Cecilia Carranza e Santiago Lange comemoram ouro eletrizante na classe Nacra 17 |
Vencida
pela dupla argentina Santiago Lange e Cecília Carranza, a premiação da Classe
Nacra 17 foi emocionante. Santiago Raúl Lange representou seu país nos Jogos
Olímpicos de 1988, 1996, 2000, 2004 e 2008 conquistando duas medalhas de bronze
na Classe Tornado. Muitos questionaram a participação de Lange nas Olimpíadas
do Rio 2016 quando em 2015 ele perdeu um dos pulmões para o câncer, no dia de
seu aniversário, em 22 de setembro.
No entanto, muito antes do imaginado, ele voltou para seu mundo
de barcos, velas, vento e partiu para o projeto Nacra 17. Com 54 anos, ele
compete contra os filhos de seus antigos adversários. “Me separei da esposa e
vivi em um barco. Não tinha um centavo e um amigo me emprestou um barco.
Terminei vivendo quatro anos nele”, contou certa vez esse homem do mar.
Santiago
Lange estava bastante emotivo em sua sexta participação em Jogos Olímpicos.
Pela primeira vez o velejador argentino chorou em uma cerimônia de abertura. No
dia seguinte, as lágrimas também caíram do nada, quando ele estava sozinho.Chorou
de novo quando viu seus filhos Klaus e Yago no mar, competindo em uma mesma
Olimpíada que ele.
Hoje, ao receber a medalha de ouro ao lado da companheira de
vela, ouvindo o hino da Argentina Santiago chorou. Imagino o que passou pela
sua cabeça naquela hora…
- Há seis meses eu estava lidando com isso, eu estava
tão confiante. Agora eu olho para trás e vejo que foi difícil, mas aprendi
muito. Fui operado em Barcelona e cinco dias depois estava pedalando. Em um mês
estava velejando novamente. Falar da doença talvez ajude muitas pessoas que
estão passando o que eu passei. Mas eu prefiro focar no que eu fiz
atleticamente. Minha doença não teve nada a ver com isso, foi uma pedra na
estrada. Fiquei obsessivo em vir ao Rio muito bem preparado e nós fizemos isso.
Sobre ter 54 anos, eu acredito firmemente que você carrega sua idade no coração
e no desejo de fazer coisas, não em números. Eu não olho para a sua idade,
apenas no desejo que eu tenho de atingir meus objetivos - disse.
Para quem
acha que ele parou por aí, a Olimpíada de 2020 não está descartada.
- Se eu tiver um bom projeto e chances de ir bem, vou
a Tóquio. Vou tentar. Enquanto eu puder e enquanto meus joelhos e minhas costas
sobreviverem, vou continuar.
Melhor não duvidar.
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