quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Resenha do livro: A máquina que mudou o mundo.
Um dos livros importantes de ser lido para se ter a melhor descrição de todo o sistema de negócios da Toyota,desde o desenvolvimento de produtos, gerenciamento de suprimentos, relações com os consumidores, atendimento dos pedidos da matéria prima até a produção e o gerenciamento de toda a empresa, é: “A Máquina que mudou o mundo” de James P. Womack, Daniel T. Jones & Daniel Roods (1992).
Esse livro baseia-se no maior e mais detalhado estudo já empreendido em qualquer indústria, a saber, o International Motor Vehicle Program (Programa Internacional de Veículos Automotores), estudo da indústria automobilística mundial do Massachusetts Institute of Technology, orçado em cinco milhões de dólares, com a duração de cinco anos e abrangendo 14 países. Duas vezes no século XX a indústria automobilística modificou as idéias fundamentais sobre como produzir. E eis que agora ela o faz novamente. Assim como a produção em massa eliminou a produção artesanal, a nova e revolucionária "produção enxuta" rapidamente está tornando a produção em massa obsoleta.
James Womack e Daniel Jones, dois dos maiores analistas industriais do mundo, explicam como as empresas podem melhorar radicalmente seu desempenho através da "produção enxuta".
Nesse livro eles ampliam essas idéias. O pensamento enxuto é necessário para ajudar as empresas a alinhar todas as atividades que criam valor para um produto específico ao longo de uma cadeia de valor e fazer com que o valor flua uniformemente de acordo com as necessidades do cliente. Essas idéias podem dar vida nova a qualquer empresa, de qualquer setor, duplicando tanto a produtividade quanto as vendas e, ao mesmo tempo, estabilizando os empregos.
No entanto, a maioria dos gerentes precisará de orientação sobre como dar esse salto em suas empresas. Até os leitores que acreditam ter adotado o pensamento enxuto descobrirão que é possível dar outro salto radical criando-se uma iniciativa enxuta para cada uma de suas famílias de produtos, reunindo de forma coerente todas as atividades que criam valor, da concepção ao lançamento, do pedido à entrega e da matéria-prima às mãos do cliente.
Detalhes importantes e lições que podem ser retiradas: O pensamento enxuto é uma forma de especificar valor, alinhar na melhor seqüência as ações que criam valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que alguém as solicita e realizá-las de forma cada vez mais eficaz.
O pensamento enxuto também é uma forma de tornar o trabalho mais satisfatório, oferecendo feedback imediato sobre os esforços para transformar desperdício em valor. Como aplicar o pensamento enxuto para transformar inteiramente, em poucos anos, empresas estagnadas.
Como criar organizações enxutas em diversos setores industriais e em empresas de diferentes tamanhos.
Revela de que maneira os japoneses passaram a frente do resto do mundo na guerra da indústria automobilística. Mostra que medidas protecionistas não seriam a solução para enfrentar a ameaça japonesa e delineia os grandes desafios enfrentados pelas companhias ocidentais nos anos 90.
A manufatura "enxuta" surgiu na Toyota no Japão pós-Segunda Guerra Mundial. Seu criador foi Taiichi Ohno, engenheiro da Toyota e seus colaboradores. Inicialmente muitas empresas enxergavam apenas a área de produção. Preferimos falar em Lean Enterprise, ou seja, a filosofia Toyota aplicada a todas as dimensões dos negócios de uma organização. Ele não é um programa.
O Pensamento Enxuto é uma filosofia operacional ou um sistema de negócios, uma forma de especificar valor, alinhar na melhor sequência as ações que criam valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que alguém solicita e realizá-las de forma cada vez mais eficaz, ou seja, fazer cada vez mais com cada vez menos - menos esforço humano, menos equipamento, menos tempo e menos espaço - e, ao mesmo tempo, aproximar-se cada vez mais de oferecer aos clientes exatamente o que eles desejam no tempo certo. Também é uma forma de tornar o trabalho mais satisfatório, oferecendo feedback imediato sobre os esforços para transformar desperdício em valor.
É uma forma de criar novos trabalhos em vez de simplesmente destruir empregos em nome da eficiência, mas trabalho que efetivamente agregam valor. Eliminam-se desperdícios e não empregos.
O conceito deve necessariamente ser aplicado em todas as áreas da empresa, de vendas a compras, de finanças a recursos humanos. Sempre priorizando onde existe maior desperdício e oferecendo maiores oportunidades de melhoria com impactos substanciais sobre a equação do negócio, mas sempre enxergando o todo.
Cada empresa tem uma história e uma cultura próprias. E adotam os valores e a filosofia que a sua liderança define. Algumas ferramentas desenvolvidas pela Toyota têm sido universalmente aplicadas como por exemplo o Just in Time, a produção puxada, lotes menores, células, nivelamento da produção, os dispositivos poka-yoke etc. Mas muitas vezes não são integrados em um sistema e, mais problemático ainda, muitas empresas não compreendem claramente a filosofia que está por trás das ferramentas. A filosofia lean surgiu a partir de uma necessidade concreta da Toyota pós-guerra, ou seja, como competir com as empresas americanas, muito maiores e muito mais eficientes do que eles.
Atualmente, o mundo industrial assiste a mais revolucionária mudança desde a linha de montagem de Henry Ford, alterando para sempre a maneira de fazer as coisas. Empresas japonesas estão se espalhando por todo o mundo, ao mesmo tempo em que outras empresas e governos ocidentais esforçam-se por igualar-se a elas. “A Máquina que Mudou o Mundo”, aponta uma saída positiva para o dilema, mostrando que o derrotismo ante a ameaça japonesa, bem como o acirramento do protecionismo não constitui as respostas.
A produção enxuta é a arma secreta japonesa nas guerras industriais que está se espalhando pelo mundo e aglutinando as atividades de todos, da alta gerência, passando pelos operários de linha, aos fornecedores, num todo intimamente integrado, capaz de dar resposta quase instantânea à demanda do mercado. Ela consegue também dobrar a produção e a qualidade, ao mesmo tempo em que mantém os baixos custos.
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