domingo, 15 de setembro de 2019

Resenha do livro: Eu sou Malala


Título: Eu Sou Malala
Autor: Malala Yousafzai- com Christina Lamb
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas:  344
Ano de Publicação: 2013

Malala Yousafzai nasceu em 1997, no Vale do Swat, Paquistão, mas foi em 2012 que ela ficou conhecida mundialmente depois de ter sido baleada por extremistas do Talibã por lutar pelo direito das mulheres à educação.
O livro é uma biografia, escrita por Malala com a colaboração da jornalista e correspondente no dessa jovem ativista, bem como na realidade do país em que nasceu e, sobretudo, nas condições sócio-históricas que permeiam a realidade paquistanesa.
No país de Malala nascer mulher significava ter a vida permeada por limites, regras e normas específicas, como, por exemplo, de só poder sair na rua acompanhada de uma figura masculina. Filha de um professor, desde cedo a menina foi incentivada à busca por conhecimento e empoderamento. E esse aspecto é um dos mais bonitos e singelos que pude notar: a relação entre pai e filha, uma relação de cumplicidade, aprendizagem, admiração e que nos emociona em diferentes momentos durante a leitura.
A história é bastante ampla, pois mostra, além da rotina de Malala, os conflitos políticos e econômicos que acometiam o país, as mudanças que foram ocorrendo na medida em que ela foi crescendo, o contexto religioso e o ponto crucial que é a questão educacional, que passou a ser restrita apenas aos meninos. Depois dessa restrição, Malala, que já era uma garota com uma opinião muito bem formada e que escrevia sob um pseudônimo para um blog denunciando as atrocidades cometidas às meninas que tentavam frequentar a escola, mais tarde passou a ser chamada também para dar palestras. Com isso, sua família passou a sofrer inúmeras ameaças e, em outubro de 2012, um homem armado parou um ônibus escolar procurando por Malala e disparou vários tiros que acertou a menina, inclusive na cabeça.
A luta por direitos, por igualdade e por educação foram as bandeiras de luta dessa corajosa garota que também teve que lutar pela sua sobrevivência e se tornou uma inspiração para pessoas em todo o mundo. 

Hoje, com 17 anos, ela é a mais jovem ganhadora do Nobel da Paz pela luta contra a opressão das crianças e pelo direito de todas as crianças à educação. Considero sua biografia uma verdadeira fonte de inspiração, um retrato histórico de uma sociedade que dita regras e restringe direitos, uma obra que informa, emociona, mexe com o leitor e deixa reflexões incríveis para levarmos pelo resto das nossas vidas.
“Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. 

A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.


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