segunda-feira, 18 de maio de 2020

Deus de Spinoza

Albert Einstein

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Você sabia que quando Einstein deu uma conferência em várias universidades a pergunta recorrente que os alunos fizeram foi:
- Você acredita em Deus?
E ele sempre respondia:
Eu acredito no Deus de Spinoza.
Quem não leu Spinoza não entendia a resposta. 
Baruch De Spinoza foi um filósofo holandês considerado um dos três grandes racionalistas do século da filosofia, junto com o francês Descartes.
Este é o Deus ou a natureza de Spinoza:
Deus teria dito:
“Pare de ficar rezando e batendo no peito! O que quero que faça é que saia pelo mundo e desfrute a vida. Quero que goze, cante, divirta-se e aproveite tudo o que fiz pra você.
Pare de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que você mesmo construiu e acredita ser a minha casa! Minha casa são as montanhas, os bosques, os rios, os lagos, as praias, onde vivo e expresso Amor por você.
Pare de me culpar pela sua vida miserável! Eu nunca disse que há algo mau em você, que é um pecador ou que sua sexualidade seja algo ruim. O sexo é um presente que lhe dei e com o qual você pode expressar amor, êxtase, alegria. Assim, não me culpe por tudo o que o fizeram crer.
Pare de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo! Se não pode me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de seus amigos, nos olhos de seu filhinho, não me encontrará em nenhum livro.
Confie em mim e deixe de me dirigir pedidos! Você vai me dizer como fazer meu trabalho?
Pare de ter medo de mim! Eu não o julgo, nem o critico, nem me irrito, nem o incomodo, nem o castigo. Eu sou puro Amor.
Pare de me pedir perdão! Não há nada a perdoar. Se eu o fiz, eu é que o enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso culpá-lo se responde a algo que eu pus em você? Como posso castigá-lo por ser como é, se eu o fiz?
Crê que eu poderia criar um lugar para queimar todos os meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que Deus faria isso? Esqueça qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei, que são artimanhas para manipulá-lo, para controlá-lo, que só geram culpa em você!
Respeite seu próximo e não faça ao outro o que não queira para você! Preste atenção na sua vida, que seu estado de alerta seja seu guia!
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é só o que há aqui e agora, e só de que você precisa.
Eu o fiz absolutamente livre. Não há prêmios, nem castigos. Não há pecados, nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Você é absolutamente livre para fazer da sua vida um céu ou um inferno.
Não lhe poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso lhe dar um conselho: Viva como se não o houvesse, como se esta fosse sua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não houver nada, você terá usufruído da oportunidade que lhe dei.
E, se houver, tenha certeza de que não vou perguntar se você foi comportado ou não. Vou perguntar se você gostou, se se divertiu, do que mais gostou, o que aprendeu.
Pare de crer em mim! Crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que você acredite em mim, quero que me sinta em você. Quero que me sinta em você quando beija sua amada, quando agasalha sua filhinha, quando acaricia seu cachorro, quando toma banho de mar.
Pare de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra você acredita que eu seja? Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que me agradeçam. Você se sente grato? Demonstre-o cuidando de você, da sua saúde, das suas relações, do mundo. Sente-se olhado, surpreendido? Expresse sua alegria! Esse é um jeito de me louvar.
Pare de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que o ensinaram sobre mim! A única certeza é que você está aqui, que está vivo e que este mundo está cheio de maravilhas.
Para que precisa de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procure fora. Não me achará. Procure-me dentro de você. É aí que estou, batendo em você.”
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terça-feira, 12 de maio de 2020

Aprendizado de novas habilidades para manter a saúde mental na quarentena



Aprender novas habilidades ou aprofundar os conhecimentos sobre assuntos de 
que gostamos é uma das melhores estratégias para lidarmos com estes dias de insegurança e ansiedade. Mais do que uma nova competência para colocar no currículo, o aprendizado mantém a mente ativa e faz com que sentimentos de satisfação e bem-estar sejam intensificados. Muito bom para mantermos a saúde mental neste período de isolamento social, não é mesmo? A busca por novos conhecimentos na internet tem aumentado o fluxo de pesquisas no Google e no YouTube por temas que envolvem aprendizados diversos. Ótima notícia, pois revela que as pessoas estão procurando no conhecimento formas de lidar melhor com o isolamento e de ter qualidade de vida neste momento. 
E que tal você também investir seu tempo livre para aprender novas competências? Vai ajudá-lo a se manter ativo e produtivo e, claro, a cuidar da sua saúde mental nesta situação atípica. Vamos, então, aos aplicativos e aos sites que ajudarão você a desenvolver novas habilidades!

Novos idiomas 
Um novo idioma pode abrir portas no mercado de trabalho e ainda ampliar suas opções de leitura, música e lazer em geral. Visando a iniciar os estudos ou aprofundar em idiomas que já conhece, temos as seguintes indicações: 
·       6 Minute English da BBC – A BBC de Londres disponibiliza em seu site diversos programas de aprendizagem da língua inglesa, que fazem parte do “BBC Learning English”. O 6 Minutes English é composto de textos e vídeos com diversas temáticas para o estudante treinar as competências de escuta e leitura. O acesso é gratuito e indicado para alunos que estejam no nível intermediário. 
·       Duolingo – O Duolingo oferece conteúdo tanto em seu site quanto no aplicativo. É possível iniciar pelo nível básico em diversos idiomas: inglês, espanhol, francês, italiano, alemão e esperanto. As aulas são curtas, e as lições, em forma de jogos, em que se acumulam pontos de forma divertida. É uma oportunidade de começar gratuitamente o contato com esses idiomas. O aplicativo disponibiliza a versão gratuita e a paga. Ambas podem ser baixadas pela Google Play Store e pela App Store. 
·       Open Learning Initiative – O site é vinculado à Carnegie Mellon University (EUA) e tem grande oferta de idiomas, desde o nível básico até os mais avançados.  Dentre eles, destacamos: árabe, chinês, francês, espanhol e inglês. Todos de forma gratuita. 
·       Busuu – É um aplicativo bem conhecido em diversos países e tem caráter colaborativo. Além de aprender uma nova língua, é possível interagir com os outros usuários (inclusive nativos). Disponível para Android e IOS, o Busuu oferece 12 idiomas, dentre eles: árabe, chinês, turco, francês, inglês e espanhol. Com lições de apenas 10 minutos por dia e abrangência global, pode-se iniciar o contato com tais idiomas de forma divertida e estruturada. O Busuu também possui as versões gratuita e paga. 

Meditação e relaxamento
A meditação e o relaxamento são recursos muito recomendados para ficarmos tranquilos e mantermos a saúde mental. Assim, estes dias de isolamento e distanciamento social  e também de quarentena podem ser canalizados para o aprendizado da meditação e de técnicas de relaxamento, para ajudar você a enfrentar o período. Como sugestão, temos: 
·       Calm – Disponível para Android e IOS, o aplicativo é indicado para noites de sono melhor e redução do estresse e da ansiedade. O Calm pode ser utilizado nas versões gratuita e paga e está disponível em inglês e espanhol, o que já auxilia no treinamento dos idiomas. 
·       5 Minutos – Este app é recomendado a quem vai iniciar na meditação. Seu funcionamento é bem simples e pretende inserir as pessoas no universo da meditação, com a proposta de 5 minutos de prática diária, até se tornar um hábito. Funciona no Android e no IOS e é gratuito. 
·       Medite.Se – Ótima opção para quem está começando a meditar. O app é todo em português e narrado por um dos grandes nomes da área: Tadashi Kadomoto. Além de ensinar a prática da meditação, o aplicativo traz conhecimentos conceituais, que visam a quebrar mitos e tabus acerca da meditação. O Medite.Se é gratuito e pode ser baixado na Google Play Store e na App Store. 

Planejamento financeiro
O controle das finanças pessoais é muito importante para o crescimento das ideias, o investimento em estudos ou mesmo para dar suporte na abertura do próprio negócio, e também ao planejar uma viagem, a compra de um imóvel, um curso fora do país e diversos outros sonhos e projetos. Que tal começar a organizar o orçamento, sobretudo neste momento de pandemia? Veja nossas sugestões de aplicativos: 
·       Quipu – Aplicativo indicado para MEI (Microempreendedores Individuais) para organizar as finanças e gerir o orçamento com mais estratégia. Foi criado pelo Sebrae e é gratuito. Disponível para Android e IOS. 
·       Mobilis – Este é queridinho de muitos brasileiros, uma vez que ajuda, de forma muito simples, no controle das despesas. Com o app é possível registrar todas as despesas e o consumo e assim analisar de que forma o dinheiro “vai embora” e muitas vezes não notamos. Ele faz todo um mapeamento do que é gasto. Você pode sincronizar o aplicativo com a nuvem e inserir contas bancárias, cartões, etc. Disponível para Android e IOS, com pacotes gratuitos e pagos. 
·       Guia Bolso – O app oferece um controle completo da vida financeira do usuário, que pode cadastrar contas, cartões, datas para pagamento e assim ter um relatório de todas as despesas. O Guia Bolso possibilita ainda a busca por empréstimos e a comparação de taxas e formas de pagamento, a fim de que, caso você precise de um empréstimo, possa fazê-lo nas melhores condições possíveis. 

Elaboração de Projetos 
Sabe aquela ideia de projeto ou mesmo de abrir o próprio negócio? Tanto a quarentena quanto o isolamento social podem ser uma oportunidade de você dar corpo a seus projetos, colocá-los no papel e analisar com calma todos os aspectos e, por que não, aperfeiçoar o que já havia pensado. Sugerimos dois sites com a intenção de dar um bom suporte: 
·       Espaçonave – A Espaçonave atua no formato ecossistema colaborativo, oferecendo cursos nas áreas de Economia Criativa, Empreendedorismo Criativo e Criatividade. No site há muito conteúdo gratuito para quem deseja tirar as ideias da cabeça, transformá-las em projetos e, em seguida, em negócios. É uma boa base de conhecimento para os estudantes que pretendem empreender. Além do material de estudo no site, o grupo disponibiliza entrevistas, atividades e desafios em seus canais no Instagram e no YouTube. 
·       Sebrae Canvas – O Sebrae criou esta ferramenta, o Sebrae Canvas, para auxiliar os empreendedores e os microempreendedores individuais a desenvolver seus modelos de negócios, que é fundamental para o completo entendimento do mercado, do produto ou serviço; da  identidade da empresa; da forma de atuação; dentre outros. Para quem já tem uma ideia do que deseja, além de manter a saúde mental na quarentena e no isolamento social, começar a traçar o modelo de negócios pode impulsionar esse pensamento e torná-lo mais efetivo. Aproveite para se dedicar a seus planos.

Gestão do tempo 
A organização do tempo permite que você possa realizar mais, descansar mais e até curtir os momentos de ócio, tão necessários para tranquilizar a mente e o espírito. Com controle de suas tarefas e de quanto tempo está dedicando a cada afazer, é possível se planejar com mais efetividade e usar o período  de forma mais proveitosa para seus objetivos. Conte com os seguintes apps: 
·       Rescue Time – Este app é ótimo para ajudar a eliminar aquelas distrações que temos on-line, como ficar rolando a timeline, ler comentários e mais comentários em publicações… e por aí se vai um bom tempo. O Rescue Time mapeia o tempo gasto em cada atividade on-line e assim  pode auxiliá-lo a planejar melhor como usar a rede e a dedicar seu tempo a tarefas necessárias ou que de fato sejam interessantes para você. Está disponível para Android e IOS e também possui as versões gratuita e paga. 
·       Todoist – É um aplicativo simples, que permite organizar a rotina, com acesso a calendários e inserções das tarefas. O app é também uma ferramenta para lembrar os pequenos compromissos no horário correto, como tomar um remédio, responder a um e-mail. Muito indicado para os hábitos diários, tanto de trabalho quanto da vida pessoal. O Todoist é bem prático, já que dispensa a  inserção repetitiva de tarefas cotidianas. Você o encontra na versão gratuita e premium (paga), para Android, IOS, MAC e Windows. 
·       Remember the Milk – O divertido nome vem da ideia de que sempre esquecemos algo quando vamos ao mercado. Mas o app vai muito além de montar listas de compras. Ele permite criar listas de tarefas e agendamentos, além de possuir uma variação de cores bacana, que ajuda a criar categorias de compromissos. O Remember The Milk pode ser conectado ao Google Drive e ao Dropbox e envia lembretes e notificações aos usuários. Disponível para Android e IOS, com planos gratuitos e pagos. 
Além dos assuntos citados, você pode optar por aprender mais de diversas áreas. O objetivo é que você cuide de sua saúde mental durante este período  e passe por estes tempos de pandemia da COVID-19 com esperança, tranquilidade e otimismo. 

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domingo, 3 de maio de 2020

Aplicativos, softwares e plataformas - Educação


Aqui você encontrará aplicativos, softwares e plataformas que podem ser incorporados, como recursos interessantes, ao processo de ensino e aprendizagem.

Aplicativos, softwares e plataformas:
Plataforma integrada MEC - plataforma de recursos educacionais do MEC. Encontre vídeos, animações e muitos outros recursos, inclusive os Guias Crescer em Rede e ebook Tecendo Redes desenvolvidos pelo Instituto Crescer
Padlet - ferramenta onde é possível criar um quadro interativo e organização de outras estratégias onde é importante escutar a opinião de todos.
Kahoot - aplicativo que permite gamificar o processo de aprendizagem por meio da criação de games que podem ser jogados por vários alunos ao mesmo tempo.
H5P - crie recursos interativos em HTML5 para disponibilizar em seu ambiente virtual de aprendizagem
Polleverywhere: recurso interessante para palestras e interação com os alunos
Mentimeter - transforme suas reuniões, palestras e workshops em atividades interativas
Sli.do - abra espaço para perguntas e reflexões em seus eventos, faça nuvem de palavras ou enquetes.
Recap - ferramenta para promover bate-papo com os alunos, a partir da interpretação de vídeos
Hapara - possibilita a criação de projetos e avaliações que reúnem as necessidades de todos os estudantes
Arc - recurso para criar vídeos interativos
Pear Deck - ferramenta que permite organizar avaliação formativa e questões interativas, vendo resultados em tempo real, o que permite os avanços dos alunos
Write About - Permite a escrita colaborativa e feedback imediato do professor
Popplet - ferramenta gráfica para organização de brainstorming
Spacedeck - quadro branco colaborativo que permite múltiplos editores trabalharem juntos
Classkick e Formative - recursos para personalizar as atividades para diferentes níveis de aprendizagem ou interesse dos alunos
Imagistory - recursos para construção de histórias colaborativas baseadas em imagens e áudio
Figment - Alunos são convidados a escrever histórias, prover feedback nas histórias de outros alunos e compartilhar por meio da Internet
GooseChase - Professores podem criar caça ao tesouro para os alunos que podem participar sozinhos ou de forma colaborativa
Lab4U - alunos podem fazer download de um laboratório para experiências de química, física e biologia
SAPO Campus: comunidade virtual gratuita para a educação
Gimkit: uma alternativa ao Kahoot. É possível criar quiz para trabalhar com os alunos em sala de aula
Seesaw: recurso gratuito para criar portfólios com os alunos
Software livre para dispositivos móveis - + de 300 aplicativos gratuitos para fins educacionais
Kiva - Programa filandês de antibullying
Kide Science - recurso educacional filandês para promover projetos STEAM
Education Alliance Finland - certificação internacional para aplicativos inovadores.
Mightifier - aplicativo filandês para ajudar a identificar situações de bullying e trabalhar na prevenção.
3dbear - recurso para trabalhar conceitos complexos com suporte da realidade virtual.
Canva - ferramenta para criar apresentações criativas, infográficos, posters, flyers, etc
Beedle - Ferramentas para os professores no Microsoft Teams
Lifeliqe - Conteúdo em 3D, AR e VR para educação primária e secundária
Turnitin Feedback Studio - ferramenta para prover feedback nas produções textuais dos alunos
Mushrif - ferramenta para tornar o caminho para a escola mais seguro.
Sisra - ferramenta que contribuiu para promover observação do processo de aprendizagem dos alunos e análise do progresso e performance
Pobble - ferramenta para estimular a produção de textos pelos alunos
FCLab.fi - Future Classroom Lab é uma rede para desenvolvimento profissional que tem por objetivo testar e desenvolver novos espaços de aprendizagem. A rede é liderada pela Tampere University.
Weduc - sistema que integra uma série de ferramentas para interação com pais e familiares: registros da sala de aula, administração de absenteísmo, tracking dos alunos no caminho para a escola, lição de casa, pagamentos etc.
Showbie - combina uma série de ferramentas para avaliação e feedback fazendo com que o processo de aprendizagem se torne mais significativo para os alunos.
Lesson App: plataforma para criar e compartilhar planos de aula
Seppo: plataforma para criar jogos
Matematus - Soluções de matemática por meio de publicações e consultorias


Quais são as habilidades do futuro?

Quais são as habilidades que vão te diferenciar no mercado de trabalho atual e principalmente no futuro?


Para Murilo Gun, humorista, palestrante e professor de criatividade, praticamente metade das profissões tem uma alta chance de ser automatizada nos próximos 20 anos e o sucesso profissional no futuro está diretamente ligado ao desenvolvimento de quatro habilidades que tornam a inteligência humana um complemento indispensável ao avanço tecnológico.

Notícias como o anúncio do novo serviço de carros autônomos do Uber em plena atividade em uma cidade dos EUA deixam claro que muitas das previsões tidas como ficção científica já fazem parte do presente e estão modificando a realidade cada vez mais rápido. A empresa de consultoria empresarial americana McKinsey & Company divulgou este ano o relatório “Onde as máquinas poderiam nos substituir – e onde não (ainda)” e, nele, revela que 45% das atividades pelas quais as pessoas são pagas nos EUA poderiam ser automatizadas atualmente. Além disso, seis de cada dez empregos poderiam ter um terço de suas atividades fundamentais executadas por máquinas. Já segundo a BCC Research, o mercado de máquinas inteligentes somou US$ 5,3 bilhões em 2013 e deve chegar a US$ 15,3 bilhões em 2019, um crescimento de quase 200%.
A reflexão gerada é óbvia: será que as máquinas vão ganhar tanto espaço a ponto de abocanhar funções antes exclusivamente humanas? Para os futuristas, a resposta é ainda mais evidente: claro que sim! Só não se sabe quando exatamente isso vai impactar o mercado de trabalho a ponto de gerar uma transformação radical no modelo atual. Para Murilo, o caminho para se diferenciar em um ambiente competitivo como o que vem se revelando é investir em habilidades intrinsecamente humanas, não substituíveis pelas máquinas, e que, portanto, serão cada vez mais valorizadas.
"A inteligência artificial ainda está engatinhando como mão de obra. Estamos acostumados ao telemarketing e caixa eletrônico automatizados, mas as máquinas vão começar a adquirir habilidades que colocarão em xeque muitas profissões tidas como seguras. O site da revista Forbes já disponibiliza várias matérias escritas por computadores; nos Estados Unidos, pequenas causas da Justiça vêm sendo resolvidas por softwares; e a IBM está desenvolvendo um projeto para catalogar todo o conhecimento da Medicina e criar um computador para diagnosticar diversas doenças. Subestimamos muito a tecnologia. Pensamos que algo vai levar décadas e aí ela chega e transforma completamente o cenário, porque cresce exponencialmente. A gente também precisa atualizar o nosso software. E com urgência!", alerta Gun.
De acordo com a teoria criada por ele são quatro as inteligências que devem ser desenvolvidas para se destacar no mercado atual e no futuro: a inteligência interpessoal, a intrapessoal, a criativa e a interartificial.
- Inteligência interpessoal: Capacidade de se relacionar, pessoalmente e profissionalmente, com outras pessoas, além de entender seus desejos e pensamentos, para conseguir conectar-se com elas. Tem muita relação com a capacidade de liderança.
- Inteligência intrapessoal: Tem a ver com a capacidade de conectar-se consigo mesmo. É conseguir alcançar autoconhecimento e autocontrole, dominando melhor, assim, emoções e estresse.
- Inteligência criativa: É a habilidade de pegar qualquer uma das demais inteligências e aplicar de forma inovadora. Ser capaz de fugir dos padrões e das respostas pré-definidas como as melhores práticas. Pensar de forma original e encontrar soluções inovadoras para os problemas.
- Inteligência interartificial: É a capacidade de entender as potencialidades da inteligência artificial e da robótica, não apenas para se proteger delas, como também para fazer parcerias com elas. Conhecer as potencialidades das novas tecnologias amplia a capacidade de pensar de forma criativa em soluções utilizando-a a nosso favor.
O professor explica que desenvolveu a teoria das quatro habilidades do futuro a partir da combinação de três fontes: a teoria das inteligências múltiplas, de Howard Gardner, um estudo de 2013 da Universidade de Oxford, que trata sobre a susceptibilidade dos empregos para a automação, e sua experiência no curso de 10 semanas na Singularity University, instituição de ensino da NASA, no Vale do Silício (EUA).
"As inteligências mais valorizadas hoje ainda são aquelas cobertas pelo teste de QI – lógico matemática, espacial e linguística. Mas estas são exatamente as inteligências em que a máquina está se tornando melhor do que nós. Dirigir, por exemplo, é uma tarefa repetitiva e padronizada que já está sendo substituída pelo software, nos carros autônomos. Só que existem habilidades bastante genéricas e exclusivamente humanas que podem e devem ser desenvolvidas pelos profissionais que querem se destacar", afirma Gun.
Segundo Gun, a criatividade é a que mais se destaca entre as quatro porque é a que mais influencia as demais e, curiosamente, a que menos profissionais estão buscando ativamente desenvolver:
"Muitas pessoas estão estudando suas habilidades interpessoais, intrapessoais e até mesmo estudando robótica ou inteligência artificial, mas poucas estão procurando aprender a ser mais criativas. Muita gente sequer acha que é uma competência pode ser estudada. Mas eu afirmo que todo mundo precisa ser mais criativo e todo mundo consegue ser mais criativo", explica Gun.



sábado, 2 de maio de 2020

Desafios para o aprendizado em tempos de pandemia

Gravação de videoaulas na Caderno Virtual

Se no início desse semestre dissessem que não só o Brasil, mas o mundo inteiro passaria meses dentro de casa, sem poder frequentar escolas, escritórios, parques e shoppings para combater um inimigo invisível, ninguém acreditaria. Entretanto, é essa a realidade frente à pandemia do novo coronavírus, que mudou o funcionamento da vida como se conhece. 

O que mudou? 
Segundo mapeamento realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), mais de 1,5 bilhões de estudantes foram afetados pela paralisação das aulas e fechamento temporário de escolas em 191 países e regiões. Isso significa que uma nova realidade foi imposta a todas as pessoas de alguma forma envolvidas com a educação. 
Professores que tinham pouco ou nenhum contato com tecnologia precisaram começar a planejar aulas mediadas por telas junto a seus coordenadores pedagógicos, ao mesmo tempo em que descobrem sobre o funcionamento de ferramentas tecnológicas. Com aulas on-line, surgiram novos desafios que não eram comuns nos encontros presenciais como problemas de conexão e engajamento dos alunos à distância. 
Tatiana Klix, diretora do Porvir, portal especializado em inovações em educação, explica que entre inúmeras questões, um dos maiores desafios é a necessidade de adaptação a uma situação para a qual ninguém estava preparado. “Não é só uma questão de saber ou não usar a tecnologia ou de os alunos terem ou não computador em casa. A situação fica difícil também porque ninguém estava preparado para promover aprendizado de uma maneira diferente. Estamos precisando nos adaptar muito rapidamente sem ter um horizonte lá na frente.” 
A insegurança gerada entre o corpo docente pode ser dividida em fases. A inquietação dos professores com questões mais técnicas, como, por exemplo, dar aula on-line, gravar vídeos e como os alunos irão acessar o material em casos em que não contam com a tecnologia em casa, soma-se a uma preocupação com a participação dos estudantes. 
“O segundo desafio é o do engajamento, do contato com os alunos, de entender se as aulas estão fazendo sentido, de saber se os alunos de fato estão aprendendo, se interessando pelas aulas, se estão conseguindo administrar as tarefas em casa. Esse segundo nível diz respeito à qualidade das atividades”, afirma Tatiana. 

União de esforços 
Entre os 133 respondentes do Censo GIFE 2018, 80% mencionaram a educação como principal área de atuação. O dado segue uma tendência histórica de atuação mais expressiva de investidores sociais no tema. O dado explica o fato de institutos, fundações e empresas estarem desenvolvendo iniciativas para, de alguma forma, minimizar os impactos que a crise sanitária traz à educação. 
Uma iniciativa que congrega diversos associados GIFE é a Aprendendo Sempre, plataforma voltada a gestores educacionais, professores e famílias a fim de garantir que todos os estudantes continuem aprendendo e se desenvolvendo durante a pandemia de Covid-19. 
Além de mapear eventos, cursos, webinários, oportunidades de trocas de informação e apresentar conteúdos alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e às dez competências fundamentais que estudantes devem desenvolver, o site também reúne tecnologias para preparação e transmissão de aulas online e exemplos de boas práticas de quem já está promovendo aulas à distância. 
Para Tatiana, a ideia de unir esforços em uma iniciativa como essa, da qual o Porvir faz parte, é evitar trabalhos repetidos e aumentar a capacidade de resposta às inúmeras demandas e carências que o momento traz, entre elas, apoio a professores, redes de ensino e famílias; produção e disseminação de conteúdo e informação; e disponibilidade e compreensão sobre boas ferramentas e seus funcionamentos. 
Além disso, reunir conteúdo em um só lugar é uma forma de diminuir a sobrecarga de informações. “No início dessa fase, nos demos conta de que professores estão sendo bombardeados de informações por WhatsApp, e-mail e várias fontes e, com isso, já não estão mais sabendo para onde olhar. Na medida em que reunimos esforços, eles verão que um conjunto de organizações fez a curadoria do conteúdo e, assim, realizamos uma entrega de maneira mais acessível, confiável e assertiva para quem está precisando de ajuda.”  

Orientações a gestores  
Outra iniciativa do investimento social privado é o lançamento da Gestão de crise na Educação: Covid-19 pelo Instituto Unibanco, uma página que reúne conteúdo para apoiar gestores em tempos de coronavírus. Um dos materiais disponibilizados na plataforma é um conjunto de dicas para que gestores possam orientar as famílias sobre as melhores estratégias para incentivar os estudos em casa. Entre as sugestões estão estimular contato com professores, desenhar uma rotina em família e planejar intervalos. 
Segundo Ricardo Henriques, superintendente do Instituto Unibanco, “a participação das famílias sempre foi peça essencial na engrenagem de uma boa gestão educacional. No momento em que as atividades presenciais estão suspensas, ela se torna ainda mais importante. Essas famílias precisam também ser apoiadas em suas necessidades para que consigam dar o melhor apoio aos estudantes – na medida do possível e considerando suas vulnerabilidades.” 
A plataforma também reforça que, além da preocupação com a aprendizagem dos conteúdos curriculares à distância, é preciso atentar-se ao bem-estar, saúde mental e equilíbrio emocional dos estudantes, fatores que nunca devem ser colocados em segundo plano. Segundo Ricardo, alunos com questões socioemocionais têm mais dificuldades na aprendizagem e, por isso, o momento atual eleva riscos de evasão, por exemplo, especialmente entre jovens mais vulneráveis. 
“Todos nós estamos com o estresse muito elevado e passando por situações que nunca vivemos e a população mais vulnerável sofre muito mais. As questões econômicas pesam muito. Existem também as questões de perda de familiares e amigos pela Covid-19 e violência doméstica aumentando em patamares como nunca vistos antes. São muitos os aspectos a serem cuidados em relação a esses jovens, que precisam se sentir apoiados e conectados com a escola, especialmente neste momento”, afirma o superintendente. 

Importância de considerar a realidade local 
Segundo dados divulgados pela Teacher Task Force, uma aliança internacional coordenada pela UNESCO, mais de 800 milhões de estudantes que estão com aulas suspensas não contam com um computador em casa, enquanto 43% do total de alunos não têm acesso à internet. Por isso, entender a multiplicidade de formatos sob os quais os conteúdos podem ser oferecidos é uma forma de considerar as diferentes realidades socioeconômicas dos alunos no Brasil.
Outro conteúdo que integra a plataforma do Instituto Unibanco é o portal Estratégias de Aprendizagem Remota, elaborado pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) para que escolas públicas ofereçam ensino remoto aos estudantes. Uma das principais mensagens do portal é a importância de o gestor da rede de educação considerar a realidade local no momento de planejar quais serão as estratégias para manter a educação mesmo à distância. 
Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB, cita a pesquisa Planejamento das Secretarias de Educação do Brasil para ensino remotorealizada pelo CIEB, ao afirmar que, das 3.032 secretarias de educação respondentes, 63% ainda não orientam sobre qual estratégia de ensino remoto deve ser adotada neste período. 
“Redes que já tinham planejamento e alguma experiência no uso da tecnologia conseguiram se mover mais rápido e montar um projeto que realmente faz chegar aos estudantes algum modelo de ensino. Mas a pesquisa aponta que grande parte dos municípios simplesmente suspendeu aulas ou deu férias antecipadas. Isso tem a ver com falta de preparo e planejamento frente à pandemia, o que é agravado pela diferença de acesso à internet e a equipamentos para atividades online pelos estudantes, com grandes preocupações sobre o aumento de desigualdade”, afirma a diretora. 
Ter em mente o momento de estresse ao qual os professores estão submetidos – por serem demandados a exercer uma função para a qual não têm preparo – e o seu papel em apoiar e manter o engajamento dos alunos são pontos fundamentais para a educação, atualmente, defende Lúcia. “Poderíamos tirar um pouco dessa pressão para o conteúdo pedagógico e mostrar ao professor a importância de estar em contato com os alunos, estimulando a ler e a fazer atividades educativas, sem cobrar a questão do desempenho acadêmico nesse momento”, afirma. 
Além de detalhes sobre as possibilidades que cada estratégia da aprendizagem remota oferece – transmissão de aulas e conteúdos via televisão e rádio, vídeoaulas gravadas e ao vivo em redes sociais, envio de conteúdos digitais e disponibilização de plataformas de ensino online – o CIEB também criou uma ferramenta para que gestores educacionais possam, de acordo com a realidade de sua rede de ensino, escolher quais estratégias adotar para o ensino remoto. O questionário traz perguntas sobre infraestrutura, conectividade, conhecimentos técnicos e mobilização dos atores escolares e, a partir das informações fornecidas, monta um plano personalizado para o gestor. 
Para Lúcia, mesmo que desafiador, o momento pode trazer alguns aprendizados e, para a diretora, o maior deles é a necessidade de incorporar tecnologia no dia a dia das escolas, para que, em casos de emergência como esse, a transição para o mundo online seja mais fluida tanto para professores, como para os alunos. “Nós costumamos falar que a escola pública deve ser uma escola conectada não só no sentido da internet, mas ser um local que saiba usar tecnologia no dia a dia, que tenha infraestrutura adequada, com professores capacitados com habilidades e competências digitais desenvolvidas e um conjunto de recursos educacionais digitais que são complementares às aulas presenciais. Com isso, há um aumento do leque de experiências de aprendizagem para os estudantes.” 

Outras iniciativas 
– Além de integrar a Aprendendo Sempre, a Fundação Lemann também está desenvolvendo outras iniciativas, como apoio técnico a redes municipais e estaduais em parceria com a Imaginable Futures e Sincroniza Educação e a AprendiZap, plataforma para que alunos possam receber conteúdos e exercícios via WhatsApp. 

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