edX reunirá cursos gratuitos e acessíveis a qualquer pessoa; a ideia é
que outras instituições façam parte do projeto.
Imagine uma sala de aula não com 40 nem 80, mas com
120 mil alunos. Para Harvard e MIT isso já é possível. As duas universidades
mais importantes do mundo anunciaram a criação da edX, uma plataforma on-line
em que as duas instituições vão oferecer cursos livres e gratuitos para
milhares de alunos de todo o mundo simultaneamente.
Com aporte de U$S 30 milhões de cada universidade, a
edX nasce com a missão de disseminar conhecimento qualificado pelo mundo, com
cursos disponíveis a partir de setembro/2012. Mas não é só isso. Tem o objetivo
também de permitir que as instituições entendam melhor como os alunos aprendem,
quanto cada parte das aulas é bem compreendida e quais áreas demandam mais
explicações e informações.
“Nós não vamos apenas tornar o conhecimento mais
acessível, também iremos entender mais sobre o processo de aprendizagem”, disse
Drew Faust, presidente de Harvard, durante a coletiva de imprensa de anúncio da
edX. “Dois dos meus compromissos mais importantes como presidente de Harvard
têm sido aumentar o acesso à educação e fortalecer o ensino-aprendizado. A edX
vai nos permitir avançar nesses dois propósitos de formas inimagináveis.”
Para isso, a parceria conta com toda a tecnologia que
o MIT já vinha desenvolvendo com o MITx (leia mais aqui),
plataforma semelhante lançada no fim do ano de 2011 que reuniu mais de 120 mil
inscritos no único curso que ofereceu e que serviu de piloto para a edX. Do
MITx, além do know-how, a edX herda também o presidente, Anant Agarwal.
As funcionalidades da plataforma incluem grupos de
discussão, laboratórios on-line, aprendizado de forma colaborativa baseado nos
formatos “wiki” – como da Wikipedia, por exemplo – e avaliação da aprendizagem
na medida em que o aluno progride no curso. Os estudantes que cumprirem os
requisitos ao longo do curso receberão um certificado de conclusão, mas que não
será aceito como créditos cumpridos em nenhuma das duas universidades.
Hockfield, presidente do MIT, diz que a educação on-line não deveria ser
encarada como inimiga da educação tradicional e sim “como aliada inspiradora e
libertadora.”
Segundo o MIT, a nova plataforma vai além das
tradicionais aulas virtuais, em que a participação do aluno era passiva.
“Iremos além do modelo padrão de educação on-line que se baseia em assistir o
conteúdo de vídeo. Vamos oferecer uma experiência interativa”, afirma a
universidade no site em que explica a plataforma.
A presidente do MIT, Susan Hockfield, disse ao MIT
News que a edX “será uma expedição compartilhada para explorar as fronteiras da
educação digital”. Ainda segundo a presidente, a plataforma será uma grande
ferramenta de pesquisa e aprendizagem. “O que descobrirmos juntos vai nos
ajudar a melhorar o que já fazemos no campus e, ao mesmo tempo, vai aumentar as
oportunidades educacionais para alunos e professores de todo o planeta.”
Hockfield afirma que a educação on-line não deveria
ser encarada como inimiga da educação tradicional e sim “como aliada
inspiradora e libertadora.” A intenção das universidades é que novas
instituições façam parte do projeto e mais pessoas possam colaborar. Por isso,
a edX foi construída em um software livre, que vai possibilitar que outros
pesquisadores e desenvolvedores acrescentem suas sugestões.
A edX nasceu pouco mais de um mês depois do Coursera,
plataforma conjunta das universidades de Stanford, Princeton, Michigan e
Pennsylvania em uma onda internacional de fortalecimento do ensino on-line. Em 2012, outro anúncio de peso foi a criação da Minerva, universidade on-line
que pretende estar entre as melhores do mundo (leia mais detalhes aqui).
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