quarta-feira, 28 de abril de 2010

Projeto: Organização em cena. A arte explica.

A convite dos amigos, professores Rodrigo Miranda e Cíntia Rodrigues estarei nessa sexta, 30 de abril, às 18h, no auditório da UFU participando do projeto: A organização em cena, a arte explica.


Com a participação dos acadêmicos do Curso de Administração da UFU assistiremos ao filme “À Procura da Felicidade”.
Além da incrível, tocante e comovente interpretação de Will Smith, até por contracenar com seu próprio filho, pode-se assistir uma bela história de luta, perseverança e paternidade responsável.
Antes de fazer um breve relato sobre o filme, gostaria de fazer alguns questionamentos a vocês leitores:

1. Qual seria sua reação se sua vida começasse a seguir rumo a um grande abismo?

2. Imagine sua mulher cobrando conforto e segurança, seu filho pequeno, que você tanto ama, permanecendo o dia todo em uma creche nada higiênica ao lado de animais e profissionais sem nenhum recurso pedagógico. Triste? Razão para total desespero? ou oportunidade para você virar o jogo?

3. E se suas contas estivessem atrasadas, incluindo o aluguel?

4. E se, dada tamanha pressão, sua mulher o abandonasse?

Se você pensa que isso é impossível ou improvável, convido-o a acompanhar esse drama da vida real.

O começo
“À procura da felicidade” relata a história real vivida por Christopher Gardner que se passa durante o começo da década de 80. Chris, que antes do filme lançou um livro narrando sua saga (“The Pursuit of Happyness”), apostou, no início de sua vida de casado, toda sua poupança na revenda de máquinas portáteis a pequenos hospitais e consultórios médicos.
Uma alternativa mais moderna às velhas máquinas de raio X, o que parecia ser um negócio da China logo se transformou em um pesadelo. Ele percebeu a dificuldade em vender um equipamento caro e com pouco mercado, já que a tecnologia naquele momento era um luxo. Naquele período, o EUA e o mundo passavam por problemas econômicos sérios oriundos da chamada Crise do Petróleo.
Chris narra em sua história que, para pagar suas despesas básicas, precisava vender ao menos 3 máquinas por mês, o que via de regra não conseguia. Quando se deu conta, era um homem desempregado, abandonado pela esposa, pai solteiro, mendigo, carregando o filho pequeno para os abrigos de sem tetos, bancos de jardins e até banheiros públicos, que serviram de dormitório.

A virada
Em uma de suas incansáveis peregrinações pelas ruas de São Francisco, Chris Gardner observou um sujeito procurando vaga para estacionar uma Ferrari vermelha. Impressionado com a máquina ele fez duas perguntas:
“O que você faz?
Como você faz?”

O dono da Ferrari disse que era corretor da Bolsa de Valores e que tudo o segredo era simples: ser bom com números e com pessoas. Começou ali uma guinada incrível na vida de Chris. Nesse momento, todas as suas economias somavam apenas US$ 25.
Ele se inscreveu em um programa de estágio não remunerado numa corretora de valores, sobrevivendo com a venda de uma ou outra máquina para alguns médicos e usando todo o seu tempo livre (madrugadas) estudando livros que recebera durante o estágio. Durante esse tempo, Chris desenvolveu a chamada “Teoria dos fertilizantes”:
“Nesse mundo existem dois tipos de pessoas: aqueles que vêem um monte de estrume e o identificam como tal e os que reconhecem ali uma boa quantidade de fertilizantes”
Depois de muito tempo penando, Chris se destacou no estágio e conseguiu licença para operar oficialmente na Bolsa. Logo encontrou emprego na conceituada firma Bear, Stearns & Co. Inc.

A lição
Através da história de Chris, percebemos que, mesmo nos piores momentos, a busca da felicidade foi apenas um pontapé inicial para a busca de uma compensação para suas perdas financeiras. A felicidade foi encontrada não na possibilidade de ganhar milhões ou comprar uma Ferrari, mas poder proporcionar algo de bom para seu filho: o exemplo.
Lembrei-me do livro escrito pelo professor da PUC, o filósofo Mário Sergio Cortella: Qual é a sua obra? (cuja resenha encontra-se postada no blog). No capítulo: Fundamental é chegar ao essencial, ele estabelece a distinção necessária entre o que é essencial e o que é fundamental.
Para o referido autor, essencial é tudo aquilo que você não pode deixar de ter: felicidade, amorosidade, lealdade, amizade, sexualidade, religiosidade.
Fundamental é tudo aquilo que o ajuda a chegar no essencial. Fundamental é o que lhe permite conquistar algo. Por exemplo, trabalho não é essencial, é fundamental. Você não trabalha para trabalhar, você trabalha porque o trabalho lhe permite atingir a amizade, a felicidade, a solidariedade. Dinheiro não é essencial, é fundamental. Sem ele, você passa dificuldades, mas ele em si, não é essencial.
Não deixe que ninguém o faça desistir dos seus sonhos ou que ninguém lhe diga do que você é capaz. Só você sabe disso. Nem sempre o que é realmente valioso em nossas vidas pode ser comprado. A felicidade por poder proporcionar aos filhos boa educação, roupas caras e brinquedos da moda nunca deve ser comparada à felicidade em situações menos abastadas. Felicidade não se quantifica, se vive! Ela é essencial.
Todos nós temos fixação em histórias como as de Chris. Ficamos fascinados pela possibilidade de alguém sair da pobreza e ficar rico, não é mesmo? É claro que esta é uma história de sucesso, mas note que ela vai além do desejo de riqueza, poder e fama. Trata-se de uma lição de força de vontade, motivação, perseverança.
Infelizmente, milhares acabam indo na direção oposta, afundando cada vez mais em suas dívidas e problemas pessoais. Não é fácil, é verdade. Não temos a menor noção do périplo enfrentado por pessoas como Chris.
Algumas coisas são dignas de destaque: quem se motiva, aprende com os erros do passado, cometendo apenas erros novos, busca inspiração na cultura e se dedica naquilo que pode fazer a diferença, pode mudar o próprio destino. A esperança traz a sorte e ambas trabalham juntas na busca do sucesso. Saber se relacionar também é algo fundamental. Mesmo quando Chris dormia nos banheiros públicos, ele manteve-se em contato com as pessoas certas, nas horas certas.
Hoje Chris Gardner é dono da Christopher Gardner International Holding, com sede em Chicago e sua fortuna é estimada em US$ 600 milhões. Ah! sim, ele comprou sua primeira Ferrari nos anos 90. Era usada, mas o ex-dono era ninguém menos do que Michael Jordan, o maior gênio da história do basquetebol.

O aprendizado
Como parte do aprendizado, vemos que força de vontade, persistência e motivação (motivos para ação) podem fazer toda a diferença na nossa busca da felicidade.

Um comentário:

  1. Rodrigo e eu agradecemos ao prof. Jacaré por disponibilizar seu tempo e conhecimento para o projeto. Os estudantes teceram muitos elogios e reconheceram o empenho do prof. Jacaré em lhes proporcionar uma visão mais ampla da motivação para o trabalho, chamando a atenção para aspectos importantes do filme. Enfim, a discussão promovida pelo prof. Jacaré, tendo como pano de fundo o filme, foi enriquecedora para nós e esperamos contar com sua presença outras vezes.
    Cintia Rodrigues de Oliveira Medeiros
    profa. Fagen

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