Poucas empresas têm, hoje, cultura, estrutura
e liderança do tipo necessário para transformar sua inteligência coletiva em
vantagem competitiva relevante.
O desperdício de conhecimento humano –e
capacidade mental– é, na maioria das companhias, tão habitual a ponto de ser
aceito como fato consumado. Falta de objetivos comuns, brigas internas, políticas
interdepartamentais, má organização e uma série de outros problemas funcionais
da organização causam um desperdício assustador de capacidade intelectual.
“ As pessoas inteligentes
reunidas em uma empresa tendem à estupidez coletiva”. O antídoto para a
estupidez coletiva é a inteligência coletiva, ou a capacidade intelectual
disseminada.
Podemos definir o conceito de inteligência
organizacional como a capacidade da empresa de mobilizar todo seu potencial
intelectual disponível e concentrar tal capacidade na realização de sua missão.
É provável que o número de companhias derrotadas
pela própria estupidez coletiva seja bem maior do que o daquelas realmente
vencidas por mérito de bons concorrentes. Muitas empresas de grande porte,
agências governamentais, universidades, organizações sem fins lucrativos e
associações estão virtualmente em guerra entre si, na maior parte do tempo.
Quase todas as empresas têm ao menos um exemplo escandaloso de incompetência
autodestrutiva – algumas se tornaram legendárias.
O conceito de entropia, emprestado da Física,
se refere ao grau de desordem ou energia não disponível em qualquer sistema.
Nas organizações, a entropia é a quantidade de capacidade intelectual perdida
ou desperdiçada, que não pode ser mobilizada para implementar a missão. A
capacidade mental perdida e a energia desperdiçada em uma empresa funcionam
como um imposto interno sobre lucros.
Na medida em que líderes de uma companhia
aceitam ou até encorajam o desperdício de capacidade intelectual por meio da
concorrência destrutiva ou da gestão opressiva, o “imposto de entropia” é auto-infligido.
É provável que o número de companhias
derrotadas pela estupidez coletiva seja bem maior do que o das vencidas por
mérito de bons concorrentes.
O pensamento para a nova “era do cérebro”
Executivos e líderes empresariais têm diante de si basicamente duas
alternativas.
Uma delas é continuar a andar cegamente para trás, em plena Era do
Conhecimento, tendo suas opções estratégicas ditadas pelos sacerdotes da
tecnologia.
A outra é adotar uma atitude mental completamente diferente e engajar-se
de forma criativa na oportunidade que acontece uma vez a cada século de criar
todo um novo paradigma de sucesso organizacional.
Se pensarmos na missão executiva como a de criar e sustentar culturas
de conhecimento, poderemos inventar uma nova gama de estratégias, pontos de
vista, prioridades e princípios de liderança, e, pela primeira vez, ocorrerá um
engajamento sério para fazer frente aos desafios e às possibilidades da
Terceira Onda.
Talvez já estejamos passando pelas influências iniciais da Quarta Onda,
que será constituída pelo que quer que venha depois da Terceira Onda, de dados,
informações, conhecimentos e sabedoria. A Quarta Onda bem poderá ser a Era do
Cérebro.
Karl Albrecht
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