terça-feira, 13 de agosto de 2013

Resenha do livro: Memórias de um diário confidencial


Memórias de um diário confidencial - biografia de Antônio Ermírio de Moraes 
Dr. Antônio Ermírio de Moraes

         José Pastore, cientista social e autor do livro homenagem, conta a história de um dos maiores empreendedores do Brasil, mostrando a personalidade forte e a vontade de ajudar os mais necessitados.
Sem dúvida alguma, Antônio Ermírio de Moraes é um dos maiores empreendedores sociais do Brasil. Prestes a completar 85 anos, o empresário do Grupo Votorantim ganhará uma biografia para descrever sua trajetória: o livro "Antônio Ermírio de Moraes - Memórias de um diário confidencial", lançado pela editora Planeta.
         Pastore, seu melhor amigo há 35 anos, conta a história de Antônio Ermírio com revelações inéditas, mostrando a personalidade forte e fé inabalável no Brasil e a clareza de que é imprescindível melhorar a educação e a saúde para melhorar o país.
         Dessa forma, o autor descreve a infância de Ermírio, além de suas trajetórias como empresário e homem público, inclusive com a militância no campo social e a incursão no teatro. O livro conta com o prefácio do ex-presidente da República, o doutor em sociologia e professor emérito da USP, Fernando Henrique Cardoso.
         Ermírio é um grande nacionalista, com opiniões fortes - que o fizeram entrar na política, ao tentar se eleger ao Governo do Estado de São Paulo. Para FHC, ele é o tipo ideal de empresário brasileiro. "No sentido de quem efetivamente acredita que o País necessita de pessoas que acumulam para investir e não para consumir", destaca o ex-presidente.

Homem de um coração muito bom...
         A biografia faz questão de mostrar a simplicidade de Ermírio, que por ter um jeito mais casual de se vestir, recebeu o título de "homem mais mal vestido do Brasil" - a despeito da imensa fortuna. Para o autor do livro, isso demonstra o caráter e a simplicidade do empresário. "Seu modo de vestir sempre refletiu fielmente seu jeito de ser, despojado, simples e modesto", explica Pastore.
         Talvez por conta disso, Ermírio deu uma educação rígida para seus nove filhos, para que não se acostumassem às benesses do dinheiro sem trabalhar para merecê-las. Ele também sempre se dedicou às obras sociais, usualmente de maneira anônima.
         Ermírio também é um grande apoiador do Hospital da Beneficência Portuguesa, com quase 2 mil leitos e mais de 3 mil funcionários. O hospital atende cerca de 5 mil pessoas por dia, sendo que dois terços são provenientes do SUS (Sistema Único de Saúde). Ermírio dedicou boa parte do tempo ao hospital, administrando-o como as outras 96 empresas do grupo Votorantim, 40 mil colaboradores, faturamento anual de 30 bilhões de reias e lucro liquid de cerca de 8 bilhões.
         Salvou o Colégio São Bento, um dos mais radicionais do Brasil, localizado no centro de São Paulo do fechamento, junto com o maestro Silvio Bacarelli criou a orquestra sinfônica de Heliópolis, premiada em Berlim, na maior favela de São Paulo, com 200 mil habitantes e colaborou com a recuperação da Catedral da Sé, em São Paulo, juntamente com os banqueiros Lázaro de Mello Brandão (Bradesco), Olavo Setubal (Itaú) e José Safra (Banco Safra).
Um dos traços do carater do empresário era manter-se no anonimato em relação às suas obras sociais.

Memórias de um diário confidencial

...mas o que aposentou o empresário

         Ermírio enfrenta problemas de saúde desde 1998, quando um problema no coração obrigou-o a implantar um marca-passo. Passou por problemas mais sérios em 2004, quando teve teve que ser submetido a uma cirurgia para retirar um tumor no intestino. A recuperação foi ruim, já que Ermírio passou a ter crises de hipertensão.
            Em 2006, os médicos suspeitaram de uma combinação de hidrocefalia (excesso de líquido na caixa craniana) e mal de Alzheimer. Para Pastore, essas duas doenças foram capazes de destruir o dinamismo e criatividade de Ermírio, que ficará marcado para sempre como o grande empresário e filantropo.


Frases do Dr. Antônio Ermíro de Moraes:

“Eu detestaria passar para os meus filhos a imagem de um homem de posses e mais nada, um parasita da nação”.



“O único caminho a ser seguido pelo país é da sala de cirurgia. Resta-lhe escolher um cirurgião de maior competência, pois pior do que estar doente é termos um mau médico.



“O brasileiro é do trabalho e não da vagabundagem.”

“Há uma nítida diferença entre estadista e político. O primeiro é alguém que pertence à nação; o segundo, alguém que pensa que a nação lhe pertence.”

“Política não é só a arte de engolir sapos. Já defini a política como a arte de pedir votos aos pobres, pedir recursos financeiros aos ricos e mentir para ambos depois.”


"Teoria não é solução para os problemas sociais do Brasil. O que precisa fazer é arregaçar as mangas, melhorar a administração das verbas e aplicá-las diretamente onde a questão é mais urgente."


"Se um dia disser que vou entrar na política novamente, me coloquem numa camia-de-força. E não precisa avisar a minha senhora."

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