quinta-feira, 27 de novembro de 2014

“Os aspectos humanos da empresa”

Trecho da obra “Os aspectos humanos da empresa”, do professor norte-americano Douglas McGregor (autor das Teorias X e Y). 
Apesar de tais ideias terem sido concebidas na década de 60 no século passado, elas permanecem atualíssimas, já que muitas empresas acreditam que o dinheiro é a fonte única de motivação do trabalhador. 
O texto, reproduzido na íntegra, é das páginas 63 e 64. 

Vale a reflexão!

"Os dirigentes fazem frequentemente esta pergunta: ‘Por que será que os homens não são mais produtivos? Pagamos-lhes bons salários, proporcionamos-lhes boas condições de trabalho, têm ganhos suplementares excelentes e emprego garantido. No entanto, não parecem dispostos a fazer mais de que o mínimo de esforço.’ Será desnecessário procurar as razões muito longe.
Considerando as recompensas típicas propostas ao trabalhador para satisfação das suas necessidades através do emprego chegamos à conclusão interessante de que a maior parte destas recompensas só pode ser utilizada para satisfação dessas necessidades quando ele deixa de trabalhar. Os salários, por exemplo, não podem ser gastos nas horas de trabalho. A única maneira por que podem contribuir para a sua satisfação no trabalho consiste nas diferenças de situação decorrentes das diferenças de salário. (A propósito, esta é uma das razões por que diferenças de salário pequenas e aparentemente destituídas de importância podem dar origem a discussões tão acirradas. O que está em causa não é mais ou menos dinheiro, mas a circunstância de que as diferenças de situação que a soma reflete são um dos poucos meios em que os salários podem representar a satisfação de necessidades no próprio ambiente de trabalho).
A maior parte dos ganhos suplementares - horas extraordinárias, prêmios de turno, férias pagas, assistência médica, abonos, anuidades e rendimentos resultantes de participação nos lucros ou da distribuição de ações da empresa - apenas satisfazem necessidades quando o indivíduo larga o trabalho. No entanto, estes, em conjunto com os salários, constituem as maiores recompensas dadas ao esforço pela entidade patronal. Não é de admirar, portanto, que para muitos assalariados o trabalho seja considerado como um gênero de castigo, que é o preço a pagar pelas diversas satisfações obtidas fora do emprego. Na medida em que é desta maneira que interpretam a situação, dificilmente poderemos esperar que suportem maior castigo do que o necessário."

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