terça-feira, 5 de novembro de 2013

Resenha do livro: O Monge e o Executivo



Como fenômeno editorial, não há o que se discutir sobre o livro O Monge e o Executivo, do escritor James C. Hunter. Foi escrito em 1998, mas só chegou ao Brasil em 2004, onde encontrou seu público mais fiel: vendeu 43 mil exemplares no primeiro ano, o que já é um excelente resultado quando se trata de livros. Mas o sucesso veio nos anos seguintes. Em 2005 foram 428 mil cópias, e mais 683 mil em 2006. Até hoje, estima-se que só no Brasil foram 3 milhões de exemplares vendidos, 75% das vendas em todo o mundo.
         O livro narra a história de John Daily, um executivo bem sucedido, técnico voluntário de um time de beisebol, casado e pai de dois filhos. Desde o início de sua vida John se via perseguido por um nome: “Simeão”. De todos os fatos e coincidências, ele não compreendia porque, sempre ao longo dos anos, tinha o mesmo sonho que lhe transmitia a mesma mensagem: “Ache Simeão e ouça-o!”.

 Após um movimento sindical em sua fábrica, as constantes reclamações de sua esposa e a insubordinação de seus filhos, John começa a ver que nem tudo estava como planejara. Diante disso sua esposa sugere que ele vá se aconselhar com o pastor de sua igreja, que o indica a participar de um retiro num pequeno e relativamente desconhecido mosteiro cristão chamado João da Cruz, localizado perto do lago Michigan.
         Uma das coisas que despertou seu interesse foi o fato do lendário Len Hoffman, um ex-executivo, ser um dos frades do local. Apesar de sua resistência, o receio de perder sua família, decidiu ir. Ao chegar foi recepcionado pelo padre Peter, e ao indagar sobre a programação descobriu que Len Hoffman seria responsável pelo curso de liderança, porém o que mais lhe surpreendeu foi o nome que Len tinha recebido no mosteiro: “Simeão”.
Ensinamentos


         Durante as aulas ministradas, o debate inicial foi sobre a diferença entre poder e autoridade, e o conceito de liderança. Na continuidade discutiram sobre o velho e o novo paradigma, como não ter o cliente como inimigo, mas como aliado. Foi colocada a questão dos modelos de liderança dos quais Len acredita que a autoridade sempre se estabelece ao servir aos outros e sacrificar-se por eles, e isso trouxe a reunião questionamentos sobre o ato de amar, que, na visão de um líder, deve ser traduzido pelo comportamento e pela escolha, na união do falar e do fazer, deixando de lado o sentimento. 


         Mais conhecido como Amor Agape, a bondade, o respeito e a paciência são uma de suas principais características. Sinônimo de liderança, este conceito, aqui, significa o que você faz e não o que você sente, ou seja, você pode odiar uma pessoa mais pode agir com amor. Sobre o ambiente foi ressaltada a importância do bom cultivo para uma boa colheita, que só podemos colher os frutos que plantamos, e que no âmbito profissional o ambiente de trabalho tem que ser saudável para estimular os funcionários. 


         A práxis ocorre quando um comportamento influencia nossos pensamentos e sentimentos. Quando nos comprometemos a amar alguém e a nos doar a quem servimos, e analisamos as nossas ações e comportamentos com esse compromisso, com o passar do tempo desenvolveremos sentimentos positivos por essa pessoa. 



Exemplo


         Quando nos comprometemos a concentrar atenção, tempo, esforço e outros recursos em alguém ou algo durante certo tempo, começamos a desenvolver sentimentos pelo objeto de nossa atenção. 


         Na última reunião Len e o grupo conversaram sobre recompensas, após debaterem sobre o assunto chegaram a conclusão que a disciplina exigida para liderar com autoridade nos trará ganhos e benefícios, e que a recompensa da alegria é algo que traz satisfação interior e convicção de saber que você está verdadeiramente em sintonia com os princípios profundos e permanentes da vida.


         Amar aos outros, doar-nos e liderar com autoridade nos força a quebrar nossos muros de egoísmo e ir ao encontro das pessoas.
         No livro “O monge e executivo” o autor James C. Hunter nos mostra todos os requisitos para nos tornarmos um líder ideal. Quando tentamos trazer à memória os líderes que nos marcaram, tanto sociais como empresariais, nos deparamos em pessoas que tinham ou tem algo cativante, diferente. O autor expressa em um texto fluido e emocionante este algo mais. 


Semelhanças entre Líderes


         Embora existam múltiplas definições para a liderança, é possível encontrar dois elementos comuns em todas elas: por um lado é um fenômeno de grupo e, por outro, envolve um conjunto de influências interpessoais, exercidas num determinado contexto através de um processo de comunicação humana com vista à conquista de determinados objetivos específicos. 


         As funções de liderança incluem, portanto, todas as atividades de influenciação de pessoas, ou seja, que geram a motivação necessária para pôr em prática o propósito definido pela estratégia e estruturado nas funções executivas. 


         Nos momentos de reflexão do texto nos deparamos em discurções que nos faz refletir a diferença entre poder e autoridade, sobre o amor, sentimento ou comportamento?, as influencias do meio e nossas escolhas nos negócios e na vida. Assim entendemos que o líder de hoje é muito diferente do de antigamente, pois ele deve ser muito mais um sábio do que um técnico, deve acompanhar todas as mudanças.


         Além disso, antes o bom Líder era aquele que sabia mandar, e hoje ele deve saber compartilhar e investir nas pessoas para que elas dêem o melhor de si mesmas. Segundo José Tolovi Júnior, liderança é algo que se aprende. 


         Para o especialista, qualquer um pode tornar-se um líder, basta ter as ferramentas certas e muita determinação. “Porém, uma vez lá, o líder precisa tomar cuidado para não cair em certas armadilhas, pois Liderança também está cercada de perigos”. 


         Já Roberto Justus, acredita que Liderança é um dom, que a pessoa nasce um líder nato ou não. Para o executivo, desde criança já demonstramos se seremos líderes ou não. No conceito de liderança, os líderes desenvolvem habilidades básicas e o conhecimento necessário para compreender, predizer e influenciar o comportamento dos outros. Para James C. Hunter, o individuo não precisa ser chefe para ser líder. 


         “Liderança é você inspirar e influenciar o outro para ação. É influenciar pessoas com entusiasmo e trabalho para o bem comum”. A diferença entre poder e autoridade consiste em: “poder é força que funciona por um tempo, mas fica velho”; “Autoridade, ao contrário, é a habilidade em conseguir que as pessoas façam sua vontade por conta de sua influência pessoal”. Um bom exemplo de autoridade, segundo ele, são nossas mães. “Elas atingem esse status porque nos serviram e continuam a nos servir ao longo de nossas vidas”.

A inspiração
         Simeão afirmou com veemência que Jesus Cristo (o Deus da Bíblia sagrada cristã) foi sem dúvidas o maior líder de todos os tempos e que todo seu conhecimento sobre liderança havia sido copiado dele.
         Vejamos os nove tópicos vitais de amor e liderança mencionados por John e copiados de Jesus Cristo:
Paciência: Mostrar autocontrole
Bondade: Dar atenção, apreciação e incentivo
Humildade: Ser autêntico e sem pretensão ou arrogância
Respeito: Tratar os outros como pessoas importantes
Abnegação: Satisfazer as necessidades dos outros
Perdão: Desistir do ressentimento quando prejudicado
Honestidade: Ser livre de engano
Compromisso: Sustentar suas escolhas
Resultados: Serviço e Sacrifício: Pôr de lado suas vontades e necessidades; buscar o maior bem para os outros
         Definitivamente o ato de amar, servir e doar-nos pelos outros nos da forças para sair do nosso egocentrismo, da nossa auto - adoração, amar os outros nos faz crescer, e nos permite dar aos nossos liderados uma nova visão, uma nova esperança de vida.
         Mas a liderança não pode ser por imposição e sim de forma voluntária, pois o liderado deve seguir o líder não por medo, mas por acreditar em seus ideais.
         Por isso é importante que o líder saiba ouvir os liderados. Ouvir é uma das habilidades mais importantes que um líder pode escolher para desenvolver.
         Também é importante diferenciar a gerência da liderança. Gerenciamos nossa casa, nossas finanças, nossos arquivos, no entanto, não podemos gerenciar pessoas. Pois gerenciamos coisas e lideramos pessoas. Pessoas precisam de um líder que as façam desenvolver seus talentos ocultos, precisam de um líder que remova todas as barreiras, precisam de um líder que valorize seus talentos, por menores que sejam, ou seja, um líder motivador que ama seus liderados de maneira incondicional e que faz boas ações sem esperar nada em troca.

O Aprendizado
         John era um gerente autoritário que não tinha tempo para a família, não aceitava ouvir ninguém, era egocêntrico, soberbo, vaidoso, mas, ao encontrar Simeão e aprender com ele conceitos sobre a verdadeira liderança, seus pensamentos mudaram.
         John aprendeu que o líder que opta pela autoridade e influência (que é a verdadeira liderança) precisa fazer muitas escolhas, sacrifícios e ter muita, muita disciplina.
         Aprendeu a importância da bondade, humildade, elogios, respeito, perdão, honestidade, abnegação, compromisso e paciência para a liderança ser eficaz. E que a estrutura organizacional deve ser descentralizada para que o cliente fique no topo e para que o líder sirva e dê suporte para toda sua equipe, e não apenas impor regras e dar ordens, pois somente assim é possível competir no novo mercado em que os clientes são cada vez mais inteligentes e exigentes.
         Aprendeu que para cada esforço, há uma recompensa, e que a recompensa vai muito além de bens materiais e resultados, e que a alegria é um dos maiores presentes que alguém pode receber. A alegria é uma satisfação interior e a certeza de saber que estamos definitivamente em sintonia com os princípios profundos e permanentes da vida.
         Aprendeu que algumas coisas em nossa vida não tem preço, e que ajudar uma pessoa definitivamente faz bem para nossa mente e coração.
         Aprendeu que o maior líder de todos os tempos era também o maior servo e que havia lavado os pés de seus discípulos, demonstrando humildade.
         Após se despedir de Simeão e os outros que participaram das reuniões no mosteiro, John se reencontra com sua esposa Rachel de uma forma totalmente diferente, pois ele já não era mais o mesmo, o velho John havia morrido e o novo John havia nascido, pronto para liderar qualquer área de sua vida tendo como base uma palavra, a saber: o amor.

Um comentário:

  1. Oi adorei sua resenha...mas vc já leu o livro reverso escrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda ela traz o universo de fundo..abraços. ..

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