O
primeiro passo é identificar uma oportunidade e descobrir uma boa ideia de negócio.
Uma
pesquisa realizada pelo instituto americano IBISWorld listou quais negócios de
varejo estão mais aquecidos para 2012. Para concluir a lista, os pesquisadores
avaliaram os custos da pequena empresa,
as barreiras de entrada e a receita esperada para este ano.
Apesar
de focado no mercado americano, o levantamento pode servir de inspiração para
os empreendedores que pensam em começar
um negócio no Brasil. Vale lembrar que toda empresa deve ter uma intensa
pesquisa de mercado e um plano de negócios bem elaborado para aumentar as
chances de sucesso.
Pneus
Pode parecer curioso, mas os pesquisadores justificam
a colocação de uma loja de pneus na lista dizendo que os consumidores mudaram.
Segundo o estudo, muito americanos adiaram a compra deste produto durante a
crise e agora buscam opções mais eficientes. No Brasil, a demanda deve ser
crescente também. A venda e a produção de veículos bateu recordes em 2011.
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea), foram vendidas mais de 3,6 milhões de novas unidades no ano
passado. O IBISWorld projeta um crescimento de 10% no faturamento deste
tipo de negócio.
Bolsas e acessórios
As mulheres lideram o consumo no Brasil. Segundo uma
pesquisa da Serasa Experian, elas são maioria nos quesitos alto poder de
compra, bons salários e atividade de crédito. Por isso, negócios que focam
neste público são, geralmente, bem sucedidos. Os pesquisadores indicam que
lojas de bolsas, acessórios e malas tendem a crescer mais do que outros tipos
de negócios neste ano, com aumento de 5,5% na receita.
Arte
Abrir um negócio de quadros de pintores famosos, por
exemplo, não é exatamente simples. Mas há, sim, muito mercado para outros
objetos de arte de luxo, segundo o IBISWorld. Geralmente, o aumento do poder de
consumo e o aquecimento da economia ajudam este ramo. Para os pesquisadores,
este setor têm poucos custos e não costuma exigir muitos funcionários.
Espera-se 4% a mais de receita neste ano para este tipo de empresa. No Brasil,
em especial, crescem também as lojas de artesanato. Produtos feitos à mão e
regionais se destacam em lojas físicas e também na internet e têm atraído
inclusive a atenção de investidores estrangeiros.
Móveis
Apesar dos preços nas alturas, o
mercado imobiliário não para. Em 2011, segundo dados da Secovi, foram
comercializados 28,3 mil imóveis. E todos eles, é claro, terão que ser
mobiliados. Por isso, lojas de móveis aparecem em destaque na lista. Os
pesquisadores acreditam que os consumidores mais confiantes no cenário
macroeconômico tendem a comprar ou reformar seus imóveis. De acordo com a
pesquisa, a receita destes negócios deve crescer 3,4% no ano, contra uma média
histórica de 3%.
Comida
Os negócios gastronômicos estão atraindo cada vez mais
público. Com mais poder aquisitivo, a população pode também permitir-se um
jantar fora ou mesmo comprar um ingrediente especial. Segundo a pesquisa, o
potencial das lojas especializadas em alimentos, como empórios, é forte. Com um
aumento de faturamento esperado de 2,3%, os donos de lojas deste tipo devem ver
um aquecimento também nos próximos anos.
Bebidas funcionais
Um mercado relativamente novo e pouco explorado. É
assim que os pesquisadores enxergam o nicho de bebidas funcionais. Nos Estados
Unidos, a nova moda são as bebidas relaxantes, uma espécie de contraposto dos
energéticos. A receita deste tipo de negócio deve crescer 24,8% ao ano até
2016. A presença mais forte é da Dream Water, a empresa promete que a bebida –
que contém soníferos naturais - ajuda a relaxar e funciona como um calmante
para dormir. No Brasil, já existem algumas iniciativas de bebidas que
funcionam como cosméticos para a pele. O negócio seria promissor também
por exigir investimentos baixos e ter poucas barreiras de entrada.
Jogos para redes sociais
Segundo a pesquisa, a área de desenvolvimento de jogos
para redes sociais foi uma das mais bem sucedidas nas últimas décadas. Depois
do sucesso estrondoso da Zynga, que desenvolve games como CityVille e FarmVille
para o Facebook, este mercado ficou ainda mais aquecido. Estima-se que a
receita deste tipo de empresa cresça 24,4% ao ano nos próximos 5 anos. Apesar
de um capital médio, o mercado não impõe barreiras altas de entrada. A margem de
lucro é de 15,8%, segundo a pesquisa. As oportunidades mais preciosas estariam
em aplicativos e jogos para smartphones. Espera-se 250 novas empresas surjam
nesta área esse ano.
Internet
Não tem jeito, os negócios digitais continuam em alta
e devem ocupar este posto pelos próximos cinco anos, pelo menos. Aplicativos e
novas tecnologias para smartphone continuam crescendo. A pesquisa aponta o
sucesso do Spotify, serviço de música online, como um exemplo do potencial
deste setor. Mesmo com poucas barreiras de entrada, esta área exige
investimentos altos e constantes, em especial em tecnologia. Estima-se que o
faturamento destas empresas cresça 9,9% ao ano entre 2011 e 2016. A margem
de lucro é de 17%. Segmentos que combinam redes sociais e conteúdo e social
commerce parecem ser mais promissores. Lojas e leilões virtuais devem crescer
9,6% ao ano em receita.
Serviços corporativos de
bem-estar
A preocupação com a saúde dos colaboradores tem sido
cada vez maior nas empresas americanas. Não porque as companhias sejam
solidárias aos funcionários, mas porque várias pesquisas indicam que problemas
de saúde - em especial os relacionados a maus hábitos – afetam de forma
negativa a produtividade. Por isso, os pesquisadores acreditam que os serviços
corporativos de bem-estar, como programas internos de conscientização
alimentar ou de exercícios, vão crescer 9,8% em receita anual até 2016.
Software de pesquisas online
Fazer uma pesquisa de mercado costuma custar bastante
caro para as empresas. Por isso, muitas estão optando por versões mais baratas
feitas pela internet. Os pesquisadores contam com mais mudanças na tecnologia
nos próximos cinco anos para apostar no crescimento de empresas de pesquisas
online. Apesar de exigir um capital alto para tocar o negócio, este mercado tem
poucas barreiras de entrada e deve faturar 9,6% mais a cada ano até 2016,
pelo menos. A margem de lucro é de 60%, segundo a pesquisa.
Vinícolas
Ainda no mercado de bebidas, o levantamento aponta o
vinho como um produto que tem tudo para crescer. Depois do surgimento e da
consolidação de algumas cervejarias
artesanais, as vinícolas devem crescer e faturar até mais de 4,9% ao
ano. De acordo com os pesquisadores, o aumento de renda tende a elevar o
consumo de vinhos. Apesar dos custos altos e da necessidade de capital
constante, o mercado de vinhos mais baratos tende a ser bom lugar
para começar um negócio. O empreendedor, no entanto, precisa estar bem
atualizado sobre este mercado.
Consultorias
Com empresas buscando reduzir custos e melhorar
processos, os pequenos negócios de consultoria e apoio empresarial ganham
espaço. Segundo a pesquisa, uma área bastante aquecida é a de recursos humanos.
Com o aumento das contratações, as grandes companhias tendem a terceirizar este
tipo de trabalho. Em média, essas consultorias conseguem operar com três
pessoas trabalhando. Nesta área específica, é esperado um aumento de receita de
4,2% ao ano. Outra oportunidade estaria em consultorias econômicas e
científicas que devem faturar 3,8% ao ano até 2016.
Comida de rua
Os chamados food trucks (caminhões de comida, na
tradução livre) são famosos no exterior mas pouco usados no Brasil. São
trailers que comercializam de sorvete a sanduíches e podem mudar de
localização. Os carrinhos de comida ganharam status gourmet em alguns locais e
se transformaram em pontos de encontro de gente descolada. No ano passado, o
consagrado guia de restaurantes Zagat incluiu food trucks como uma nova
categoria. Com base nisso, os pesquisadores estimam um crescimento de 3,7%
ao ano na receita e margem de lucro de até 26%. A intensidade de capital
exigida é média e as barreiras de entrada são baixas, segundo o estudo. A oportunidade
serve principalmente para grandes cidades.
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