sexta-feira, 29 de agosto de 2014

As empresas mais inovadoras no Brasil


Uma recente pesquisa realizada no Brasil mostra as 50 empresas mais inovadoras presentes no país. Analisadas de um total de 500 companhias em diferentes setores, suas práticas foram avaliadas e, da forma como ela é percebida pelo público, além de suas práticas e modelos de negócio, foram catalogadas. A rede de cosmético Boticário foi a primeira colocada segundo os dados da companhia de consultoria nacional DOM Strategy Partners.

Liderando o ranking de inovação atrás d'O Boticário, estão nomes, NetShoes e Chilli Beans. A qualificação de valor produzido pela inovação das marcas foram analisadas a partir da percepção dos clientes e usuários, beseados nos ponteciais de inovar através da adequação, incremento e ruptura.
“Uma boa ideia não é suficiente. Ela precisa criar valor - intangível e tangível - para que possa ser propagandeada e comercializada, e assim, ser considerada uma inovação. Este é o conceito central que distingue a inovação da invenção e investigação científica”, explica Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Srategy Partners.
Os setores bens de consumo não duráveis e o varejo são os que mais se destacaram como inovadores. O grupo de empresas mais bem pontuados com notas acima de nove, possui estratégia planejada de inovação a partir da percepção, avaliação e recomendação de seus consumidores.
Segundo Domeneghetti, a constatação do estudo ressalta que não existe inovação sem compreender o mercado em que as companhias atuam. “Cada empresa tem o modelo, a demanda e o tamanho do investimento para ser destinado a inovação, de acordo com o seu segmento ou sua estratégia de negócios. A inovação, assim, não é regra, mas uma equação de sucesso”, conclui o executivo.
O Boticário                        9,13
Netshoes                           9,12
Chili Beans                       9,11
Diletto                                9,08
Nespresso                        9,06
Albert Einsten                   9,04
Wine.com                          9,01
Bradesco                          8,92
Whirlpool                          8,91
Habib’s                             8,89
Osklen                              8,84
P&G                         8,83
Natura                              8,82
Bauducco                        8,72
Beauty’in                         8,71
Brigaderia                       8,66
Vigor                                8,65
Cacau Show                  8,64
Centauro                        8,62
Itaú Unibanco                8,52
Banco do Brasil             8,51
Mundo Verde                 8,50
Nestlé                              8,46
Mercado Livre                8,45
Coca - Cola                    8,33
Avianca                           8,32
Chama da Amazônia   8,31
Fiat                                  8,29
Porto Seguro                 8,28
JBS - Friboi                    8,24
Bradesco Seguros       8,22
Santander                     8,20
Urban Remedy            8,18
Kopenhagen                8,16
UOL                               8,13
Baggio Café                8,50
Subway                        8,46
Azul                               8,45
Buscapé                       8,33
Ultrafarma                    8,32
Casas Bahia                8,31
Certisign                       8,29
BRF                               7,97
Walmart                        7,96
MC Donald’s               7,95
Pague Menos             7,94
Starbucks                    7,92
SKY                              7,91
Samsung                    7,90
AMBEV                       7,89

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Indiana forçada a se casar aos 12 anos supera abusos e vira milionária


Uma mulher indiana de uma classe marginalizada, que chegou a tentar o suicídio para escapar da discriminação, da pobreza e dos abusos físicos, é hoje a presidente-executiva de uma empresa multimilionária da Índia.
A vida de Kalpana Saroj, uma executiva bem-sucedida e premiada, tem elementos que parecem saídos de um filme de Bollywood, com a superação de obstáculos até chegar a um final feliz.
Nascida em uma baixa casta do grupo Dalit (uma população sul-asiática de várias castas considerada intocável), Saroj foi vítima de bullying na escola, forçada a se casar aos 12 anos, enfrentou pressões sociais para conseguir abandonar seu marido e tentou tirar sua própria vida.
"A primeira vez que cheguei em Mumbai (sul da Índia), sequer sabia para onde ir. Eu vinha de uma aldeia tão pequena. Hoje minha companhia dá nome a duas estradas na cidade", relata Saroj, resumindo as transformações que enfrentou em sua vida.
Sistema de castas
O sistema de castas da Índia é uma antiga forma de hierarquia social, em que a pessoa é desde seu nascimento classificada em uma categoria da sociedade. Quem nasce em castas mais baixas é historicamente fadado à discriminação.
"Os pais de alguns de meus amigos não me deixavam entrar em suas casas. Eu não podia participar de algumas atividades da escola por ser Dalit", diz Saroj, hoje com 52 anos de idade.
Seu pai permitiu que ela obtivesse educação escolar, mas pressões sociais a forçaram a se tornar uma noiva aos 12 anos. Mudou-se para uma favela de Mumbai com seu marido, dez anos mais velho.
Para piorar, começou a sofrer abusos. "Fui maltratada pelo irmão mais velho do meu marido e pela mulher dele. Eles puxavam meu cabelo e me batiam, às vezes por coisas pequenas. Eu me sentia quebrada pelas agressões verbais e físicas."
O ato de abandonar um marido é fortemente repreendido na cultura indiana, mas, graças ao apoio de seu pai - que, durante uma visita a Mumbai, chocou-se ao ver a filha abatida e vestindo trapos -, Saroj conseguiu escapar de seu relacionamento abusivo.
O retorno de Saroj a sua aldeia natal, no entanto, foi visto como um fracasso pelos vizinhos. Para escapar da pressão social, ela focou suas energias em tentar obter um emprego e aprender a costurar.
Mas mesmo após conquistar algum grau de independência, ela não conseguiu suportar a pressão.
"Certo dia decidi pôr fim à minha vida. Bebi três garrafas de inseticida", recorda.
Foi salva por sua tia, que entrou no quarto e encontrou-se com ela espumando e convulsionando incontrolavelmente.

Virada
Foi um ponto de virada em sua vida. "Decidi que ia viver a minha vida e fazer algo grandioso."
Aos 16 anos, ela mudou-se de volta a Mumbai e foi morar na casa de um tio, para trabalhar como alfaiate. Começou recebendo um dólar por mês para operar máquinas de costura industriais. Foi recebendo seu salário aos poucos, mas, quando ela percebeu que o dinheiro seria insuficiente para pagar um tratamento de saúde para sua irmã doente, descobriu que precisaria ir além.
"Fiquei muito desapontada ao notar que o dinheiro importa sim na vida, e eu precisava ganhar mais", afirma.
Ela tomou um empréstimo do governo e abriu um empreendimento no setor de móveis. Fazendo jornadas de trabalho de 16 horas diárias - hábito que mantém até hoje -, acabou conquistando admiração no mundo empresarial.
Foi convidada a assumir o comando de uma empresa de produção de metais, Kamani Tubes, que estava fortemente endividada. Reestruturou e mudou a companhia.
"Queria fazer justiça para os empregados da empresa", diz Saroj sobre sua motivação. "Tinha que salvá-la. Eu entendia a posição das pessoas que trabalhavam ali e precisavam pôr comida na mesa de suas famílias."
A Kamani Tubes é hoje uma empresa multimilionária, que emprega pessoas de diferentes castas.
Saroj, por sua vez, casou-se novamente, com um executivo do setor moveleiro, e teve dois filhos.
Como Dalit e como mulher, sua história é um ponto fora da curva num país onde tão poucos altos executivos têm origens marginalizadas.
Kalpana Saroj foi entrevistada pelo programa Outlook, da BBC. Clique
Clique aqui para ouvir a entrevista original, em inglês

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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Gênio brasileiro, Artur Avila ganha a Medalha Fields.


Doutor pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e professor do Instituto de Matemática da UFRGS, no dia 12/agosto/2014, o país foi dormir com uma notícia diferente: um brasileiro, o jovem carioca Artur Ávila Cordeiro de Melo (29/06/1979), havia sido agraciado com um importantíssimo prêmio, a Medalha Fields. No Congresso Internacional de Matemáticos realizado a cada quatro anos, exatamente como as copas do mundo (mas há mais tempo), Artur recebeu das mãos da presidente da Coreia do Sul, país que está sediando esta edição do evento, a premiação que significa o reconhecimento da comunidade matemática mundial pela excelência do seu trabalho de pesquisa. Não temos nenhum ganhador do prêmio Nobel, ainda não ganhamos copa do mundo em casa (e é melhor nem lembrar da última...) mas fomos dormir com a certeza de que temos um matemático na lista dos mais brilhantes jovens da atualidade. Mas afinal, o que é a Medalha Fields? E o que fez Artur para merecê-la? 
Matemático Artur Ávila - Um brasilerio no topo do mundo
A medalha tem uma história de quase 80 anos. Proposta pelo matemático canadense John Charles Fields no final dos anos 1920, ela deveria ser um prêmio para jovens, que reconhecesse o enorme talento já demonstrado e estimulasse novas realizações de vulto. A medalha tem um nome oficial mais pomposo, mas com a morte de Fields em 1932 o prêmio, concedido pela primeira vez em 1936, acabou ficando conhecido pelo seu nome. A medalha é atribuída para pessoas com no máximo 40 anos de idade, podendo ser distribuída para um número que varia entre duas e quatro pessoas. Em 1936, foram premiados dois matemáticos; com a guerra, os congressos internacionais foram interrompidos e retomados apenas em 1950, quando novamente foram premiados dois matemáticos. Desde então, o ritmo tem sido esse: a cada quatro anos há um grande congresso e neles são anunciados os ganhadores, escolhidos por um comitê de alto nível composto de matemáticos de diversas nacionalidades. A cidade da vez é Seul, na Coreia do Sul, na qual foram concedidas quatro medalhas: além de Artur, foram agraciados Manjul Bhargava, Martin Hairer  e a iraniana Maryam Mirzakhani, primeira mulher a receber a honraria. Em 2018, conforme decidido na última segunda-feira, o evento abrirá suas portas na cidade do Rio de Janeiro.
E o que faz Artur? Ele é um especialista numa área na qual o Brasil já tem uma comunidade bem estabelecida, fruto do trabalho de grandes pioneiros como Mauricio Peixoto e Jacob Palis, conhecida como sistemas dinâmicos.
Sistemas dinâmicos são estruturas que se modificam no tempo: uma bola de futebol durante uma partida, uma mosca que voa, o aspecto da atmosfera, com mais ou menos nuvens, chuva, sol ou granizo... Todos esses são pequenos exemplos do cotidiano que envolvem sistemas que mudam com o passar dos segundos, no caso da mosca, dos dias, no caso da atmosfera. O grande problema é tentar ter algum tipo de previsibilidade, ou seja, se conhecemos o aspecto do céu hoje, como saber se em uma semana teremos um domingo de sol ou um final de semana chuvoso?
Um meteorologista sabe transformar a evolução da situação da atmosfera em uma equação; um físico também sabe descrever o movimento da bola por meio de equações da mecânica, e não é impossível que um biólogo bastante dedicado também consiga traduzir a complexidade do voo de uma mosca em alguma regra bem concreta. E o que faz um especialista em sistemas dinâmicos, como Artur?  Bem, ele em geral não resolve essas equações; também não costuma se preocupar com a origem das mesmas, se provêm de uma mosca ou de uma bola de futebol. Baseando-se em sua estrutura matemática, ele tenta compreender qual será o aspecto futuro produzido pela evolução de um determinado sistema.
E isso nem sempre é simples, pois diversas equações têm um comportamento em geral conhecido como caótico: são sistemas que apresentam enorme sensibilidade com relação às condições iniciais. Ou seja, se tentamos fazer uma previsão de longo prazo (por exemplo, querendo saber exatamente qual será o clima dentro de seis meses ou, ainda pior, dentro de seis anos) faz uma enorme diferença se usamos a temperatura de Porto Alegre como sendo 12ºC ou se refazemos a previsão determinando que a mesma temperatura é agora de 12,001 ºC. No primeiro caso, podemos descobrir que seis meses depois teremos um belo dia de sol com temperaturas de 35ºC e no segundo, um dia chuvoso e morno, dois resultados muito distintos.
Artur trabalha exatamente com sistemas dinâmicos caóticos. Defendeu sua tese de doutorado, orientada pelo pesquisador Welington de Melo, em 2001 no IMPA, Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, instituição de pesquisa que existe desde 1952 no Rio de Janeiro e que é uma referência na matemática brasileira. Lá Artur chegou no início de 1996 para começar o seu mestrado. Ele ainda era um sujeito de 16 anos, no último ano da escola. Cinco anos depois, já era um matemático respeitado e que alternava temporadas no IMPA com visitas a diversos institutos de pesquisa na Europa, sobretudo Paris, e nos Estados Unidos. Trabalhando com sistemas caóticos, ele estava ajudando a compreender de maneira definitiva alguns problemas que já se arrastavam por quase 30 anos. Não parou mais, foi diversificando o alcance do que fazia, ampliando seus horizontes e dando novas contribuições fundamentais em diversas subáreas da dinâmica. Seus resultados são profundos, frutos de uma intuição impressionante e de um enorme arsenal de técnicas que usa para colocar de pé seus castelos teóricos.
Gênio isolado? Longe disso, Artur gosta de conversa: a grande maioria de seus trabalhos é feita em colaboração com outras pessoas e isso foi destacado no texto oficial que acompanhou sua premiação. Ele sabe muito bem combinar seus talentos com os de outros para disso extrair o máximo de matemática. Ele tem agora 35 anos e já galgou esse altíssimo degrau na escala do reconhecimento profissional, algo até então inédito na ciência brasileira; aliás, na matemática latinoamericana.
Ótimo exemplo do espírito original da Medalha Fields, ele é bem jovem e ainda terá outras grandes contribuições a fazer.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Ficou desempregado?

Você saiu do emprego recentemente? Aproveite algumas dicas para potencializar sua carreira ao inves de ficar deprimido esperando a sorte chegar:
Cuide do networking – ter uma boa rede de relacionamento é importante para qualquer profissional em qualquer posição. Saia com antigos colegas de trabalho, procure as empresas que ja trabalhou nas redes sociais e se comunique com as pessoas que ainda trabalham La, principalmente ex-lideres. Atente-se: você precisa ser lembrado. O tempo que o profissional tem quando está desempregado pode ser muito bem investido, ao retomar o contato com essas pessoas.
Use seu tempo para saber como as pessoas estão, bata um bom papo e saia para tomar um café com aquelas pessoas que foram importantes ao longo da sua trajetória profissional e mesmo da sua vida. Se uma oportunidade surgir, será um lucro.
Faça cursos de atualização – se você não está trabalhando, terá um bom tempo para investir em cursos. E digo investir tempo, pois conteúdos otimos estão disponíveis em bibliotecas publicas ou mesmo na internet. Mas se voce tem alguma reserva financeira, vale a pena também aproveitar seu tempo e seu dinheiro de maneira a investir no seu futuro. Os benefícios dessa estratégia são inúmeros. O profissional se desenvolve, usa seu tempo livre com algo útil e ainda potencializa seu currículo apra se tornar ainda mais competitivo no Mercado.
Evite o “efeito sofá” – um dos maiores problemas de se estar desempregado é você se sentir derrotado. Entenda que ficar deprimido não irá te ajudar em nada. O profissional tem de enfrentar o problema e não se deixar abalar por uma etapa complicada da vida.
Crie uma rotina para enviar currículos, entrar nas redes sociais e estudar. Acorde cedo e faça seu dia ser produtivo da mesma maneira que era quando voce ainda estava empregado.
Aproveite e cuide de sua saúde. Faça exames de rotina e pratique atividades esportivas. Procure mudar sua rotina para melhor, e não permite que quando retornar ao Mercado de trabalho, se perca essa pratica saudável.
Participe de varias entrevistas. Dessa maneira você adiquire segurança e aprende dia a dia novas técnicas de auto-controle e expressão de ideias.
Saiba que esse tempo “vago” utilizado de maneira inteligente, pode ser crucial para seu futuro bem sucedido amanha.

Fonte: http://gentemaisrh.wordpress.com/

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A palavra "coisa " é um bombril do idioma


É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.

A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo,
adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma
"coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já
coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?".

Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já
as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o
Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego).

Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha.

Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como
símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com
muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco
mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha.

Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista:
Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das
Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.

Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o
 trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa! ".

Devido lugar: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...) ".
A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela
voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas.

Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta
"Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando
vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).

Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim!

Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o
seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na
TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o
personagem "Coisinha de Jesus".

 Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma"vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas
vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / Pras
coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("Pra ver a
banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada
num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou.
Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor,
verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".

Cheio das coisas. As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração,
Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a
gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções
interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma
geração da MPB era preocupada com as coisas.

Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade
(afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de
carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai"). Todas as
Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer
coisa...Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma
citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também:
"Alguma coisa está fora da ordem."

Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar.
Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra
coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o
indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua
vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a
coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.

A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral.
Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o
poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa:
"Agora a coisa vai ". Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa
é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas
coisas!

Coisa à toa. Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa
qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas,
no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu
sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".

Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser
usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as
pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são
coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e
outras cositas más.

Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou
coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema
Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda. Por isso, faça a coisa
certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas".

 ENTENDEU O ESPÍRITO DA COISA?

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