domingo, 6 de janeiro de 2019

Como estudar melhor

Prof. Pierluigi Piazzi


Pierluigi Piazzi, mais conhecido pelos seus alunos e colegas de profissão, como Prof. Pier. Nasceu na Itália, no dia 29 de janeiro de 1943, durante a 2ª Guerra Mundial e chegou ao Brasil em 1954, lecionou por mais de 50 anos em diversas instituições de ensino, acumulando vasta experiência na área de aprendizado. Nos deixou em 22 de março de 2015, aos 72 anos.
Na época em que foi professor do cursinho pré-vestibular Anglo, em São Paulo/SP, e eu prof. de Física no Colégio Anglo em Uberlândia, tive a oportunidade de participar de alguns cursos ministrados por ele, onde fazia questão de comentar que a maioria absoluta dos alunos não sabia estudar.
Ele trabalhou como professor, garçom, confeiteiro, motorista de caminhão, topógrafo, tratorista e químico. Foi professor de cursinho e chegou a preparar cerca de 100 mil alunos para o vestibular.
Ao aliar sua experiência como professor e os conhecimentos adquiridos ao lecionar Inteligência Artificial e Configuração de Redes Neurais num curso de Engenharia da Computação, conseguiu identificar os erros no sistema educacional brasileiro. Por mais de dez anos viajou pelo Brasil e visitou centenas de escolas fazendo palestras para pais, alunos e professores e mostrando como evitar esses erros.
Pensando em uma forma de ajudar estes alunos a serem estudantes, o prof. Pier escreveu o livro “Aprendendo Inteligência”.
Sorte nossa que ele não parou por aí.
Depois dessa primeira obra, voltada aos estudantes, escreveu outras três: “Estimulando Inteligência” (para os pais), “Ensinando Inteligência” (para professores) e “Inteligência em Concursos” (para concurseiros).
Prof. Pier era defensor da ideia de que inteligência se aprende!, isto é, todos os dias podemos ficar um pouquinho mais inteligentes.
Durante muito tempo, acreditou-se que a inteligência era uma característica inata, porém, com os recentes avanços da neurociência, tem-se provado que ela pode ser desenvolvida. 
A Neurociência ou Ciência Neural é o estudo do sistema nervoso, de como ele se desenvolve, sua estrutura, o que faz e suas influências nas ações cognitivas interligadas ao cérebro. Essa ciência não só ajuda a entender o funcionamento normal do sistema nervoso, como também o que acontece com o sistema nervoso quando as pessoas têm distúrbios neurológicos, psiquiátricos e de desenvolvimento neurológico.
A Neurociência mostra que hoje em dia inteligência, talento e vocação são qualidades aprendidas, de forma tão precoce que as pessoas pensam que é de nascença. Ao vir ao mundo, nascemos como folhas em branco, portanto podemos ser qualquer coisa, ninguém nasce matemático, músico, médico.
Poucas áreas da ciência passaram por uma revolução tão espetacular nos últimos cinquenta anos como o estudo do cérebro, uma massa de proteína e gordura de 1,4 Kg que controla os sentimentos, o raciocínio e o comportamento. 
A complexa rede por onde correm os impulsos eletroquímicos que produzem as sensações e os pensamentos de uma pessoa é formada por 100 bilhões de neurônios, conectados uns aos outros por meio de até 10.000 sinapses. Se o sequenciamento do DNA exigiu 3 gigabytes, o mapeamento do cérebro, vai requerer 1 trilhão de gigabytes de memória (eletrônica). Veja, 26/09/2018 pág. 143.
O córtex cerebral é a mais eficiente e sofisticada máquina de pensar existente. É a parte mais nobre do cérebro, fundamental para a memória de longo prazo.
O sistema límbico é cheio de estruturas complexas (tálamo, hipotálamo, amígdala, etc.) nas quais se destaca uma, denominada hipocampo, muito importante para a memória de curto prazo.
Há pouco mais de um século, o cientista alemão Korbinian Brodmann dividiu o cérebro humano em 52 regiões diferentes, criando o primeiro “mapa” do cérebro. No mês de dezembro de 2017,  um esforço científico liderado pela Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, atualizou essas divisões, revelando que o córtex, a camada mais externa do cérebro, tem 180 áreas que comandam a consciência, linguagem, atenção, percepções, pensamentos e sensações – um conhecimento sem precedentes sobre a mente humana.
Não é mais possível pensar nos processos de aprendizagem somente do ponto de vista abstrato. As neurociências tem demonstrado como, e em que situações, o cérebro atua nos processos de aprendizagem. A Neuropsicologia é o ramo das Neurociências que estuda este funcionamento cerebral permitindo que, hoje possamos pensar não somente em aprendizagem, mas, de forma mais ampla, em neuroaprendizagem.
O sistema límbico é a parte idiota do cérebro. Já notaram quando vocês acordam, quanta besteira a gente faz, porque estamos utilizando o sistema límbico. A boa notícia, dentro do cérebro de cada um de nós mora um gênio, o córtex.
Um  neurônio, célula nervosa característica do cérebro, tem uma estrutura peculiar: do corpo da célula nascem ramificações (dentritos), cujos terminais podem se conectar aos outros neurônios.
Uma espécie de cabo de comunicação (axônio) revestido por uma capa de mielina, transmite, se devidamente estimulado, um pulso eletroquímico que vai enviar um sinal para os dentritos de outro neurônio.
Um conjunto de centenas ou de até milhares de neurônios formam a rede sináptica (rede neural).
Uma informação, portanto, é transformada em conhecimento somente se as redes neurais do córtex forem reconfiguradas.
Sinapses devem ser desfeitas, outras ativadas, dentritos morrem ou nascem, caminhos são refeitos. Portanto a estrutura física do cérebro deve ser alterada!
Temos 100 bilhões de neurônios conectados uns aos outros por meio de até 10.000 sinapses. O sequenciamento do DNA exigiu 3 gigabytes. O mapeamento do cérebro vai requerer 1 trilhão de gigabytes de memória eletrônica.
O sistema reticular tem a função de selecionar quais informações são importantes para retê-las e quais irão ser descartadas.
A aprendizagem resulta da reorganização de redes neurais espalhadas pelo cérebro, sendo que essas redes precisam ser ativadas para que as sinapses sejam feitas e desfeitas, levando à modificação da relação entre os neurônios o que chamamos de neuroplasticidade, e assim a novos conhecimentos, ideias, atitudes, habilidades, etc.
A ciência explica: A ansiedade é o resultado da correlação de diversas áreas do cérebro:
  • Córtex pré-frontal É a região responsável pelo raciocínio lógico e pela tomada de decisão. O córtex dialoga com a amígdala, filtrando as emoções.
  • Amígdala Estrutura responsável pelo processamento das emoções. Funciona como uma espécie de alarme que ”avisa” o cérebro se a situação é ameaçadora.
  • Hipocampo É nele que ocorre a fixação das memórias. Sempre que o cérebro se vê diante de uma nova situação, compara-a com o que está ”guardado” para decidir se o que vem pela frente é potencialmente bom ou ruim.
  • Hipotálamo Controla as reações fisiológicas do corpo e responde aos estímulos da amígdala. Ao identificar algum perigo, prepara o organismo para lutar ou fugir aumentando a produção de adrenalina e cortisol, o que provoca taquicardia, suor, mãos frias e respiração curta e ofegante.
  • Fascículo Uncinado É o feixe de neurônios que conecta o córtex à amígdala, a razão das emoções. Pesquisas mostram que a conexão é mais curta em pessoas altamente ansiosas e por isso a amígdala acaba respondendo mais intensamente. O fascículo é afetado pela ação do cortisol, o hormônio do stress. Veja, 02/01/2019 – pág. 81.

1. POR QUE ESTUDAR?
Estudamos para ficarmos cada vez mais inteligentes, pois quem tem mais chances de sair bem em um concurso, não é quem sabe mais, mas é aquele que conseguiu se tornar mais inteligente!
Inteligência, talento e vocação são qualidades aprendidas. O candidato que se preocupe em melhorar seu nível de inteligência leva uma vantagem enorme.

2. QUANDO ESTUDAR?
De acordo com o Prof. Pier, a fórmula para se tornar mais inteligente é simples e pode ser enunciada pela seguinte frase:
“Aula assistida hoje é aula estudada…hoje!”
O que ele quer dizer com isso?
Para explicar melhor, é importante estabelecer a diferença entre aluno e estudante.
Aluno é aquele que frequenta as aulas, que absorve as informações de maneira passiva e coletiva e que estuda somente na véspera da prova.
Estudante, por sua vez, é aquele que estuda em casa (ou na biblioteca), regularmente, de forma solitária e ativa!
O sistema educacional brasileiro é um dos piores do mundo porque é formado por milhares de alunos e pouquíssimos estudantes.
Segundo Pier, a aula serve para o aluno entender a matéria.
Mas somente com o estudo por conta própria ele vai aprender o conteúdo. E aprender significa não esquecer mais, isto é, armazenar de forma permanente.
Ele afirma que o ciclo de aprendizado tem um prazo de 24 horas. Por isso, é essencial estudar a matéria no mesmo dia em que foi assistida a aula, antes que se passe uma noite de sono. Por que antes de dormir?
Porque é durante o sono que o cérebro organiza a informação, descartando o que é inútil e inserindo na memória de longo prazo o que é importante.
Uma soneca de, no máximo, 15 minutos é permitida durante o dia. Coloque um despertador. Dormir a noite toda sem estudar faz com que a maioria do conteúdo seja esquecida no dia seguinte.
E os alunos que estudam na véspera da prova e tiram boas notas?
A resposta é óbvia: como o assunto fica armazenado na memória recente, eles esquecem tudo logo após o exame, ou seja, não aprendem nada! Enganam-se a si mesmos.
Certamente obterão um diploma universitário, mas provavelmente não serão profissionais competentes.
Em um tempo em que as máquinas estão substituindo cada vez mais a mão-de-obra, somente os inteligentes terão espaço no mercado (e não os diplomados).

3. COMO ESTUDAR?
E como deve ser o estudo solitário e ativo?
Para Pier, a melhor forma de estudar é escrevendo! Essa atividade aumenta as redes neurais, fixando melhor o conteúdo. Não adianta digitar no computador, tem que escrever com o lápis ou caneta no caderno.
Digitar grava na memória do computador. Escrever grava na memória do seu cérebro.
A neurologista Judy Willis é uma das defensoras do uso da escrita com lápis e caneta. Segundo ela a escrita desenvolve a criatividade e a expressão pessoal. Ambas ajudam no raciocínio cognitivo.
A escrita em ferramentas tecnológicas também possui suas qualidades, porém a escrita cursiva facilita muito mais o aprendizado. Pois escrever envolve mais áreas do cérebro, e quanto mais áreas você envolve na aprendizagem, mais fácil fica a memorização.
Se você está estudando você precisa escrever bastante. Faça resumos, mapas mentais, anotações em livros, o que desejar, mas use seus lápis e canetas, sem moderação.
Ler um livro, ainda que grifando, continua sendo estudo passivo e não é suficiente. Escreva resumos e esquemas das partes mais importantes em uma folha de papel.
Também não resolve estudar mais, tem que estudar melhor. 

Crie o hábito de estudar um pouco, mas todos os dias, e você terá tempo para desfrutar dos melhores prazeres da vida, além de aumentar a sua inteligência.
É infinitas vezes melhor do que estudar muito, na hora errada (em cima da hora) e aumentar a sua ignorância.
Escolha um ambiente tranquilo e confortável para o estudo.
E quanto a estudar ouvindo música?
Pode, desde que seja música instrumental ou que você não entenda a língua da letra. Existe uma razão para isso.
Se você compreender a letra, a parte lógica e racional do seu cérebro vai dividir a atenção com o conteúdo que está sendo estudado.
Caso contrário, a música vai afetar uma parte diferente do cérebro, não havendo problema.
Algumas pessoas gostam de estudar ouvindo música para isolar ruídos externos e aumentar a concentração.


4. QUANTO ESTUDAR?
O melhor ritmo é estudar durante meia hora de forma intensa, fazer 10 minutos de intervalo, estudar mais meia hora, parar mais 10 minutos, e assim por diante.
Estude durante meia hora e faça 10 minutos de intervalo.
Durante os intervalos, o ideal é relaxar praticando uma atividade física (alongamento, caminhada curta) ou tocando algum instrumento musical.
Em hipótese alguma use equipamentos que tenham tela (TV, videogame, computador). Além de não descansar a mente, corre o risco de ultrapassar o tempo do break.
Como cada pessoa tem o seu próprio ritmo, a meia hora de estudo pode ser esticada para 40 minutos (nunca mais do que isso!).
E o intervalo não deve passar de 15 ou 20 minutos. Fazer intervalos aumenta bastante a eficiência nos estudos.
A enzima que estimula a formação de novas ramificações (dendritos dendros = árvores) acaba se esgotando após uns 40 min, e só se refaz quando o cérebro descansa por 10 minutos. 
Repete-se este ciclo no máximo 4 vezes.
Por fim, para desenvolver a inteligência você deve exercitar o raciocínio e, sobretudo, ler muito.
Pier afirma que só escreve bem quem lê muito e só lê muito quem lê por prazer.
Descubra aquilo que gosta de ler. Se não gostar de um livro, troque-o imediatamente, até achar aquele que você goste.
“Ninguém aprende coisa alguma se não for autodidata, ou seja, professor de si mesmo” (Pier).
Estudo não é questão de quantidade: é questão de qualidade! (prof. Alírio Nogueira)
Ou vc estuda de forma compatível com o funcionamento do seu cérebro ou nem adianta estudar. (prof. Alírio Nogueira).

5. COMO SE ORGANIZAR  
Enfim, como se organizar? Separei, abaixo, uma lista com dicas fundamentais para você levar em consideração ao se preparar para um concurso:

  • Invista em métodos eficazes de estudos porque com uma memória treinada os estudos renderão muito mais;
  • Organize sua rotina, pois assim você conseguirá otimizar algumas tarefas, sobrando mais tempo para os estudos;
  • Faça exercícios para a memória, pois assim você a fortalecerá, aumentando  seu aproveitamento nos estudos;
  • Planeje estudar em um horário fixo por dia, pois com um horário fixo você vai criar o hábito de estudar com mais dedicação, evitando distrações;
  • Realize uma atividade por vez, pois assim você vai se concentrar mais na matéria que estiver estudando;
  • Estabeleça metas, pois assim você conseguirá cumprir, com êxito, todo o conteúdo que precisa estudar;
  • Crie o hábito de se exercitar fisicamente, pois isso o ajudará a ficar mais disposto para os estudos;
  • Revise as matérias periodicamente, pois assim você conseguirá rever conceitos que foram estudados há algum tempo, evitando, portanto, de esquecê-los.
  • Resolva exercícios, pois assim você ficará melhor preparado para as provas e saberá como os conteúdos vem sendo cobrados.
  • Alimente-se bem, pois uma boa alimentação afeta positivamente em nosso desempenho de estudo diário;
  • Durma, pelo menos, 6 horas por noite, pois o cérebro precisa armazenar tudo que aprendeu durante o dia e isto só ocorre durante o sono REM - Rapid Eye Movement ("movimento rápido dos olhos"), é a fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos. Durante esta fase, os olhos movem-se rapidamente e a atividade cerebral é similar àquela que se passa nas horas em que se está acordado.


Organizar-se para aprender de modo realmente eficaz é o caminho mais seguro para a tão sonhada aprovação. Cultivar hábitos saudáveis, como dormir e alimentar-se bem, além de investir em técnicas eficazes de estudo, contribui para que você atinja seus objetivos.
Com foco, disciplina e organização, você terá condições de estudar e guardar todas as informações de que precisa para conseguir ser aprovado no concurso que tanto almeja!

Sucesso no concurso e na vida!


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

O que é o tempo?

O que é o tempo?

Se você tentar agarrar o tempo com as mãos, ele estará sempre deslizando por entre seus dedos – Julian Barbour, físico britânico e autor de “O fim do Tempo: A próxima revolução na Física”.


INTRODUÇÃO:
Este texto busca explorar questões reflexivas acerca do tempo. Este tema foi recorrente no pensamento de inúmeros filósofos, mas na abordagem que segue, não há aprofundamento específico de nenhum pensador, trata-se, apenas de uma tentativa de desconstruir a percepção e conhecimento comum que existe sobre o assunto. 

A DIVISÃO COTIDIANA DO TEMPO E SEUS POSSÍVEIS PROBLEMAS:
Independentemente do continente em que se esteja o homem, de alguma maneira, vive em função do tempo. As pessoas costumam guiar seus cotidianos por meio de relógio. Porém, poucas destas pessoas já dedicaram-se a refletir sobre o tempo, e certamente poucas são capazes de defini-lo. E, afinal, o que é o tempo? Santo Agostinho, certa vez escreveu: “Por conseguinte, o que é o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; porém, se euro explicá-lo a quem me pergunta, então não sei”. O que a maioria das pessoas pensa/sabe, é que o tempo é uma divisão do dia em um determinado número de horas, minutos e segundos, sendo que tais medidas encontram-se postuladas por uma sincronia com o movimento dos astros que, por sua vez, demarcam dia e noite, a duração de um dia, de uma semana, de um ano, etc. Enfim, o movimento dos astros e da Terra condiciona o calendário. Esta contagem que hoje é feita, cuja base é a duração do dia em 24 horas e da hora em 60 minutos, foi uma herança dos babilônios: “Esta divisão tendo o 12 como base teve sua origem na Babilônia (os babilônicos discutiam o ano em 360 dias e o ano em 12 meses de 30 duas; a cada 6 anos eles acrescentavam um mês para retomar o percurso do sol”. (PIETTRE, 1997 p.18). Porém, o autor esclarece um fato importante: essas marcas comuns poderia ser feita de outra maneira: “Claro que a medida do tempo que nós usamos é convencional; poderíamos dividir o dia em 10 horas ou 20 horas e operar a divisão do dia, da hora, do minuto tendo 10 como base, como fazemos, aliás, para dividir os segundos”. (PIETTRE, 1997 p.18).
“Por conseguinte, o que é o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; porém, se euro explicá-lo a quem me pergunta, então não sei.” – Santo Agostinho.
Portanto, até aqui, percebe-se que o tempo que conhecemos é simplesmente baseado numa medida comum que é criada conforme certa convenção, mas que poderia ser diferente. Agora, consideremos a divisão básica que fazemos para distinguir o tempo: passado, presente e futuro. Se o tempo que nos condiciona e que estabelecemos, é mera convenção, o que seriam essas três divisões? Primeiramente, talvez devêssemos considerar que consistam em criações meramente mentais que advém da razão. Isto é: essa divisão do tempo só existe na mente humana. Por exemplo: considere a leitura deste texto. Você está lendo no presente. Este presente foi futuro e agora já se tornou passado. Só que ele também foi futuro… É praticamente um tempo uno, que ocorre de uma só vez, sendo que você vivencia o agora, mas praticamente não o sente, já que ele logo se transforma em passado. Em 1955, Einstein declarou: “A distinção entre passado, presente e futuro é uma ilusão”. Toda a natureza pode ser modifica pela passagem do tempo, mas, um pássaro, uma flor ou um cão, não sabem distinguir ou situar passado, presente e futuro. Por conseguinte, estas três etapas são projeções mentais que parecem existir somente na consciência, pois: “o passado e o futuro, rigorosamente falando, não são; um não é mais, outro não é ainda, e o instante presente já não é mais, todos existem somente para a consciência, que se lembra, antecipa e faz durar o presente”. (PIETTRE, 1997 p. 206).
Albert Einstein, com a Teoria da Relatividade, afirmou que não existe um só tempo, existem tempos diversificados e que dependem da individualidade para serem sentidos. Além disso, o tempo , para o físico, não pode ser considerado separadamente do espaço (tempo-espaço). Einstein, com esse pensamento, desconstruiu uma concepção cotidiana e até mesmo científica de que o tempo é um só.  O tempo não ocorre da mesma forma para todos, depende da perspectiva, isto é, sua passagem  é afetada diretamente pelo movimento de um indivíduo no espaço. O tempo corre mais devagar para quem se encontra em movimento, e quanto maior for este movimento, com menor velocidade o tempo passará, ou seja, o movimento desacelera a passagem do tempo. Para tentar compreender a relatividade de Einstein, consideremos um caso prático. O russo Sergei Krikalev, ficou em órbita durante 803 dias 9 horas e 39 minutos. Levou com ele um relógio atômico que estava sincronizado com outro relógio, sendo que este segundo, estava na Terra. Quanto o astronauta retornou de sua viagem, seu aparelho estava com uma medida diferente do marcador que havia ficado em nosso planeta. A diferença era de 0,02 segundo de antecipação. Isto significa que, cientificamente, Krikalev viajou para o futuro (por 0,2 segundos). Contextualizando: o tempo para ele, enquanto estava no espaço, passou de maneira diferente daqueles que estavam na Terra.

O HOMEM E O TEMPO:
O pensador alemão Martin Heidegger também explorou a ideia de que a separação temporal é uma atividade tipicamente humana. Para ele, resumidamente, tal distinção ocorre a partir do momento em que os homens reconhecem suas finitudes, pois neste momento, surge o temor da morte, e este temos irá gerar remorsos passados e angústias futuras. Mas há um problema: será que todo ser humano faz distinção entre passado, presente e futuro? Por incrível que pareça, há um contraponto. Daniel Everett, linguista norte-americano que conviveu com uma tribo indígena brasileira chamada Pirarrã, para esta tribo, apenas o presente existe e estes índios não possuem concepção de passado ou futuro. Isto nos leva a especular que a divisão do tempo, não é, necessariamente uma atividade humana, já que existe uma notável exceção. Talvez possamos concluir, portanto, que o tempo existe somente para o espírito, mas que não é um fator a priori (ao menos não se levarmos em conta o comportamento dos Pirarrã, narrado por Everette).
Resta-nos dedicar nosso “tempo” para refletir sobre estes fatos tão instigantes e que são capazes de demolir  o conhecimento comum que formulamos sobre o assunto abordado.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
PIETTRE, Bernard. Filosofia e Ciência do Tempo. 1997. Editora: Edusc.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Alimentos que melhoram o funcionamento da sua memória


Seus mais variados hábitos afetam o funcionamento de sua mente e sua memória, como os hábitos do sono e descanso, ou o quanto você exercita diariamente a sua mente. Hoje vou tratar especificamente de alimentos para melhorar o funcionamento do seu cérebro e da sua memória, que você deverá incluir em sua dieta para melhorar a performance de sua mente.

1. Café

Muito tomado no Brasil, o café é rico em duas substâncias que o tornam um dos melhores alimentos para turbinar seu cérebro e sua memória: a cafeína e os antioxidantes. Essas substâncias deixam o cérebro bem mais alerta e em um estado de maior eficiência, além de auxiliar na concentração.

2. Frutas silvestres

Também chamadas de berries, a família do mirtilo, cranberry, açaí, frutas vermelhas e goji berry são excelentes frutas ricas em anti-inflamatórios e antioxidantes. Não somente isso, mas por serem fáceis de petiscar são excelentes alimentos para turbinar seu cérebro e sua memória durante o dia, sendo fácil petiscar essas frutas durante o trabalho.

3. Abacate

Rica em gorduras monoinsaturas e excelente para o nosso sistema cardiovascular, além de uma das formas mais eficazes de se combater o colesterol alto, o abacate é uma das frutas mais saudáveis, e praticamente não possui contraindicações. Auxiliando na circulação sanguínea, o abacate melhora diretamente a performance do seu cérebro.

4. Nozes e castanhas

Semelhante às frutinhas que você pode comer no seu cotidiano, as nozes e castanhas podem ser um excelente e nutricional petisco. Com a vitamina E e o ômega 3, elas previnem problemas que se pode ter no cérebro e aceleram sua performance.

5. Azeite

Os antioxidantes do azeite protegem os tecidos de seu corpo, inclusive do seu cérebro, além de melhorar a performance do seu coração e a circulação sanguínea de forma direta. Assim você nutrirá as células do cérebro e ainda protegerá seu coração, basta usar com moderação que não fará mal algum.

6. Granola

Para quem busca uma melhora para suas manhãs, a granola é uma excelente escolha para primeira refeição. Rica em nutrientes com baixo índice glicêmico, ela fortalece o cérebro e dá a energia que você precisa para acordar com capacidade elevada de raciocínio. Além disso, para quem gosta, é possível misturar a granola com o pó do cacau puro, junto ao leite.

7. Peixes

Ricos em fósforo e ômega 3, peixes como a sardinha e o salmão são excelentes para proteger a saúde do seu cérebro e coração, e também aumentar a eficiência do funcionamento deles. Seu consumo cotidiano pode até mesmo te prevenir do Alzheimer.

8. Chá verde

Semelhante ao café, o chá verde é rico em cafeína e diversos nutrientes que aceleram sua performance. Por ser um líquido, ele metaboliza bem mais rápido e não gasta a energia do organismo com essa função, o que o torna ainda mais eficiente como alimento para melhorar seu foco no cotidiano. Só não exagere durante a noite para não ter risco de sofrer com insônia.

9. Cacau

O cacau é uma rica fonte de diversos nutrientes como ferro, magnésio e fibras, além de ser uma fonte de flavonoides, que melhora a circulação sanguínea ao cérebro melhorando as funções cognitivas, seu humor e também sua memória.
Justamente por isso é um dos melhores e mais gostosos alimentos para turbinar seu cérebro e sua memória. Porém, tome muito cuidado com qual será sua fonte de cacau. Por ser muito amargo, as pessoas costumam misturar ele ao açúcar, o que não é tão bom assim para seu cérebro e memória. Aposte nos chocolates mais amargos para ter melhores efeitos.

10. Brócolis

Famosa fonte de vitamina K, esse vegetal é capaz de fortalecer a nossa capacidade cognitiva, além de melhorar muito o nosso aprendizado e raciocínio lógico. Além disso, ele é fundamental para a manutenção de nosso cérebro, permitindo manter a memória funcionando em melhor eficiência, e justamente por isso é um dos mais saudáveis alimentos para turbinar seu cérebro e sua memória.
Pequenas mudanças em seus hábitos na alimentação podem gerar grandes resultados e benefícios para seu cérebro e sua memória. Comece colocar em prática, se alimente melhor e veja acontecer com você mesmo.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Por que existem os anos bissextos?


A cada quatro anos nós temos um ano com 366 dias, denominado ano bissexto, que foi criado com o objetivo de ajustar o calendário anual ao movimento de translação da Terra. No ano bissexto o mês de Fevereiro possui 29 dias, ao invés de 28, como nos outros anos.
Mas por que isso acontece?
O ano é o tempo que a Terra demora a dar uma volta em torno do sol: 365 dias e cerca de 6 horas – na verdade são 5 horas 48 minutos e 46 segundos. Essas horas acumulam-se, e então a cada quatro anos temos um dia a mais (24 horas).
Sem o ajuste o calendário ficaria defasado com o passar dos anos, alterando alguns eventos, como as estações do ano, por exemplo. Os astrônomos têm corrigido os relógios mundiais em 1 segundo em algumas passagens de ano, o que poderá dispensar uma revisão de calendário futuramente.
Como calcular o ano bissexto:
Para sabermos se um ano é bissexto, basta conferir se ele não termina em 00 e é divisível por 4. Os anos terminados em 00 serão bissextos se a divisão deles por 400 for exata, ou seja, o resultado deve ser igual a zero.
·       1500
·       Não bissexto
·       1600
·       Bissexto
·       1700
·       Não bissexto
·       1800
·       Não bissexto
·       1900
·       Não bissexto
·       2000
·       Bissexto
·       2100
·       Não bissexto



E se não houvesse a Lua?


O planeta Terra já foi bem maior do que é hoje, até que um planeta “desgovernado”, chamado Theia, colidiu conosco. Este impacto acabou lançando parte da massa da Terra para o espaço, cujos fragmentos eventualmente formaram a nossa Lua. Pelo menos esta é a tese mais aceita na comunidade científica.
E porque devemos agradecer por este evento? Bem, além de fazer nosso planeta perder uns quilinhos, a formação da Lua foi essencial para o surgimento da vida como a conhecemos.
A Lua exerce força gravitacional sobre a Terra, atraindo e sendo atraída pela nossa massa, e, no seu movimento entorno de nós, ela acaba estabilizando o eixo do planeta na conhecida inclinação de 23,5 graus. Se não fosse por este satélite a inclinação da Terra iria variar drasticamente, como ocorre em Marte, cujo eixo varia entre 15 e 35 graus. A estabilidade do eixo é importante para que também haja estabilidade no clima, formando as estações do ano e mantendo temperaturas moderadas.
Outra função importantíssima do nosso satélite é a sua influência sobre as correntes marinhas. Conforme realiza seu movimento de translação em torno da Terra, a gravidade da Lua forma as marés, que variam de acordo com sua posição.
Se, por algum desastre, perdêssemos a Lua, o primeiro impacto seria sentido pelos animais marinhos, que evoluíram para se guiar em relação à maré. Assim como os animais noturnos, que precisam do luar para caçar a noite.
A longo prazo o impacto seria muito maior. Sem uma “âncora” como a Lua, nosso eixo iria mudar, alterando o clima em todo o planeta. Eventualmente os polos iriam desaparecer e os desertos congelar. Isto, obviamente, iria liquidar com diversas espécies. Embora alguns animais marinhos pudessem suportar melhor a mudança, já que nos oceanos as alterações climáticas demorem mais a serem sentidas.
Nossos dias também seriam menores, com apenas 15 horas, pois a Terra iria girar mais rápido sem a influência gravitacional do satélite.
Assim como em “A Máquina do Tempo” (2002), em que a Lua é destruída e, consequentemente, toda a civilização, os cientistas temem um cenário parecido: a Lua está indo embora. O astro se afasta de nós de 1 a 3 centímetros a cada ano, o que sugere que eventualmente ele irá escapar da gravidade da Terra (Calma! Serão milhares de anos até lá).

Dimensões do cérebro humano.

O cérebro humano pode operar em até 11 dimensões!

Que o cérebro é um órgão extremamente complexo do corpo humano não é novidade para ninguém. Mas o que foi descoberto sobre ele recentemente pode mudar muito a forma como o vemos. O projeto Blue Brain (cérebro azul), desenvolvido na Suíça, aponta que seria possível que o cérebro humano possa operar em até onze dimensões.
No estudo foi observada a estrutura do órgão a partir da topologia algébrica, utilizada recorrentemente pela matemática e que, como o próprio nome diz, associa estruturas algébricas a um espaço topológico para que ele possa ser analisado. Nas pesquisas para o projeto utilizou-se, também, um computador ultra avançado de modo que se pudesse construir uma visão estrutural do cérebro humano.
Dentre as descobertas, está o fato de que os neurônios formam pequenos grupos entre si, de acordo com suas afinidades.
Estes grupos, dependendo do número de neurônios, formam objetos geométricos maiores ou menores, mas todos de alta dimensão. Segundo as palavras do neurocientista Henry Markram do Instituto EFPL, foi encontrado “um mundo que nunca havíamos imaginado. Há dezenas de milhões desses objetos, mesmo numa pequena partícula do cérebro, através de sete dimensões. Em algumas redes, encontramos estruturas com até onze dimensões”.
Os avanços já feitos no estudo do cérebro humano
Embora a descoberta aqui relatada seja relativamente nova, o projeto dos cientistas suíços já existe desde 2005 e conta com uma rede de pesquisadores de vários países que se uniram para juntos embarcarem em viagem que pretende desvendar mais informações sobre o cérebro de mamíferos e, em especial, de seres humanos. Nestes 13 anos de existência avanços podem ser observados: é de autoria do Blue Brain, por exemplo, o modelo detalhado do neocórtex, nome dado às áreas mais evoluídas do córtex, que, é, por si só, a área mais evoluída de nosso cérebro.
Os problemas enfrentados pela pesquisa
O grande objetivo proposto pelo Blue Brain é construir, digitalmente, um modelo cerebral. Contudo, para a realização completa deste objetivo e conclusão do projeto faltam ainda informações importantes. Desvendar o cérebro seja em nível de estrutura ou funcionamento é tarefa árdua e requer ainda muitas pesquisas e estudos acerca do tema. Imagine o quão complexa é uma estrutura que carrega em si cerca de oitenta e seis mil milhões de neurônios! Não à toa este órgão, que nos é fundamental, é objeto de estudo de uma boa parte dos profissionais da saúde.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Acadêmicos concluintes dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da IMEPAC - Araguari

A convite do amigo prof. Me. Emanuel Ponciano, coordenador do curso de Administração do IMEPAC - Araguari, tive a honra de conversar sobre a prova do ENADE/2018, numa Oficina que reuniu acadêmicos concluintes dos cursos de Administração e Ciências Contábeis desta conceituada IES.
Aproveito a oportunidade para parabenizar os acadêmicos pelo comprometimento com o curso e desejar-lhes SUCESSO na prova. 
Mais uma vez agradeço ao prof. Me. Emanuel Ponciano pelo convite.


Título:Oficina prática ENADE/ADM 2018.
Quando:24/10/2018.
Facilitador:Me. Alírio Nogueira
Objetivos:ampliar a compreensão da comunidade acadêmica sobre a importância do Enade; garantir um momento de diálogo sobre o Enade; orientar os estudantes sobre a avaliação; esclarecer dúvidas.

Informações importantes
Em 2018, as seguintes áreas serão avaliadas:
I - Bacharel nas áreas de: 
a) Administração; 
b) Administração Pública; 
c) Ciências Contábeis; 
d) Ciências Econômicas; 
e) Comunicação Social - Jornalismo; 
f) Comunicação Social - Publicidade e Propaganda; 
g) Design; 
h) Direito; 
i) Psicologia; 
j) Relações Internacionais; 
k) Secretariado Executivo; 
l) Serviço Social; 
m) Teologia; 
n) Turismo
II - Tecnólogos nas áreas de: 
a) Comércio Exterior; 
b) Design de Interiores; 
c) Design de Moda; 
d) Design Gráfico; 
e) Gastronomia;
 f) Gestão Comercial; 
g) Gestão da Qualidade; 
h) Gestão de Recursos Humanos;
 i) Gestão Financeira; 
j) Gestão Pública;
k) Logística; 
l) Marketing;  

m) Processos Gerenciais.

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