Não espere ser escolhido, escolha
você mesmo e seja um iniciador por natureza.
Se não escolheram você, a culpa
não é sua, o azar é deles.
Imagine
um mundo sem professores, políticos inescrupulosos, economistas, contabilistas
e administradores, um mundo sem líderes nem psicólogos nem gerentes de RH, um
mundo sem ninguém dizendo o que você deve ou não deve fazer.
Já
pensou nisso? Se existisse algo assim, o que você faria, por onde começaria a
trabalhar a sua ideia, o seu projeto, o seu artigo ou a sua tese de doutorado
para defender uma ideia diferente e capaz de influenciar as pessoas para uma
vida melhor, um mundo melhor?
A
maioria está sempre esperando o próximo discurso, o próximo livro ou artigo, a
próxima instrução, o próximo e-mail ou a próxima ordem do dia. A maioria não
sabe o que dizer, pensar, escrever ou fazer para fugir da escravidão imposta
pelos pensamento alheios.
Na
prática, a maioria espera. Pensar dá um trabalho danado, é a tarefa mais
difícil do mundo, por isso, poucas pessoas se dispõe a fazê-lo. Tudo é difícil,
estudar, escrever, vender, liderar e trabalhar em equipe, montar um negócio,
fazer a diferença. Amar é difícil, perdoar é mais difícil ainda.
É
assim nas organizações religiosas, nas empresas públicas, privadas,
não-governamentais e, infelizmente, na política, onde a estratégia dos
marqueteiros alienados, sustentados a peso de ouro por políticos mal
intencionados, não tem a mínima preocupação em iludir os cidadão comum,
altamente influenciável.
Por
que estou dizendo isto? Porque a grande maioria continua com os mesmos
pensamentos de vinte ou trinta anos atrás e, como não evolui, não estuda, não
faz o mínimo esforço para pensar por si mesmo nem se compromete a fazer algo
diferente, continua refém dos pensamentos alheios.
Um
exemplo prático pode ser visto todos os dias na Internet. Basta você ler um
artigo ou uma posição um pouco mais polêmica de alguém, daquelas que contrariam
o senso comum. Dificilmente consegue-se extrair alguma coisa positiva do
debate. Alguns retornam ao seu estado mais primitivo.
É
impressionante como os ânimos acirram e os comentários se multiplicam
inutilmente sem qualquer fundamentação. E o que é pior, na tentativa de
participar e mostrar sua opinião, você entra na onda, se emociona mais do que o
necessário, ofende, se perde e ao mesmo tempo se frustra.
Por
que a maioria não consegue sair do lugar? Tenho algumas convicções, não por
pesquisa, mas por experiência própria. Tive que mudar a mim mesmo inúmeras
vezes para encontrar o melhor caminho, pois, como se diz em estratégia, não
existe estratégia certa ou errada, existe estratégia que deu certo ou
estratégia que deu errado. Embora você possa desenhar um caminho, nunca saberá
se é o melhor enquanto não chegar lá.
1.
Falta de consciência: dos seus pontos fracos, das suas limitações, do que
você ainda não domina, do que precisa ser melhorado, das oportunidades que aparecem,
de quem você é, do quanto ainda falta para caminhar, do que já conseguiu, do
seu papel na sociedade, do que o mundo espera de você.
2.
Falta de educação: para entender o que acontece à sua volta, para ser
mais racional e menos emotivo, para discutir com mais propriedade e
discernimento, para não sair disparando bobagens a qualquer preço, para
contribuir mais e destruir menos, para não ser refém dos pensamentos alheios,
para sofrer menos.
3.
Falta de coragem: na maioria das vezes, o desafio não é aperfeiçoar a
capacidade de realizar e sim o desafio de começar e continuar caminhando. Em
qualquer lugar do mundo, feito será sempre melhor do que perfeito. Você é capaz
de transformar iniciativa em paixão e prática? Se não consegue, pare de
reclamar do chefe, do salário e da empresa onde trabalha, isto é o melhor
caminho para a depressão.
4.
Falta de foco:
você nunca vai conseguir agradar a todos, portanto, quanto mais você pensa,
quanto mais você espera, quanto mais você muda e quanto mais você empurra com a
barriga, baseado no que outros estão querendo ou dizendo, mais se distancia do
seu objetivo. Quem quer ser tudo para todos acaba não sendo nada.
5.
Falta de regularidade: quando você está trabalhando duro num determinado
projeto, escrevendo um artigo, um plano de negócio, um livro ou qualquer coisa
que o faça sair do lugar, a coisa mais contraproducente do mundo é parar para
ler um e-mail idiota que acabou de chegar, entrar no Facebook ou correr para o
YouTube a fim de curtir o vídeo que o amigo mandou pelo whatsapp. Sem
regularidade, sua ideia morre no papel.
6.
Falta de consistência: sustentar uma ideia ou uma posição requer
conhecimento sobre o assunto, não basta ser mais um na multidão. Os discursos
de Gandhi, Madre Teresa de Calcutá e Martin Luther King nunca mudaram. Sem
consistência, a mensagem se perde, sua integridade também. Não existe nada pior
do que ensinar e não praticar. Quem vai acreditar em alguém que muda de ideia e
opinião o tempo todo?
7.
Falta de confiança em si mesmo: se você fica o tempo todo se comparando a alguém que
parece estar melhor do que você, o sofrimento triplica; pare de fazer
comparações inúteis, cada um tem a sua própria história e faz o seu próprio
caminho; é como abrir a Revisa Você S/A ou a Boa Forma e constatar que todo
mundo está bem, menos você; em resumo, pare de sofrer, acredite mais em si
mesmo.
Sendo
mais prático, não espere ser escolhido, escolha você mesmo. Saia do lugar,
pague o preço, seja um iniciador por natureza. Esperar por um investidor, uma
oportunidade para falar, uma promoção, um aumento ou o reconhecimento do chefe
pode ser uma péssima escolha.
Se
não escolheram você, azar deles. Como dizia Oliver W. Holmes, escritor e médico
norte-americano, o mais importante da vida não é onde estamos, mas em que direção
estamos nos movendo.
Pense
nisso e empreenda mais e melhor!
Jerônimo
Mendes
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