quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Economia criativa e Sustentabilidade
"Espero um futuro em que a diferença seja vista como uma solução e não como um problema. Se a diferença é vista com a solução e não como problema, a gente vai poder fazer a celebração da diversidade. No meu futuro, o Brasil vai cumprir um papel mundial de ser um grande exportador de tecnologias de celebração da diversidade, mas das diferenças para que a gente passe a ter, cada vez mais consciência de que, com isso, é importante que cada ser humano é único, assim como cada coisa que existe na natureza."
Lala Deheinzelin é exemplo de cultura e desenvolvimento.
A especialista em Economia Criativa e criadora dos movimentos socioculturais Enthusiasmo Cultural e Crie Futuros, Lala Deheinzelin, foi a única brasileira a ser convidada para a exposição “Culturas e Desenvolvimentos”, da Unesco. O evento, que aconteceu em outubro, na França, exibiu exemplos de trabalhos socioculturais idealizados por artistas de vários lugares do mundo.
A crescente importância do intangível traz um novo desafio para as empresas: a avaliação e seu papel nas organizações. Vivemos um momento em que há um novo motor da economia. Passamos por fases onde este motor foi sucessivamente a matéria prima, depois o produto, em seguida os serviços e agora é a vez da “Economia da Experiência”: a experiência é o ‘bem’ que tende a ser mais desejado, especialmente se forem experiências transformadoras.
Os setores diretamente ligados à economia da experiência, como turismo e entretenimento, crescem a taxas seis vezes maiores que os outros. Vivências diferenciadas e valores simbólicos agregados aumentam a percepção de valor e fazem com que o intangível (como uma marca, ou o trabalho criativo) valha mais do que o tangível (como uma fábrica, ou o trabalho braçal).
A crescente importância do intangível traz um novo desafio para as empresas: a avaliação de intangíveis e seu papel dentro das organizações. Gestão de conhecimento, rede de relações, reputação, governança, inovação, design, parcerias tecnológicas e comerciais, criatividade. Tudo isso vale, e muito. O BNDES, por exemplo, tem se dedicado a desenvolver métodos para mensurar esse valor e que também possam embasar o financiamento às atividades criativas.
Neste momento de transição do tangível para o intangível, concreto para o simbólico, também as relações de negócios se transformam. Temos um cenário onde produtos e serviços são cada vez mais semelhantes e o diferencial que pode garantir tanto o desenvolvimento quanto a sobrevivência empresarial será cada vez mais cultural, simbólico, baseado em relações e no tipo de experiência que o produto ou serviço oferece.
Um grande desafio empresarial no momento é conseguir ser visto (num mar de informações) e escolhido (num mar de ofertas e oportunidades diversas). Hoje, o consumidor escolhe aquilo que lhe proporciona uma experiência mais interessante, desperta sua simpatia, gera um sentimento de confiança, identificação.
A escolha de uma empresa ou marca, está ligada à sua cultura e relação com a comunidade, assim como aos valores culturais agregados ao negócio ou servindo como base para inovação de produtos, serviços e processos. É o que faz com que se pague dez reais por um sabonete Natura (e existem sabonetes de R$ 0,90).
Uma Ferrari tem um preço diferenciado, mas como todos os outros carros têm apenas 4 rodas e uma direção. Qual a sua diferença? A sua marca é um ícone. Evidentemente, com muita qualidade e tecnologia dando credibilidade a toda essa magia. Nestes e em outros casos, o design é um diferencial competitivo capaz de reinventar o negócio.
Nas últimas três edições do São Paulo Fashion Week, temos realizado ‘Encontros de Economia Criativa’ com lideranças empresariais, governamentais, criativas e do setor financeiro, para discutir o potencial que ela oferece e as estratégias para concretizá-los. Setores considerados tradicionais, revitalizados pela Economia Criativa, tem nos ativos intangíveis uma nova forma de competitividade, inovando através de design, processos, materiais, tornado-se setores dinâmicos, capazes de exportar, atrair investimentos, gerar empregos, e sobretudo sobreviver à violência da atual concorrência internacional.
Outro vetor que tem grande influência no futuro do setor é a transição de uma economia de “hits” – alguns poucos produtos, massificados e que vendem muito – para o que tem sido chamado de economia do nicho (ou da “Cauda Longa”): diversos, pequenos, segmentados. Nichos que individualmente vendem pouco, mas somados representam uma fatia atraente e promissora.
Como atender todas estas tendências e saber aproveitar as oportunidades que oferecem? A Economia Criativa nos oferece instrumentos para transformar nossa criatividade (potencial) em inovação (realidade).
O grande diferencial da Economia Criativa é que ela promove desenvolvimento sustentável e humano e não mero crescimento econômico. Quando trabalhamos com criatividade e cultura, atuamos simultaneamente em quatro dimensões: econômica (em geral, a única percebida), social, simbólica e ambiental.
Eis porque a economia criativa é estratégica não apenas para os negócios criativos, mas para todos aqueles que ganham competitividade através do que chamamos “culturalização dos negócios”: valor agregado a partir de elementos intangíveis e culturais para o crescimento do negócios de forma sustentável.
Acadêmicos e professores da Faculdade de Marketing e Negócios - UNIESSA, participaram, dia 04/novembro/2009, da palestra da Lala Deheinzelin, com o atualíssimo tema: Economia criativa e Sustentabilidade, no Forum de Líderes promovido pela FIEMG - Regional Vale do Paranaíba, no Salão Ulisses Finotti, do Praia Club, em Uberlândia M.G.
Na foto abaixo, eu(Alírio Nogueira), Lala Deheinzelin e a prof. Ma. Ângela Mello.
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Olá Alírio,
ResponderExcluirCompartilho inteiramente dessa visão de futuro da Lala. Eu diria que é uma democracia radical que ela almeja, com total respeito pelas outras pessoas e condições para que a individualidade de cada um encontre espaço. É preciso ressaltar: individualidade, não individualismo! Vamos ter de usar muita inteligência coletiva para chegar lá.
Olá Jack!
ResponderExcluirMuito legal, nao conhecia a respeito da Economia com criatividade!
Jonathan Rodrigues