quinta-feira, 19 de junho de 2014

Spray inventado por mineiro de Ituiutaba é aprovado pela FIFA


Produto utilizado para demarcar local onde a barreira deve ser formada foi criado em Ituiutaba. Agora poderá ser utilizado em todo mundo 

Entre tantos desafios em uma partida de futebol, manter a barreira a nove metros e quinze centímetros do local da cobrança de falta sempre foi um problema para os árbitros. Fixar os jogadores na posição exata, sem algo que demarcasse o local, era quase impossível. E isso, muitas vezes, facilitou o adiantamento da barreira gerando reclamações da equipe adversária.

Para tentar eliminar esse problema, em 2000 foi criado um spray inspirado em espuma de barbear. O produto é feito a partir de uma composição simples: espuma volátil biodegradável e pode durar por até um minuto sobre a grama. Um ano depois, a invenção passou a ser usada por árbitros da CBF.

Em 2008, foi a vez da Conmenbol aprovar o uso do equipamento. E no dia três de março, após 12 anos, a invenção foi aprovada pela FIFA e pela International Football Association Board (IFAB), órgão que regulariza as regras do futebol. A aprovação permitiu que as federações de todo o mundo passem a usar o spray .

O inventor


Registrado como Spuni, o spray inspirado por espuma de barbear foi criado pelo ituitabano Heine Allemagne.
– Eu estava assistindo a um jogo, quando o comentarista Galvão Bueno falou sobre esse problema da barreira. Pensei em algo provisório e que fizesse uma linha reta. Então, lembrei da espuma de barbear, fiz o teste e deu certo. Mas pensei que não me dariam muita anteção – relembrou o inventor Heine Allemagne.
Mesmo assim Heine formatou um projeto e apresentou à Federação Mineira de Futebol (FMF), que aprovou o uso do spray. A estreia foi em 2000, durante a Taça BH de Juniores, em caráter experimental. Segundo o inventor, o spray teve 100% de êxito nos testes. Para o  diretor administrativo da Comissão de Arbitragem da FMF, Juliano Lopes Lobato, o Spuni é um complemento indispensável.
– Antes tínhamos mais dificuldade em demarcar a área. Hoje, fazemos isso com mais facilidade e precisão – disse o diretor.
A CBF gostou da ideia e usou também de forma experimental na Copa João Havelange (Campeonato Brasileiro) em 2001. A instituição só reconheceria o equipamento desde que os 27 árbitros fizessem uma declaração de próprio punho informando o que acharam do spray. De acordo com Heine, todos os árbitros aprovaram.

Este resultado ainda não foi suficiente para o inventor do Triângulo Mineiro. Heine queria vencer as barreiras de um esporte que ainda é conservador. Após o uso no Campeonato Brasileiro, foi a vez da Conmebol aprovar. Segundo Heine, o spray é usado na Copa Libertadores, Copa América e Sul-Americana.
O inventor Heine Allemagne na sede da FIFA, em Zurique, Suíça
 Doze anos de espera
Desde 2000, Allemagne tentava obter o reconhecimento da criação pela FIFA. O pedido foi negado quatro vezes. De acordo com o inventor, na época a Federação não aceitou porque não  era testado de forma técnica. Hoje, após a aprovação, Heine Allemagne está orgulhoso. O spray poderá ser usado a partir do dia 1º de junho em qualquer competição oficial do mundo, inclusive no Campeonato Europeu de 2012 e até na Copa do Mundo de 2014.

– Passar por uma avaliação tão rigorosa é uma conquista. Não entraria nessa luta senão fosse para conseguir este resultado. Mas a conquista virá de verdade quando eu ver o spray sendo usando no meu país durante o mundial. Será o meu troféu por 12 anos de luta – finalizou.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Quando a avaliação é mais do que dar uma nota


Por muitos e muitos anos, o sistema de avaliação na educação brasileira se estruturou sobre a lógica de uma aritmética exata que respondia ao entendimento que se tinha de como a escola deveria se organizar e o que nela se fazia. O ano escolar era dividido em bimestres, os períodos em aulas com a mesma duração, as salas com crianças com a mesma idade. Durante esses períodos o aluno recebia um enorme volume de conteúdo em que seria avaliado ao final de um período de formação (mês ou bimestre). Ao final de cada período, somavam-se e dividiam-se os resultados obtidos em duas ou três provas para chegar à nota do bimestre, nota essa que na grande maioria das vezes estava longe de expressar o real aproveitamento dos conteúdos trabalhados no período. Bastava ter aprendido muito bem um dos diversos temas do período e ter a sorte de ser exatamente esse o conteúdo em maior quantidade na prova que tudo seguia bem na vida escolar daquele aluno. Esse modelo de avaliação geralmente está baseado numa concepção de educação que não atende mais os anseios da sociedade e dos tempos que vivemos.
Quando vemos o desempenho do Brasil em testes como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), principal avaliação internacional da educação básica, percebemos que há muito por ser feito em relação à qualidade de nossos processos educacionais. No último PISA, divulgado no final de 2013, o Brasil ficou em 58º lugar entre os 65 países participantes. É claro que a carga horária dos estudantes dos países mais bem colocados é significativamente maior do que a dos brasileiros. Contudo, tem um dado relevante que essas pesquisas têm apontado ano após ano: os nossos alunos não conseguem responder perguntas que exigem maior interpretação. Esse problema está muito ligado ao modo como ensinamos os nossos alunos e não ao tempo de permanência. Escolarizamos a cultura, as coisas do mundo, apresentando perguntas e respostas sabidas de antemão, cabendo a um, a exposição, ao outro, a passividade. Isso tem a ver com a avaliação.
Olhar para a avaliação e entendê-la como um meio para promover uma educação que realmente favoreça o pensar é certamente um dos caminhos para termos no Brasil uma escola voltada ao propósito de uma educação de qualidade, que realmente desenvolva no aluno as habilidades essenciais para a completa participação nas sociedades modernas. Nesse sentido, a avaliação deve estar a serviço das aprendizagens e não reduzida a um balanço no final de um bimestre ou final de ano.
Nessa perspectiva, avaliar acompanha o processo de ensino-aprendizagem o tempo todo. Avaliar deixa de ser entendido somente como “dar uma nota” a uma produção do aluno (tarefa, trabalho, prova), mas como um juízo de valor, uma apreciação das atividades realizadas por eles. Essa apreciação sempre deverá vir acompanhada de novos desafios, de novas mediações, a fim de que os estudantes possam corrigir seus equívocos (o que é inerente às aprendizagens) ao longo do processo (e não somente no final do mês) ou avançar em suas aprendizagens: ampliando a compreensão, promovendo novos nexos, problematizando as situações, construindo novos questionamentos. É um constante ir e vir sob o olhar atento de um professor que promove novas mediações a partir de sua apreciação.
Uma avaliação que promova verdadeiramente aprendizagem traz, em si mesma, diferentes maneiras de ensinar. Como o acompanhamento é contínuo, o feedback dado aos alunos passa a ser constante, evitando que os erros se acumulem. É uma avaliação que considera, por meio da sua mediação, uma diversidade de modos de aprender.
O que torna uma avaliação em processo não é a redação presente no Regimento Escolar, mas como ela é implementada em sala de aula. Às vezes usamos boa parte do tempo pensando na “melhor” fórmula matemática a ser usada na avaliação quando deveríamos pensar em como promover intensa e extensivamente as aprendizagens. Somamos, multiplicamos e dividimos conhecimentos distintos com a pretensa intenção de comunicar as aprendizagens realizadas. Quando a matemática é a maior responsável pela “produção” da nota e não o repertório metodológico e a qualidade do instrumento de avaliação, certamente descaracterizamos o próprio processo formativo.
Na medida em que vamos promovendo uma relação de inteligibilidade do conhecimento, por meio de um processo avaliativo que promova o pensamento, a dúvida, novos questionamentos e soluções, o medo do novo, a passividade e a reprodução, vão deixando de ter sentido, dando lugar a novas relações com o saber, nasce a invenção. A “nota” de um aluno obtida num contexto mais rico em possibilidades de aprendizagens tem maior qualidade do que num contexto em que o conhecimento é memorizado literalmente.
Repensemos a égide sob a qual autorizamos uma pedagogia hegemônica, que insiste em reduzir a complexidade da vida, escolarizando o mundo, criando modos de ser sujeito, muito contrário ao modo de como a vida se manifesta. Há uma relação intensa entre qualidade educacional e avaliação que se põe a serviço das aprendizagens. Modos de avaliar “determinam” modos de aprender. As crianças não são aquilo que elas fazem nas salas de aula, mas o que os nossos métodos de ensino as submetem.
Vivemos em um tempo em que as novas tecnologias favorecem a realização da docência com maior elegância pedagógica, possibilitando-nos atender a diversidade de ritmos de aprendizagens de modo personalizado.

Autor: Flávio Antônio Sandi é diretor educacional da Rede de Colégios do Grupo Marista.

terça-feira, 17 de junho de 2014

O maior legado de gestão e liderança


               
Sermão da montanha - por Carl Block - século XIX
          Hoje muito se fala na gestão por liderança como algo inovador. A mudança de conceito em relação ao famigerado chefe, autoritário e indisponível, é o novo insight da administração. Mas essa forma de gerenciamento, embora muito eficiente, não tem nada de novo. Há mais de dois mil anos um homem deu aula de liderança e recrutou colaboradores que, geração após geração, trabalham em seu projeto por acreditarem no sucesso dele. Quem é esse homem? Jesus Cristo, o maior líder e empreendedor da história.
          Para além de crença e religião, falamos sobre o Jesus histórico que ao longo da vida adquiriu milhares de seguidores. Olhando com atenção, nota-se lições de perseverança, foco, determinação, companheirismo e outros valores ao longo da sua trajetória. Jesus fez uma seleção, reconheceu o potencial de 12 pessoas e as treinou. Seu projeto teve tanto sucesso que, passados dois mil anos, continua funcionando e se reciclando. O profissional que deseja ser líder tem uma grande oportunidade de aprender com essa história milenar.
Foco/Determinação – Com sua meta traçada, Jesus seguiu sem se desviar do foco. Foi chamado de louco, ridicularizado até, por fim, ser condenado a morte, no entanto, sempre acreditou e nunca desistiu dos seus objetivos.
          Exemplo – Antes de delegar funções, ele ensinava pelo exemplo. Quando se ajoelhou para lavar os pés dos apóstolos ensinava humildade e companheirismo. O fato de ser líder não da o direito de subjugar quem é liderado.
         Acessível – Embora fosse o mestre do seu grupo, Jesus estava sempre aberto a opiniões e muitas vezes as pedia.
         Comprometido – Sempre atento aos seus colaboradores, ele prezava pelo bem estar de todos. Entendia e fazia entender que uma equipe é formada por pessoas e para o grupo estar bem é necessário que cada parte também esteja.
          A liderança de Jesus está sendo redescoberta. Há muito tempo, o líder havia deixado de ser líder para se tornar o chefe mandão e arrogante, posicionando-se acima e a parte da equipe. Essa maneira de administrar não condiz com o maior exemplo de sucesso que temos na história. É indispensável abraçar a equipe para transformá-la em unidade.
A solidez de um conjunto bem guiado leva ao ciclo do sucesso: problema se resolve com trabalho, que se transforma em resultado, que gera satisfação, que, por fim (ou recomeço), alimenta o desejo de resolver problemas. 
         Essa foi a estratégia do líder de maior sucesso na história. Por que não adotá-la em nossas rotinas?

Maus hábitos que podem arruinar uma apresentação


1. Começar com uma desculpa
O hábito: você está atrasado, não tem o material necessário ou seu equipamento está quebrado. A desculpa já antecede os problemas de sua apresentação.
Por que é um erro: um pedido de desculpas no começo da reunião gera uma impressão negativa e faz você parecer uma vítima. Ninguém quer fazer negócios com uma vítima.
O que fazer: inicie a apresentação com uma observação otimista, como se nada estivesse errado, para demonstrar que você mantém a calma sob pressão - o oposto de ser uma vítima.
2. Pedir mais tempo
O hábito: você acha que tem pouco tempo para repassar as principais informações e pede mais.
Por que é um erro: se falta tempo devido a um atraso seu, você está sendo ainda mais indelicado, e se é porque sua apresentação é longa, bem, sua apresentação deve ser sintetizada. 
O que fazer: se você estiver atrasado, finalize a apresentação na hora marcada e, se ela está grande, lembre-se de que ser prolixo não é uma qualidade.
3. Apressar os slides
O hábito: você tem pouco tempo para finalizar sua apresentação, mas falta ainda a metade dos slides, então você começa a passá-los apressadamente.
Por que é um erro: geralmente isso acontece quando os slides iniciais desencadearam discussões, então você se adianta para que o público mantenha-se calado até o fim da apresentação.
O que fazer: adapte o restante do Power Point para o assunto que foi debatido, pois claramente é o que importa para seus espectadores.
4. Criar desculpas pessoais
O hábito: você diminui as expectativas do público ao pedir desculpas antecipadamente pelo seu desempenho (ex.: "estou exausto"; "cheguei em casa tarde ontem").
Por que é um erro: na verdade, essa desculpa é para si próprio, para você não se sentir tão mal caso falhe. Além disso, ninguém gosta de ouvir os outros se lamentarem por seus problemas.
O que fazer: mostre-se entusiasmado, independente de como estiver se sentindo. Esteja inteiramente presente e se esforce para dar o máximo de si.
5. Ler slides
O hábito: os slides mostram o que você pensa a respeito de determinado assunto. Em vez de explicar sua linha de raciocínio, você lê os slides em voz alta.
Por que é um erro: se você está fazendo uma apresentação para pessoas que sabem ler, você será entediante, p’ra não dizer desrespeitoso.
O que fazer: faça dos slides indicadores visuais para os pontos que você está expondo, em vez de uma versão escrita ou resumo de tais pontos. Nunca se esqueça que slides é um acessório.
6. Virar as costas
O hábito: você fica se virando para ler os slides ou então abaixando a cabeça para ler suas anotações.
Por que é um erro: você está agravando o hábito 5, com falta de profissionalismo.
O que fazer: foque no público e olhe para ele enquanto se apresenta.
7. Falar muito rápido
O hábito: você tem muito material para compartilhar, então fala rápido para dar tempo de apresentar tudo.
Por que é um erro: a partir do momento que você precisa falar com rapidez, sua apresentação está maior do que deveria. Além disso, você vai parecer nervoso.
O que fazer: diminua a apresentação para não ter que se preocupar com o tempo. Caso você esteja falando rápido por nervosismo, escreva "CALMA" em cada página de suas anotações.
8. Inquietação
O hábito: você remexe as anotações, olha para o relógio, começa a se coçar, passa a mão no cabelo etc.
Por que é um erro: você vai tirar a atenção do público da apresentação e ao fazer isso, tornará o conteúdo que está passando desinteressante e menos eficaz.
O que fazer: quando for ensaiar a apresentação, ensaie sua performance e o que fazer com as mãos - ensaie o suficiente até que os tiques nervosos desapareçam.

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