Reconhecer os nossos limites é o primeiro passo para
aprender e partir para a descoberta de novos caminhos
A professora combinou
com os alunos que, naquela aula, entregaria os resultados das provas. Como boa
parte da turma não tinha se saído bem, antes de ela chegar, alguém quis brincar
e escreveu no quadro: "Herrar é umano". Quando entrou na sala e leu a
frase, em vez de ficar irritada e procurar logo o responsável pelo registro, a
professora sorriu e iniciou uma conversa sobre o papel do erro na aprendizagem.
Terminou dizendo que não ficaria zangada se a correção da frase e das questões
da prova servisse para que todos começassem a descobrir o valor do conhecimento
e da superação das falhas.
Nós, professores, concordamos que "errar é humano". Mas ainda assim nos sentimos constrangidos quando isso ocorre e, principalmente, quando os outros o percebem. Lidamos mal com nossos erros e nossas ignorâncias. Afinal, somos intelectuais, ensinantes, e se espera de nós, de certo modo, que saibamos tudo. Então, às vezes, a simples probabilidade de algo não dar certo nos traz angústia e chega mesmo a nos paralisar. No papel de gestores, quantos não ficam perturbados diante de questões problemáticas ou até se negam a reconhecer que não as enfrentaram da maneira mais adequada?
É preciso considerar a complexidade das situações vividas no contexto escolar e reconhecer que nem sempre estamos preparados para lidar com elas da melhor forma. Uma atitude que pode ajudar é o reconhecimento de nossos limites. Afinal, a humildade é o primeiro passo no caminho da sabedoria. Não é sem razão que o filósofo grego Sócrates (469 a.C.-399 a.C.) foi considerado o homem mais sábio de seu tempo. "Sei que não sei", afirmava ele, sugerindo que quando não sabemos nos dispomos a procurar saber.
E é bom pensar que não estamos sozinhos nessa busca e podemos recorrer àqueles com quem convivemos. Os gestores contam com as suas equipes, os professores e a comunidade escolar para auxiliá-los no enfrentamento das dificuldades e em sua superação. Ao partilhar dúvidas e inquietações, eles descobrirão que muitas delas também são vividas pelos outros. As falhas não devem ser motivo de vergonha, mas estímulo para ampliar o conhecimento.
Não sabemos tudo - ainda bem! Há sempre algo para descobrir, investigar, inventar. Clarice Lispector (1920-1977), autora nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira, escreveu: "Aquilo que eu não sei é a minha melhor parte". E o poeta cuiabano Manoel de Barros confirma isso de um jeito muito bonito quando diz: "A maior riqueza do homem é a sua incompletude". Ele é "um eterno aprendiz", como canta o músico e compositor carioca Gonzaguinha (1945-1991).
Aprender é algo precioso. Mas é necessário também estar disposto a reaprender, a rever o que sabemos e, às vezes, até mesmo a desaprender e se desligar de determinado jeito de agir e de pensar que pode estar desgastado, inconsistente, fechado demais. Para isso, há que ousar enfrentar novas ignorâncias e, então, buscar novos modos de se relacionar, trabalhar junto, descobrir caminhos ainda não trilhados. Isso tem a ver com o esforço para ter uma vida feliz, horizonte da ética, que se coloca sempre à frente e demanda o empenho de nosso sentir, querer e saber, na sua rica provisoriedade.
Nós, professores, concordamos que "errar é humano". Mas ainda assim nos sentimos constrangidos quando isso ocorre e, principalmente, quando os outros o percebem. Lidamos mal com nossos erros e nossas ignorâncias. Afinal, somos intelectuais, ensinantes, e se espera de nós, de certo modo, que saibamos tudo. Então, às vezes, a simples probabilidade de algo não dar certo nos traz angústia e chega mesmo a nos paralisar. No papel de gestores, quantos não ficam perturbados diante de questões problemáticas ou até se negam a reconhecer que não as enfrentaram da maneira mais adequada?
É preciso considerar a complexidade das situações vividas no contexto escolar e reconhecer que nem sempre estamos preparados para lidar com elas da melhor forma. Uma atitude que pode ajudar é o reconhecimento de nossos limites. Afinal, a humildade é o primeiro passo no caminho da sabedoria. Não é sem razão que o filósofo grego Sócrates (469 a.C.-399 a.C.) foi considerado o homem mais sábio de seu tempo. "Sei que não sei", afirmava ele, sugerindo que quando não sabemos nos dispomos a procurar saber.
E é bom pensar que não estamos sozinhos nessa busca e podemos recorrer àqueles com quem convivemos. Os gestores contam com as suas equipes, os professores e a comunidade escolar para auxiliá-los no enfrentamento das dificuldades e em sua superação. Ao partilhar dúvidas e inquietações, eles descobrirão que muitas delas também são vividas pelos outros. As falhas não devem ser motivo de vergonha, mas estímulo para ampliar o conhecimento.
Não sabemos tudo - ainda bem! Há sempre algo para descobrir, investigar, inventar. Clarice Lispector (1920-1977), autora nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira, escreveu: "Aquilo que eu não sei é a minha melhor parte". E o poeta cuiabano Manoel de Barros confirma isso de um jeito muito bonito quando diz: "A maior riqueza do homem é a sua incompletude". Ele é "um eterno aprendiz", como canta o músico e compositor carioca Gonzaguinha (1945-1991).
Aprender é algo precioso. Mas é necessário também estar disposto a reaprender, a rever o que sabemos e, às vezes, até mesmo a desaprender e se desligar de determinado jeito de agir e de pensar que pode estar desgastado, inconsistente, fechado demais. Para isso, há que ousar enfrentar novas ignorâncias e, então, buscar novos modos de se relacionar, trabalhar junto, descobrir caminhos ainda não trilhados. Isso tem a ver com o esforço para ter uma vida feliz, horizonte da ética, que se coloca sempre à frente e demanda o empenho de nosso sentir, querer e saber, na sua rica provisoriedade.
Terezinha Azerêdo Rios é graduada em Filosofia e doutora em Educação.
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