O tópico “criatividade” ganhou muito destaque nos últimos anos,
como o combustível indispensável para o sucesso das empresas e uma
característica deseja em líderes e colaboradores das mais diversas áreas. Porém,
mesmo ganhando espaço nas salas de aula das universidades e
nas salas de reunião das empresas, ainda existem muitos mitos e
concepções erradas sobre a criatividade.
O primeiro
deles é o de que existem pessoas criativas e pessoas sem criatividade, ou ainda
que existem trabalhos em que devemos ser criativos, como a publicidade, o
cinema, as artes plásticas, a arquitetura; e outros em que devemos deixar a
criatividade de lado, como a contabilidade ou a engenharia.
Para derrubar
de vez esses mitos, eu digo e repito: Somos todos criativos, a
criatividade é inata do ser humano, nascemos com essa habilidade. Basta olhar
as crianças e a forma curiosa e desbravadora que exploram o mundo e geram
incontáveis ideias em suas cabecinhas.
Da mesma forma, todas as áreas e
todas as profissões podem se beneficiar do pensamento contestador e criativo,
que busca novas maneiras de fazer as coisas “que sempre foram feitas assim”.
De pessoas dispostas a desafiar o status quo e olhar
os mesmos cenários, os mesmos recursos e os mesmos desafios que todos, mas
enxergar oportunidades diferentes.
Isso é criatividade, a nossa capacidade de gerar um grande número de ideias, ideias que
sejam diferentes entre si e originais em comparação a outras ideias. Na
criatividade, quantidade importa, pois quanto mais ideias somos capazes de
gerar, maior a nossa chance de gerar ideias verdadeiramente originais.
Porém não se iluda, mesmo sendo
uma característica inata, isso não significa que a criatividade não precisa de
métodos, ferramentas, muito treino e estímulos para acontecer. O nosso cérebro
está programado para economizar energia, para repetir pensamentos e
comportamentos que ele já conhece, para achar uma única resposta certa e
entender o mundo a partir de padrões preestabelecidos. Portanto, pensar de
forma criativa exige um esforço extra, estamos tirando o nosso querido cérebro da sua zona de conforto.
Se a
criatividade é a nossa capacidade de pensar de forma divergente, gerando muitas
possibilidades para resolver um mesmo problema, muitas ideais e formas
diferentes de fazer alguma coisa, ela por si só não gera valor.
A inovação é
uma ideia, verdadeiramente nova para um dado seguimento, que foi testada na
prática e gerou valor. Gerar valor não significa apenas ter resultados
financeiros, uma inovação pode gerar valor de diversas formas, por exemplo:
melhorando a vida de um grupo de pessoas, diminuindo o impacto ambiental de uma
atividade, acelerando um processo de aprendizado e por aí vai…
Concordo com a definição de inovação
apresentada no livro 10 Tipos de Inovação: “ Inovação é a criação de uma oferta
nova e viável”. Eu apenas acrescentaria a essa definição “ Inovação é a criação
de uma oferta nova e viável, que gera valor”.
É por isso que
uma ideia ou uma invenção não é uma inovação. Uma ideia é apenas um pensamento
novo, que mostra um caminho para resolve um problema ou aponta uma forma de
aproveitar uma oportunidade, enquanto não for colocada em prática, não é
inovação. Uma invenção, é uma ideia que foi colocada em prática, mas não
necessariamente gerou valor, para que seja considera uma inovação, tem que
gerar valor para alguém (além do seu inventor).
Para que uma
ideia ou invenção se transforme em inovação, são necessárias pessoas
protagonistas, isso é, que irão assumir a responsabilidade por colocar essa
ideia em prática, testar, receber feedback, evoluir a ideia e fazer o que é
preciso para que ela ganhe escala e gere valor.
Portanto, podemos concluir que
criatividade é a nossa capacidade de gerar ideias, enquanto inovação é a nossa
capacidade de selecionar as ideias verdadeiramente novas e viáveis, coloca-las
em prática e gerar valor a partir delas.
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