Uma boa prática é saber configurar repetições espaçadas usando diferentes ferramentas de aprendizagem, apropriadas para as diferentes situações da jornada de aprendizagem.

 Reler x Relembrar

A releitura é um método adequado para fazer exercícios de “ repetição espaçada” quando se passou um tempo significativo após a leitura de um bloco de informação.

·       Recordar é uma das ferramentas mais eficientes para o aprendizado; é muito mais eficaz do que reler; demanda muito mais concentração da atenção.

·       A simples leitura pode dar a ilusão de competência.

·       O melhor tipo de auto teste é recordar, “fechar o livro” e tentar se lembrar do que leu; quando recordamos exigimos concentração do cérebro

·       Praticar problemas e conceitos em uma variedade de situações ajuda a construir blocos enraizados e com riqueza conceitual;

 

Dopamina: o que é e para que serve?

Dopamina: o que é

A dopamina é um neurotransmissor do sistema nervoso central que desempenha várias funções nas pessoas e em outros animais. Se tratar de uma molécula diminuta que é composta por 22 átomos, sendo produzida por menos de 1% dos neurônios. Quando à localização desse neurotransmissor, se encontra na substância negra do mesencéfalo e na área pré-frontal do mesmo. A área pré-frontal do cérebro se encarrega de levar quase todos os cálculos executivos, assim como de controlar os impulsos. Se afirma que, quando existem poucas moléculas e se vão degradando na substância negra do cérebro, é quando podem surgir doenças como mal de Parkinson e que, quando uma quantidade inadequada de dopamina na área pré-frontal, isso pode contribuir para a aparição de esquizofrenia e psicose. Ao longo do tempo, a dopamina foi considerada como o centro de prazer, uma vez que se encarrega de regular a motivação e o desejo, assim como induzir a vontade de repetir condutas que foram positivas e beneficiosas para a pessoa.
 

Dopamina: para que serve

Entre as funções principais relacionadas com a dopamina, se encontram as seguintes:
·     Regula a memória. Os níveis adequados de dopamina no córtex pré-frontal aumentam a capacidade de memória a curto prazo. Tanto se aumentam de forma exponencial como se diminuem os níveis de dopamina, a memória é afetada de forma direta e, por isso, piorará. 
·     Regula o movimento. Uns níveis adequados de dopamina no cérebro regulam e controlam os movimentos do corpo. Quando existe uma deficiência de dopamina, os movimentos que a pessoa leva a cabo são descoordenados e mais lentos. Quando existe um excesso nos níveis de dopamina, o corpo tende a realizar movimentos desnecessários, sendo por isso que costumam aparecer os tiques de forma repetitiva. Daí a relação importante com o mal de Parkinson.
·     Sistema de recompensa e prazer. Se encarrega de regular o prazer no cérebro através do sistema límbico. Quando se experienciam situações agradáveis, a secreção de dopamina aumenta, pelo que se busca cada vez mais o que é prazeroso e agradável. 
·     Regula a atenção. Um nível ótimo de dopamina no cérebro ajuda a melhorar consideravelmente a atenção e concentração. Contudo, um nível baixo desse neurotransmissor no cérebro pode influir no aparecimento de um transtorno como o de Défice de Atenção (TDA). 
·     Regula o sonho. Foi descoberto que a dopamina tem uma função na glândula pineal, a qual se encarrega de regular o ritmo circadiano. Os receptores desse neurotransmissor atuam inibindo a ação da noradrenalina, regulando a melatonina. 
·     Cognição. A dopamina se encarrega de controlar o fluxo de informação nos lóbulos frontais do cérebro. Quando existe um mau equilíbrio nos níveis de dopamina nessa zona so cérebro, as funções cognitivas pioram. 
·     Estado de humor. A dopamina está relacionada com o bem-estar emocional das pessoas. Um desequilíbrio nos níveis da substância pode dar lugar à aparição de alguns transtornos como depressão, transtorno bipolar, entre outros.
 

Como elevar os níveis de dopamina

O nosso estilo de vida influencia de forma direta a quantidade de dopamina que o nosso corpo produz. Quando vivemos demasiado estressados, abusamos de algumas substâncias tóxicas e temos pouca atividade física e mental, os nossos níveis de dopamina diminuem de forma drástica. Em seguida, te indicamos alguns conselhos para que você possa elevar os seus níveis de dopamina de forma natural. 
·     Fazer exercício. Como sabemos, a atividade física é muito importante para o bem-estar, não só físico como também emocional, uma vez que contribui para a produção de novas células. 
·     Desintoxicar o corpo. É necessário deixar o consumo de substâncias tóxicas como o tabaco, o álcool e o consumo de açúcar em excesso, já que reduzem consideravelmente os níveis de dopamina. Se recomenda o consumo de mais frutas e verduras, assim como uma diminuição da ingestão de estimulantes como o café. 
·     Meditação. Praticar meditação tem muitos benefícios, não só ajuda a acalmar a mente e a reduzir os níveis de estresse e ansiedade, como também regula os níveis de dopamina no nosso cérebro. 
·     Escutar música. Foi provado que escutar música agradável ajuda a ativar os centros de prazer e faz com que o nosso cérebro libere mais dopamina, produzindo assim uma maior sensação de prazer e bem-estar emocional. 
·     Explore a sua criatividade. Atrever-se a fazer coisas novas e creativas aumenta a nossa sensação de prazer e bem-estar, uma vez que nos faz sentir satisfeitos com nós mesmos e mais motivados.
 

Bibliografia

·     Mandal, A. M. (2018, 23 agosto). Las funciones de la dopamina. Acessado em 22 de fevereiro, 2019. Disponível em: https://www.news-medical.net/health/Dopamine-Functions-(Spanish).aspx
·     Vargas-Barahona, L. M. (2007). Enfermedad de Parkinson y la Dopamina. BUN Synapsis, 2(2), 11-15.
·     Bahena-Trujillo, R., Flores, G., & Arias-Montaño, J. A. (2000). Dopamina: síntesis, liberación y receptores en el Sistema Nervioso Central. Revista Biomédica, 11(1), 39-60.
 

Memória


 memória é o que permite a aprendizagem pois é através da memória que os conhecimentos se consolidam. E só o que aprendemos com a memória, nos possibilita aprender coisas novas (aumentando assim o nosso conhecimento).

Podemos definir memória como o processo cognitivo que inclui, consolida e recupera, toda a informação que aprendemos.

A memória é a função mental que permite reter a informação, ou seja, aprender;

É um sistema de armazenamento que permite reter a informação aprendida e permite evocar essa mesma informação, isto é, permite lembrar de informação retida anteriormente, mas a sua representação na memória não é uma reprodução fiel.

Sem memória como já disse é impossível aprender. 

Acima de tudo a memória é extremamente importante pois é o que nos dá a continuidade do presente e que nos permite manter uma conversa e dar continuidade ao presente.

No nosso dia-a-dia, somos bombardeados com milhões de informações que se traduz em estímulos. Segundo M. Gazzaniga, cerca de 99% da informação que entra no cérebro é posta de parte. Imagine o que seria se você se lembrasse de todas as sensações que recebeu durante o dia… (sensações como as provocadas pelas peças de roupa, comida, etc.). Cabe ao nosso cérebro selecionar a informação importante, para garantir a própria sobrevivência do indivíduo e da espécie, chama-se a este processo processamento de informação.

O processamento da informação dá-se em três fases: codificação, armazenamento e recuperação.

codificação é a primeira fase da memória que prepara as informações sensoriais para serem posteriormente armazenadas no cérebro. Baseia-se na tradução de dados num código, que pode ser acústico, visual ou semântico. 

Por exemplo: A afirmação «O mar é azul.», pode-se codificar o seu conteúdo como:

Uma imagem de sinais que são letras (código visual);

Uma sequência de sons (código acústico);

Tomar consciência do significado da afirmação e o que ela representa (código semântico)

A codificação reporta-se à aprendizagem deliberada, ou seja, a aprendizagem que exige esforço e no qual o objetivo é memorizar a informação. Neste caso, temos de dedicar mais atenção às informações que desejamos memorizar o que leva a uma codificação mais profunda.

Depois de codificada a informação, a mesma vai ser armazenada. O armazenamento de informação consiste no registo de informação sobre algo como por exemplo a última passagem de ano que celebramos. Ao relembrares essa última passagem de ano, lembraste das pessoas com quem a celebraste, o que comeste, etc. Parece que tudo está guardado num lugar do cérebro, como que num DVD, mas não é isso o que acontece, novas tecnologias que permitem ver o nosso cérebro em ação, provam que quando nos lembramos de algo (como por exemplo a passagem de ano) várias áreas do cérebro são utilizadas. Cada informação, cada engrama, produz modificações nas redes neuronais, que mantendo-se, permitem que você se recorde do que memorizou, sempre que queira, a isto chama-se recuperação.

Na recuperação, recupera-se uma informação, ou seja, lembramo-nos, evocamos, recordamos uma informação. A recuperação pode ser automática (lembras-te de quando nasceste) ou pode requerer uma maior complexidade para recuperares algo (como por exemplo uma lei da física). O segundo tipo de recuperação, já não é tão automático, requer dois momentos: o reconhecimento e a evocação. O reconhecimento é quando tentas lembrar-te se aprendeste a tal lei da física recorrendo ao ano de escolaridade e só depois é que vais procurar o conteúdo dessa lei, processo chamado de evocação. Para te lembrares da lei da física tiveste de seguir estes processos/pistas.

Tipos de memória

 



Existem três tipos de memória: sensorial, a curto prazo e a longo prazo.

Memória sensorial: a memória sensorial é um tipo de memória que tem origem nos órgãos sensitivos. As informações obtidas pelos sentidos são armazenadas por um curtíssimo espaço de tempo (0,1 a 2 segundos). Se a informação armazenada não for processada perde-se se for passa para a memória a curto prazo.

Memória a curto prazo: este tipo de memória retém informação durante um período limitado de tempo, podendo ser esquecida ou passar para a memória de longo prazo. Na memória a curto prazo pode-se distinguir duas memórias: memória imediata e memória de trabalho.
Memória imediata: a informação recebida fica retida durante um curto período de tempo (cerca de 30 segundos). Investigações efetuadas vieram mostrar que podemos conservar sete elementos (letras, palavras, algarismos, etc), variando entre cinco e nove unidades.
Memória de trabalho: neste tipo de memória mantemos a informação enquanto ela nos e útil. A memória de trabalho reporta-se as atividades mentais em que o objetivo não é a sua memorização, mas que, não obstante disso, implicam uma certa memorização para se poderem aplicar de modo eficaz. Este tipo de memória é utilizada por exemplo quando o patrão pede que no dia seguinte cheguemos uma hora mais cedo, manterás na memória esta informação, que irá ser esquecida depois de a teres cumprido o pedido, ou seja, depois de teres chegado uma hora mais cedo. Chama-se memória de trabalho à atividade de armazenamento e de utilização de informação ligada especificamente à realização de uma tarefa: refere-se, portanto, a um tipo de memória que trabalha. 

Qualquer informação que tenha estado na memória a curto prazo e que se perca, estará perdida para sempre, só se mantendo se passar para a memória de longo prazo.

Tipos de Memória a Longo Prazo: 

·      Memória declarativa e 
·      Memória não-declarativa

Memória declarativa também pode ser designada por explícita ou memória com registo, (implica a consciência do passado, levando a reportarmo-nos a acontecimentos, fatos e pessoas que conhecemos/ aconteceram no passado). É devido a este tipo de memória que consegues descrever as funções das áreas pré-frontais: os heterónimos de Fernando Pessoa, o nome dos teus amigos, o aniversário da tua mãe. Este tipo de memória reúne tudo o que podemos evocar/declarar por meio de palavras (daí o termo declarativa). Distinguem-se, neste tipo de memória, dois subsistemas: a memória episódica e a memória semântica;
 
Episódica- quando envolve eventos datados, recordações (rosto de amigos pessoas famosas, músicas, fatos e experiências pessoais) ou seja relacionados com o tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque terrorista em 11 de Setembro ou o primeiro dia de escola. A memória semântica é, portanto, uma memória pessoal na qual que se manifesta uma relação íntima ente quem recorda e o que se recorda.
 
Semântica- Abrange a memória do significado das palavras. Este tipo de memória refere-se ao conhecimento geral sobre o mundo (fórmulas matemáticas, regras gramaticais, leis da química, fatos históricos, etc. Neste tipo de memória não há localização no tempo (ao contrário da memória episódica), não está associada a nenhum conhecimento, ação ou fato especifico do passado. Por exemplo: 1+1 = 2 é um conhecimento em que usas a memória semântica, mas se associar-se a este raciocínio que quem me ensinou a fazer contas foi a minha professora da primária este dado leva-me a usar a memória episódica. A memória semântica é a coparticipação do significado de uma palavra que possibilita às pessoas manterem conversas com significado. A memória semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais.
Memória não-declarativa – Difere-se da memória declarativa porque esta não precisa ser declarada (enunciada). É uma memória automática. É a memória usada para procedimentos e habilidades, como por exemplo: andar de bicicleta, jogar bola, atar os cordões, lavar os dentes, ler um livro, etc.  A memória não declarativa também pode ser designada por memória implícita ou sem registo. 

 E o esquecimento?

Normalmente, associa-se o esquecimento a uma falha mental ou até uma patologia, mas sem o esquecimento é ser-nos-ia impossível continuar memorizar informação. Portanto, neste caso, o esquecimento serve como que um filtro daquilo que ainda nos é importante, a este processo designa-se por função seletiva e adaptativa. A própria memória também tem um caráter adaptativo pois ela não memoriza tudo a que estamos expostos no dia-a-dia (a informação é transformada). Habitualmente falamos de esquecimento ligado apenas à memória de longo prazo pois como já disse a memória a curto prazo apaga-se para dar lugar a novas informações ou então passa à memória de longo prazo.
Mas o esquecimento pode ser também mau quando é um esquecimento regressivo, ou seja, quando surgem dificuldades em reter novos materiais e em recordar conhecimento, nomes ou fatos aprendidos recentemente. Este tipo de esquecimento pode ser devido à degenerescência dos tecidos cerebrais e ataca sobretudo pessoas de certa idade. E existe três tipos de esquecimento: por interferência de aprendizagem (como que uma reciclagem de informação), regressivo, e motivado utilizado quando se quer esquecer algo negativo na nossa vida.
Exemplo: andar de bicicleta, jogar bola, atar os cordões, lavar os dentes, ler um livro, etc.  A memória não declarativa também pode ser designada por memória implícita ou sem registo. 

 

sábado, 22 de maio de 2021

Campus do Cérebro.

Campus do Cérebro - Macaíba - RN

    Descentralizar a produção científica brasileira, criando um centro de pesquisa em neurociências de nível internacional em uma região com um dos menores índices de desenvolvimento humano do País, fora do eixo centro-sul. Fazer da ciência um agente de transformação da realidade social e educacional no Nordeste brasileiro. Oferecer abundância de oportunidades, na economia do conhecimento, a jovens interessados em seguir carreiras associadas à ciência e à tecnologia. Estes ideais nortearam a criação do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS).

    Desde 2006, o Instituto desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão em Macaíba-RN, com o intuito de formar e capacitar profissionais na pesquisa em neurociências e neuroengenharia. O IIN-ELS atua na etapa final do processo estabelecido na missão do ISD, que é promover educação para a vida. Depois de o ISD oferecer cuidado humanizado à saúde de gestantes e seus filhos no CEPS e fortalecer o pensamento crítico de adolescentes em oficinas de educação científica nos CECs, chega a vez de o IIN-ELS qualificar profissionais em uma das áreas mais dinâmicas da ciência atual, a neurociência.

    Para isso, criou-se em 2013 o primeiro curso de mestrado em Neuroengenharia do Brasil. 

    As disciplinas oferecidas pelo programa de pós-graduação do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra concentram-se em duas linhas temáticas principais: interface cérebro-máquina e neuromodulação. Ao todo, o curso de mestrado já recebeu 37 alunos, oriundos de todas as regiões do Brasil. O ingresso de novos mestrandos ocorre duas vezes por ano, por meio de chamadas públicas divulgadas na internet.

    A Neuroengenharia, tema chave das investigações no IIN-ELS, é uma área de pesquisa interdisciplinar que integra métodos de neurociências e de engenharia para estudar o funcionamento do sistema nervoso e desenvolver soluções para deficiências e transtornos associados a esse sistema. Isso se faz por meio de pesquisa experimental, computacional, teórica, clínica e aplicada em níveis moleculares, celulares e sistêmicos. O conhecimento gerado nesses estudos possibilita o desenvolvimento de tecnologias e aplicações que vão de neuropróteses ao aperfeiçoamento de técnicas de neuromodulação com potencial terapêutico.         

    Os trabalhos têm abordagens comportamental, eletrofisiológica, histológica e imuno-histoquímica, combinadas a métodos de análise quantitativa.

 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Acetilcolina: o neurotransmissor que facilita a comunicação entre os neurônios


 Este neurotransmissor que o nosso cérebro produz principalmente a partir de açúcar e colina é o mensageiro essencial que facilita a comunicação entre os neurônios. Graças a ele, regulamos a atenção e a memória, assimilamos novas informações e cuidamos do nosso estado de humor.

Começaremos comentando que a acetilcolina foi o primeiro neurotransmissor identificado. Quem o identificou, pela primeira vez foi Henry Hallett Dale em 1915 e, mais tarde, o Dr. Otto Loewi descreveria muitas de suas funções. Ambos os médicos receberam o Prêmio Nobel por isso em 1936. Como podemos ver, não estamos diante de mais um composto químico, já que a implicação deste pequeno elemento em nossas vidas e em grande parte das funções biológicas é imensa.


 Se quisermos entender a relevância da acetilcolina em nosso organismo, devemos pensar, por exemplo, que sem ela os músculos do nosso coração deixariam de se contrair e se expandir. Ou seja, esse órgão deixaria de bater…


Sabe-se, por exemplo, que existem células específicas no nosso organismo que reagem exclusivamente com a acetilcolina. Tanto é assim que o prosencéfalo basal e o hipocampo precisam desse neurotransmissor em particular para realizar suas tarefas.

Ela não só age como mensageira, mas também aumenta a intensidade dos sinais entre os neurônios através das ondas teta. Otimiza a memória, promove a neuroplasticidade, a comunicação.

 

Acetilcolina: quais são as suas funções?

A maioria de nós já ouviu falar sobre a acetilcolina por um motivo: para melhorar a memória e a concentração. Por isso, é um dos componentes mais comuns em nonotrópicos suplementos usados para melhorar nossas funções cognitivas. Agora, além desta área, sabemos que é essencial para outras funções.

No entanto, é necessário lembrar, em primeiro lugar, que seu campo de ação em nosso organismo é múltiplo. Ela se encontra tanto no sistema nervoso central quanto periférico, e também possui funções excitatórias e inibitórias.

Isto é, pode facilitar o impulso elétrico em um neurônio ou pode inibir, por exemplo, a frequência cardíaca. É como aquele diretor de orquestra que dirige e tenta fazer com que cada função tenha harmonia, ritmo e equilíbrio.

 

Funções no sistema nervoso central

No sistema nervoso central, a acetilcolina age de forma excitatória. Graças à sua interação entre os neurônios e as células nervosas, promove os processos de motivação, excitação e atenção. Não só estimula a atividade do hipocampo para realizar estes processos, mas também atua sobre o córtex cerebral para darmos lugar às funções executivas superiores, tais como a resolução de problemas ou reflexão.

A principal causa das vias colinérgicas perderem sua funcionalidade no sistema nervoso central e deixarem de se comunicar entre si é a doença de Alzheimer.


A acetilcolina e o sono REM

Esse dado é interessante. A acetilcolina promove o sono REM em nosso cérebro, e faz isso ao se concentrar em uma estrutura muito especial: o prosencéfalo basal. Graças a isto, e ao fato de entrarmos nesta fase de sono paradoxal ou sono rápido, conseguimos armazenar melhor as memórias e as informações obtidas durante o dia.

 

Funções endócrinas

Uma parte de nossos neurotransmissores, como é o caso da oxitocina, também atuam como hormônios. No caso da acetilcolina, pode-se dizer que ela também tem uma função endócrina muito importante: atua sobre a glândula pituitária. Desta forma, pode controlar a quantidade de urina excretada, estimular a produção de hormônios da tireoide, etc.


Funções no sistema nervoso periférico 

Nosso sistema nervoso periférico não poderia realizar muitas de suas funções sem a presença desse neurotransmissor. As tarefas realizadas são muitas e têm grande relevância para a nossa subsistência e bem-estar:

Transmite os sinais entre o nosso cérebro e os músculos cardíacos.

Da mesma forma, é a ponte entre o cérebro, nervos, músculos e ossos que molda cada um dos nossos movimentos.

No sistema cardiovascular, quase sempre age como um vasodilatador, ou seja, reduz e equilibra a frequência cardíaca.

Favorece as contrações digestivas no sistema gastrointestinal.

No trato urinário, promove a sensação voluntária de evacuação.

Além disso, e como curiosidade, podemos dizer que a acetilcolina também participa do processo que garante nossa sobrevivência: a percepção da dor.

 

Como podemos estimular a produção de acetilcolina?

Como informamos no início do texto, nosso cérebro precisa de “açúcar” para produzir acetilcolina. Agora, é importante nunca exceder o consumo de açúcar, porque o que acontece na maioria das ocasiões é que ao consumir muitos alimentos doces nossa atenção e memória acabam decaindo depois de algumas horas. A razão? Quando há um excesso de açúcar aparece a adenosina, uma substância química que inibe a ação da acetilcolina.

Assim, o melhor em todos os casos é manter um equilíbrio adequado em nossa dieta. Se quisermos aumentar a produção desse neurotransmissor, nada melhor do que incluir alguns desses alimentos em nosso dia a dia:

·   Uma xícara de café

·      Lecitina de soja.

·      Canela.

·      Alecrim.

·      Uvas vermelhas.

·      Gema de ovo.

·      Gérmen de trigo.

·      Brócolis.

·      Banana.

·      Amendoim.

·      Laranja.

·      Aveia.

·      Linhaça.

 

Para concluir, às vezes é fascinante descobrir como elementos tão desconhecidos e únicos do nosso organismo fazem tanto por nós. Assim, sabendo da sua relevância, devemos procurar cuidar do seu equilíbrio. Não hesitar em cuidar melhor da nossa dieta, em levar uma vida ativa e fazer exames periódicos para garantir que tudo está correndo como deve.

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