domingo, 27 de janeiro de 2019

Planejamento Estratégico: passo a passo


Planejamento Estratégico: passo a passo
A falta de visão a curto, médio e longo prazo pode ser um grande risco para a sua empresa, já que você acaba sem um norte para conduzir suas ações. Para rebater esse desafio, é importante que você saiba como fazer um planejamento estratégico.

O que é planejamento estratégico
Planejamento estratégico é o processo no qual empresas tomam decisões sobre como vão alocar seus recursos no próximo ano ou em outro período de tempo. Costuma envolver a definição de metas, indicação de ações para alcançá-las e previsão do orçamento necessário.
Qual a importância do planejamento estratégico para uma empresa?
Uma empresa sem estratégia é como um avião voando sem rumo em plena tempestade, indo para cima e para baixo, entre relâmpagos. Se os relâmpagos ou os ventos não os destruírem, simplesmente ficarão sem combustível. (Alvin Toffler)
A estratégia é muito mais do que estabelecer metas: é ter um profundo compromisso com um futuro almejado. É ela que vai dar propósito ao trabalho realizado pela sua empresa. É ela também que vai fazer com que as pessoas se sintam conectadas a um empreendimento importante.
O seu grande desafio, portanto, é consolidar uma estratégia que vai:
    Tornar sua empresa diferente das outras que existem no mercado;
   Trazer uma vantagem competitiva;
   Avaliar um jeito diferente de disputar em um mercado tão competitivo.

Como fazer um planejamento estratégico passo a passo
Agora que você já sabe o que é um planejamento estratégico, veja um passo a passo de como colocar a teoria em prática na sua empresa:

1. Identifique seus stakeholders
Quando falamos sobre como fazer um planejamento estratégico, um dos primeiros pontos é identificar quais são os grupos de pessoas ou entidades que afetam ou são afetadas pelas atividades da sua agência: os stakeholders.
Para a construção de um bom planejamento estratégico, sua agência deve identificar seus stakeholders, conhecer suas necessidades e expectativas e, na medida do possível, gerenciar sua influência para garantir o sucesso.
Em primeiro lugar, um grupo muito comum de ser mapeado são os clientesque contratam seus serviços e têm grandes expectativas de resultados que precisam ser alinhadas. Vale também pensar nos colaboradorescomo stakeholders, já que eles contribuem significativamente para a máquina girar bem.
Se sua empresa conta com alguns parceiros estratégicosseja para a aquisição de novos clientes ou para a execução de serviços, vale pensá-los como um novo stakeholder. Outros grupos podem ser identificados de acordo com a realidade da sua empresa.

2. Defina uma identidade organizacional
A identidade organizacional traz 3 pilares principais que tornam sua agência única:
MISSÃO: É a razão de existir de uma empresa.
VISÃO: É o que a empresa aspira a ser.
VALORES:Conjunto de princípios que servem de guia para o comportamento e as atitudes das pessoas que buscam atingir a visão.
Se você já tem uma identidade organizacional, vale analisar quando ela foi construída e se é o momento de fazer alguma revisão.
Dica prática: tenha sua identidade organizacional presente dentro da sede para que constantemente os funcionários possam relembrar e se inspirar com o motivo pelo qual a agência existe, onde ela quer chegar e quais os valores que devem prevalecer no dia a dia da equipe.

3. Faça uma análise SWOT
Mais uma etapa importante de estar presente no planejamento estratégico da sua agência é fazer uma análise SWOT. Esse termo vem do inglês e a sigla se refere a forças (strengths), fraqueza (weakness), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats).
A partir desse estudo, você poderá se concentrar nos seus pontos fortes, reconhecer as fraquezasencontrar as oportunidadese prevenir-se das ameaças.
Cada agência tem sua própria realidade – pontos fortes e fracos que devem ser muito bem analisados. Mas, para ilustrar a metodologia do SWOT, trouxemos um exemplo para você:
Forças
    Equipe engajada e preocupada em fazer entregas de qualidade
   Boa rede de relacionamento e credibilidade no mercado
Fraquezas
   A oferta de projetos pontuais não permite que a agência tenha uma previsibilidade de receita
   Dificuldade de provar o retorno do investimento do cliente e fazer a retenção
Oportunidades
   Apostar na oferta de serviços digitais e posicionar a agência como uma parceira estratégica do negócio do cliente
   Trabalhar com um nicho de mercado específico
Ameaças
   A concorrência ser mais rápida na definição da estratégia
   Crise econômica no país
Dica prática: quanto mais estruturada e participativa for a dinâmica da análise SWOT, mais insights você deve tirar para a sua agência.

4. Construa o mapa estratégico
A capacidade de executar a estratégia é mais importante do que a estratégia em si. (KAPLAN, 2001)
Para a construção do mapa estratégico sugerimos a metodologia do Balanced Scorecard, que é baseada em quatro pilares principais:
Perspectiva financeira
Trata dos resultados de rentabilidade e produtividade da empresa.
Perspectiva de mercado
Refere-se à proposição de valor que a empresa deseja entregar aos clientes como satisfação, participação de mercado, taxa de retorno de clientes etc.
Processos internos
Trata dos mais variados indicadores de desempenho interno, como taxa de atraso nas entregas e redução de custos na produção.
Recursos
Seus principais indicadores referem-se à satisfação, motivação, capacitação e retenção da força de trabalho, compartilhamento das melhores práticas etc.
As quatro perspectivas estão relacionadas:
   Para se obter melhores resultados nos indicadores financeiros, é preciso obter bom desempenho com os clientes;
   Para obter bom desempenho na perspectiva de clientes, é necessário haver uma excelente eficiência nos processos internos, pois é através deles que se desenvolvem as proposições de valor para os clientes;
   Por fim, para que haja uma excelente eficiência operacional, é necessário que sejam desenvolvidas as competências e os sistemas de informação da empresa, pois os processos são desenvolvidos e executados pelas próprias pessoas da organização.
A partir da metodologia do Balanced Scorecard podem ser traçados:
Objetivos estratégicos
Resultados que a organização pretende atingir para alcançar a visão.
Indicadores estratégicos
Mensuradores da estratégia.
Metas
Para nos ajudar a definir metas de forma estruturada existe um método criado e batizado por Peter Drucker, um dos grandes nomes da administração, chamado de Teoria da Gestão por Objetivos, ou, como é mais conhecido, S.M.A.R.T.
Esse modelo é baseado em 5 pilares:
S – Specific/Específico
A meta precisa obrigatoriamente ser específica, clara e sem dupla interpretação.
M – Measurable/Mensurável
Precisamos ter indicadores que nos permitam saber se estamos caminhando em direção às metas, que nos permitam medir a qualquer momento nossa evolução.
A – Achievable/Atingível
Metas podem e devem ser desafiadoras, pois isso faz com que saiamos de nossa zona de conforto e possamos superar nossos limites. Porém, não podem ser impossíveis de realizar no período estabelecido.
R – Relevant/Relevante
A meta precisa estar totalmente relacionada ao objetivo: ela precisa ajudar com que o objetivo seja alcançado. Caso exista alguma dúvida em relação a isso, é um alerta para revisar a meta.
T – Time-based/Temporizável
Termos prazo para executar nossas metas faz com que elas não deixem de ser o foco de suas ações. Por isso, mesmo que você tenha muito tempo para alcançá-las, defina esse tempo e se policie para garantir que não vai ultrapassá-lo.

5. Monte um plano de ação
Definidos os objetivos e metas, o próximo passo é sair do plano das ideias e botar a mão na massa. Para isso, é importante montar um plano de ações, ou seja, o que será feito na prática para alcançar o que busca – “como” você irá fazer para atingir os objetivos e metas.
Lembre-se de que um plano de ação pode ser composto por poucas ou muitas ações – não é isso que garantirá o sucesso, mas sim o impacto dessas ações nas metas e indicadores.



sábado, 12 de janeiro de 2019

Exercícios de Neuróbica: deixe o seu cérebro afiado

Evitar fazer tudo no automático ajuda a melhorar a memória e a concentração.

Assim como o corpo, nosso cérebro também precisa de estímulos para se manter ativo e saudável. Isso porque com o passar do tempo, o cérebro também vai perdendo sua capacidade produtiva e, se não for treinado com exercícios, pode falhar.
Diante disso, o neurocientista norte-americano, Larry Katz, autor do livro Mantenha seu Cérebro Vivo, criou o que é chamado de Neuróbica, ou seja, uma ginástica específica para o cérebro. 
A novidade é a espetacular descoberta da Neurociência, mostrando que o cérebro, mesmo depois dos 50 anos, continua a possuir uma capacidade extraordinária de melhorar e mudar o padrão de suas conexões (sinapses). Conscientes dessa descoberta, os autores Lawrence Katz e Manning Rubin, revelam que é possível incorporar ao cotidiano métodos que podem desenvolver e manter as conexões cerebrais. Através dessas técnicas podemos entender, aprender,  resolver problemas e viver de uma forma muito mais tranquila. 
A teoria de Katz é baseada no argumento de que, tal como o corpo, para se desenvolver de forma equilibrada e plena, a mente também precisa ser treinada, estimulada e desenvolvida. É comum não prestamos atenção naquilo que fazemos de forma mecânica, por isso costumamos esquecer das ações que executamos pouco tempo depois.
"O objetivo da neuróbica é estimular os cinco sentidos por meio de exercícios, fazendo com que você preste mais atenção nas suas ações e então, melhore seu poder de concentração e a sua memória", explica a psicóloga especialista em análise comportamental e cognitiva, Mariuza Pregnolato. "Não se trata de acrescentar novas atividades à sua rotina, mas de fazer de forma diferente o que é realizado diariamente".
Para o neurologista da Unifesp Ivan Okamoto, tais exercícios ajudam a desenvolver habilidades motoras e mentais que não costumamos ter em nosso dia a dia, porém, tais habilidades em nada se relacionam com a memória.
"Se você é destro e começa a escrever com a mão esquerda, desenvolverá sua coordenação motora de modo a conseguir escrever com as duas mãos e caso um dia, tenha algum problema que limite a escrita com a mão direita, terá a esquerda bem capacitada para isso. Mas o fato de praticar este tipo de exercício não significa que você se verá livre de problemas como esquecer de pagar as contas, tomar o remédio, ou algo do gênero", explica o especialista.

Como funciona a neuróbica?
A neuróbica consiste na inversão da ordem de alguns movimentos comuns em nosso dia a dia, alterando nossa forma de percepção, sem, contudo, ter que modificar nossa rotina. O objetivo é executar de forma consciente as ações que levam à reações emocionais e cerebrais. São exercícios que vão desde ler ao contrário até conversar com o vizinho que nunca dá bom dia, mas que mexem com aspectos físicos, emocionais e mentais do nosso corpo. "São esses hábitos que ajudam a estimular a produção de nutrientes no cérebro desenvolvendo suas células e deixando-o mais saudável", explica Mariuza Pregnolato, psicóloga especialista em análise comportamental e cognitiva.
Quanto mais o cérebro é treinado, mais afiado ele ficará, mas para isso não precisa se matar nos testes de QI ou nas palavras cruzadas para ter resultados satisfatórios. "Estas atividades funcionam, mas a neuróbica é ainda mais simples. Em vez de se inscrever em um super desafio de matemática e ficar decorando fórmulas, que tal vestir-se de olhos fechados ou andar de trás para frente?", sugere a especialista. A proposta da neuróbica é mudar o comportamento rotineiro para "forçar" a memória. Por isso, é recomendável virar fotos de cabeça para baixo para concentrar a atenção ou usar um novo caminho para ir ao trabalho.

O papel dos sentidos
O programa de exercícios da neuróbica oferece ao cérebro experiências fora da rotina, usando várias combinações de seus sentidos - visão, olfato, tato, paladar e audição, além dos "sentidos" de cunho emocional e social.
"Os exercícios usam os cinco sentidos para estimular a tendência natural do cérebro de formar associações entre diferentes tipos de informações, assim, quando você veste uma roupa no escuro, coloca seus sentidos em sinal de alerta para a nova situação. Se a visão foi dificultada, e é isso que faz com que você sinta o efeito dos exercícios, outros sentidos serão aguçados como compensação", explica Mariuza.
Para estimular o paladar, uma dica bacana é fazer combinações gastronômicas inusitadas. Já pensou em misturar doce com salgado? Maionese com leite condensado?

Memória preservada
A neuróbica não vai lhe devolver o cérebro dos vinte anos, mas pode ajudá-lo a acessar o seu arquivo de memórias. Não dá para aumentar nossa capacidade cerebral, o que acontece é que com os exercícios você consegue ativar áreas do seu cérebro que deixou de usar por falta de treino".
"Você só estimula o cérebro se o exercita, por isso quem sempre esteve atento a esta questão terá menos problemas de saúde cerebral, como demência e doenças cognitivas, como Alzheimer", considera a especialista.
A seguir você encontra diferentes exercícios para estimular o cérebro:


Técnicas para aprimorar as habilidades cognitivas:
1- Estimule o paladar, coma comidas diferentes
2- Leia ou veja fotos de cabeça para baixo concentrando-se em pormenores nos quais nunca tinha reparado
3- Folheie uma revista e procure uma fotografia que lhe chame a atenção. Agora pense 25 adjetivos que ache que a descrevem a imagem ou o tema fotografado
4- Quando for a um restaurante, tente identificar os ingredientes que compõem o prato que escolheu e concentre-se nos sabores mais subtis. No final, tire a prova dos nove junto ao garçom ou chef
5- Selecione uma frase de um livro e tente formar uma frase diferente utilizando as mesmas palavras
6- Experimente jogar qualquer jogo ou praticar qualquer atividade que nunca tenha tentado antes
7- Compre um quebra cabeças e tente encaixar as peças corretas o mais rapidamente que conseguir, cronometrando o tempo. Repita a operação e veja se progrediu
8- Recorrendo a um dicionário, aprenda uma palavra nova todos os dias e tente introduzi-la (adequadamente!) nas conversas que tiver
9 - Ao ler uma palavra pense em outras cinco que começam com a mesma letra

Técnicas para quebra de rotina
Mudar a rotina ajuda a nos tirar dos padrões de pensamento de sempre, que nos levam ao piloto automático. Experimente:
10 - Use o relógio de pulso no braço direito
11 - Ande pela casa de trás para frente
12 - Vista-se de olhos fechados
13 - Veja as horas num espelho
14 - Troque o mouse do computador de lado
15 - Escove os dentes utilizando as duas mãos
16 - Quando for trabalhar, utilize um percurso diferente do habitual
17 - Introduza pequenas mudanças nos seus hábitos cotidianos, transformando-os em desafios para o seu cérebro
18 - Faça alguma atividade diferente com seu outro lado do corpo e estimule o seu cérebro. Se você é destro, que tal escrever com a outra mão?

Técnicas de memorização
19 - Ao entrar numa sala onde esteja muita gente, tente determinar quantas pessoas estão do lado esquerdo e do lado direito. Identifique os objetos que decoram a sala, feche os olhos e enumere-os
20 - Experimente memorizar aquilo que precisa comprar no supermercado, em vez de elaborar uma lista. Utilize técnicas de memorização ou separe mentalmente o tipo de produtos que precisa. Desde que funcionem, todos os métodos são válidos.
21 - Faça contas “de cabeça”.
22 - Estimule seu cérebro com jogos mentais como xadrez, dama ou palavras cruzadas, por exemplo.
23 - Memorize números, datas. Comece por sua identidade, CPF , CEP, números de telefones de seus amigos
24 - Beba muita água ionizada e alcalina (pH maior que 7) , no mínimo 2 litros por dia. O cérebro tem 77 % de água. Uma equipe de cientistas do Reino Unido constatou que a ingestão insuficiente do líquido encolhe a massa cinzenta e torna mais trabalhoso o ato de pensar.
25 - Durma no mínimo 7 h por dia, e observe o quadro que mostra o número de horas que você precisa de acordo com a sua idade:



A regra é faça tudo diferente e você fará com que seus neurônios criem novos caminhos de comunicação. Chamamos isso de sinapses. Essas novas ramificações aumentará a capacidade de seu cérebro e com isso você evitará ou diminuirá aqueles momentos de esquecimentos e bloqueios como o famoso “Deu um branco”.
Vamos exercitar!

Por exemplo: quantos rostos você consegue encontrar na imagem abaixo?



Que tal mudar o comportamento rotineiro? 
Tente, invente, faça alguma coisa diferente e estimule o seu cérebro.




domingo, 6 de janeiro de 2019

Como estudar melhor

Prof. Pierluigi Piazzi


Pierluigi Piazzi, mais conhecido pelos seus alunos e colegas de profissão, como Prof. Pier. Nasceu na Itália, no dia 29 de janeiro de 1943, durante a 2ª Guerra Mundial e chegou ao Brasil em 1954, lecionou por mais de 50 anos em diversas instituições de ensino, acumulando vasta experiência na área de aprendizado. Nos deixou em 22 de março de 2015, aos 72 anos.
Na época em que foi professor do cursinho pré-vestibular Anglo, em São Paulo/SP, e eu prof. de Física no Colégio Anglo em Uberlândia, tive a oportunidade de participar de alguns cursos ministrados por ele, onde fazia questão de comentar que a maioria absoluta dos alunos não sabia estudar.
Ele trabalhou como professor, garçom, confeiteiro, motorista de caminhão, topógrafo, tratorista e químico. Foi professor de cursinho e chegou a preparar cerca de 100 mil alunos para o vestibular.
Ao aliar sua experiência como professor e os conhecimentos adquiridos ao lecionar Inteligência Artificial e Configuração de Redes Neurais num curso de Engenharia da Computação, conseguiu identificar os erros no sistema educacional brasileiro. Por mais de dez anos viajou pelo Brasil e visitou centenas de escolas fazendo palestras para pais, alunos e professores e mostrando como evitar esses erros.
Pensando em uma forma de ajudar estes alunos a serem estudantes, o prof. Pier escreveu o livro “Aprendendo Inteligência”.
Sorte nossa que ele não parou por aí.
Depois dessa primeira obra, voltada aos estudantes, escreveu outras três: “Estimulando Inteligência” (para os pais), “Ensinando Inteligência” (para professores) e “Inteligência em Concursos” (para concurseiros).
Prof. Pier era defensor da ideia de que inteligência se aprende!, isto é, todos os dias podemos ficar um pouquinho mais inteligentes.
Durante muito tempo, acreditou-se que a inteligência era uma característica inata, porém, com os recentes avanços da neurociência, tem-se provado que ela pode ser desenvolvida. 
A Neurociência ou Ciência Neural é o estudo do sistema nervoso, de como ele se desenvolve, sua estrutura, o que faz e suas influências nas ações cognitivas interligadas ao cérebro. Essa ciência não só ajuda a entender o funcionamento normal do sistema nervoso, como também o que acontece com o sistema nervoso quando as pessoas têm distúrbios neurológicos, psiquiátricos e de desenvolvimento neurológico.
A Neurociência mostra que hoje em dia inteligência, talento e vocação são qualidades aprendidas, de forma tão precoce que as pessoas pensam que é de nascença. Ao vir ao mundo, nascemos como folhas em branco, portanto podemos ser qualquer coisa, ninguém nasce matemático, músico, médico.
Poucas áreas da ciência passaram por uma revolução tão espetacular nos últimos cinquenta anos como o estudo do cérebro, uma massa de proteína e gordura de 1,4 Kg que controla os sentimentos, o raciocínio e o comportamento. 
A complexa rede por onde correm os impulsos eletroquímicos que produzem as sensações e os pensamentos de uma pessoa é formada por 100 bilhões de neurônios, conectados uns aos outros por meio de até 10.000 sinapses. Se o sequenciamento do DNA exigiu 3 gigabytes, o mapeamento do cérebro, vai requerer 1 trilhão de gigabytes de memória (eletrônica). Veja, 26/09/2018 pág. 143.
O córtex cerebral é a mais eficiente e sofisticada máquina de pensar existente. É a parte mais nobre do cérebro, fundamental para a memória de longo prazo.
O sistema límbico é cheio de estruturas complexas (tálamo, hipotálamo, amígdala, etc.) nas quais se destaca uma, denominada hipocampo, muito importante para a memória de curto prazo.
Há pouco mais de um século, o cientista alemão Korbinian Brodmann dividiu o cérebro humano em 52 regiões diferentes, criando o primeiro “mapa” do cérebro. No mês de dezembro de 2017,  um esforço científico liderado pela Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, atualizou essas divisões, revelando que o córtex, a camada mais externa do cérebro, tem 180 áreas que comandam a consciência, linguagem, atenção, percepções, pensamentos e sensações – um conhecimento sem precedentes sobre a mente humana.
Não é mais possível pensar nos processos de aprendizagem somente do ponto de vista abstrato. As neurociências tem demonstrado como, e em que situações, o cérebro atua nos processos de aprendizagem. A Neuropsicologia é o ramo das Neurociências que estuda este funcionamento cerebral permitindo que, hoje possamos pensar não somente em aprendizagem, mas, de forma mais ampla, em neuroaprendizagem.
O sistema límbico é a parte idiota do cérebro. Já notaram quando vocês acordam, quanta besteira a gente faz, porque estamos utilizando o sistema límbico. A boa notícia, dentro do cérebro de cada um de nós mora um gênio, o córtex.
Um  neurônio, célula nervosa característica do cérebro, tem uma estrutura peculiar: do corpo da célula nascem ramificações (dentritos), cujos terminais podem se conectar aos outros neurônios.
Uma espécie de cabo de comunicação (axônio) revestido por uma capa de mielina, transmite, se devidamente estimulado, um pulso eletroquímico que vai enviar um sinal para os dentritos de outro neurônio.
Um conjunto de centenas ou de até milhares de neurônios formam a rede sináptica (rede neural).
Uma informação, portanto, é transformada em conhecimento somente se as redes neurais do córtex forem reconfiguradas.
Sinapses devem ser desfeitas, outras ativadas, dentritos morrem ou nascem, caminhos são refeitos. Portanto a estrutura física do cérebro deve ser alterada!
Temos 100 bilhões de neurônios conectados uns aos outros por meio de até 10.000 sinapses. O sequenciamento do DNA exigiu 3 gigabytes. O mapeamento do cérebro vai requerer 1 trilhão de gigabytes de memória eletrônica.
O sistema reticular tem a função de selecionar quais informações são importantes para retê-las e quais irão ser descartadas.
A aprendizagem resulta da reorganização de redes neurais espalhadas pelo cérebro, sendo que essas redes precisam ser ativadas para que as sinapses sejam feitas e desfeitas, levando à modificação da relação entre os neurônios o que chamamos de neuroplasticidade, e assim a novos conhecimentos, ideias, atitudes, habilidades, etc.
A ciência explica: A ansiedade é o resultado da correlação de diversas áreas do cérebro:
  • Córtex pré-frontal É a região responsável pelo raciocínio lógico e pela tomada de decisão. O córtex dialoga com a amígdala, filtrando as emoções.
  • Amígdala Estrutura responsável pelo processamento das emoções. Funciona como uma espécie de alarme que ”avisa” o cérebro se a situação é ameaçadora.
  • Hipocampo É nele que ocorre a fixação das memórias. Sempre que o cérebro se vê diante de uma nova situação, compara-a com o que está ”guardado” para decidir se o que vem pela frente é potencialmente bom ou ruim.
  • Hipotálamo Controla as reações fisiológicas do corpo e responde aos estímulos da amígdala. Ao identificar algum perigo, prepara o organismo para lutar ou fugir aumentando a produção de adrenalina e cortisol, o que provoca taquicardia, suor, mãos frias e respiração curta e ofegante.
  • Fascículo Uncinado É o feixe de neurônios que conecta o córtex à amígdala, a razão das emoções. Pesquisas mostram que a conexão é mais curta em pessoas altamente ansiosas e por isso a amígdala acaba respondendo mais intensamente. O fascículo é afetado pela ação do cortisol, o hormônio do stress. Veja, 02/01/2019 – pág. 81.

1. POR QUE ESTUDAR?
Estudamos para ficarmos cada vez mais inteligentes, pois quem tem mais chances de sair bem em um concurso, não é quem sabe mais, mas é aquele que conseguiu se tornar mais inteligente!
Inteligência, talento e vocação são qualidades aprendidas. O candidato que se preocupe em melhorar seu nível de inteligência leva uma vantagem enorme.

2. QUANDO ESTUDAR?
De acordo com o Prof. Pier, a fórmula para se tornar mais inteligente é simples e pode ser enunciada pela seguinte frase:
“Aula assistida hoje é aula estudada…hoje!”
O que ele quer dizer com isso?
Para explicar melhor, é importante estabelecer a diferença entre aluno e estudante.
Aluno é aquele que frequenta as aulas, que absorve as informações de maneira passiva e coletiva e que estuda somente na véspera da prova.
Estudante, por sua vez, é aquele que estuda em casa (ou na biblioteca), regularmente, de forma solitária e ativa!
O sistema educacional brasileiro é um dos piores do mundo porque é formado por milhares de alunos e pouquíssimos estudantes.
Segundo Pier, a aula serve para o aluno entender a matéria.
Mas somente com o estudo por conta própria ele vai aprender o conteúdo. E aprender significa não esquecer mais, isto é, armazenar de forma permanente.
Ele afirma que o ciclo de aprendizado tem um prazo de 24 horas. Por isso, é essencial estudar a matéria no mesmo dia em que foi assistida a aula, antes que se passe uma noite de sono. Por que antes de dormir?
Porque é durante o sono que o cérebro organiza a informação, descartando o que é inútil e inserindo na memória de longo prazo o que é importante.
Uma soneca de, no máximo, 15 minutos é permitida durante o dia. Coloque um despertador. Dormir a noite toda sem estudar faz com que a maioria do conteúdo seja esquecida no dia seguinte.
E os alunos que estudam na véspera da prova e tiram boas notas?
A resposta é óbvia: como o assunto fica armazenado na memória recente, eles esquecem tudo logo após o exame, ou seja, não aprendem nada! Enganam-se a si mesmos.
Certamente obterão um diploma universitário, mas provavelmente não serão profissionais competentes.
Em um tempo em que as máquinas estão substituindo cada vez mais a mão-de-obra, somente os inteligentes terão espaço no mercado (e não os diplomados).

3. COMO ESTUDAR?
E como deve ser o estudo solitário e ativo?
Para Pier, a melhor forma de estudar é escrevendo! Essa atividade aumenta as redes neurais, fixando melhor o conteúdo. Não adianta digitar no computador, tem que escrever com o lápis ou caneta no caderno.
Digitar grava na memória do computador. Escrever grava na memória do seu cérebro.
A neurologista Judy Willis é uma das defensoras do uso da escrita com lápis e caneta. Segundo ela a escrita desenvolve a criatividade e a expressão pessoal. Ambas ajudam no raciocínio cognitivo.
A escrita em ferramentas tecnológicas também possui suas qualidades, porém a escrita cursiva facilita muito mais o aprendizado. Pois escrever envolve mais áreas do cérebro, e quanto mais áreas você envolve na aprendizagem, mais fácil fica a memorização.
Se você está estudando você precisa escrever bastante. Faça resumos, mapas mentais, anotações em livros, o que desejar, mas use seus lápis e canetas, sem moderação.
Ler um livro, ainda que grifando, continua sendo estudo passivo e não é suficiente. Escreva resumos e esquemas das partes mais importantes em uma folha de papel.
Também não resolve estudar mais, tem que estudar melhor. 

Crie o hábito de estudar um pouco, mas todos os dias, e você terá tempo para desfrutar dos melhores prazeres da vida, além de aumentar a sua inteligência.
É infinitas vezes melhor do que estudar muito, na hora errada (em cima da hora) e aumentar a sua ignorância.
Escolha um ambiente tranquilo e confortável para o estudo.
E quanto a estudar ouvindo música?
Pode, desde que seja música instrumental ou que você não entenda a língua da letra. Existe uma razão para isso.
Se você compreender a letra, a parte lógica e racional do seu cérebro vai dividir a atenção com o conteúdo que está sendo estudado.
Caso contrário, a música vai afetar uma parte diferente do cérebro, não havendo problema.
Algumas pessoas gostam de estudar ouvindo música para isolar ruídos externos e aumentar a concentração.


4. QUANTO ESTUDAR?
O melhor ritmo é estudar durante meia hora de forma intensa, fazer 10 minutos de intervalo, estudar mais meia hora, parar mais 10 minutos, e assim por diante.
Estude durante meia hora e faça 10 minutos de intervalo.
Durante os intervalos, o ideal é relaxar praticando uma atividade física (alongamento, caminhada curta) ou tocando algum instrumento musical.
Em hipótese alguma use equipamentos que tenham tela (TV, videogame, computador). Além de não descansar a mente, corre o risco de ultrapassar o tempo do break.
Como cada pessoa tem o seu próprio ritmo, a meia hora de estudo pode ser esticada para 40 minutos (nunca mais do que isso!).
E o intervalo não deve passar de 15 ou 20 minutos. Fazer intervalos aumenta bastante a eficiência nos estudos.
A enzima que estimula a formação de novas ramificações (dendritos dendros = árvores) acaba se esgotando após uns 40 min, e só se refaz quando o cérebro descansa por 10 minutos. 
Repete-se este ciclo no máximo 4 vezes.
Por fim, para desenvolver a inteligência você deve exercitar o raciocínio e, sobretudo, ler muito.
Pier afirma que só escreve bem quem lê muito e só lê muito quem lê por prazer.
Descubra aquilo que gosta de ler. Se não gostar de um livro, troque-o imediatamente, até achar aquele que você goste.
“Ninguém aprende coisa alguma se não for autodidata, ou seja, professor de si mesmo” (Pier).
Estudo não é questão de quantidade: é questão de qualidade! (prof. Alírio Nogueira)
Ou vc estuda de forma compatível com o funcionamento do seu cérebro ou nem adianta estudar. (prof. Alírio Nogueira).

5. COMO SE ORGANIZAR  
Enfim, como se organizar? Separei, abaixo, uma lista com dicas fundamentais para você levar em consideração ao se preparar para um concurso:

  • Invista em métodos eficazes de estudos porque com uma memória treinada os estudos renderão muito mais;
  • Organize sua rotina, pois assim você conseguirá otimizar algumas tarefas, sobrando mais tempo para os estudos;
  • Faça exercícios para a memória, pois assim você a fortalecerá, aumentando  seu aproveitamento nos estudos;
  • Planeje estudar em um horário fixo por dia, pois com um horário fixo você vai criar o hábito de estudar com mais dedicação, evitando distrações;
  • Realize uma atividade por vez, pois assim você vai se concentrar mais na matéria que estiver estudando;
  • Estabeleça metas, pois assim você conseguirá cumprir, com êxito, todo o conteúdo que precisa estudar;
  • Crie o hábito de se exercitar fisicamente, pois isso o ajudará a ficar mais disposto para os estudos;
  • Revise as matérias periodicamente, pois assim você conseguirá rever conceitos que foram estudados há algum tempo, evitando, portanto, de esquecê-los.
  • Resolva exercícios, pois assim você ficará melhor preparado para as provas e saberá como os conteúdos vem sendo cobrados.
  • Alimente-se bem, pois uma boa alimentação afeta positivamente em nosso desempenho de estudo diário;
  • Durma, pelo menos, 6 horas por noite, pois o cérebro precisa armazenar tudo que aprendeu durante o dia e isto só ocorre durante o sono REM - Rapid Eye Movement ("movimento rápido dos olhos"), é a fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos. Durante esta fase, os olhos movem-se rapidamente e a atividade cerebral é similar àquela que se passa nas horas em que se está acordado.


Organizar-se para aprender de modo realmente eficaz é o caminho mais seguro para a tão sonhada aprovação. Cultivar hábitos saudáveis, como dormir e alimentar-se bem, além de investir em técnicas eficazes de estudo, contribui para que você atinja seus objetivos.
Com foco, disciplina e organização, você terá condições de estudar e guardar todas as informações de que precisa para conseguir ser aprovado no concurso que tanto almeja!

Sucesso no concurso e na vida!


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