quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Criatividade e Inovação: Qual é a diferença?


O tópico “criatividade” ganhou muito destaque nos últimos anos, como o combustível indispensável para o sucesso das empresas e uma característica deseja em líderes e colaboradores das mais diversas áreas. Porém, mesmo ganhando espaço nas salas de aula das universidades e nas salas de reunião das empresas, ainda existem muitos mitos e concepções erradas sobre a criatividade.
O primeiro deles é o de que existem pessoas criativas e pessoas sem criatividade, ou ainda que existem trabalhos em que devemos ser criativos, como a publicidade, o cinema, as artes plásticas, a arquitetura; e outros em que devemos deixar a criatividade de lado, como a contabilidade ou a engenharia.
Para derrubar de vez esses mitos, eu digo e repito: Somos todos criativos, a criatividade é inata do ser humano, nascemos com essa habilidade. Basta olhar as crianças e a forma curiosa e desbravadora que exploram o mundo e geram incontáveis ideias em suas cabecinhas.
Da mesma forma, todas as áreas e todas as profissões podem se beneficiar do pensamento contestador e criativo, que busca novas maneiras de fazer as coisas “que sempre foram feitas assim”. De pessoas dispostas a desafiar o status quo e olhar os mesmos cenários, os mesmos recursos e os mesmos desafios que todos, mas enxergar oportunidades diferentes.
Isso é criatividade, a nossa capacidade de gerar um grande número de ideias, ideias que sejam diferentes entre si e originais em comparação a outras ideias. Na criatividade, quantidade importa, pois quanto mais ideias somos capazes de gerar, maior a nossa chance de gerar ideias verdadeiramente originais.
Porém não se iluda, mesmo sendo uma característica inata, isso não significa que a criatividade não precisa de métodos, ferramentas, muito treino e estímulos para acontecer. O nosso cérebro está programado para economizar energia, para repetir pensamentos e comportamentos que ele já conhece, para achar uma única resposta certa e entender o mundo a partir de padrões preestabelecidos. Portanto, pensar de forma criativa exige um esforço extra, estamos tirando o nosso querido cérebro da sua zona de conforto.
Se a criatividade é a nossa capacidade de pensar de forma divergente, gerando muitas possibilidades para resolver um mesmo problema, muitas ideais e formas diferentes de fazer alguma coisa, ela por si só não gera valor.
A inovação é uma ideia, verdadeiramente nova para um dado seguimento, que foi testada na prática e gerou valor. Gerar valor não significa apenas ter resultados financeiros, uma inovação pode gerar valor de diversas formas, por exemplo: melhorando a vida de um grupo de pessoas, diminuindo o impacto ambiental de uma atividade, acelerando um processo de aprendizado e por aí vai…
Concordo com a definição de inovação apresentada no livro 10 Tipos de Inovação: “ Inovação é a criação de uma oferta nova e viável”. Eu apenas acrescentaria a essa definição “ Inovação é a criação de uma oferta nova e viável, que gera valor”.
É por isso que uma ideia ou uma invenção não é uma inovação. Uma ideia é apenas um pensamento novo, que mostra um caminho para resolve um problema ou aponta uma forma de aproveitar uma oportunidade, enquanto não for colocada em prática, não é inovação. Uma invenção, é uma ideia que foi colocada em prática, mas não necessariamente gerou valor, para que seja considera uma inovação, tem que gerar valor para alguém (além do seu inventor).
Para que uma ideia ou invenção se transforme em inovação, são necessárias pessoas protagonistas, isso é, que irão assumir a responsabilidade por colocar essa ideia em prática, testar, receber feedback, evoluir a ideia e fazer o que é preciso para que ela ganhe escala e gere valor.
Portanto, podemos concluir que criatividade é a nossa capacidade de gerar ideias, enquanto inovação é a nossa capacidade de selecionar as ideias verdadeiramente novas e viáveis, coloca-las em prática e gerar valor a partir delas.


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