terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Falta de foco, principal vilã da gestão do tempo

A falta de foco é um dos maiores inimigos do trabalhador do século XXI. Em todo o universo abrangente da gestão do tempo, o item mais difícil de ser combatido é a falta de foco.
Uma recente pesquisa americana mostrou que um profissional só consegue permanecer focado em uma tarefa por,no máximo, 11 minutos até que o telefone toque. Uma vez que ele pára um trabalho, custa, em média, 25 minutos até que a atenção se volte àquela primeira tarefa. Isso pode levar a uma perda de até suas horas diárias, devido à falta de foco e, consequentemente, acabada gerando uma desorganização no trabalho.

Algumas pessoas têm uma tendência natural a serem mais organizadas e a seguirem processos. Outras pessoas, por sua vez, são tão desorganizadas e avessas às regras que têm mais dificuldade para adquirir novos hábitos de produtividade. A explicação se dá ao fato de que o cérebro humano possui dois hemisférios, ligados entre si pelo corpo caloso. O hemisfério esquerdo, conhecido como consciente, é o responsável pelo raciocínio lógico. O hemisfério direito, conhecido como inconsciente, é o responsável pelo raciocínio criativo.

O hemisfério esquerdo é organizado, racional, lógico, analítico e se baseia no uso das palavras. Ele emite ordens e combina conceitos. O hemisfério direito é completamente diferente. É intuitivo, imaginoso e criativo. Ele usa a linguagem do visual, do auditivo e do sensitivo.

Pessoas com o hemisfério esquerdo predominante têm tendência a serem mais organizadas, analíticas e gostam de seguir processos. Conseguem facilmente seguir uma ordem para executar suas tarefas, são mais previsíveis, são pontuais e adorariam que o mundo fosse pontual.

Pessoas com hemisfério direito predominante possuem tendência a serem mais espontâneas, têm mais dificuldades com processos, são mais desorganizadas. São fãs de pilhas de papéis, e caixas de e-mail cheias, gostam de atender diversos projetos simultaneamente e têm uma facilidade enorme de se distraírem.

Não existe um hemisfério melhor que o outro. Ambos são igualmente importantes. O segredo é saber utilizar os dois a seu favor na hora de ganhar mais tempo no seu dia.

O cérebro é facilmente atraído por acontecimentos ao seu redor. Basta alguém no escritório iniciar uma música, um falatório ou alguma novidade e pronto, era essa a desculpa que você precisava para fugir da atividade por algo mais interessante. Veja algumas estratégias que podem ser adotadas para combater a falta de foco:

1) Priorize suas atividades.

Todos os conceitos de administração de tempo levam você a ter uma dia mais focado. Quando você se organiza, você define objetivos, se planeja e consegue saber o que precisa realmente fazer no seu dia. Liste todas as atividades e priorize numericamente. Siga essa ordem na execução das tarefas.

2) Operação Shutdown

Quando precisar se focar em alguma atividade, desligue completamente seu celular e telefone, televisão, msn, e-mail, feche a porta e peça para ninguém incomodá-lo até terminar. Quanto mais você se afastar das possíveis interrupções mais sucesso terá na sua concentração.

3) Para focar crie um padrão

Você pode ritualizar a sua concentração. Escolha uma música tranqüila que você goste e o ajude a relaxar. Alguns estudos de superlearning comprovam que a música barroca aumenta em 3 ou 4 vezes a concentração e a capacidade de absorção do cérebro. Toda vez que precisar se focar ouça sempre a música que o ajuda a se concentrar. Isso criará uma "ancora auditiva" e o colocará em estado de concentração muito mais rápido.

4) Respire

Antes de iniciar seu trabalho, relaxe por alguns minutos. Comece a respirar profundamente algumas vezes. Concentre-se apenas na sua respiração e no seu corpo. Deixe sua mente fluir naturalmente. A pressão diária acaba aumentando nossa adrelina e deixando nosso ritmo mais ansioso e agitado, o que propicia a falta de foco. Quando você respira e relaxa, você diminui sua ansiedade e aumenta sua capacidade de concentração.

5) Desligue seu e-mail.

Deixar o e-mail ligado diretamente é um vício perigoso e hoje posso afirmar que é um dos maiores causadores da falta de foco em seu ambiente. Estabeleça horários durante o dia para essa atividade, não deixe que a cada e-mail sua atenção seja desligada.

Pare um pouco e analise o momento anterior à leitura deste artigo, como você tem se concentrado? Que tal ganhar alguns minutos preciosos no seu dia, sendo mais focado? Quando você vai começar a focar no que é realmente importante na sua vida?

Autor: Cristian Barbosa é especialista em produtividade pessoal e empresarial. Sócio da POPCOM Blue Eagle, diretor executivo da Tríade do Tempo, facilitador do programa de empreendedores do Sebrae/Onu - Empretec e facilitador da FranklinCovey Brasil.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Livro: Management não é o que você pensa.


O livro Management não é o que você pensa é apresentado como uma coletânea de artigos, comentários, poemas e outros tipos de publicações, selecionados por três escritores renomados da área, que tem algo em comum: uma abordagem que foge do padrão convencional. O livro pretende, assim, surpreender, desafiar e, até, incomodar o leitor, fugindo do lugar-comum das opiniões sobre gestão.
Com bom humor, inteligência e um pouco de ironia, o livro retrata a dura vida dos gestores e quais suas tarefas reais. Este, aliás, é um dos principais temas abordados por Henry Mintzberg, um dos autores, em seus livros: o dia a dia nada fácil dos gestores.
Mintzberg, Ahlstrand e Lampel querem levar o leitor a refletir de uma nova perspectiva sobre o papel do gestor. Eles conseguem mostrar que gestão não é o que comumente se pensa.
O livro é conciso, com apenas 152 páginas, mas consegue atingir seu objetivo.
Um exemplo interessante sobre o conteúdo do livro é a afirmação de que superstições seriam ”o veículo pelo qual líderes carismáticos infundem sentimentos de certeza em tempos de incerteza”, sendo proporcionais a estas incertezas.
O livro traz, por exemplo, um artigo de 1976, escrito por Albert Shapero para a revista Fortune, sobre a dissociação entre teoria e prática na gestão, colocando que “mais cedo ou mais tarde, a estranha cultura da GESTÃO baterá em retirada. A cada dia, centenas de milhares de gestores dedicam sua imensa boa vontade e aptidões naturais a compreender o enorme fosso existente entre a GESTÃO e a caótica realidade da vida cotidiana.”
Serviço:
Management não é o que você pensa
Henry Mintzberg, Bruce Ahlstrand & Joseph Lampel
Editora Bookman
Categoria: Administração
Páginas: 152
Preço médio: R$ 48,00

Carta para as futuras gerações, por Ilya Prigogine


IIya Prigogine é cientista de origem russa, nascido em Moscou, em 1917. Viveu na Bélgica desde os 12 anos. Em 1977, recebeu o Prêmio Nobel de Química. É autor do livro: "O fim das certezas" (Ed. Unesp e A Nova Aliança (Ed. UnB), entre outros. Faleceu em 2003, aos 86 anos.

Ilya Prigogine
Escrevo esta carta na mais completa humildade. Meu trabalho é no domínio da ciência. Não me da qualquer qualificação especial para falar sobre o futuro da humanidade. As moléculas obedecem a ''leis". As decisões humanas dependem das lembranças do passado e das expectativas para o futuro. A perspectiva sob a qual vejo o problema da transição da cultura da guerra para uma cultura de paz - para usar a expressão de Federico Mayor - se obscureceu nos últimos anos, mas continuo otimista.

De qualquer forma, como poderia um homem da minha geração - nasci em 1917- não ser otimista? Não vimos o fim de monstros como Hitler e Stalin? Não testemunhamos a miraculosa vitória das democracias na Segunda Guerra Mundial? No final da guerra, todos nós acreditávamos que a História recomeçaria do zero, e os acontecimentos justificaram esse otimismo.

Os marcos da era incluem a fundação da Organização das Nações Unidas e da Unesco, a proclamação dos direitos do homem e a descolonização. Em termos mais gerais, houve o reconhecimento das culturas não européias, do qual derivou uma queda do eurocentrismo e da suposta desigualdade entre os povos "civilizados e os ''não-civilizados". Houve também uma redução na distância entre as classes sociais, pelo menos nos países ocidentais.

Esse progresso foi conquistado sob a ameaça da Guerra Fria. No momento da queda do Muro de Berlim, começamos a acreditar que enfim seria realizada a transição da cultura da guerra para a cultura da paz. No entanto a década que se seguiu não tomou esse rumo. Testemunhamos a persistência, e até mesmo a ampliação, dos conflitos locais, quer sejam na África, quer nos Bálcãs. Isso pode ser considerado, ainda, como um resultado da sobrevivência do passado no presente. No entanto, além da ameaça nuclear sempre presente, novas sombras apareceram: o progresso tecnológico agora torna possível guerras travadas premindo botões, semelhantes de alguma forma a um jogo eletrônico.

Sou uma das pessoas que ajudaram a formular as políticas científicas da União Européia. A ciência une os povos. Criou uma linguagem universal. Multas outras disciplinas, como a economia e a ecologia, também requerem cooperação internacional. Fico, por isso, ainda mais atônito quando percebo que os governos estão tentando criar um exército europeu como expressão da unidade da Europa. Um exército contra quem? Onde está o inimigo? Por que esse crescimento constante nos orçamentos militares, quer na Europa, quer nos Estados Unidos? Cabe às futuras gerações tomar uma posição sobre isso. Na nossa era, e isso será cada vez mais verdade no futuro, as coisas estão mudando a uma velocidade jamais vista. Vou usar um exemplo científico.

Quarenta anos atrás, o número de cientistas interessados na física de estado sólido e na tecnologia da informação não passava de umas poucas centenas. Era uma "flutuação", quando comparado às ciências como um todo. Hoje, essas disciplinas se tornaram tão importantes que têm consequências decisivas para a história da humanidade.

Crescimento exponencial foi registrado no número de pesquisadores envolvidos nesse setor da ciência. E um fenômeno de proporção sem precedentes, que deixou muito para trás o crescimento do budismo e do cristianismo.

Em minha mensagem às futuras gerações, gostaria de propor argumentos com o objetivo de lutar contra os sentimentos de resignação ou impotência. As recentes ciências da complexidade negam o determinismo; insistem na criatividade em todos os níveis da natureza. O futuro não é dado.

O grande historiador francês Fernand Braudel escreveu: ''Eventos são poeira". Isso é verdade? O que é um evento? Uma analogia com ''bifurcações", estudadas na física do não equilíbrio, surge imediatamente. Essas bifurcações aparecem em pontos especiais nos quais a trajetória seguida por um sistema se subdivide em ramos". Todos os ramos são possíveis, mas só um deles será seguido. No geral não se vê apenas uma bifurcação. Elas tendem a surgir em sucessão. Isso significa que até mesmo nas ciências fundamentais há um elemento temporal, narrativo, e isso constitui o "fim da certeza", o título do meu último livro. O mundo está em construção e todos podemos participar dela.

Metáforas úteis Como escreveu Immanuel Wallerstein: ''É possível - possível, mas não certo - criar ou construir um mundo mais humano e igualitário, melhor ancorado no racionalismo material". Flutuações do nível microscópico decidem que ramo emergirá em cada ponto de bifurcação, e portanto que evento acontecerá. O apelo às ciências da complexidade não significa que estejamos sugerindo que as ciências humanas sejam "reduzidas" à física. Nossa empreitada não é de redução, mas de reconciliação. Conceitos introduzidos das ciências da complexidade podem servir como metáforas muito mais úteis do que o tradicional apelo a metáforas newtonianas.

As ciências da complexidade, assim, conduzem a uma metáfora que pode ser aplicada à sociedade: um evento é a aparição de uma nova estrutura social depois de uma bifurcação; flutuações São o resultado de ações individuais.

Todo evento tem uma ''microestrutura''. Tomemos um exemplo histórico a Revolução Russa de 1917. 0 fim do regime czarista poderia ter tomado diferentes formas, e o ramo seguido resultou de diversos fatores, tais como a falta de previsão do czar, a impopularidade de sua mulher, a debilidade de Kerensky, a violência de Lênin. Foi essa microestrutura, essa flutuação, que determinou o desfecho da crise e, assim, os eventos que a ela se seguiram.

Desse ponto de vista, a história é uma sucessão de bifurcações. Um exemplo fascinante de como isso transcorre é a transição da era paleolítica para a neolítica, que aconteceu praticamente no mesmo período em todo o mundo (esse fato é ainda mais surpreendente dada a longa duração da era paleolítica). A transição parece ter sido uma bifurcação ligada a uma exploração mais sistemática dos recursos minerais e vegetais. Muitos ramos emergiram dessa bifurcação: o período neolítico chinês, com sua visão cósmica, por exemplo, o neolítico egípcio, com sua confiança nos deuses, ou o ansioso período neolítico do mundo pré-colombiano.

Toda bifurcação tem beneficiários e vítimas. A transição para a era neolítica trouxe a ascensão de sociedades hierárquicas. A divisão do trabalho implicou em desigualdade. A escravidão foi estabelecida e continuou a existir até o século 19. Ainda que o faraó tivesse uma pirâmide como tumba, seu povo era enterrado em valas comuns.

O século 19, da mesma forma que o 20, apresentou uma série de bifurcações. A cada vez que novos materiais eram descobertos - carvão, petróleo ou novas formas de energia utilizável-, a sociedade se transformava. Será que não se poderia dizer que, tomadas como um todo, essas bifurcações conduziram a uma maior participação da população na cultura' e que de lá por diante as desigualdades entre as classes sociais nascidas na era neolítica começaram a diminuir?

Homem e natureza No geral, bifurcações são a um só tempo um sinal de instabilidade e um sinal de vitalidade em uma dada sociedade. Elas expressam também o desejo por uma sociedade mais justa. Mesmo fora das ciências sociais, o Ocidente preserva um espetáculo surpreendente de bifurcações sucessivas. A música e a arte, por exemplo, mudam a cada 50 anos. O homem continuamente explora novas possibilidades, concebe utopias que podem conduzi-lo a uma relação mais harmoniosa entre homem e homem e homem e natureza. E esses são temas que ressurgem constantemente nas pesquisas de opinião sobre o caráter do século 21.

A que ponto chegamos? Estou convencido de que estamos nos aproximando de uma bifurcação conectada ao progresso da tecnologia da informação e a tudo que a ela se associa como a multimídia, robótica e inteligência artificial. Essa é a "sociedade de rede", com seus sonhos de aldeia global.

Mas qual será o resultado dessa bifurcação? Em qual de seus ramos nos encontraremos? A palavra "globalização" cobre uma grande variedade de situações diferentes? E possível que os imperadores romanos já estivessem sonhando com globalização, uma cultura única dominando o mundo. A preservação do pluralismo cultural e o respeito pelo outro exigirá toda a atenção das gerações futuras. Mas há outros riscos no horizonte.

Cerca de 12 mil espécies de formigas são conhecidas hoje. Suas colônias variam de algumas centenas a muitos milhões de indivíduos. E interessante notar que o comportamento das formigas depende do tamanho da colônia. Em colônias pequenas, a formiga se comporta de forma individualista, procurando comida e a levando de volta ao ninho. Quando a colônia é grande, porém, a situação muda e a coordenação de atividades se toma essencial. Estruturas coletivas surgem espontaneamente, então, como resultado de reações autocatalíticas entre formigas que produzem trocas de informação medidas quimicamente.

Não é coincidência que nas grandes colônias de formigas ou térmites os insetos individuais se tomem cegos. O crescimento populacional transfere a iniciativa do indivíduo para a coletividade.

Por analogia, podemos nos perguntar qual será o efeito da sociedade da informação sobre nossa criatividade individual. Há vantagens óbvias nesse tipo de sociedade - basta pensar na medicina ou na economia. Mas existe informação e desinformação. Como diferenciá-las? Claramente, isso requer cada vez mais conhecimento e um senso crítico desenvolvido. O verdadeiro precisa ser distinguido do falso,o possível do impossível. O desenvolvimento da informação significa que estamos legando uma tarefa pesada às futuras gerações. Não devemos permitir que surjam novas divisões resultando da ''sociedade de redes" baseada na tecnologia da informação. Mas é preciso igualmente examinar questões mais fundamentais.

Em sentido geral será que a bifurcação reduzirá a distância entre os países ricos e os pobres? A globalização será caracterizada pela paz e democracia ou por violência, aberta ou disfarçada? Cabe às futuras gerações criar as flutuações que determinarão o rumo do evento correspondente à chegada da sociedade da informação.

Minha mensagem às futuras gerações, portanto, é de que os dados não foram lançados e que o caminho a ser percorrido depois das bifurcação ainda não foi escolhido. Estamos em um período de flutuação no qual as ações individuais continuam a ser essenciais.

Quanto mais a ciência avança, mais nos espantamos com ela. Fomos da idéia geocêntrica de um sistema solar para a heliocêntrica, e de lá para a idéia das galáxias e, por fim, para a dos múltiplos universos. Todos já ouviram falar do Big Bang. Para a ciência, não existe um evento único, e isso conduziu à idéia de que múltiplos universos podem existir. Por outro lado, o homem é até agora a única criatura viva consciente do espantoso universo que o criou e que ele, por sua vez, pode alterar. A condição humana consiste em aprender a lidar com essa ambiguidade. Minha esperança é de que as gerações futuras aprendam a conviver com o espanto e com a ambiguidade.

A cada ano, nossos químicos produzem milhares de novas substâncias, muitas das quais derivadas de produtos naturais - um exemplo da criatividade humana no seio da criatividade natural como um todo. Esse espanto nos leva a respeitar os outros. Ninguém é dono da verdade absoluta, se é que essa expressão significa alguma coisa. Acredito que Richard Tarnes esteja certo:

''A paixão mais profunda da alma ocidental é redescobrir a unidade com as raízes de seu ser''.

Essa paixão leva à afirmação prometéica do poder da razão, mas a razão pode também conduzir à alienação, a uma negação daquilo que dá valor e significado ávida. Cabe às futuras gerações construir uma nova coerência que incorpore tanto os valores humanos quanto a ciência, algo que ponha fim às profecias quanto ao ''fim da ciência'', ''fim da história" ou quanto ao advento da ''pós-humanidade''.

Estamos apenas no começo da ciência, e muito distantes do tempo em que se acreditava possível descrever todo o universo em termos de algumas poucas leis fundamentais. Encontramos o complexo e o irreversível no domínio microscópico (tal como associado às partículas elementares), no domínio macroscópico que nos cerca e no domínio da astrofísica. Cabe às futuras gerações construir uma nova ciência que incorpore todos esses aspectos, porque, por enquanto, a ciência continua em sua infância.

Da mesma forma, o fim da história poderia ser o fim das bifurcações e a realização das visões de pesadelo de Orwell ou Huxley quanto a uma sociedade atemporal que perdeu sua memória. Cabe às futuras gerações manterem-se vigilantes para garantir que isso jamais aconteça. Um sinal de esperança é o de que o interesse pela natureza e o desejo de participar da vida cultural jamais foi maior do que hoje. Não precisamos de nenhum tipo de pós-humanidade. Cabe ao homem tal qual é hoje, com seus problemas, dores e alegrias, garantir que sobreviva no futuro. A tarefa é encontrar a estreita via entre a globalização e a preservação do pluralismo cultural, entre a violência e a política, e entre a cultura da guerra e a da razão. São responsabilidades pesadas.

Uma carta às gerações futuras é sempre e necessariamente escrita de uma posição de incerteza, de uma extrapolação arriscada do passado. No entanto, continuo otimista. O papel dos pilotos britânicos foi crucial para decidir o desfecho da Segunda Guerra Mundial. Foi, para repetir uma palavra que usei com frequência nesse texto, uma "flutuação". Confio em que flutuações como essa surgirão sempre, para que possamos navegar seguros entre os perigos que hoje percebemos. É com essa nota de otimismo que eu gostaria de encerrar minha mensagem.

Fonte: Caderno Mais!, da FSP, de 30/01/2000
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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Turma de pós-graduação do ITC - Uberlândia

Turma de pós-graduação do ITC Bussiness School
Hoje, 07/fevereiro, tive a honra de ministrar o módulo de Planejamento Estratégico de Carreira para as turmas de pós-graduação em Logística Empresarial, Gestão Financeira e Gestão Empresarial, do ITC Business School de Uberlândia.
Fiquei feliz pela oportunidade de compartilhar algumas ideias a respeito da Gestão de Carreiras com pessoas muito interessadas no seu crescimento profissional.
Faço questão de agradecer nominalmente cada acadêmico pela receptividade.
Super obrigado à gestora de RH Ana Flávia C. Andrade, ao Diego Bardawil, à pedagoga Eduarda Melo, à gestora de RH Eubriana Santos, ao licenciado em Letras Jason Gomes, à contabilista Laura Lua Rodrigues, à gestora financeira  Letícia Duarte, à gestora financeira Letícia Marques, à gestora em Marketing Mariana Raymundo, à gestora financeira Paula C. Nunes, ao adinistrador Ramon Elias, à contabilista Simone Ferreira, à administradora Vagna Santos e ao gestor financeiro Willian Hauck.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

ENADE 2015


1. O QUE É O ENADE?
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – Enade é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação do país e tem como objetivo aferir o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação, suas habilidades para ajustamento às exigências decorrentes da evolução do conhecimento e suas competências para compreender temas exteriores ao âmbito específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira e mundial e a outras áreas do conhecimento.
Para atender a este objetivo, a prova do Exame é constituída de duas partes:
·    Formação Geral (FG): composta de 10 questões, sendo 08 de múltipla escolha e 02 discursivas.  
·   Componentes Específicos (CE): composta de 30 questões, sendo 27 de múltipla escolha e 03 discursivas.
A partir das questões de Formação Geral, espera-se que os graduandos evidenciem a compreensão de temas que transcendam ao seu ambiente próprio de formação profissional específico e que sejam importantes para a realidade contemporânea. Essa compreensão vincula-se a perspectivas críticas, integradoras e à construção de sínteses contextualizadas e avalia aspectos como clareza, coerência, coesão, estratégias argumentativas, utilização de vocabulário adequado e correção gramatical do texto.
A parte de Formação Específica, por sua vez, contempla a particularidade de cada área e de suas eventuais modalidades, tanto no domínio dos conhecimentos, quanto nas habilidades esperadas para o perfil profissional, e investiga conteúdos do curso por meio da exploração de níveis diversificados de complexidade.
As competências, habilidades e conhecimentos avaliados em cada área são especificados nas Diretrizes de Prova. A definição das Diretrizes de Prova é realizada por especialistas - todos docentes com larga experiência no ensino de graduação nas áreas de conhecimento avaliadas e representativos de instituições de educação superior, públicas e privadas, das cinco regiões do país.
O processo de elaboração e revisão técnico-pedagógica das questões que compõem as provas é realizado a partir do Banco Nacional de Itens, modelo que contempla, por meio de Edital de Chamada Pública, a participação de docentes de todo país que atuam nas áreas avaliadas.
O exame é aplicado aos concluintes dos cursos de graduação de todo o Brasil, permitindo a obtenção de um panorama nacional dos resultados da aprendizagem dos estudantes das áreas avaliadas. Por conta disso, o Enade é uma oportunidade ímpar para que os estudantes analisem em que medida, ao longo de sua graduação, foi possível incorporar as habilidades, competências e conhecimentos previstos nas Diretrizes Curriculares do seu curso.
É importante ressaltar que o exame assegura o sigilo do resultado do desempenho individual dos estudantes, por isso, o resultado individual de um concluinte só pode ser acessado por ele próprio.
Os resultados do Enade são insumos fundamentais para o cálculo dos indicadores de qualidade da educação superior brasileira: Conceito Enade, Conceito Preliminar de Curso (CPC) e Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). Estes indicadores têm importantes repercussões para o desenvolvimento dos cursos e das instituições de educação superior (IES), pois, a partir da sua divulgação para a sociedade, o diploma conferido por um curso com bom desempenho pode ser mais prestigiado e valorizado.
Além disso, os indicadores de qualidade auxiliam o Ministério da Educação em seu dever de assegurar a qualidade da formação em todos os níveis de ensino (Artigo 9o da Constituição Federal), permitindo ao MEC atuar, tanto na supervisão quanto na regulação da educação superior brasileira.
Existe, portanto, uma corresponsabilidade – entre IES e estudantes – na produção dos indicadores de um curso. À instituição cabe ofertar ensino de qualidade, propiciando meios para que seus alunos adquiram os elementos previstos nas DCN de seu curso; e aos estudantes cabe empenharem-se para que seu resultado individual e coletivo seja de fato representativo da formação recebida.

2. CURSOS AVALIADOS NO ENADE 2015
        a) Que conferem diploma de bacharel em:  Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas,  Comunicação Social, Design, Direito, Negócios Internacionais e Psicologia.
b) Que conferem diploma de tecnólogo em: Gestão Comercial, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Financeira, Logística, Marketing e Processos Gerenciais

3. ESTUDANTES A SEREM INSCRITOS NO ENADE 2015
       Bacharelandos: Aqueles que tenham expectativa de conclusão até julho de 2016, assim como aqueles que tiverem concluído mais de 80% da carga horária do curso.
       Tecnólogos: aqueles que tenham expectativa de conclusão até dezembro de 2015, assim como aqueles que tiverem concluído mais de 75% da carga horária do curso.

Obs.: Apenas os estudantes concluintes realizarão o Enade 2015. Os ingressantes devem ser inscritos, mas estão dispensados da prova.

4. ESTUDANTES DISPENSADOS DO ENADE 2015
       Os matriculados em cursos não descritos na Portaria Normativa (ver Edital 2015).
       Estudantes que colarem grau até o dia 31/08/2015.

5. RESPONSABILIDADES DO ESTUDANTE DO ENADE 2015
Cabe aos estudantes habilitados à inscrição no Enade 2015 acompanhar os diferentes momentos de inscrição no exame, bem como conhecer as exigências para sua adequada participação. Assumir sua responsabilidade neste processo, bem como realizar o exame de forma comprometida com um bom desempenho, é fundamental, tendo em vista garantir que os resultados do Enade sejam representativos dos processos de formação ofertados no país.

6. PROCEDIMENTOS DE INSCRIÇÃO DO ENADE
6.1. Quem faz as inscrições?
As inscrições são realizadas pelos Coordenadores de Curso por meio do Sistema Enade. Para este procedimento são estabelecidos dois períodos distintos, além de um terceiro destinado às retificações e inclusões.
6.2. Responsabilidades do estudante na inscrição
6.2.1. Acesso ao sistema
O estudante deve primeiramente verificar junto à secretaria ou à coordenação de seu curso se está incluído em alguma das situações descritas acima (ingressante, concluinte ou irregular de anos anteriores). Caso se enquadre em alguma delas, deve conferir o período de inscrição relativo à sua condição e acompanhar o processo por meio de comunicação constante com seu (sua) coordenador(a) de curso (responsável pelas inscrições).
Feita a sua inscrição, o estudante deve realizar seu cadastro no sistema Enade, por meio do endereço eletrônico: http://enadeies.inep.gov.br/enadeIes/
6.2.2. Verificação da inscrição na lista de estudantes inscritos
É importante que o estudante acompanhe a inscrição do seu nome no Enade 2015, por meio do acesso à lista pública, no endereço http://enade.inep.gov.br. Cabe a ele a responsabilidade de verificar se seu nome foi inscrito corretamente pela instituição e, em caso negativo, buscar seu coordenador, para que sejam feitas as devidas correções, a partir da segunda quinzena do mês de agosto/2015.

7. PROVAS E GABARITOS
Todas as provas e gabaritos do Enade, desde o primeiro ano de aplicação do Exame, em 2004, estão disponíveis no Portal do Inep, por meio do endereço eletrônico http://portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2013.

8. RESULTADOS DO ENADE E INDICADORES DE QUALIDADE DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
O conjunto dos resultados da aplicação do Enade possibilita construir uma visão sobre as condições e processos de aprendizagem das áreas avaliadas em todo o país. Assim, as informações produzidas, quando reunidas a outras, coletadas pelo próprio Inep e por outros órgãos vinculados ao Ministério da Educação, permitem a construção dos chamados Indicadores de Qualidade da Educação Superior, a saber:
·  Conceito Enade: avalia o desempenho dos estudantes a partir dos resultados obtidos no Enade.
· Conceito Preliminar de Curso (CPC): avalia os cursos superiores, a partir do desempenho dos estudantes no Enade, das respostas ao Questionário do Estudante e de informações sobre o Corpo Docente dos cursos.
· Índice Geral de Cursos ou IGC: avalia as instituições de educação superior, considerando os CPC e a avaliação dos cursos de pós-graduação.
Os indicadores de qualidade são expressos em escala contínua e numa escala de cinco níveis, em que os níveis iguais ou superiores a 3 (três) indicam qualidade satisfatória. Eles servem como orientadores das avaliações in loco do ciclo avaliativo, sendo importantes instrumentos de avaliação da educação superior brasileira.
Estes indicadores de qualidade são amplamente divulgados na sociedade, adquirindo grande importância em termos de prestígio social (um diploma pode ser mais ou menos valorizado em função do conceito do curso) e também do direcionamento de políticas públicas. Afinal, estes indicadores são determinantes para as políticas nacionais de expansão e financiamento, como o Prouni10 (Programa Universidade Para Todos) e o Fies11 (Fundo de Financiamento Estudantil). Neste caso, os cursos e instituições considerados com qualidade satisfatória (conceitos 3, 4 ou 5) conquistam a possibilidade de obter financiamentos públicos; enquanto os cursos com conceitos insatisfatórios (1 e 2) não têm ou até mesmo perdem esta possibilidade.

9. IMPLICAÇÕES PARA O ESTUDANTE QUE NÃO FAZ A PROVA DO ENADE
A realização da prova do ENADE pelo estudante é pré-requisito para colação de grau, isto é, o estudante que não comparecer à prova do ENADE, não recebe o diploma.

10. OUTRAS DÚVIDAS
Endereço eletrônico: enade@inep.gov.br
Página na Internet: http://portal.inep.gov.br e http://enade.inep.gov.br.
Telefone: 0800 61 61 61  

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