sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Livro: Como aprendemos


Desde muito cedo, somos adestrados: nervosismo, distração e falta de conhecimento são inimigos do sucesso.
Afirma-se que a aprendizagem se resume à autodisciplina, que devemos estabelecer as áreas de estudo nas quais queremos nos concentrar, desligar o som e manter um rígido ritual se quisermos gabaritar a prova, memorizar a apresentação a ser feita ou arrasar na audição de piano. E se tudo que já nos disseram sobre o processo de aprendizagem estiver errado? 
E se houver uma forma de sermos mais bem-sucedidos com menos esforço? 
Em  "Como aprendemos", o premiado jornalista Benedict Carey faz uma varredura em décadas de pesquisas e estudos que se tornaram referência na área de educação e revela como o cérebro absorve e retém informações – desde o momento em que nascemos, aprendemos de forma rápida, eficiente e automática. No entanto, na ânsia de sistematizar o processo, ignoramos ferramentas de aprendizado valiosas e naturalmente agradáveis, como o esquecimento, o sono e os devaneios.
Uma mesa em um ambiente silencioso é realmente a melhor maneira de estudar?
Variar a rotina de estudo potencializa a memória?
Há momentos em que uma distração pode ser benéfica?
A repetição é necessária?
A busca de Carey por essas respostas resultou em diversas estratégias que tornam a aprendizagem parte da vida diária – em vez de uma obrigação. Ao testar in loco muitas das contra intuitivas técnicas descritas neste livro, Carey demonstra como podemos trabalhar os músculos neurais que possibilitam o aprendizado profundo. Ao longo do livro, o autor explica por que os professores deveriam aplicar a prova final no primeiro dia de aula, por que devemos intercalar assuntos e conceitos quando aprendemos algo novo e quando é mais adequado ficarmos acordados até mais tarde para a preparação de uma apresentação e não nos levantarmos cedo para uma última revisão em cima da hora. Se tudo isso parece inacreditável demais para ser verdade, é porque o estudo desafia as tradicionais suposições sobre como aprendemos. 
O cérebro não é como um músculo, pelo menos não no sentido mais óbvio. É totalmente diferente, sensível ao estado de espírito, ao timing, aos ritmos circadianos, ao local e ao ambiente. Para dizer o mínimo, não acata ordens muito bem. Se o cérebro é uma máquina de aprendizagem, trata-se de uma máquina muito excêntrica. Benedict Carey nos mostra como explorar  as peculiaridades do cérebro a nosso favor. 

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