Todo mundo,
atualmente, fala em liderança como
característica na contratação de profissionais. E isso não se limita à busca
por profissionais para ocupar cargos de chefias – empresas pedem atributos de
liderança atualmente até para estagiários.
Isso tudo parece
um grande absurdo, mas a verdade é que as empresas não necessariamente estão
buscando, com isso, novos chefes, mas sim perfis particulares de candidatos e
profissionais.
Mesmo como
funcionários, no início de nossas carreiras, nos deparamos com muitos perfis
diferentes de chefes e líderes:
alguns deles são metódicos, outros motivadores, alguns até mesmo ditatoriais.
Mas a grande verdade é que como empresários, consideramos cada um deles para
posições em nossas empresas, a depender das metas e objetivos que temos para um
dos cargos. É aí, nesse exato ponto, que entra o estilo de liderança.
O estilo de um
líder é um traço decorrente de sua personalidade, habilidades, qualificações,
experiências de vida e, porque não, de seu moral e do contexto no qual está
presentemente inserido, tanto em termos profissionais quanto pessoais. Líderes
sob grande estresse em situações pessoais, por exemplo, podem desviar ou
modificar seu estilo de liderança, tornando-se por vezes mais autoritários e
despóticos, outras vezes mais desinteressados e displicentes.
Para prever todos
esses movimentos e melhor alinhá-los às metas e objetivos de seu negócio, é
preciso traçar perfis e conhecer os estilos desenvolvidos por todas as suas
chefias – começando por você mesmo, como proprietário ou dono de um negócio ou
empreendimento.
Antes de mais
nada, para descobrir seu estilo, é preciso conhecer quais são os principais
deles dentro das lideranças. Claro que uma série de outros atributos podem ser
avaliados em um líder, muitos deles até subjetivos, mas o fato é que alguns estilos
são dominantes quando há uma relação hierárquica de trabalho.
Estilos básicos de liderança
Há muitos tipos de
chefes, e todos eles possuem, além de seus perfis de liderança, perfis
profissionais que os tornam mais reconhecidos e respeitados por suas equipes ou
não. Contudo, em termos de liderança somente, é possível compor um perfil com
base na predominância de quatro estilos básicos:
- Dominância;
- Informalidade;
- Formalidade;
- Condescendência.
Esses estilos
nunca vêm sozinhos e o perfil de cada líder é determinado, na verdade, pelo
peso e coexistência dessas quatro variáveis em seu modo de agir, comandar e
decidir. Não há alguém 100% dominante, assim como ninguém é completamente
formal em tudo aquilo que faz e desenvolve.
A ciência de
conhecer o próprio perfil e o de outros líderes está em admitir que todos
possuímos potencial e traços mínimos de liderança, em seus diversos estilos.
Contudo, há sempre algo maior ou preponderante, e é nesse item específico que a
avaliação de um estilo se fixa: na característica e tendência maior de sua
liderança.
Dominância
O estilo dominante
gera enorme dinamismo nas relações pessoais, está relacionado a um processo
rápido de tomada de decisões e geralmente reflete uma maior autoridade. Esse
estilo leva o líder a se expor a mais riscos, seja motivado por seu carisma e
popularidade, ou mesmo pela autoridade e voz que possui sobre seus seguidores e
colaboradores.
Líderes com
elevada dominância geralmente comandam, usam sua autoridade para distribuir
tarefas e impor a ordem, e possuem pulso firme para conduzir equipes inteiras
rumo a metas e objetivos maiores. Como pode parecer, e realmente é, esses
líderes com alto estilo dominante não são pessoas muito abertas a sugestões e
dificilmente desviam de sua rota inicial até que seja tarde demais. De forma
extrema, esses líderes podem ser extremamente autoritários, teimosos e até
mesmo violentos e brutos em alguns casos.
Grande parte dos
casos de assédio moral mais graves ocorre sob a égide de chefes excessivamente
dominantes e autoritários, que descartam o fator humano dos membros de sua
equipe em prol de objetivos e metas estabelecidos.
Há chefes com o
estilo equivocado de dominância. Quando essa característica aflora, o líder com
esse traço passa a agir como se seus colaboradores fossem simples peças em seu
jogo político e de dominação – destituindo-os de qualquer traço humano e
passando a concentrar esforços apenas em ganhar as metas, e não em como o fará.
Informalidade
Alguns líderes
possuem carisma e popularidade, mas esse amor por parte de seus colaboradores
parte de um caráter e um estilo informal de liderança. Flexível ou até mesmo
avesso a regras e padrões, esse líder costuma ser mais alegre e até mesmo
distraído, e sua principal preocupação, em geral, gira em torno das pessoas que
lidera. Seus objetivos e metas são na maioria dos casos atingidos por meio do
diálogo, da promoção e incentivo ao relacionamento e até mesmo por instinto.
Líderes informais
muitas vezes são pessoas agregadoras e grandes comunicadores, alguns deles
inclusive atingem suas posições em decorrência do seu sucesso nos
relacionamentos interpessoais. Self-made men e pessoas que se
destacam em empresas por sua personalidade geralmente carregam em suas chefias
um perfil com alto teor de informalidade.
Claro, quando
excessivo, esse estilo pode criar lideranças vazias e displicentes. Chefes que
ignoram regras e utilizam-se da intuição e do improviso sem medir consequências
e o impacto de suas decisões.
Por outro lado,
esses líderes são pessoas mais abertas, dispostas a negociar e mais francos e
transparentes em sua gestão. A informalidade é particularmente benéfica em
setores e em departamentos que exigem
um maior esforço criativo e inovador – uma necessidade de rompimento com
padrões que apenas o líder informal é capaz de conduzir.
Condescendência
Há ainda líderes
introspectivos. Ao contrário do que pensa o senso comum, chefes muitas vezes
não gostam de se expor e afirmar sua liderança a todo momento. O estilo
condescendente de liderança visa atingir metas e concretizar planos, geralmente
seguindo a risca os processos e protocolos existentes e agindo de modo focado e
até metódico.
Muitas vezes,
apesar de não ordenar ou exercer voz impositiva sobre seus seguidores, o chefe
condescendente é visto como alguém fechado e avesso a opiniões. Na verdade, é
bem o contrário.
Líderes
condescendentes estão aberto a opiniões e até mesmo são inseguros a ponto de
aceitá-las sem muita discussão – desde que essas opiniões não contrariem
padrões, metas e objetivos estabelecidos.
Esse líder passa
instruções e cobra de sua equipe a obediência a padrões e procedimentos que lhe
foram passados por instâncias superiores.
Um estilo
condescendente excessivo pode dar origem a chefes inseguros e indecisos,
contudo. Sua obediência ao status quo e ao processo e suas regras acaba se
contrapondo à sua tendência natural de se curvar a sugestões, opiniões e principalmente
críticas.
Em áreas que
exigem rápida tomada de decisão, o
líder com perfil excessivamente condescendente pode se dar mal e criar
situações de paralisia e até improdutividade.
Formalidade
Esse último perfil
é o típico trabalhador. Lideranças formais dão valor apenas ao trabalho árduo,
ao esforço e à dedicação de seus funcionários em relação ao projeto. Esse
estilo é controlador, mas ao contrário do perfil dominante, se apóia sempre nas
regras para afirmar sua autoridade. O relacionamento humano e o diálogo tendem
a ser breves e até apressados, mas a valorização da produtividade é
algo intrínseco.
Contudo, líderes
excessivamente formais podem criar equipes e departamentos burocráticos e pouco
funcionais. Jogando sempre pelas regras e sem permitir aberturas e exceções o
líder cria um mecanismo de autoproteção para si mesmo e para os parâmetros que
compõem as tarefas dado origem a processos morosos e demorados.
Qual o seu estilo?
Todos nos
conhecemos, mas há alguém melhor do que você mesmo para responder a essa
pergunta: seus colaboradores. Claro, não espere respostas abertas e sinceras, e
o motivo é simples: se você for um chefe carismático e idolatrado,
colaboradores dificilmente exercerão uma avaliação crítica do
modo com o qual você lidera.
E se você for um
líder controlador, autoritário e até tirânico, eles também não irão dar origem
a avaliações sinceras e diretas – mas dessa vez por medo.
Uma série de
sistemas hoje existentes permite que o perfil de liderança e suas
componentes e estilos sejam avaliados, sem que líderes e colaboradores sejam
expostos. É possível ainda traçar perfis com o auxílio de pesquisas e sondagens
junto ao pessoal dentro de empresas, em entrevistas ou enquetes conduzidas e
avaliadas por pessoas isentas dos departamentos de recursos humanos respectivos.
O estilo de
liderança não apenas aponta para empresas o valor e a orientação de candidatos
e futuros líderes dentro do negócio, ele também pode servir como ponto de
autoconhecimento e desenvolvimento pessoal pelos próprios membros da chefia,
alinhando seus estilos pessoais àqueles de fato requisitados pelas equipes e
pela organização em si.
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