sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Projeto Neuroaprendizagem do Colégio Shalom

Projeto Neuroaprendizagem - Colégio Shalom Uberlândia
A ciência do cérebro e do comportamento aplicada à aprendizagem
A convite dos amigos  Vanderson Batista Silva, pedagogo e coordenador do Fundamental 2 e do Ensino Médio do Colégio Shalom e do Anderson Lima, diretor da referida instituição, tive o privilégio de conversar com os professores a respeito de um projeto  Neuroaprendizagem, que tem como objetivo: tornar os alunos mais inteligentes.
Elaborar o Projeto Neuroaprendizagem foi a maneira que encontrei para homenagear o neuropedagogo, escritor, palestrante e ex-professor de Física do Curso Anglo, Pierluigi Piazzi, o Prof. Pier, que nasceu na Itália, no dia 29 de janeiro de 1943, durante a 2ª Guerra Mundial e chegou ao Brasil em 1954.
Formado em Física pela Universidade de São Paulo, também foi apresentador do programa 620 Kilobytes na Rádio Jovem Pan, além de ex-produtor e apresentador do Plug Eldorado, programa semanal radiofônico semanal da Rede Eldorado AM.
Ele trabalhou como professor, garçom, confeiteiro, motorista de caminhão, topógrafo, tratorista e químico. Como professor de cursinho, (Curso Anglo - assim como eu) preparou cerca de 100 mil estudantes para os concursos vestibulares.
Ao aliar sua experiência como professor e os conhecimentos adquiridos ao lecionar Inteligência Artificial e Configuração de Redes Neurais num curso de Engenharia da Computação, conseguiu identificar os erros no sistema educacional brasileiro. Por mais de dez anos viajou pelo Brasil e visitou centenas de escolas fazendo palestras para pais, alunos e professores e mostrando como evitar esses erros. Além de ter conhecido o Sistema Educacional de 42 países ao redor do mundo.
O Prof. Pier se foi, mas deixa para todos nós um legado, que é o de estimular a inteligência em cada um, além da ajuda que prestou à milhares de estudantes por todo o Brasil, seja por suas aulas, palestras ou livros. Estou convicto que sua missão foi honrosamente cumprida. 

O Projeto Neuroaprendizagem tem como sustentáculo a Tríade da Aprendizagem: os professores, os estudantes e as famílias. Inspirado na coleção de três livros escritos pelo prof. Pier, "Aprendendo Inteligência" (escrito para orientar os estudantes), "Estimulando Inteligência"(referência para os pais) e o "Ensinando Inteligência" ( para os professores) criei este tripé. 
O projeto se justifica pelo equívoco que as escolas brasileiras vem cometendo ano após ano, basta conferir nossos resultados nas Provas trienais do PISA ( Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) da OCDE ( Organização para a Cooperação e  Desenvolvimento Econômico) que lançou este programa em 1997.
O PISA avalia o que alunos de 15 anos, no final da educação obrigatória, adquiriram em relação a conhecimentos e habilidades essenciais para a completa participação na sociedade moderna.
O Pisa 2015 testou cerca de 540 mil estudantes de 15 e 16 anos de idade, de 72 países. Nas três áreas avaliadas, ciências, leitura e matemática, os estudantes brasileiros tiveram desempenho abaixo da média da OCDE. Se em ciências e leitura os dados revelaram estagnação, em Matemática houve uma pequena queda na performance.
Em ciências, os alunos brasileiros obtiveram 401 pontos contra 493 pontos da média da OCDE, em leitura, 407 pontos ante 493, e em matemática, 377 pontos contra 490.
Temos aí um grave problema. Segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho, este resultado é uma tragédia para os jovens brasileiros. O Brasil cai em ranking mundial de educação em Ciências (63º), Leitura (59º) e Matemática (66º).
O que as escolas têm feito diante desta tragédia? Eles tem se equivocado tentando correr atrás de novas formas de ensinar (aumentando o número de aulas, implementando o período integral de aulas e coisas do gênero) tendo como modelo o aluno nota 10 (aquele que estuda na véspera das provas, para tirar boas notas - "o aluno nota 10",  fazendo vistas grossas para o verdadeiro problema. Chego a suspeitar que isto deva ser intencional, pois qual partido político neste país que quer eleitores mais inteligentes?
Para mim a solução está nas velhas formas de aprender. Estes pseudos pedagogos que nunca sujaram a mão com um giz, não estão preocupados em transformar alunos em estudantes.
A principal pergunta a ser respondida é: os alunos sabem por que, quando, quanto e como estudar?
É preciso entender que ser aluno é bem diferente de ser estudante. Explico melhor, o aluno assiste aulas (portanto entende) e estuda apenas para tirar nota, o mais próximo das provas, para esquecer menos. Passada a prova, já esqueceu tudo. Ele não se preocupa em aprender, pois o aprendizado tem que ser diário, quando o aluno estuda. Por causa dessa aberração existem os cursinhos, desde o pré-vestibular, OAB, residência médica, e outros cursos preparatórios, para mim são verdadeiras UTI's educacionais, tentando consertar o que foi estragado nas séries anteriores.
Já o estudante vai à escola, no período da manhã, ASSISTIR AULAS para ENTENDER. À  tarde, em casa ou na Biblioteca da escola, ele ESTUDA para APRENDER. Aqui cabe uma explicação, estudar é uma atividade solitária, individual que ocorre apenas quando escrevemos ou desenhamos, nunca digitando ou lendo. Por favor, não existe "estudo em grupo", pois se é estudo (individual, solitário) nunca será em grupo. À noite, ele DORME para FIXAR (aprender), num ciclo circadiano ( duração de um dia).
Portanto: AULA ASSISTIDA HOJE, É AULA ESTUDADA HOJE, APÓS UMA BOA NOITE DE SONO.
Nunca deve-se assistir uma aula hoje e deixar para estudar no outro dia. Isto é simples de entender, pois quando você dorme, durante o sono REM - Rapid Eye Movement ("movimento rápido dos olhos") é que ocorrerá a transferência das informações que estão no sistema límbico (memória de curta duração ou de rascunho) para o córtex cerebral, reconfigurando as redes sinépticas ( que alguns denominam de redes neurais).
A cada dia, o estudante sobe um degrau na Escada da Inteligência ( apenas um degrau por dia), isto é, ele fica mais inteligente.
Ninguém sobe a Escada da Inteligência se não adquirir o prazer pela leitura.
E finalmente você me pergunta: como se estuda com eficácia?
Simples, usando o cérebro.
Caros professores, não se ocupem em ter bons alunos, aqueles que só se preocupam com a nota, e só estudam na véspera das provas, com o objetivo claro de TIRAR NOTA, isto sim, procure formar excelentes estudantes, aqueles que estão dedicados a assistir aulas para ENTENDER, estudando pouco, mas estudando melhor, todos os dias para APRENDER e sendo um exímios LEITORES, para se tornarem mais cultos.
Talvez você insista em perguntar: e a NOTA? Respondo com imenso prazer: NOTA É CONSEQUÊNCIA de um sólido aprendizado, pois o estudante APRENDE PARA SEMPRE.
E os cursinhos farão parte do passado, servirão apenas para compor a história dos erros cometidos pelos pseudo pedagogos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

BUSCA PERSONALIZADA

Busca personalizada