quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Dia do Administrador

Nove de setembro é o "Dia Nacional do Administrador", por ser a data de assinatura da Lei nº 4769, de 9 de setembro de 1965, que criou a profissão de Administrador.
O dia do Administrador foi instituído pela Resolução CFA nº 65/68, de 09/12/68.

Histórico do Surgimento do Símbolo do Administrador
O Conselho Federal de Administração promoveu em 1979 um concurso nacional para a escolha de um símbolo que o representasse. Para tanto, foram convidados personalidades relacionadas às artes gráficas, como o industrial José E. Mindlin, o especialista em heráldica(arte de formar e descrever o brasão de armas) Adm. Rui Vieira da Cunha, o grafista Adm. Zélio Alves Pinto, o arquiteto Alexandre Wollner, além dos Presidentes dos Conselhos Regionais de Administração do Rio de Janeiro e de São Paulo, Adm. Antônio José de Pinho e Adm. Roberto Carvalho Cardoso, e do Conselheiro Federal Arlindo Braga Senna, para compor um corpo de jurados que deveriam julgar e escolher o Símbolo da Profissão do Administrador.
O concurso recebeu trezentas e nove sugestões, vindas de quase todos os Estados brasileiros. Esses trabalhos foram analisados por sete membros do júri e teve como primeiro resultado a seleção de 40 (quarenta) trabalhos para serem escolhidos na segunda fase de julgamento. No dia 9 de abril de 1980, em Brasília/DF, foram selecionados 10 (dez) trabalhos para uma segunda fase de julgamento. A escolha final, dificílima, devido às linguagens gráficas distintas e oriundas das diversas regiões do país, finalmente legitimou o símbolo já bastante conhecido, que representa em todo o território nacional a profissão do Administrador. O trabalho escolhido foi apresentado por um grupo de Curitiba, denominado "Oficina de Criação".

Símbolo da Profissão:

O Símbolo escolhido para identificar a profissão do administrador tem a seguinte explicação justificada pelos seus autores:
• A forma aparece como intermediário entre o espírito e a matéria.
• Para Goethe o que está dentro (idéia), está também fora (forma).

1. JUSTIFICATIVA:
O quadrado é o ponto para atingir o símbolo, uma condensação expressiva e precisa correspondente ao (intensivo/qualitativo), por contraposição ao (extensivo/quantitativo).

2. O QUADRADO COMO PONTO DE PARTIDA:
Uma forma básica, pura, onde o processo de tensão de linhas é recíproco;
Sendo assim, os limites verticais/horizontais entram em processo recíproco de tensão.

O quadro como ponto de partida: uma forma básica, pura, onde o processo de tensão de linhas é recíproco. Sendo assim, os limites verticais/horizontais entram em processo recíproco de tensão.
"Uma justificativa para a profissão, que possui também certos limites em seus objetivos: organizar, dispor para funcionar, reunir, centralizar, orientar, direcionar, coordenar, arbitrar, relatar, planejar, dirigir, encaminhar os diferentes aspectos de uma questão para o objetivo comum".
"O quadro é regularidade, possui sentido estático quando apoiado em seu lado, e sentido dinâmico quando apoiado em seu vértice (a posição escolhida)".
"As flechas indicam um caminho, uma meta, a partir de uma premissa, de um princípio de ação (o centro)".
"As flechas centrais se dirigem para um objetivo comum, baseado na regularidade (...) as laterais, as metas a serem atingidas".

domingo, 23 de agosto de 2009

Você sabe o que é um palíndromo?

Um palíndromo, é uma palavra, frase (anacíclicas) ou um número (capicua) que se lê da mesma maneira nos dois sentidos normalmente, da esquerda para a direita e ao contrário.

Exemplos: OVO, OSSO, RADAR, OMO.
O mesmo se aplica às frases, embora a coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase; é o caso do conhecido:
SOCORRAM-ME, SUBI NO ONIBUS EM MARROCOS.

Diante do interesse pelo assunto (confesse, você leu a frase de tras pra frente, só para conferir), selecionei alguns dos palíndromos mais conhecidos da língua de Camões...

A CARA RAJADA DA JARARACA

A RITA, SOBRE VOVÔ, VERBOS ATIRA.

ANOTARAM A DATA DA MARATONA

ASSIM A AIA IA A MISSA

A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA

A DROGA DA GORDA

A MALA NADA NA LAMA

A TORRE DA DERROTA

LUZA ROCELINA, A NAMORADA DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA: ANIL É COR AZUL

O CÉU SUECO

O GALO AMA O LAGO

O LOBO AMA O BOLO

O ROMANO ACATA AMORES A DAMAS AMADAS E ROMA ATACA O NAMORO

RIR, O BREVE VERBO RIR

SAIRAM O TIO E OITO MARIAS

ZÉ DE LIMA RUA LAURA MIL E DEZ

O que é tautologia?


Taulologia ou pleonasmo é o termo usado para definir um dos vícios de linguagem ou figura de estilo. Consiste na repetição de uma idéia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. Também conhecido redundância.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'.
Mas há muitos outros, que devemos evitá-los:
- cursar 'um curso'
- hemorragia 'de sangue'
- a viúva 'do finado'
- monopólio 'exclusivo'
- opinião individual 'de cada um'
- plebiscito 'popular'
- viver 'a vida'
- abismo 'sem fundo'
- anexar 'junto'
- ganhar 'grátis'
- escolha 'opcional'
- canja 'de galinha'
- goteira 'no teto'
- países do mundo'
- repetir 'de novo'
- demente 'mental'
- sorriso 'nos lábios'
- bilateral 'entre os dois'
- multidão 'de pessoas'
- comparecer 'pessoalmente'
- entrar 'para dentro'
- sair 'para fora'
- roubar objeto 'alheio'
- elo 'de ligação'
- acabamento 'final'
- certeza 'absoluta'
- quantia 'exata'
- nos dias 8, 9 e 10, 'inclusive'
- juntamente 'com'
- expressamente 'proibido'
- em duas metades 'iguais'
- sintomas 'indicativos'
- há anos 'atrás'
- vereador 'da cidade'
- outra 'alternativa'
- detalhes 'minuciosos'
- a razão é 'porque'
- anexo 'junto' à carta
- de sua livre 'escolha'
- superávit 'positivo'
- 'todos' foram unânimes
- conviver 'junto'
- fato 'real'
- encarar 'de frente'
- amanhecer 'o dia'
- criação 'nova'
- retornar 'de novo'
- empréstimo 'temporário'
- surpresa 'inesperada'
- escolha 'opcional'
- planejar 'antecipadamente'
- abertura 'inaugural'
- continua 'a permanecer'
- a última versão 'definitiva'
- possivelmente 'poderá ocorrer'
- comparecer 'em pessoa'
- gritar 'bem alto'
- propriedade 'característica'
- demasiadamente 'excessivo'
- a seu critério 'pessoal'
- exceder 'em muito'
- Almirante 'da Marinha'
- essa hitória é baseada em 'fatos reais'

Note que todas essas repetições são dispensáveis. Por exemplo, surpresa 'inesperada'. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias.
Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia.

sábado, 22 de agosto de 2009

Resenha do Livro: O mundo é plano


No livro “O mundo é plano: uma breve história do século XXI”, da Editora Objetiva (471p),Thomas Friedman descreve como o processo de globalização se desenvolveu ao longo da história e quais as características dessa evolução. Nele o autor conclui que o mundo está se tornando cada vez mais plano – uma alusão à redução das distâncias ocasionada pelo aumento da velocidade das comunicações – devido aos avanços tecnológicos advindos da ampliação da globalização atual que tem reduzido diferenças e distâncias entre povos.
Friedman afirma que houve um investimento maciço global em tecnologia a partir dos anos 90, quando se ampliaram as instalações de conectividade em banda larga combinado com uma contínua redução nos preços dos computadores. Esses elementos atuaram como fatores de convergência, que aproximaram povos distantes e aceleraram o efeito de planificação do mundo.
A idéia de um mundo plano contém o aspecto positivo de maior intercâmbio de conhecimento, mas possui o lado negativo ao favorecer também a expansão do terrorismo. Na visão de Friedman, ele se aproveitou desse processo e, explorando antigas tensões existentes entre alguns povos, espalhou ódio e terror.
Ele divide o processo de globalização em três etapas: a primeira, corresponde ao período dos descobrimentos iniciados em 1492 e vai até 1800, com o predomínio do uso da força pelos países; a segunda etapa compreende o período de 1800 a 2000 (sendo interrompido pela Grande Depressão de 1929 e pelas duas guerras mundiais), caracterizando-se pela expansão das multinacionais; a terceira, inicia-se em 2000 até os dias de hoje.
A etapa atual do processo de globalização se caracteriza pela transferência de atividades consideradas inferiores na cadeia de valor para outros países, como por exemplo, a Índia, a China e o México. Esse movimento é conhecido como offshoring e segue a lógica dos mercados de buscar a realização do trabalho onde ele puder ser feito de forma mais eficaz, eficiente e ao menor custo. Essa tendência revela que as relações de trabalho no mundo plano estão em transformação.
Uma outra importante característica atual do trabalho é a transferência das estações de trabalho para o lar. Segundo o autor, cerca de 16 % da força de trabalho nos EUA, desenvolve suas atividades profissionais em casa. Este tipo de trabalho vem sendo denominado de homesourcing e caracteriza a tendência à busca permanente de redução dos custos e aumento da eficácia por parte das empresas. Friedman acredita que essas transformações nas relações de trabalho também atingem o âmbito militar. Ele relata uma visita ao acampamento da 24ª Força Expedicionária de Fuzileiros Navais dos EUA, próximo a Faluja, no Iraque, em 2004, onde pôde verificar os efeitos do mundo plano nas operações militares.
Naquela ocasião o autor presenciou uma ação militar empregando um Predator (VANT - Veículo Aéreo Não Tripulado) que transmitia as imagens do local em sistema de videoconferência enquanto oficiais de operações, nos EUA, debatiam por chat como as forças deveriam ser empregadas em solo iraquiano. Uma importante constatação a que chegou Friedman é que no mundo plano a quantidade de informações disponíveis tende a aproximar os escalões da hierarquia militar.
Thomas Friedman identifica 10 forças no impulso da transformação mundial na terceira etapa da globalização: a queda do muro de Berlim (09/11/1989); a entrada das ações da empresa Netscape no pregão da bolsa de valores de Nova York (09/08/1995) (marco da importância econômica da Internet); o desenvolvimento de softwares de fluxo de trabalho interoperáveis, permitindo o intercâmbio de informações entre sistemas e a integração do trabalho nas organizações; o uso de programas de código aberto (softwares compartilhados que não possuem exclusividade no direito de uso); a terceirização de serviços usando a Internet; a ampliação das atividades de offshoring; o aprimoramento e a consistência das cadeias de fornecimento; a internalização ou insourcing (uma nova forma de colaboração e criação horizontal de valor que nivela pequenas empresas); a ampliação da oferta de informações pelas ferramentas de localização na internet como o “Google”; as novas tecnologias wireless e o Voice Over Internet Protocol (VOIP) que amplificam e potencializam todas as demais forças transformadoras, pela facilidade que introduzem nas comunicações que empregam a internet.

A TRIPLA CONVERGÊNCIA
Segundo Friedman a convergência de três fatores fundamentais orienta o desenvolvimento econômico e social do novo mundo plano. A primeira refere-se à combinação de softwares e hardwares de fluxo de trabalho, que viabilizam a participação em tempo real via web do trabalho de pessoas independente dos limites geográficos.
A segunda diz respeito à formação de uma massa crítica de gerentes, consultores, formadores, especialistas em TI, executivos e demais profissionais familiarizados e capazes de desenvolver processos e práticas empresariais para criação de valores e hábitos no novo mundo plano. A terceira ocorre por efeito das 10 forças de transformação da globalização que propiciou a entrada em cena de cerca de 3 bilhões de pessoas de países como a China, Índia, Rússia, Leste da Europa, América Latina e Ásia, até então alijadas do processo devido às estruturas políticas e econômicas anteriormente existentes.
Friedman afirma que a tripla convergência levará as sociedades modernas à revisão dos seguintes aspectos: a forma de preparação dos indivíduos para o trabalho; a forma de competição entre as empresas; as organizações econômicas dos países e suas considerações geopolíticas; políticas sociais; conceitos de exploração econômica; perda de identidade nacional das empresas; conceito de Estado-nação; o surgimento de empresas globais.
Para ele, à medida que o mundo se achata as hierarquias vão sendo niveladas, nos dois sentidos, tanto de baixo para cima quanto de cima para baixo. Esse conceito também se aplica ao campo militar, como relatou o autor em sua experiência de 2004 no Iraque.

OS EUA E O MUNDO PLANO
Thomas Friedman afirma que a terceirização é uma conseqüência das transformações promovidas pela etapa da globalização que vivemos, onde deve prevalecer o livre-comércio, pois mudanças estão continuamente em curso e novos produtos surgem todos os dias. Além disso, os produtos ou serviços diretamente relacionados ao conhecimento tendem a se valorizar, pois são aplicados a um mercado global, enquanto os serviços relacionados basicamente ao trabalho braçal devem sofrer desvalorização, pois são oferecidos a um mercado cada vez mais restrito. Para confirmar essa tendência histórica o autor menciona o trabalho na agricultura norte-americana, que há 150 anos atrás era responsável por 90% do emprego da mão-de-obra e hoje possui um percentual inferior a 4%. No ambiente da moderna economia do conhecimento predomina a especialização e por isso o autor afirma que a vantagem comparativa de países como os EUA é a produção intensiva de bens em conhecimento.
Para Friedman, a China e a Índia não empurram os EUA para baixo, mas para cima, ao estimularem o desenvolvimento de novas tecnologias, novos conhecimentos como forma de superação competitiva. Nesse sentido, o caminho do desenvolvimento econômico dos EUA está em ampliar competências e investir em práticas que permitirão a cada indivíduo norte-americano participar do mercado global.

OS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO E O MUNDO PLANO
Segundo o autor, países em desenvolvimento deveriam avaliar seu posicionamento diante da realidade do achatamento global para tirar vantagens das novas plataformas. Essa avaliação corresponderia a uma introspecção que indicasse os limites para se entrar no jogo global, combatendo a pobreza pelo crescimento econômico e do comércio.
Para ele as verdadeiras reformas devem atingir quatro aspectos da sociedade: infra-estrutura, instituições reguladoras, educação e cultura. É preciso que haja um crescimento produtivo e competitivo, adequado aos recursos disponíveis em cada país. Nessa lógica as condições básicas para evolução econômica na atualidade podem ser medidas pela facilidade em: iniciar um negócio (quanto a normas, regulamentos e taxas), contratar ou dispensar funcionários, fazer valer contratos, obter crédito e encerrar empresas.
Alguns países apresentam elevado grau de dificuldade nessas atividades, indicando que se afastam das condições favoráveis ao crescimento econômico no mundo plano, tais como: Indonésia, Haiti, Congo, El Salvador, Guatemala, Nigéria, México, Brasil e Venezuela. Outros países demonstram maior grau de adaptação aos novos tempos, ao atenderem essas condições, tais como: Austrália, Dinamarca, Singapura, Holanda, Áustria, Canadá, Reino Unido, Nova Zelândia, Noruega, Finlândia e EUA.
Historicamente, observa-se que a relação da riqueza dos países com suas culturas revela a importância da localização e dos recursos naturais. Nesse aspecto, Friedman se refere à internalização de valores como o trabalho árduo, prosperidade, honestidade, paciência e tenacidade, abertura às mudanças tecnológicas e igualdade social, ressaltando a abertura a novas idéias e a internalização cultural pela sociedade como fatores chave para participação adequada em um mundo plano. A conclusão, nesse aspecto é que os povos muçulmanos encontram-se em desvantagem para competirem no mundo plano. Entretanto, ressalva Friedman, isso pode mudar, pois a cultura não é estática.
Além disso, o desenvolvimento econômico no mundo plano está relacionado a elementos intangíveis, que compreendem a disposição e a capacidade de uma sociedade em se unir e se sacrificar em prol do desenvolvimento econômico. Também são necessárias lideranças na sociedade que transmita a correta visão sobre o que precisa ser feito para esse desenvolvimento. A China é um bom exemplo de que a inserção no mundo globalizado é mais uma questão de liderança do que de democracia.
A educação é o esteio desse processo, capaz de promover e sustentar o conjunto de mudanças necessárias ao desenvolvimento com maior rapidez.

AS EMPRESAS E O MUNDO PLANO
As empresas enfrentam o desafio de ajustar-se ao achatamento global, desenvolvendo estratégias que viabilizem o crescimento econômico e as adequem às mudanças. As estratégias que podem atender a esses requisitos são: não construir muralhas, ou seja, agir pró-ativamente, usar a imaginação para criar soluções colaborativas que atendam às necessidades dos clientes; comportar-se como uma grande empresa, ainda que não seja, explorando oportunidades, o que requer rapidez no aproveitamento dos instrumentos de colaboração (cadeias de fornecimento, terceirização e uso intensivo da internet); comportar-se como uma empresa pequena, ainda que não seja, permitindo a seus clientes agirem como grandes, usando principalmente recursos de Internet que facilitem a customização dos produtos oferecidos; buscar as melhores parcerias para levar a efeito os seus negócios, devido a complexidade crescente na criação de valor; manter uma estrutura saudável, fazendo uma auto-avaliação e apresentando os resultados desse esforço nas entregas aos clientes; terceirizar para inovar com rapidez e a custo reduzido a fim de crescer, ganhar fatias de mercado e contratar colaboradores de diferentes especialidades necessários as variadas demandas do mundo plano; efetuar terceirizações que atendam as necessidades dos empresários sociais.

GEOPOLÍTICA E O MUNDO PLANO
Thomas Friedman acredita que a existência da classe média é essencial porque confere estabilidade geopolítica às sociedades, mas adverte que essa classe não é um estado de rendimento e sim um estado de espírito. Nela se incluem as pessoas que acreditam ter um caminho para escapar da pobreza. Quando essa esperança desaparece podem surgir sérios problemas sociais. A falta de uma classe média desenvolvida é um obstáculo ao aplainamento do mundo e cria bolsões de excluídos, como ocorre na África e América do Sul.
Friedman afirma que os movimentos anti-globalização surgiram como uma forma de oposição ao Banco Mundial, ao FMI e ao G8. Esses movimentos ganharam força com a crescente oposição mundial à invasão militar norte-americana no Iraque. A globalização foi associada diretamente aos EUA, incorporando aos seus opositores os anti-americanos. Para o autor, os movimentos anti-globalização encerram hoje uma contradição fundamental ao não reconhecerem que a globalização está diminuindo a pobreza em países como a China e a Índia e também nos países do leste europeu.
De fato essa é uma discussão de como globalizar, uma vez que o processo se mostra como irreversível. Qual o modelo que reúne a melhor combinação de recursos e competências e como os Estados podem contribuir para esse processo que ao final deverá gerar crescimento econômico? Igualmente, Friedman sugere que os movimentos anti-globalização devam orientar-se pelo fundamento que motivou suas iniciativas originais, ou seja, o combate à pobreza de forma eficaz, e não combatendo o crescimento econômico.
Segundo Friedman, as diferenças culturais entre as sociedades geraram sentimentos de antagonismo à globalização e ao que ela representa. Esse tipo de reação ficou característica nos povos árabes e muçulmanos, que não estavam preparados para conviver com as diferenças culturais que a globalização evidenciou. Contribui para essas diferenças o fato de muitos desses povos viverem sob o domínio de governos autoritários que limitam as opções de desenvolvimento humano de dezenas de milhões de jovens muçulmanos. Isso permite afirmar que a globalização facilitou a percepção desses contrastes.
Friedman entende que os fundamentalistas islâmicos, preocupados com as “ameaças” aos seus arraigados valores e crenças, entenderam que atacar a liberdade apregoada pela cultura globalizante seria a melhor maneira de combate. Para isso resolveram minar o requisito fundamental do processo: a confiança. Thomas Friedman sustenta que o recurso ao terrorismo foi adotado como uma tentativa de negar a confiança entre povos e a abertura cultural, impondo limites à expansão da globalização. A dissonância cognitiva exposta pelas diferenças entre as sociedades estimulou um sentimento de humilhação e colocou os fundamentalistas islâmicos diante de um dilema: abandonar sua idolatrada religião ou permanecer na retaguarda do progresso tecnológico atualmente experimentado pela humanidade.
Diante desse indesejável dilema a violência tornou-se uma saída aceitável. Em outras palavras, a frustração e o sentimento de humilhação nutriram o terrorismo para o combate aos valores da globalização materializados nos EUA.
Outro obstáculo geopolítico ao achatamento do mundo é a limitação de recursos naturais e a crescente degradação do meio-ambiente. Há um entendimento de que o planeta não suportaria atender mais 1,3 bilhões de consumidores, correspondentes a China, Índia e países do leste europeu, nas mesmas condições em que vivem os demais países desenvolvidos. Friedman menciona dados do Banco Mundial, segundo os quais a China possui 16 de suas cidades entre as 20 mais poluídas do mundo. A conclusão do autor é a de que as alterações climáticas percebidas pelas sociedades na atualidade podem impor restrições ao processo de desenvolvimento econômico.

A PREVENÇÃO DE CONFLITOS
As cadeias de produção de muitos produtos modernos, como por exemplo, os computadores DELL, envolvem componentes de diversos países, como Coréia do Sul, Filipinas, Malásia, Costa Rica, México, Singapura, Japão, Taiwan e China, além de diversas empresas nos EUA. Essa extensão planetária de cadeia de fornecimento revela um risco sistêmico em caso de guerra. Por outro lado, a dependência externa dos diversos participantes da cadeia também sugere uma influência do mundo plano no equilíbrio geopolítico e nas ameaças clássicas de conflito. Na medida em que os países estreitam seus laços de complementaridade econômica, aumentam também as restrições às possibilidades de guerras contra países vizinhos, o que não significa dizer que as guerras tenham se tornado eventos obsoletos.
Grupos terroristas, como o Al-Qaeda, já perceberam a possibilidade de formarem suas cadeias informais globais de suprimento com fins voltados para causar destruição e mortes. Ou seja, para combater os resultados da globalização os terroristas se utilizam de seus efeitos, como o de permitir que pequenos atuem como grandes e facilitar a comunicação. Nesse sentido, Friedman alerta para que se evite a todo custo que terroristas tenham acesso a artefatos nucleares, o que ampliaria em muito o poder de intimidação do terrorismo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A leitura do livro “O Mundo é Plano” torna-se requisito para entender a dinâmica atual do processo de globalização em que vivemos, bem como de seu desenvolvimento histórico. O acelerado desenvolvimento tecnológico dos últimos tempos promoveu o achatamento do mundo, aproximou povos e culturas, evidenciou as diferenças culturais e permitiu que pequenos pensassem e agissem como grandes. Essas transformações estão alterando as relações de trabalho e tornando as hierarquias mais horizontais. Nesse ambiente, identifica-se a tendência dos países desenvolvidos concentrarem seus recursos e competências na produção de conhecimentos para geração de valor, enquanto que os países em desenvolvimento se mantêm na parte inferior da cadeia produtiva até que se adequem às condições necessárias a completa inserção na economia global.
É útil a interpretação do terrorismo como uma forma de reação de povos menos globalizados ao avanço cultural decorrente da planificação do mundo, pois sugere a necessidade de se desenvolver não só as relações comerciais e econômicas entre os povos, mas também as iniciativas de fomento à educação e à aproximação cultural.
Um importante aspecto na análise feita por Friedman refere-se aos desdobramentos geopolíticos das transformações produzidas pela globalização. O autor relaciona a geopolítica aos valores do mundo plano, onde a importância da conformação geográfica e a orientação política são menos importante que na visão clássica, na medida em que identifica a globalização de pessoas e não de Estados. O entendimento de que o terrorismo e a questão ambiental podem frear o processo de globalização parece bastante hodierno e certamente merecerão especial atenção das lideranças políticas para continuidade do crescimento econômico no planeta.
Por fim, Friedman deixa claro o entendimento que se trata de um processo irreversível, sem o qual não se pode imaginar que um país possa crescer autonomamente de forma sustentada na terceira etapa da globalização.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Bate-papo - Canal da Gente (15)


Nessa semana, está sendo veiculada no Canal da Gente (canal 15 - TV fechada) uma entrevista que concedi ao publicitário e escritor Celso Machado, no programa Uberlândia de Ontem e Sempre, no quadro Bate-papo, relatando as coberturas radiofônicas feitas por mim, quando dos vestibulares da UFU nos anos 80 e 90.
Hoje sexta (21/08), irá ao ar às 23h e amanhã (sábado), às 20h.
A partir da próxima semana vocês poderão assistí-la na Web, no endereço: www.uberlandiadeontemesempre.com.br
Confiram!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Peixe fresco

É de conhecimento geral que os japoneses adoraram peixe, desde que seja fresco. Porém as águas perto do Japão não produzem mais peixes em abundância, há décadas. Assim, para alimentar a sua população, os japoneses aumentaram o tamanho dos navios pesqueiros e começaram a pescar cada vez mais distante da costa. Quanto mais longe os pescadores iam, mais tempo levava para o peixe chegar até aos consumidores.

Se a viagem de volta levasse mais do que dois dias, o peixe já não era mais fresco e os japoneses não gostam do gosto desses peixes.

Para resolver este problema, as empresas de pesca instalaram congeladores em seus navios de pesca.

Eles pescavam e congelavam os peixes em alto mar. Os congeladores permitiram que fossem mais longe e ficassem em alto mar por muito mais tempo. Os japoneses conseguiram notar a diferença entre peixe fresco e peixe congelado e, é claro, eles não gostaram do peixe congelado.

Então, as empresas de pesca instalaram tanques de peixe nos seus navios. Eles podiam pescar e enfiar esses peixes nos tanques, como "sardinhas". Depois de certo tempo, pela falta de espaço, eles paravam de se debater e não se moviam mais. Eles chegavam vivos, porém cansados e abatidos. Infelizmente, os japoneses ainda podiam notar a diferença no gosto. Por não se mexerem por dias, os peixes perdiam aquele gosto de frescor.

Os consumidores japoneses preferiam o gosto de peixe fresco e não o gosto de peixe apático.

Como eles encaminharam a solução para esse problema?

Como eles conseguiriam trazer ao continente peixes com gosto de puro frescor?

Desafio: Se você estivesse dando Consultoria para a empresa de pesca do Japão, o que você recomendaria?

Antes da resposta, leia o que vem abaixo:

Quando as pessoas atingem seus objetivos - tais como: quando encontram a mulher ou o homem de sua vida, quando iniciam com sucesso um novo trabalho, quando pagam todas as suas dívidas, ou o que quer que seja, elas correm o risco de perder a sua verdadeira paixão. Elas podem pensar que não precisam mais dedicar-se tanto,e aí é que mora o perigo, relaxam e .... Elas passam pelo mesmo problema dos ganhadores em loterias, que gastam todo seu dinheiro e retornam para a vida miserável. O mesmo acontece com herdeiros, que nunca crescem, e de donas-de-casa, entediadas, que ficam dependentes de remédios de tarja preta para espantar o tédio.

Para esses problemas, inclusive no caso dos peixes dos japoneses, a solução é bem simples.
L. Ron Hubbard observou, no começo dos anos 50: "O homem progride, estranhamente, somente perante a um ambiente desafiador".

Quanto mais inteligente, persistente e competitivo uma pessoa é, mais ela gosta de um bom problema. Se seus desafios estão de um tamanho correto e você consegue, passo a passo, conquistar suas metas, você fica muito feliz. Você pensa em seus desafios e se sente com mais energia. Você fica excitado e com vontade de tentar novas soluções.

Você se diverte. Você se mantém vivo!

Para conservar o gosto de peixe fresco, as empresas de pesca japonesas ainda transportam os peixes dentro de tanques, nos seus navios pesqueiros. Mas, eles agora colocam um pequeno tubarão em cada tanque. O tubarão come alguns peixes, mas a maioria deles consegue chegar "muito vivo" e fresco quando do desembarque em terra firme. Tudo porque os peixes são desafiados, lá nos tanques.

Portanto, como norma de vida, ao invés de evitar desafios, mergulhe de cabeça neles. Massacre-os. Curta o jogo. Se os seus desafios são muito grandes e numerosos, não desista, se reorganize! Busque mais conhecimento, mais ajuda e ainda com maior determinação. Se você alcançou seus objetivos anteriores, coloque objetivos ainda maiores. Uma vez que suas necessidades pessoais ou familiares forem atingidas, vá ao encontro dos objetivos do seu grupo, da sociedade e, até mesmo, da humanidade.

Vá em busca de seu sucesso pessoal e profissional.

Você tem recursos, habilidades e destrezas para fazer a diferença.

"Ponha um tubarão no tanque de sua vida e veja quão longe você realmente pode chegar".

O aprendizado nunca termina... Não existe momentos na vida da gente que não contenha lições a serem aprendidas... Enquanto você estiver vivo, reinvente-se sempre.

"Na vida muitos querem; poucos tentam e pouquíssimos conseguem. Esteja sempre no grupo desses últimos".

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Reputação e Caráter

Mais um texto memorável de Arnaldo Jabor

"As circunstâncias entre as quais você vive determinam sua reputação. A verdade em que você acredita determina seu caráter.
A reputação é o que acham que você é. O caráter é o que você realmente é...
A reputação é o que você tem quando chega a uma comunidade nova. O caráter é o que você tem quando vai embora...
A reputação é feita em um momento. O caráter é construído em uma vida inteira...
A reputação torna você rico ou pobre. O caráter torna você feliz ou infeliz...
A reputação é o que os homens dizem de você junto à sua sepultura. O caráter é o que os anjos dizem de você diante de Deus."

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Resenha do livro: O futuro da Administração


O livro: O futuro da Administração (272 páginas) foi escrito por Gary Hammel (co-autor de Competindo pelo futuro) em parceria com Bill Breen fruto de um laboratório de inovação em gestão criado pelos autores na London Business School.
Em seu livro mais polêmico até hoje, Gary Hamel fala sobre crenças herdadas, as quais impedem que as empresas do século XXI superem novos desafios. Com uma análise incisiva e exemplos eloqüentes, ele explica como transformar sua empresa em uma inovadora em gestão.
O livro reúne vários cases sobre inovação na gestão e procura detalhá-los e apresentá-los como a verdadeira vantagem competitiva das empresas sendo mais importante que a inovação em produtos.
A intenção é desafiar os pressupostos que foram a base dos modelos de gestão para o século passado e apresentar novos paradigmas para a gestão moderna das empresas. Intenção essa que se apresenta já no prefácio do livro com uma pequena história do filho de um controlador de solo na Nasa quando o módulo de comando da Apollo 8 tornou-se o primeiro objeto construído pelo homem a orbitar ao redor da Lua. O menino perguntou ao seu pai quem estava comandando a nave e o astronauta Bill Anders respondeu : “Acho que Sir Isaac Newton está no comando agora.”
A partir dessa história é feita uma analogia com a pergunta : “Quem está comando a sua empresa?”. O autor esclarece que quem está administrando sua empresa são um grupo de teóricos e profissionais que já morreram há muito tempo, e que criaram as regras e convenções da gestão “moderna” nos primeiros anos do século XX. Essas crenças moldam, de maneira invisível, os modelos mentais das empresas na alocação de seus recursos, definição de orçamentos, distribuição de poder e como toma decisões.
Esse modelo do século passado foi criado para funcionar em ambientes de relativa estabilidade e sujeito a poucas mudanças, e não para os tempos atuais com grande quantidade de variáveis complexas, mudanças abruptas, janelas de oportunidade reduzidas, avanço da tecnologia, aumento do poder do consumidor e com o dinheiro circulando sem fronteiras pelo mundo.
O autor ressalta que esse é um livro para sonhadores e executores. É para qualquer pessoa que se sente manipulada pela burocracia, que se preocupa com o fato de o “Sistema” estar sufocando a inovação, que secretamente acredita que os obstáculos estão na alta administração, que se pergunta por que a vida corporativa tem de ser tão desestimulante, que acha os funcionários bastante inteligentes para se auto-administrar, que sabe que a “gestão”, como ela é praticada atualmente, é um obstáculo ao sucesso – e quer fazer alguma coisa a respeito.
No primeiro capítulo são apresentadas características que mostram como a tecnologia de gestão evoluiu pouco nos últimos tempos. A hierarquia ficou mais nivelada, mas não desapareceu, pois continua-se com a idéia de que a estratégia deve ser determinada pelo topo da organização e que as decisões são tomadas pelas pessoas que possuem os cargos e salários mais altos. Essa baixa evolução da gestão fez com que esse modelo atingisse o topo de um penhasco próximo. Aqui, a intenção não é desvalorizar as conquistas desse modelo, pois se temos carros, televisão e celular, devemos isso a esse modelo.
Ocorre que o preço que pagamos por esse modelo criou uma série de trade-offs preocupantes que exigem uma nova forma de se enxergar as coisas através de um pensamento ousado e abordagens originais. O maior preço pago foi que pessoas rebeldes e de espírito livre adaptem-se a condições e regras, mas isso fez com que elas desperdiçassem quantidades imensas de imaginação e iniciativa. Esse é um dos trade-offs de que o livro fala, pois trouxe disciplinas nas operações, mas coloca em risco a flexibilidade da organização e também escraviza milhões em organizações hierárquicas e quase feudais, matando a criatividade das pessoas.
O desafio proposto é aprender a coordenar os esforços das pessoas sem criar uma hierarquia opressiva de administradores, manter controle sobre os custos sem sufocar a imaginação humana e construir organizações em que a disciplina e a liberdade não sejam mutuamente exclusivas.
Os autores definem o conceito de inovação na gestão como sendo qualquer coisa que altera substancialmente formas organizacionais costumeiras e, como resultado, faz progredir as metas da organização, ela muda a forma que os gestores trabalham, e o faz de uma maneira que aprimora o desempenho organizacional. A inovação na gestão contempla os processos de gestão de uma empresa – as fórmulas e rotinas que determinam como o trabalho de gestão é realizado diariamente e envolve os seguintes processos:
– Planejamento estratégico;
– Orçamento de capital;
- Gestão de projetos;
– Contratação e promoção de pessoal;
– Treinamento e desenvolvimento;
– Comunicação interna;
– Gestão do conhecimento;
- Análise periódica de negócios;
– Avaliação e remuneração de funcionários.
A inovação em gestão é apresentada como responsável por avanços importantes na prática de gestão que provocaram mudanças significativas na posição competitiva e que conferiram uma vantagem duradoura para empresas pioneiras como a GE demonstrada pela quantidade de patentes que a empresa possui, pela DuPont com o desenvolvimento da técnica de ROI (Retorno sobre investimento). A Procter e Gamble com sua filosofia de gestão de ativos intangíveis e da marca, a Toyota com sua habilidade inigualável de envolver os funcionários na busca incansável de eficiência e qualidade e na crença na capacidade de funcionários “comuns” para resolver problemas complexos.
A inovação em gestão depende fundamentalmente da cultura e do clima organizacional propício ao desenvolvimento das pessoas. Um clima que gere motivação, ou seja, em encontrar o motivo para ação (MOTIVO + AÇÃO) nas pessoas. Como seres humanos, somos definidos pelas causas a que servimos e pelos problemas que lutamos para superar e pela paixão em solucionar problemas extraordinários que cria o potencial de realizações extraordinárias. O objetivo é tornar a inovação uma responsabilidade de todos.
Para não ficar apenas no sonho, os autores apresentam casos de empresas que apresentam inovação na gestão. Entre elas, não podería deixar de destacar o Google.
O Google mudou profundamente os negócios de software ao oferece-los na Internet sob a forma de serviços on-line, mas o que o torna único é o seu modelo de gestão que beira o caos, que inclue componentes como hierarquia o mais nivelada possível, rede densa de comunicação horizontal, política de conceder recompensas enormes para grandes idéias, forte trabalho em equipe e o credo corporativo de que o usuário está sempre em primeiro lugar.
Os fundadores do Google, Sergei Brin e Larry Page, dão uma lição de humildade ao reconhecer que o sucesso inicial da empresa deveu-se muito a um feliz acaso e que, ao invés de se enxergarem como as pessoas mais inteligentes do mundo, o que mais importa em um mundo de descontinuidade não é a vantagem competitiva de uma empresa em um único momento, mas sua vantagem evolucionária ao longo do tempo. Diante disso, a intenção é que a empresa evolua tão rapidamente quanto a própria Web e que a única maneira de o Google manter sua liderança é inovar incansavelmente, entendendo que a lucratividade de amanhã depende da evolução de hoje.
Algumas práticas do Google :
Sistema 70-20-10: sistema que determina que os recursos da empresa sejam alocados 70% no aprimoramento dos seus negócios principais, 20% em serviços que ampliem as atividades básicas e 10% para novas idéias como ajudar municípios a montar redes públicas sem fio.
Ambiente onde as pessoas gostassem de passar a maior parte do tempo: ambiente que estimula as pessoas a aplicar seus esforços a alguns dos problemas mais fascinantes do mundo. O modelo visa a construir pequenas unidades de trabalho, grande número de experiências, feedback intenso entre os colegas e a missão de melhorar o mundo.
Criar uma causa nobre: funcionários extremamente idealistas que acreditam que podem mudar o mundo que se preocupam em democratizar o conhecimento ou mudar a maneira como o mundo aprende.
- Processo de recrutamento e seleção: selecionar apenas o crème la crème, aqueles que estão na extremidade direita da curva de Bell. Na opinião dos fundadores, profissionais classe A querem trabalhar com profissionais classe A – colegas cultos que estimularão seu raciocínio e acelerarão seu aprendizado.
Drasticamente nivelado, radicalmente descentralizado: os fundadores valorizam a sua independência intelectual e “não gostam de autoridade, nem que lhes digam o que fazer.” Eles sabem que os avanços dependem de questionar pressupostos e quebrar paradigmas e não simplesmente fazer alguma coisa apenas porque alguém disse para fazer. Questionar é o imperativo do inovador. Quando funcionários altamente motivados e capacitados compartilham a mesma visão, eles não precisam ser supervisionados meticulosamente.
Equipes pequenas e autodirigidas: são criadas equipes de três ou quatro participantes sendo que cada equipe tem um líder de alto nível técnico e essa responsabilidade se altera entre os membros conforme os requisitos do projeto. Para eles, em grandes equipes, as contribuições pessoais importantes geralmente são confiscadas por superiores ou neutralizadas por colegas ignorantes.
- Fluxo contínuo de comunicação em toda a empresa: em empresas hierárquicas, as vias de comunicação são basicamente verticais e não horizontais. O Google investiu pesado na criação de uma rede de comunicação no trabalho que torne fácil para os funcionários trocarem idéias, fazer pesquisas de opinião entre os colegas, recrutar voluntários e formar grupos de mudança – tudo isso exige muito mais que um bom sistema de e-mail. É a transparência interna do Google e o feedback contínuo entre colegas e não um quadro enorme de gerentes de nível médio, que mantém as iniciativas díspares da empresa no caminho certo. A única maneira de administrar é aplicar o talento coletivo nas pequenas e grandes decisões – e isso exige franqueza, transparência e muita comunicação horizontal.
Em resumo, o livro lança uma série de desafios para aqueles que acreditam que alguma coisa precisa ser feita para que os modelos de gestão evoluam, para que a criatividade e a imaginação possam fluir com maior facilidade dentro das organizações, mas ressalta que esse é um caminho sem volta, embora cheio de obstáculos para as organizações que desejam sobreviver no ambiente de extrema competividade dos tempos atuais.
A visão dos autores é a construção de modelos de gestão que se assemelha ao modelo da Internet devido as suas características de adaptabilidade, envolvimento e inovação onde todos têm o direito de opinar, a capacidade conta mais do que cargos e credenciais, o comprometimento é voluntário, quase tudo é descentralizado, as idéias competem em pé de igualdade e onde as decisões são tomadas entre os usuários.
Esse é um livro para sonhadores e executores, para qualquer um que se preocupa com o fato de o sistema estar sufocando a inovação, para quem secretamente acredita que os problemas estão na alta administração e para quem sabe (ou deseja saber) por que a gestão, tal como é praticada atualmente, é um obstáculo ao sucesso.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Resenha do Livro: Qual é tua obra?


Esse é o último livro lançado pelo filósofo e professor Mario Sergio Cortella: Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. Nele o autor mostra a importâcia de sabermos o valor do nosso trabalho.
O livro, com 141 páginas, foi lançado pela Editora Vozes, trata de questionamentos sobre gestão, liderança e ética, procurando explicar vários termos do ambiente corporativo, além de desafiar alguns comportamentos das pessoas em relação às outras.
O inicio do livro é um convite a refletirmos sobre certos valores que estão presentes em nossa sociedade. Para o autor, existe uma angústia muito grande dentro das pessoas e que está levando-as a se questionarem sobre o que estão fazendo com suas vidas e mais ainda, qual o verdadeiro significado de tudo isso. Funciona como uma sensação de vazio anterior, uma sensação de vazio que traz consigo uma crise no conjunto da vida social, do qual o trabalho é apenas um apêndice e que envolve a família, a relação entre as gerações e a própria escola. Estamos em um momento de transição, de turbulência muito forte em relação aos valores. Há uma necessidade urgente de a vida ser muito mais a realização de uma obra do que um fardo que se carrega no dia-a-dia.
O autor resgata trechos da história para explicar o significado de certos comportamentos em relação ao trabalho como a associação do trabalho como um castigo, um fardo ou uma provação. A explanação dessa associação começa no período do século II a.C e se estende até o século V, com a formação da sociedade greco-romana (sociedade essa que cresceu em sua exuberância a partir do trabalho escravo), passando pelo mundo medieval em que a relação foi senhor e servo (formação dos feudos, sem dúvidas presentes em muitas empresas) mudando a relação de escravidão para servidão, e finalizando com o mundo capitalista europeu que “exportou” o trabalho escravo para fora da Europa. Países como Brasil e Estados Unidos foram todos construídos sob a lógica da exploração do homem pelo homem.
Depois de apresentar a origem do trabalho, Cortella apresenta a visão da filosofia grega em relação ao trabalho, na qual a definição de dignidade é a capacidade de dedicar-se ao pensamento e não as obras manuais, a tal ponto que, no mundo escravocrata da filosofia e da ciência gregas não se faziam trabalhos manuais.
Esses dois últimos parágrafos representam a base da sociedade ocidental, que coloca o trabalho como castigo do ponto de vista moral-religioso ou uma concepção de castigo a partir da vontade dos deuses na cultura grega. Nobre é ser Senhor e o servo deve estar sempre na posição de submissão. Conceitos ainda muito presente no Brasil, pois ainda consideramos o trabalho manual como tarefa de inferiores.
A humildade é colocada como um dos valores a ser resgatados pela sociedade. Reconhecer que não estamos só, que devemos pensar em um senso maior de coletividade. Reconhecer que não sabemos tudo e que dependemos de outras pessoas para sobreviver. Um dos capítulos do livro é dedicado a importância de não se saber tudo (O lado bom de não saber) e condena aqueles que fingem que sabe. Aqueles que têm certeza de tudo. Gente que tem certeza de tudo, não evolui, não inova, não cresce. Gente que não tem dúvidas, só é capaz de repetir, E repetir em um mundo em constante mudança não é uma atitude inteligente.
Reconhecer que não sabe tudo leva você a querer evoluir, a buscar novos conhecimentos, a arriscar mais. Arriscar mais pode levar a erros. E erros devem ser corrigidos e não punidos. O que se pune é a negligência, desatenção e o descuido. Thomas Edison inventou a lâmpada elétrica de corrente contínua, mas o que não se divulga é que ele fez 1430 experiências antes de obter sucesso. Ele aprendeu que o fracasso não vem com o erro, mas quando desistimos ao cometermos um erro.
A parte final do livro é dedicado à ética. Uma reflexão da importância de pensarmos coletivamente. O autor deixa claro a diferença entre autonomia e soberania. Autonomia leva em consideração os impactos que suas decisões têm na vida das outras pessoas. Soberania é fazer tudo o que quer sem levar em consideração as consequências. Temos autonomia na nossa vida, mas não soberania.
Enfim, o livro leva a refletirmos sobre o significado de nossos atos, a substituir o hábito de fazer algo sem um sentido maior pelo sentimento de construção de uma obra, uma obra a ser construída por todos nós em busca de uma melhor qualidade de vida.



quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Projeto de Lei do Senado nº 480/2007

Determina a obrigatoriedade dos agentes públicos eleitos, matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.
Uma ideia muito boa do Senador Cristovam Buarque.
Ele apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito
(vereador, prefeito, deputado etc.) seja obrigado a colocar seus filhos na Escola Pública.
As consequências seriam as melhores possíveis.
Quando os políticos se virem obrigados a matricularem seus filhos na Escola Pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar radicalmente.
E todos sabemos o ganho para o país com o oferecimento de um ensino público de qualidade.
A sua aprovação poderá realmente, mudar a realidade do nosso país.
O projeto PODE SER APROVADO, SE HOUVER A PRESSÃO EFETIVA DA OPINIÃO PÚBLICA.

SE VOCÊ CONCORDA COM O MESMO, ASSINE A PETIÇÃO E DIVULGUE-A.

Para assiná-la acesse:
http://www.peticaopublica.com/PeticaoAssinar.aspx?pi=P2009N5>

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O que é Crise?



"Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos.
A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar "superado".
Quem atribue à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência.
O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la"

CRISE-S=CRIE

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Para refletir


"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"
Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável.

É preciso ter claro que, uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive preparado para respeitar o planeta onde vive...

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