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Semiótica: os símbolos à nossa volta.
Estuda a correspondência entre signos e símbolos e seu papel na atribuição de significado.
Para ajudar na compreensão do modo como os consumidores interpretam os significados dos símbolos, alguns profissionais de marketing estão se voltando para o campo de estudo da semiótica. Ela é importante para compreender o comportamento do consumidor quanto ao uso de produtos para expressar identidades sociais. Os produtos têm significados aprendidos, e confiamos nos profissionais de marketing para nos ajudar a entender quais são esses significados.
"A propaganda serve como um tipo de dicionário de cultura do consumo; seus verbetes são os produtos, e suas definições são significados culturais"
A partir da pesquisa da semiótica, toda mensagem de marketing tem três componentes:
OBJETO - produto que é foco da mensagem;
SIGNO - imagem sensorial que representa os significados pretendidos do objeto e
TRADUÇÃO - significado derivado.
De acordo com o especialista em Semiótica Charles Sanders Peirce, os signos são relacionados a objetos de uma das três formas: podem se assemelhar a objetos, estar conectados a eles ou ser convencionalmente ligados a eles.
Um ícone é em signo que se assemelha ao produto de alguma maneira ( por exemplo: o cavalinho rompante da Ferrari).
Um índice é um signo que está conectado a um produto, pois ambos compartilham alguma propriedade (como o pinheiro dos produtos de limpeza.
Um símbolo é um signo que se relaciona com o produto por meio de associações convencionais ou consensuais (o jacaré da Lacoste oferece a associação convencional com a tenacidade que demonstrava seu fundador René Lacoste, no terreno de tênis, não largando nunca a presa!).
Muito tempo, reflexão e dinheiro são investidos na criação de nomes e logomarca que comuniquem claramente a imagem de um produto. Por exemplo: a Nissan Xterra combinou a palavra "terreno" com a letra X, que muitos jovens associam a esportes radicais, para dar ao nome da marca uma sensação de vangarda off-road.
A forma como o consumidor percebe é determinante no processo de decisão de compra, regendo as relações entre o indivíduo e o mundo.
Para que o objeto atraia a atenção do indivíduo é necessário observar algumas características: intensidade; tamanho; forma; cor; mobilidade; contraste e localização.
As informações recebidas são processadas em dois níveis:
sensação (recepção) e
interpretação (dar significado as sensações recebidas).
A utilização de cores como elementos visuais para estimular a percepção e traduzir significado é um importante recurso na publicidade e propaganda, por sua capacidade de influenciar diretamente as emoções e as atitudes do consumidor:
vermelho-claro (vivo): alegria;
vermelho-escuro: depressão;
rosa-pálido: feminilidade;
rosa-forte: frivolidade;
laranja-claro: limpeza;
laranja-escuro: desolação;
amarelo-claro: nitidez;
amarelo-escuro: apelo aos sentidos;
violeta: opressão;
verde-claro: frescor;
verde-escuro: decadência;
azul-claro: tranqüilidade;
azul-escuro: depressão;
azul-violáceo: repouso e
azul-marinho: profundidade.
As cores mais recomendadas para as embalagens:
café: marrom-escuro com um toque de laranja ou vermelho;
chocolate: marrom-claro ou vermelho-alaranjado;
leite: azul em vários tons, as vezes com toques de vermelho;
gorduras vegetais: verde-claro ou amarelo não muito forte;
doces: vermelho alaranjado;
frutas e compotas: fundo vermelho, as vezes com toque de amarelo;
massas alimentícias: produto em transparência, com toque
de vermelho; amarelo –ouro e às vezes com toques azuis;
chá-mate: vermelho, branco e marrom;
queijos: azul claro, vermelho e branco, amarelo claro;
sorvetes: laranja, azul-claro, amarelo-ouro;
óleos e azeites: verde, vermelho e toques de azul;
iogurte: branco e azul;
cerveja: amarelo-ouro, vermelho e branco;
ceras: tons de marrom e branco;
detergentes: rosa, azul-turquesa, azul, cinza esverdeado,
branco azulado;
inseticidas: amarelo e preto, verde escuro;
cosméticos: azul pastel, rosa e amarelo-ouro;
perfumes: roxo, amarelo ouro e prateado;
bronzeadores:laranja e vermelho;
Bibliografia sobre Semiótica:
SANTAELLA, Lucia. Semiótica aplicada. 1 ed., São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
NÖTH, Winfried. A semiótica no século XX. Coleção E, volume 5. São Paulo: Annablume, 1996.
PEIRCE, Charles Sanders. Estudos coligidos. Tradução: A. M. D'Oliveira. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
SANTAELLA, Lucia & NÖTH, Winfried. Imagem - cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 1997.
HIPPÓLYTO, Fernando. Operações psicológicas: Abordagem semiótica da comunicação na guerra moderna. Natal: UnP, 2007.
SANTAELLA, Lucia. A teoria geral dos signos. 1 ed., São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
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