sexta-feira, 22 de julho de 2022

Dia Mundial do Cérebro - 22/julho


 Os avanços dos últimos 40 anos, no entanto, revelaram progressivamente um mundo incrivelmente complexo, o cérebro humano, e o conhecimento adquirido neste período equivale ao avanço da astronomia adquirido com o uso dos grandes telescópios. O cérebro humano é a entidade biológica mais complexa do universo conhecido pelo homem. O conhecimento de como as células do sistema nervoso, as moléculas e os circuitos levam à possibilidade da percepção, emoções, pensamento e comportamento humanos foram, nos últimos anos, o objetivo das várias áreas de pesquisa que podem ser reunidas sob o nome de Neurociências.  Esse conhecimento tem sido impulsionado pelo advento de novas tecnologias, cujo desenvolvimento tem sido dramaticamente acelerado na última década, através de grandes financiamentos de pesquisa.  Liderados por iniciativas governamentais, na Europa e nos Estados Unidos (The Human Brain Project na Europa, e The Brain Initiative nos EUA), o desenvolvimento de pesquisas é hoje em dia baseado em Neurotecnologia. As novas técnicas permitem estudar o cérebro humano com resolução crescente, sendo capazes de examinar genes individuais, e as moléculas que eles determinam, especializadas em detalhes sutis do funcionamento do sistema nervoso. Ao mesmo tempo, podemos visualizar imagens do cérebro todo, com cada vez maior precisão.  Os avanços nessas áreas de pesquisa, no entanto, deixam um espaço onde o conhecimento ainda é incipiente: como as conexões de milhões de neurônios constituem circuitos funcionais, que apresentam propriedades semelhantes, embora mais poderosas, que as redes neurais dos supercomputadores.

Mais recentemente, avanços no desenvolvimento de algoritmos computacionais que imitam processos cerebrais como o reconhecimento de imagens, aumentam incrivelmente nossa capacidade de entender o cérebro na saúde e na doença. As próximas décadas virão não somente com promessas do conhecimento, mas da possibilidade do tratamento de várias doenças neurológicas, incluindo as doenças demenciais, da qual a doença de Alzheimer é paradigma. Para isso, precisamos conhecer melhor não somente os mecanismos do envelhecimento, da inflamação e da imunidade. Porém, ainda persistem alguns mistérios em relação ao funcionamento do cérebro:

– ainda não conhecemos todos os componentes do cérebro humano (aproximadamente 86 bilhões de neurônios) e como suas conexões funcionam de maneira sinérgica para produzir funções de sobrevivência e experiência do mundo (por exemplo, qual a lógica fundamental implícita nos mecanismos neurais do controle motor ou da tomada de decisão?).

– ainda não sabemos perfeitamente como os neurônios comunicam entre si, e qual é a forma computacional de processamento utilizado pelo meio biológico (como a dinâmica circuitaria cerebral se compara aos processamentos digitais).

Estamos em um momento especial na história das Neurociências, onde a inovação tecnológica criou possibilidades de conhecimento não imaginadas anteriormente. O futuro nos reserva a compreensão de nossa intimidade psicológica em bases científicas. 

Freud tinha razão?

 

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