quarta-feira, 30 de junho de 2010

Resenha do livro: Reinventando Você


No livro: “Reinventando Você – A dinâmica dos profissionais e a nova organização", o autor Carlos Alberto Júlio, trata de como podemos nos adaptar e manter a nossa empregabilidade nos dias de hoje. Algumas dicas são muito bem temperadas com sua história de vida em que teve que passar por um momento de reflexão e tensão devido a uma doença grave, mas que felizmente ele conseguiu se safar e o permitiu se reinventar e compartilhar essa sua experiência através do livro em questão.
Pontos que me despertaram interesse quando da leitura do livro.

A era do “fazejamento”
Carlos Júlio usa no livro a expressão: fazejamento, que na sua interpretação é a mistura de fazer associado ao planejamento, isto é, o profissional hoje tem que estar muito bem preparado para simultaneidade. O modelo de divisão, separação, não está mais dando conta com efetividade de diversos problemas atuais, então agora ao invés de só dominar a parte estratégica (planejar), o profissional tem que também cuidar da execução (colocar a mão na massa). É preciso haver um balanceamento nessa fórmula, pois se só existe execução podemos perder o rumo do nosso objetivo e se ficarmos planejando demais, não saímos do lugar. O autor cita Gary Hamel que advoga que devemos dedicar 5% do tempo para o planejamento e 95% para a execução, e mais que isso, ambos devem ser dinâmicos, contínuos e diários.

Profissional generalista
Ele defende a ideia que saber “fazer de tudo um pouco” não dá mais certo, o ideal é “saber muito de quase tudo”, devemos ser generalista, um profissional com habilidades multidisciplinares, com visão holística afinada, que consegue interligar fatos e situações.

Aprendendo a aprender
Outro ponto importante defendido pelo autor é a “educação permanente”, o processo educativo planejado para compreender todo o período de existência dos indivíduos para que eles possam se adaptar com tranquilidade às mudanças que a sociedade nos impõem.

Mudança permanente
O mundo globalizado se transforma com muita rapidez, são muitas variáveis envolvidas nas mudanças, portanto é necessário ajustes constantes no projeto de ação para que ele se adapte facilmente à realidade. Philip Kotler, o papa do marketing afirma que: “há dois tipos de empresas: as que mudam e as que desaparecem”.
Stephen Covey autor do best seller, “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes”, mostra que cada indivíduo deve saber seu papel na empresa e se capacitar a responder a três perguntas:
1. O que estamos procurando realizar?
2. Quais são os princípios que regem as coisas aqui?
3. Como devo reagir
Carlos Júlio deixa claro que a adaptação à mudança constante depende de um núcleo sólido inflexível, formado por valores imutáveis e atemporais: justiça, coragem, serviço, humildade, integridade, dignidade humana, contribuição, crescimento, empowerment, alinhamento de ideias e criação de valor. Quando a liderança é ancorada nestes valores ela pode enfrentar com confiança as mudanças que virão pela frente, agindo de forma criativa, comunicando com eficácia e procurando as melhores soluções.
Filtrar as informações e Internetização
Hoje o profissional tem que se adaptar e também se manter antenado com o meio digital. Não se trata aqui de simplesmente conhecer os softwares envolvidos e um conjunto de sites se trata de aprender a filtrar o essencial no meio de centenas de informações desnecessárias.
Dados e informações não são conhecimentos. Conhecimento só é produzido com a vivência emocional e cognitiva de pessoas analisando esses dados somado a uma visão holística da empresa e com a visão estratégica dos rumos que pretende tomar.

Estratégia para a carreira
O autor dedica apenas um capítulo para mostrar superficialmente, como criar uma estratégia para a carreira profissional, utilizando-se da ideia que o autor Lewis Carrol utilizou para definir estratégia no clássico: “Alice no país das maravilhas”, quando a protagonista chega a uma bifurcação de uma estrada, encontra um gato e pergunta a ele: “você pode me dizer que caminho seguir?” O enigmático felino responde: “Isso depende muito para onde você quer ir”. E Alice, então exprime toda a sua indecisão: “Eu não me importo muito com isso.” Assim, o gato emite sua sábia opinião: “Então, qualquer caminho é válido.” Portanto, se você não sabe o que pretende profissionalmente, dar ou não direção a sua carreira, não faz diferença.

“Mulherização” do Mercado
O perfil do mercado está mudando, ao invés do explorador agressivo (figura masculina), o mercado está preferindo características femininas como preparar um bebê para o futuro. Sem falar das facilidades que as mulheres têm de lidar com as diversidades de forma quase que simultânea e ainda ter o cuidado com aparência, com o lar, enfim, temos que aprender com elas.
Algo que chama atenção no livro, é que as mulheres que lideram equipes nem sempre em uma conversa tem o objetivo de saber os resultados, muitas vezes a conversa é só para serem ouvidas mesmo, isso ajuda a criar um clima de apoio e interligação na empresa.

Profissionais do século XXI
O capítulo final do livro além de trazer uma lista de personagens históricos, filósofos, filmes, novelas, artistas agrupados pelos temas principais abordados no livro, o autor estabelece três pilares para competitividade: a informação, a visão e a ação. Deixa claro também que, esses pilares só fazem sentido quando linkados a quatro referenciais básicos: a família, as amizades, o cuidado com a preservação de saúde e a busca da felicidade.
Encerro, reproduzindo a poética estória da flor e da abelha, do poeta, filósofo e pintor libanês Khalil Gibran:

Ide pois aos vossos campos e pomares,
E lá aprendereis que o prazer da abelha é de sugar o mel da flor,
Mas que o prazer da flor é de entregar o mel à abelha.
Pois, para a abelha, uma flor é uma fonte de vida.
E para a flor uma abelha é mensageira do amor.
E para ambas, a abelha e a flor,
Dar e receber o prazer
È uma necessidade e um êxtase.

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