Não
é novidade que o mercado e a gestão estão passando por um longo período de
mudanças que buscam responder à evolução rápida da modernidade. A velocidade é
um requisito para acompanhar os acontecimentos atuais e por isso, todos os
processos tradicionais estão precisando buscar maneiras de adaptação.
É
certo que a geração Millennials funciona de uma forma diferente, mais dinâmica
e mais veloz, enquanto as outras gerações nem tanto. Devido a isso, essa
geração atual aspira pela quebra de maneiras tradicionais, especialmente no
ramo profissional.
Os
procedimentos burocráticos geralmente consomem muita energia e tomam muito
tempo. Por isso, esses métodos passaram a atuar mais como desmotivadores do que
como um estímulo, criando um gatilho para que as empresas busquem o
desenvolvimento de metodologias internas alternativas.
Um
recurso que vem participando ativamente desse processo de mudança e tentando
quebrar os paradigmas tradicionais, é a avaliação de desempenho das
organizações. Ainda existem muitas empresas que não conseguiram abandonar a
maneira clássica de se avaliar os colaboradores. No entanto, existe já uma
comunidade de organizações que estão assumindo riscos e buscando novas
ideias.
Para
compreendermos um pouco mais sobre a defasagem das avaliações de desempenho
tradicionais em relação aos negócios contemporâneos, é interessante pensar em
como elas eram, e ainda são feitas em alguns lugares, e qual seria uma possível
solução para esse tipo de técnica.
Como
é
O
método mais popular de avaliação de desempenho é, desde os anos 60, o de
avaliação anual. Durante muitas décadas essa técnica assumiu uma posição
crucial para o planejamento estratégico das empresas e para a implantação da
meritocracia.
Nesse
caso, os gestores normalmente aplicam formulários e se reúnem uma vez por ano
com cada funcionário individualmente para analisar o que foi feito. Nesse
episódio, é comum pensar em soluções para melhoria de produtividade,
oferecer bônus ou promoções, e em muitos casos, alguns de forma errônea,
repreender colaboradores por algum erro cometido.
Esse
método tem o objetivo inicial de promover o desenvolvimento dos
colaboradores e facilitar o planejamento para o ano seguinte. No entanto, o
intervalo de tempo para os feedbacks fica muito extenso e o processo se torna
massante. Por essa razão, fica impossível realizar a abordagem do ano inteiro e
no final das contas, a maioria dos funcionários não se sente contemplado.
Em
um estudo promovido pela
empresa TINYpulse realizado com mais de mil profissionais, foram constatadas
algumas coisas importantes sobre a avaliação de desempenho tradicional. A
primeira delas é que cerca de 37% dos entrevistados acredita que esse método de
avaliação é ultrapassado. Além disso, 42% dessas pessoas também sentem que
alguns aspectos importantes deixam de ser abordados nessa avaliação.
Nesse
mesmo estudo ainda há uma análise estratificada entre as gerações. De acordo
com a pesquisa, os Millenials, a geração atual, são os que têm mais medo de
avaliações de desempenho, enquanto os Baby Boomers já sentem um conforto maior
com essa técnica. Tendo em mente que os Millennials são o grupo com maior
densidade demográfica dentro do cenário profissional atual, é bem provável que
essa geração vá lutar para que os métodos tradicionais percam cada vez mais
espaço.
Como pode
ser
Para
pensar em maneiras alternativas de se fazer avaliações de desempenho fugindo
dos métodos tradicionais, é interessante pontuar os itens que devem ser
melhorados. O primeiro deles é o intervalo entre um feedback e outro, uma vez
que, como já foi dito, feedbacks anuais acabam não abordando diversos episódios
e não cumprindo o papel de motivar os colaboradores.
Além
da questão do feedback, a dificuldade
também está no tempo e energia que são gastos durante esses processos. É muito
provável que esse mesmo tempo e energia poderiam ser empregados em outras
operações dentro da empresa e, dessa forma, melhor aproveitados.
Por
último, as avaliações anuais e manuais não são capazes de identificar todos
os gaps dentro de uma organização. Consequentemente, diversos
fatores podem ser esquecidos e assim não se consegue enxergar de forma concreta
as necessidades da empresa. Esses fatores que passam despercebidos podem ser
diversos, desde a necessidade de treinamentos individuais até a falta de
reconhecimento dos talentos internos.
Ao
pontuar essas questões já fica mais fácil pensar em soluções para evoluir. De
acordo com a revista Exame, a General Electric,
uma companhia de relevância mundial, já começou a implantar novas técnicas de
avaliação em seus funcionários. No lugar de reuniões anuais, os colaboradores
agora tem acesso a um software onde colocam suas conquistas e anseios sem um
cronograma rígido a ser seguido. Dessa forma o feedback é mais constante.
Ainda
não existe uma receita pronta para a substituição da clássica avaliação de
pessoas. Entretanto já existem algumas soluções no mercado que estão sendo
testadas e estão dando um retorno interessante.
Soluções
possíveis
Uma
alternativa interessante de avaliação de desempenho dentro das organizações é o
que chamamos de gamification.
Basicamente,
o gamification é um método de estratégia de empresa que se baseia na premissa
dos jogos. A estrutura dos jogos eleva o engajamento das pessoas pois
estabelece prêmios, disputas, conquistas e diversas coisas que aumentam a
motivação e dessa forma, os feedbacks são sempre constantes enquanto se está
jogando.
Como
o estímulo e a motivação são diretamente relacionados com o ato de receber
feedbacks, já é possível enxergar a importância da existência desse artifício
no meio empresarial. Assim sendo, o gamification seria uma boa resposta para o
problema da obsolescência das avaliações de desempenho tradicionais e um
estímulo interessante para o engajamento dos colaboradores.
No
entanto, para que esse acompanhamento de metas, prêmios, conquistas e diversas
outras coisas seja viável, o meio manual e burocrático precisa ser abandonado.
Se o objetivo final é realizar um acompanhamento mais presente, diminuir os
gastos com tempo e energia na realização de avaliações e tornar esse processo
mais seguro e fundamentado em noções concretas, certamente ferramentas de
automatização serão indispensáveis.
Por
essa razão, investir em softwares de RH que permitem que funcionário faça essa
alimentação de informações dentro de um banco de dados empresarial, como é o
caso da GE, pode ser uma alternativa. Além disso existem também os softwares de
gestão de pessoas e mapeamento de perfis comportamentais que são aplicados nos
funcionários com uma certa frequência e possibilitam enxergar certos aspectos
específicos que não são vistos com uma simples avaliação de desempenho.
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