terça-feira, 15 de junho de 2021

O que é Inteligência Emocional?


 De acordo com a psicologia, inteligência emocional é a capacidade de identificar e lidar com as emoções e sentimentos pessoais e de outros indivíduos.

Um exemplo é a pessoa que consegue terminar suas tarefas e atingir suas metas, mesmo sentindo-se triste e ansiosa ao longo de um dia de trabalho.

Ou seja, é uma habilidade que permite que as pessoas gerenciem melhor seus sentimentos e a forma que agirão com base neles.

O que é ser uma pessoa inteligente?

Por anos, a medida da inteligência era dada exclusivamente pelo Quociente de Inteligência (QI) de uma pessoa.

No conceito de QI está, em linhas gerais, a habilidade de raciocinar, pensar problemas de forma abstrata, gerar soluções para assuntos complexos e aprender rapidamente.

Tudo isso se relaciona com o desenvolvimento cognitivo dos indivíduos.

Contudo, muitos estudiosos passaram a questionar essa teoria da inteligência única.

Em contraposição a essa corrente, Howard Gardner, elaborou a teoria das múltiplas inteligências na década de 80.

De acordo com o novo estudo, tanto Pelé como Einstein são exemplos de pessoas muito inteligentes.

Pelé se destaca na inteligência corporal-cinestésica, enquanto Einstein leva “nota 10” na inteligência lógica-matemática.

De acordo com Gardner, existem oito tipos de inteligência. São eles:

  1. Linguística: comunicação oral e escrita, lidar com palavras. Políticos, poetas e jornalistas costumam ser referência
  2. Musical: produz e diferencia sons, ritmos e timbres
  3. Lógica/Matemática: resolução de cálculos e problemas. Cientistas, acadêmicos e engenheiros são os destaques
  4. Visual/Espacial: visão do todo, 3D, reconhecimento especial. Pintores, fotógrafos e designers são exemplos de profissionais com essa inteligência bem desenvolvida
  5. Corporal/Cinestésica: não só os atletas a utilizam, mas também profissões como cirurgiões e artistas plásticos, pois devem fazer um uso racional de seu corpo ao exercer a profissão
  6. Interpessoal: auxilia na interpretação dos gestos e palavras na esfera social. Permite a empatia
  7. Intrapessoal: possibilita que possamos nos compreender e nos controlar internamente
  8. Naturalista: detecta e relaciona questões da natureza. Está ligada à sobrevivência do ser humano.

A inteligência emocional, da forma abordada por Daniel Goleman, que é considerado o pai desse conceito, está relacionada aos itens 6 e 7 da teoria de Gardner.

O que significa ter domínio de sua inteligência emocional?

Dominar sua inteligência emocional significa ser capaz de perceber suas emoções, saber nomeá-las, entendendo seus gatilhos, para, então, desenvolver formas de lidar com elas.

E elas são muitas.

Felicidade, raiva, angústia, medo, alívio, tédio… alguns estudos falam em 27 emoções, enquanto outros abrem esse leque para quase 50.

O grande desafio é que temos gerações de pessoas que cresceram sendo ensinadas a nomear tudo como tristeza, alegria, medo e raiva.

Assim, se a angústia decorrente de uma situação de conflito e contradição for taxada como tristeza, será difícil de dominar, pois o sentimento por trás é mais complexo. Pode até envolver a tristeza, mas não se limita a ela.

Ter a consciência das emoções existentes que se pode experimentar permite que você entenda também quais são os gatilhos de cada uma.

E, a partir disso, será possível desenvolver formas de lidar com elas.

Com o tempo, você percebe que está com mais jogo de cintura, que se tornou uma pessoa mais leve, otimista e que resolver problemas não é mais um fardo.

A partir desse momento, você terá domínio de sua inteligência emocional.

Principais características de pessoas com Inteligência Emocional

Daniel Goleman, ao atribuir 80% do sucesso das pessoas aos fatores relacionados à inteligência emocional, identificou cinco características principais entre aquelas que apresentam a habilidade.

São elas:

Autoconsciência

Pessoas que se conhecem.

Significa ter consciência de suas fortalezas, fraquezas e limitações.

Essas pessoas aprendem a explorar suas potencialidades e respeitam seus limites.

Automotivação

É algo interno.

Permite colocar os sentimentos a serviço de suas metas pessoais.

Perseverança, resiliência e iniciativa são características de pessoas automotivadas.

Reconhecimento das emoções em outras pessoas

Sentir o outro em um ambiente social, perceber suas dores e necessidades, ter empatia.

Isso requer habilidade e muito treino.

Controle emocional

Capacidade de lidar com situações adversas mantendo o controle e a segurança, de forma positiva e menos estressante.

Pessoas que conseguem barrar seus impulsos têm maiores chances de manter um controle emocional frequente.

Relacionamentos interpessoais

Interagir em ambiente social.

Estar emocionalmente disponível, ser persuasivo, influente e saber administrar conflitos.

Com quais dessas características você se identificou e quais acredita que precisa trabalhar mais a fundo?

Uma coisa é certa: todos podem evoluir e desenvolver a inteligência emocional.

Por que é importante desenvolver a inteligência emocional?

Se você ainda não se convenceu da importância do desenvolvimento da inteligência emocional, preste atenção neste tópico.

Ao pensar em liderança, muitos descrevem diversas características cognitivas (visão estratégica, raciocínio rápido, entre outras) e sempre acrescentam a palavra liderança inspiradora.

Para inspirar, um líder precisa mexer com as emoções. E isso pode ser um problema, tanto para si, como para sua equipe.

A grande questão é: como direcionar a sua emoção e as de outras pessoas habilmente para que todos possam ter uma performance superior?

Vamos mudar o contexto para chegarmos a um entendimento melhor.

Pense na educação de uma criança. Os pais são os líderes inspiradores, certo?

Da mesma forma, se você não souber lidar com suas emoções como pai/mãe, como conseguirá ensinar seus filhos a lidar com as emoções deles, para que se tornem adultos inteligentes emocionalmente?

Essas questões demonstram a importância de desenvolvermos a inteligência emocional diariamente, pois, como seres humanos, experimentamos diferentes emoções o tempo inteiro.

E, pior ainda, nossas emoções podem levar a um efeito em cadeia ao nosso redor.

Basta lembrar quando alguém que chega no escritório esbanjando raiva. Cada palavra e gesto refletem sua emoção, certo?

De repente, o clima no departamento fica ruim. Todos começam a tratar uns aos outros de forma raivosa, mas sem motivo aparente.

Lembre-se: sentimentos são contagiosos, para o bem e para o mal.

Portanto, a forma como reagimos a cada uma dessas emoções nos ajuda a alcançar nossos objetivos pessoais e profissionais.

E isso também permite que sejamos melhores líderes, desenvolvendo relacionamentos saudáveis, com uma vida mais equilibrada e feliz.

 

Inteligência Emocional no trabalho

Considere a seguinte situação: você vai apresentar um importante projeto de sua divisão de negócios para o vice-presidente global em uma hora.

Tecnicamente, está tudo impecável. Você revisou cada ponto com o time envolvido e estão todos de acordo e confiantes que o projeto será aprovado.

Você está muito satisfeito com o trabalho.

Então, resolve fazer uma pausa para um saborear um cafezinho. Ao chegar lá, encontra um grupo de colegas.

No meio da conversa, alguém faz uma brincadeira com você. Todos riem e seguem a conversa.

Contudo, algo naquela brincadeira mexeu com seu emocional. Você não consegue identificar o que aconteceu, mas isso o desestabiliza.

Sua confiança para apresentação vai embora e uma ansiedade sem fim toma conta de você.

A apresentação que parecia que estar perfeita, agora parece estar cheia de defeitos.

Você se torna o pânico em pessoa. E o cenário continua se deteriorando.

Na hora “H”, perante o VP global, você se enrola, não defende seu ponto de vista, não sustenta seus argumentos, nem sua construção lógica.

Até seu inglês impecável o deixa na mão. Tudo vai por água abaixo e seu projeto não é aprovado.

O que será que aconteceu? Qual gatilho emocional aquela brincadeira disparou? Quais emoções foram despertadas?

Uma pessoa com inteligência emocional saberia identificar a emoção que a brincadeira despertou.

E, ao perceber, usaria alguma técnica para contê-la naquele momento e poder continuar desempenhando seu papel na apresentação.

Existem diversas técnicas de PNL (Programação Neurolinguística), como a âncora, na qual a pessoa recorre a uma imagem positiva, que permite com ela restabeleça o controle emocional rapidamente.

Contudo, esse não foi o caso. E sua carreira pode ser prejudicada por episódios como esse.

Esse é um exemplo do ambiente profissional, mas, na vida pessoal, existem diversas outras situações similares que poderíamos contornar melhor com inteligência emocional.

7 dicas para você desenvolver a sua inteligência emocional.

Para lidar melhor com seu lado emocional e evitar ter sua carreira prejudicada por situações como a descrita no tópico anterior, tente praticar algumas das dicas a seguir.

Elas podem representar o ponto de partida para desenvolver a sua inteligência emocional.

1. Crie consciência sobre seu comportamento e suas reações

A melhor forma de criar consciência sobre si é se auto-observar. Esse é um exercício que deve ser diário.

Comece elencando os momentos de seu dia a dia que mais mexem com suas emoções.

A rotina diária para quem tem filhos pode ser desestabilizadora: frustração, raiva, sentimento de impotência, pouca valorização, esgotamento, enfim.

Reuniões semanais de equipe também podem causar impactos em você: sentimento de improdutividade, ciúmes entre membros, competição, entre outros.

Com essa lista pronta, entenda o que cada situação desperta e como você se sente antes e depois de cada evento.

É provável que perceba uma tendência a postergar cada vez mais aquilo que mexe negativamente com suas emoções, mesmo que sejam tarefas importantes para atingimento de suas metas.

E, paralelamente, irá perceber que costuma realizar mais rapidamente tudo o que é mais agradável emocionalmente.

Aos poucos, leve essa consciência para situações que fogem de sua rotina.

Isso é ainda mais desafiador, contudo, fundamental. Pare, observe e entenda como você reage e se comporta com as adversidades não rotineiras.

Esse exercício contínuo permitirá que você saia do automático e compreenda melhor como trabalhar sua inteligência emocional.

2. Domine suas emoções

Existem inúmeras técnicas.

Caberá a você colecioná-las em sua caixa de ferramentas pessoal e recorrer a elas nos momentos em que necessitar.

Uma forma de sair do automático e entender sua emoção naquele momento é dar um tempo para respirar profundamente.

Não é à toa que a respiração faz parte de processos de meditação e yoga.

Use o inspirar e expirar para se acalmar, voltar ao seu estado normal, tirar as emoções excessivas, permitindo que você retome sua capacidade de analisar a situação.

A raiva, por exemplo, é considerada uma emoção que produz reações físicas.

Ter uma bolinha para apertar nesses momentos pode ajudar a dominar esse sentimento.

Se tiver a possibilidade de se levantar e sair para dar uma volta pela empresa, pode ser uma alternativa.

Ao caminhar, você respira, deixa o corpo trabalhar as emoções físicas e pode, aos poucos, tentar entender seus sentimentos e como equilibrá-los.

O mindfulness (atenção plena) também é uma forma de lidar com suas emoções.

Essa técnica permite que você perceba, por meio da atenção plena, seu corpo e mente, em situações desafiadoras, permitindo regular suas emoções, criando um espaço mental.

3. Melhore a comunicação ao seu redor

Muitas vezes, as emoções vêm à tona simplesmente por interpretações erradas de uma situação.

Aprender a se expressar significa não só falar e gesticular bem, mas também perceber se seu interlocutor compreendeu o que foi falado.

Diversas equipes vivem em estresse emocional simplesmente porque a comunicação é truncada.

Uma dica valiosa para melhorar essa habilidade é colocar sentimento em sua fala: “Eu me senti desvalorizado quando você optou em apresentar o meu trabalho na reunião ao invés de permitir que eu mesmo apresentasse.”

4. Treine seu cérebro para pensar em respostas ao invés de reagir no automático

Quando você é agredido verbalmente por uma pessoa, seu impulso é rebater na mesma moeda?

Se sim, você está deixando seu inconsciente emocional e impulsivo tomar conta de suas ações.

Daniel Goleman classifica isso como o cérebro emocional, em contraposição ao cérebro pensante.

Com treino constante, você deve tentar controlar o impulso do cérebro emocional para permitir que o pensante entre em cena.

No contexto das empresas, uma dica de ouro é a seguinte: nunca responda um e-mail que desperte emoções logo após fazer sua leitura.

Espere alguns minutos, respire profundamente ou vá dar uma volta (olha a caixinha de ferramentas barrando o cérebro emocional) e só depois formule uma resposta.

Ao reagir no automático, nos colocamos em uma posição contrária à inteligência emocional.

5. Conheça suas forças, fraquezas e limites

Ao elencar suas forças, fraquezas e limites pessoais, você avançará em sua jornada de autoconhecimento.

Suas forças irão ajudar a não só equilibrar suas fraquezas, mas também a explorar oportunidades.

Reconhecer suas fraquezas permite que você aprenda a pedir ajuda, valorize o trabalho dos outros e enxergue como cada um complementa o outro em uma equipe.

Por fim, os limites vão sinalizar quais são seus pilares e valores inegociáveis.

Devem ser conhecidos e respeitados para evitar uma dissonância cognitiva.

Lembre-se: respeitar a si próprio é uma das principais formas de demonstrar inteligência emocional.

6. Exerça a empatia

Como a inteligência emocional se refere ao reconhecimento não só das nossas emoções, mas também dos outros, desenvolver empatia é fundamental.

Tentar compreender como o outro se sente e suas emoções desperta em cada pessoa a vontade de agir melhor.

Ser empático significa olhar menos para seus problemas e olhar para fora, enxergar quem está ao seu redor, com intuito de poder ajudar de verdade.

A empatia, quando bem trabalhada, gera conexão entre as pessoas.

Isso torna os ambientes de trabalho mais produtivos e as relações pessoais verdadeiras.

7. Torne-se resiliente

Problemas sempre existirão. Somos humanos e não vivemos em um mundo perfeito.

A boa notícia é que podemos lidar com eles, superar obstáculos e seguir em frente.

A resiliência irá lhe ajudar a lidar melhor com o estresse e as tensões do ambiente de trabalho.

A frase famosa de Bill Gates: é bom comemorar o sucesso, mas é mais importante prestar atenção às lições do fracasso”, ilustra bem a questão da importância da resiliência em nosso desenvolvimento pessoal.

Ao se tornar resiliente, as lições aprendidas em momentos difíceis irão propiciar que você ganhe musculatura emocional.

Conclusão

A inteligência emocional é, sem dúvida, determinante para o sucesso profissional e pessoal das pessoas.

No âmbito profissional, essa habilidade permite que você coloque a sua parte cognitiva para funcionar, estabeleça parcerias, crie um ambiente de trabalho positivo e uma mentalidade de crescimento coletivo.

No âmbito pessoal, você terá relacionamentos mais saudáveis, criará uma atmosfera de segurança emocional entre as pessoas queridas e educará seus filhos para serem adultos conscientes de si.

E o primeiro passo para ter acesso a tudo isso é entender que ela pode ser desenvolvida.

É uma jornada intensa, que durará sua vida inteira, mas que, com certeza, será recompensadora.

Ao se autoconhecer, você terá a possibilidade de viver uma vida mais leve, sem estresse e com melhores resultados.

 

Caso tenha gostado do tema e queira se aprofundar, conheça alguns livros de Daniel Goleman:

Vale conferir ainda obras de outros autores:

·       Inteligência Emocional: um guia prático – David Walton

·       Inteligência emocional com coaching: Um guia para uma vida abundante, com sucesso em todas as áreas – Joabe Machado

·       103 Pílulas de Inteligência Emocional: Um livro para lhe ajudar a desenvolver inteligência emocional em doses práticas – Clara Emilie Boeckmann Vieira

 

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